A Sky Full Of Stars escrita por Gaby


Capítulo 4
Eu não quero me afastar dele?


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi gente! Desculpem pela demora para postar, fiquei colocando umas ideias pra fic em dia hehe
Esse cap vai pra Letícia Campos! Prometi que ia portar hoje e postei senhorita Let, não me mate!
vejo você nas notas finais!
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/580042/chapter/4

Pov Ally.

–Austin? O que está fazendo aqui? –Encarei-o

–Minha mãe trabalha aqui, mas e você? Aconteceu alguma coisa? –Ele chegou mais perto ainda ofegante por ter corrido.

–Vim trazer minha mãe.

Eu e ele sentamos e começamos a conversar. Eu contei sobre o porquê da minha mãe estar aqui e ele se ofereceu pra me fazer companhia.

–Sério Austin ta ficando tarde, se quiser ir pra casa não tem problema. –Ele já estava a mais de uma hora aqui comigo e já estava escuro lá fora.

–Acredite, prefiro estar aqui com você do que em casa. –Ele disse suspirando e se ajeitando na cadeira.

–Ei, o que aconteceu? –Me virei ficando de frente a ele. Eu podia ver nos seus olhos que tinha algo errado. Eu conhecia aquele olhar, era o meu à anos atrás.

–Nada de mais. –Sorriu fraco.

–Tem certeza?

–Tenho. –ele sorriu e olhou pra frente. –Ali minha mãe. –Ele apontou para o final do corredor onde se encontrava uma mulher loira e alta, que também é muito parecida com Austin. Ela estava vestindo um jaleco branco com o símbolo do hospital e um crachá indicando que ela é médica. Á sua frente tinha um homem e os dois conversavam seriamente. Espera, é o Peter.

–E aquele é o Peter. –Ele me olhou confuso e eu voltei a encarar os dois adultos conversando, eu precisava de notícias. –Vem comigo.- Puxei o loiro pelo corredor e fomos ao encontro de Peter e a tal mulher, mãe do garoto.

–Peter! E aí? O que aconteceu? Como ela está? Fala alguma coisa – Falei tão rápido que acho que ele teve dificuldades em entender. Quando terminei já estava com a respiração acelerada. Austin abraçou a mulher, no caso a médica que conversava com Peter, e lhe entregou um aparelho de celular.

–Ela está bem. Já está sendo medicada e tudo mais. Os médicos disseram que só precisam de mais alguns exames. E a propósito, essa é a Dra. Micaela. – Eu cumprimentei a médica e ela me deu um abraço em seguida.

–Podem me chamar de Mimi – Ela sorriu e se virou para Austin. - Você não devia estar em casa Austin?

–Sim, quer dizer, talvez. Eu vim te entregar o celular e acabei encontrando a Ally e fiz companhia pra ela. -Ela assentiu e continuamos a conversar. Mimi explicou que o quadro da minha mãe está estável, o que é bom lógico. Ela só precisa de mais alguns medicamentos e um pouco de acompanhamento médico por mais algum tempo. E parece que também vão fazer alguns exames.

–Eu vou ver como Penny está na sala de observação. E mais uma coisa, lá só vai poder ficar um acompanhante durante a noite. – Nos despedimos da médica e ela saiu em direção à sala de observação.

–Então Ally. Eu vou dormir aqui e você vai pra casa. Tem algum problema em ficar sozinha? –Peter se virou pra mim.

–Não tudo bem. Mas eu venho amanhã depois da escola. –Ele assentiu. –Espera você não devia estar trabalhando hoje à noite?

–Eles mudaram minha escala. Pegue a chave do carro e vai com cuidado.

–Mas você vai precisar do carro pra ir amanhã ao trabalho, pode deixar que eu vou andando mesmo. Não é tão longe.

–Ally já está escuro lá fora e é perigoso, não vou deixar você circulando por aí a noite e sozinha.

–Eu vou com ela. –Austin se pronunciou ficando ao meu lado. –Estou indo pra casa também, posso acompanha-la.- Peter olhou desconfiado pra nós dois e no final acabou assentindo e me dando as chaves de casa.

–Depois quero saber mais sobre seu amiguinho. –Ele cochichou no meu ouvindo me fazendo fuzila-o com o olhar.

–Peter! –Reprovei-o e Austin soltou uma risada. Despedimos-nos e eu e loiro fomos para a saída do hospital.

