FERNANDO NARRANDO

— Depois daquele dia em que perdi o sorriso da Lety, eu agora morava no hospital, minha Lety continuava em coma e não havia previsão para que acordasse e sempre que se passava mas de 4 dias Ariel aparecia no hospital e me fazia sair do quarto com a desculpa de que eu precisava descansar, ele tinha mudado muito nesse tempo e agora era uma pessoa que eu confiava e sempre que estava mal ele conversava comigo, mas o que eu não conseguia entender era o porquê de ele ter tanta raiva e desconfiança de Carla, ele a tinha proibido de entrar no quarto da Lety, eu não impedir, minha cabeça estava muito longe de qualquer coisa que fosse longe daquele quarto então tirando as autorizações de exames e medicações da Lety que eu assinava, Ariel era quem estava cuidando de tudo fora isso, Omar e Carol sempre que podia sempre viam ao hospital e às vezes me ligavam também para ter notícia. Lety, não tinha apresentado mudanças e a cada dia meu coração e medo aumentava, as palavras de Jorge voltaram a mente

“ Cuide de quem você ama ou o sangue de mais de uma vida será derramado.”

“Sua luta pelo amor de quem você ama recomeçará”

“Seu destino vai mudar”

— Eu olhava para Lety fazendo carinho em sua mão, conversava com ela fala que sentia sua falta, sua barriga já estava aparecendo ela já estava com 4 meses dormindo nessa cama de hospital sem nenhum sinal de que voltaria pra mim, mais apesar de tudo isso, olhar la ali me fazia pensar em como sei que ela gostaria de está acompanhando a gestação de nossos pequenos. Sim, Lety estava gravida de gemeos, pelo que o doctor Martin seu obstetra falou, ele me contou que por ser uma gravidez de gêmeos, também era considerada de risco.  

FLASHBACK ON

— A alguns meses atrá, 4 mêses atrás para se exato uma semana depois de minha Lety ser envenenada um médico que eu não conhecia entrou no quarto de minha esposa.

— Sr Fernando Mendiola. - entrou no quarto _ Sou Martin o obstetra de sua esposa, foi eu quem fez o exame laboratorial dela, preciso que venha a minha sala um momento. _ ele falava e me parecia bem urgente.

— Tudo bem, mas por favor não demore doutor, não posso deixar la sozinha - falei olhando para Lety seguindo até seu consultório.

— Sente se, o que pretendo lhe falar, não é muito bom, sr Mendiola - me passou um papel com um exame. _ Esses são alguns exames que fiz com dona Letícia antes de ela descobrir a gravidez - ele falava e eu olhava o papel sem entender o que cada termo técnico ali dizia, voltei minha atenção a ele _ como pode ver sua esposa está grávida de dois bebês…

— Como e que e? - perguntei confuso - são gêmeos? - como ela não me contou que eram gêmeos? eu pensava e ele respondeu percebendo minha confusão.

—Ela também não sabia que eram dois, ela não teve muito tempo de reparar nos detalhes. - seu olhar era preocupante, - Bom senhor Fernando, sua esposa tem pressão alta, e está grávida de gêmeos, o que significa que sua gravidez e de risco e que ela pode não conseguir sobreviver ao parto e depois de ter sido envenenada sua situação complicou bem mais que antes, pois pode ser que um dos bebês não consiga sobreviver também, o veneno demorou muito a ser retirado do seu corpo mesmo que descoberto rapidamente pode ter trazido consequências a sua esposa - falava ele mas eu meio que parei de escutar depois de ouvir “ela pode não conseguir sobreviver ao parto, pode ser que um dos bebês não consiga sobreviver também” foi exatamente nessa hora que meus olhos se encheram de lágrimas, eu não conseguiria viver sem minha Lety e um de meus filhos, não podia perder 2 vidas importantes, foi aí que minha ficha caiu. “o sangue de mais de uma vida será derramado.” Jorge estava falando disso, era da Lety e do nosso bebê, não contive as lágrimas. _ Sinto muito senhor Mendiola. - falou saindo de seu consultório, enquanto eu ali fiquei durante longos minutos, sentindo as lágrimas deslizarem pelo meu rosto, tudo estava acontecendo eu estava a perdendo, eu não podia perder la, não podia e não queria. Sair daquele consultório em silêncio indo para o quarto dela novamente, a olhei me aproximando de seus lábios selando eles aos meus sem reação alguma da parte dela, seus lábios eram frios, gelados na verdade seu corpo estava um pouco mas magro e seu semblante calmo, ela parecia só está dormindo, e como eu queria que aquilo tudo fosse somente um pesadelo que Lety estava bem e estava ao meu lado e não em um quarto de hospital dormindo sabe se lá até quando.

FLASHBACK OFF

— Acariciei seu rosto, perdido em pensamentos segurando sua mão a olhando. _ Lety, eu preciso de você, por favor, volta pra mim. Por favor… _ meus olhos novamente estavam inundados, já era corriqueiro eles estarem sempre inchados.

— Senhor Mendiola? - falou uma voz que eu já conhecia, era o Max o médico da Letícia, ele estava a porta do quarto. _ preciso que venha comigo. - se virou e eu o acompanhei, o que quer que fosse eu enfrentaria. Entramos em seu consultório e então ele começou. _ Senhor Mendiola o estado da sua esposa não é muito animador, o veneno ainda está reagindo aos medicamentos administrados a ela, e como ela está grávida a administração de remédios mas fortes é inviável, sinto em dizer lo que talvez sua esposa não resista até o nascimento de suas filhas, ou se por um milagre ela despertar terá consequências.

— Que tipo de consequências?

— Não posso afirmar com certeza, depende de paciente para paciente. Ela pode ter os movimentos do corpo paralisados sendo em total ou parcialmente ou… - ele se interrompeu.

— Ou? - perguntei nervoso.

— Ou pode perder a memória de curto prazo dela. - fiquei extasiado com o que falou. Ele acabará de dizer que ela poderia me esquecer, nos esquecer. _ O trauma que ela sofreu, o tempo que ela está inconsciente não ajuda.

— E os nossos bebês, nossas meninas. Como estão. -perguntei.

— Elas estão bem. O dr Martin tem cuidado da saúde de ambas, elas estão se desenvolvendo bem. - falou ele _ Preciso visitar outra paciente. Com licença sr Mendiola - falou retirando se do quarto e eu voltei a olhar a mulher a minha frente e falar com as 3 pessoa mas importante da minha vida.

— Lety meu amor. Sinto sua falta - falei segurando sua mão - por favor volta para mim, não sei se consigo viver sem você. - as lágrimas já faziam parte dos meus dias