–Austin não precisa me acompanhar, você já ficou mais de uma hora aqui comigo. –Quebrei o silêncio que pairava sobre nós.

–Não é nada Ally, como eu já disse não tenho lugar melhor para estar.- Nos olhamos e ele sorriu. –Onde é sua casa?

Expliquei a ele o endereço e o mesmo sorriu.

–É perto da minha casa! De todo jeito eu teria que passar por lá. –Assenti e continuamos andando conversando sobre assuntos aleatórios. Como o skate dele, é bem legal.

A noite estava frio, bem frio, o que é novidade em Miami. Ainda bem que eu sempre estou de blusa de frio. É sério, eu quase nunca saio sem blusa. Uma das razões é pra esconder a cicatriz do braço esquerdo, mas isso é outra história que me lembra dele.

–Por que chama seu pai de Peter? –Eu e Austin andávamos em silêncio a uns cinco minutos, um silêncio confortável.

–Ele não é bem meu pai. Mas para todos os efeitos, podemos considerar que sim. –Dei de ombros.

–Então por que não chama de pai? –ele me olhava confuso.

Respirei fundo antes de responder, é complicado. Algumas pessoas tem meio que “traumas” por causa de acontecimentos passados, e esses traumas normalmente deixam marcas nas mesmas, isso é fato. Por exemplo, uma pessoa que tem trauma de cachorros. Talvez por ter sido atacada quando criança ou algo do tipo, essa pessoa tem dificuldade em chegar perto de um cachorro.

No meu caso é mais ou menos isso, eu tenho um certo trauma da palavra pai por causa de acontecimentos passados. Por isso eu quase nunca chamo Peter de pai, é como se essa palavra não existisse pra mim, eu não me lembro dela na maioria das vezes para se referir a alguém, no caso Peter.

Quando eu o chamo de pai, as vezes é por impulso, ou porque estou atrasada, nervosa, apressada... Eu nunca parei e pensei algo do tipo: “Tenho que ligar para o meu pai” ou “ Que horas o papai deve chegar?”

Todas as vezes, no passado, que eu pronunciava a palavra pai ou até mesmo pensava, eu pensava nela com ódio, com dor, com desprezo.

–Força do hábito. –Sorri fraco e suspirei me virando para o loiro. Ele assentiu não muito confiante da minha resposta. Estávamos no início da rua da minha casa. Quando chegamos paramos em frente ao portão e eu decidi falar alguma coisa.

–Obrigada por...bem, por tudo. –Sorri fraco e ele sorriu de canto.

–Não foi nada. A propósito, quer companhia pra ir à aula amanhã? Se quiser eu passo aqui.

– Pode ser. –Nos despedimos, ele perguntou meu telefone e eu passei para ele e entrei em casa. Mil pensamentos rodavam na minha cabeça, como por que minha mãe precisa de mais exames se já está sendo medicada? Por que Peter parecia tenso quando falou comigo? Porque tentavam evitar que eu fosse ver minha mãe? Por que eu não queria e nem sentia necessidade de me afastar de Austin?

Joguei-me no sofá e fechei os olhos. Só de pensar em subir as escadas e me arrumar pra dormir já me dava uma preguiça do cão. Em meio aos meus pensamentos e como sempre, dúvidas e mais dúvidas, adormeci no sofá mesmo.

Estou em uma casa muito familiar, a lembrança não é tão clara, mas eu sei que conheço esse lugar. Os móveis, o cheiro....ESPERA! O cheiro é a comida da mamãe. Vou para a cozinha, não sei como é possível eu saber exatamente qual porta abrir para chegar ao local, só sei que abri a porta certa.

Havia uma mulher de costas parada em frente ao simples fogão. Seus cabelos são compridos e castanhos. Tem também uma garotinha no local, seus cabelinhos levemente encaracolados iam até um pouco abaixo do seu ombro e ela olhava atentamente uma revista em quadrinhos, seu rosto estava coberto pela revista então estava difícil reconhecê-la.

De repente somos surpreendidas por um forte e alto barulho de uma porta se batendo e alguém gritando “PENNY”. A não, calma aí, essa voz. É ELE. A garotinha abaixou a revista e seus olhos se arregalaram e ela encarou a mãe, ela estava assustada e seu pequenos e castanhos olhos estavam marejados, ela sou eu!

Minha mãe se virou assustada e pegou a menininha no colo e a aninhou em seu peito. A mão de Penny estava enfaixada e eu sei bem por que. A pequena Ally já estava com oito anos, o que me lembra...ai não, não poder ser.

A porta da cozinha é aberta bruscamente e ele entra no local. Sua mão direita tremia, seus olhos estavam vermelhos e seus lábios também tremiam. Eu sabia o que isso significava.

–PARE AGORA! VOCÊ NÃO TEM O DIREI...- o homem se lançou contra a mulher arrancando a garotinha que já chorava de seus braços e a colocando, ou melhor, quase jogando-a no chão. Eu corri e tentei a ajudar, mas minha mão atravessou seu corpo, como se eu fosse um fantasma. A garotinha correu e agarrou as pernas do seu, infelizmente, seu pai tentando fazer com que ele soltasse os punhos de Penny.

–Você foi à polícia né sua vagabunda, eu disse que se isso acontece você não veria mais o nascer do sol e nem essa fedelha! –Ele olhou pra baixo encontrando a garotinha agarrada a suas pernas e chorando. –Cale a boca pirralha. –Ele a chutou pra longe de suas pernas. A garotinha caiu sentada e levou as duas mãozinhas na sua pequena boquinha rosada e chorava cada vez mais. Eu também chorava e tentava pegar do braço do homem, mas como aconteceu com a menina, minha mão o atravessou como se eu não existisse.

Penny gritava enquanto a mão do homem voou em seu pescoço e a prensou contra da parede, ela se debateu mais um pouco e mordeu a mão do cara que imediatamente a soltou e fez com que ela caísse puxando consigo o forro da mesa derrubando tudo o que estava ali em cima.

O chão ficou inundado de cacos de vidro e o braço da garotinha estava machucado, meu braço. O homem agarrou Penny pelo pescoço novamente e eu só sabia gritar, era inútil, ninguém me ouvia. Eu pedia por socorro mas cada segundo parecia durar séculos.

Penny levou um forte tapa na lateral direita do seus rosto e a menininha soltou mais gritos. Até que o homem houve um barulho conhecido, uma cirene. Peter!

Peter entra na casa cercado por outros policiais e o homem corre para os fundos. A garotinha e sua mãe, eu e minha mãe, continuamos ali. Uma braçada a outra, porque agora mais que nunca nos protegíamos.

Acordei arfando e suando devido as lembranças, minha cicatriz parecia arder. Apalpei a cicatriz lutando para as lágrimas rolarem dos meus olhos, mas elas não saiam. Eu queria chorar, só não conseguia. Peguei o celular e busquei o número dele, o loiro.

Pov. Autora

(Ally-Negrito/ Austin-Itálico)

–Ally?- O garoto disse firmemente, Ally ficou aliviada por pensar que ele não estava dormindo.

–Sim sou eu, te acordei?

–Não eu não estava dormindo. – A garota arfava devido ao susto, parecia que estava chorando, mas nem uma lágrima se quer saia de seus olhos, era torturante.

Um momento de silêncio se estabeleceu entre os dois e o loiro se preocupou.

–Ally o que está acontecendo?

–Me desculpe por te ligar a essa hora, eu só...eu só...

–Ally pode falar qualquer coisa pra mim...o que foi baixinha?

Só preciso de alguém pra conversar.

–Estou aqui. Foi um sonho ruim?

–Urrum...

Quer falar sobre isso?

–Não, por favor...

–Okay calma, estou aqui, não vou deixar nada acontecer. Confia em mim?

Ally hesitou um pouco, ela confiava no loiro? O que a fez querer ligar justamente pra ele? Ela respirou fundo...

–Acho que sim...

–Vou te fazer esquecer isso okay? Pode confiar!

Os dois passaram a maior parte da noite conversando. Ally se sentia bem ouvindo a voz do loiro, e sempre que ela ficava um tempo sem falar nada ele sussurrava pra ela: “Está tudo bem, estou com você”.

Eles conversaram até altas horas da madrugada sem tocar no assunto “Sonho ruim” e só desligaram quando o sono venceu Ally, o garoto percebeu que ela havia adormecido e apenas disse um “estarei sempre aqui” e desligou, se deixando levar inteiramente pelo sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aiiiiiiiiiiii o que acharam? Favoritem, comentem, recomendem...Isso da muito incentivo pra continuar escrevendo!
Segunda é meu aniversário e eu estou querendo escrever um cap especial e postar segunda! Se eu conseguir eu vou fazer e postar! Obrigado pelo apoio de todos que comentam e tudo mais!
Bjs amores e até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Sky Full Of Stars" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.