Magic escrita por Batsu


Capítulo 1
Ice X Water


Notas iniciais do capítulo

AEHOOO olha eu como prometido, mais uma vez na categoria com o meu otpzão ♥
Essa foi a primeira história que escrevi deles cronologicamente falando, na época (tipo, um mês e meio atrás) não me senti segura a postar, mas vi que esse ship tinha uma boa recepção aqui, então estou trazendo ela hoje!!
Aos que apreciam um ecchi, a casa é de vocês ( ͡° ͜ʖ ͡°)
A história foi levemente baseada num cover da banda Our Last Night de uma música beeem conhecida, Dark Horse. O cover é metal e altera algumas coisas para que se encaixe no masculino, but para quem se interessar https://www.youtube.com/watch?v=cKVknRFEhpc está aqui :3
Espero que gostem ♥



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Fazia algum tempo que a expedição de Hakuryuu à Sindria havia sido encerrada, com isso Kougyoku e os demais estavam de volta ao palácio do império. Os dias dentro daquela fortaleza eram sempre os mesmos, a jovem princesa sentia falta dos momentos que passara com seus novos amigos. Sequer poderia pensar em dizer isso em voz alta dentro daquele lugar, Sindria e Kou eram oponentes declarados e mesmo com ela querendo que isso mudasse, não seria o suficiente.

Suspirou sentando-se a mesa de seu quarto. Estava entardecendo e seria considerado desrespeito uma princesa como ela estar andando pelo palácio livremente tarde assim. Liberara Koubun de seus serviços por hoje, dizendo estar bem e poder preparar seu próprio banho, gostaria de ser autônoma alguma vez em sua vida. Notou alguns papéis com a tinta seca sobre a bancada de madeira do quarto, praticava caligrafia antes de acompanhar o meio-primo na viagem.

Uma ideia louca passou por sua mente.

Chacoalhou a cabeça desvencilhando-se dela, seu rosto ardia pensando apenas nele. Afinal, quem mais poderia trazer essa tonalidade ao seu rosto, se não fosse seu Sinbad-sama? Tomou a pena do tinteiro, e pôs-se a rascunhar uma carta para seu amado. Caprichava nas palavras, escrevendo seus mais profundos sentimentos, mas era claro que ele nunca chegaria a ler isso.

Terminou a escrita, delirando em seguida, arriscando-se a desenhar ela e Sinbad aos beijos no rodapé da folha. Formou um coração entre eles e levantou o papel para que pudesse abraçá-lo, Kougyoku estava iludidamente apaixonada.

— Heh, o que temos aqui? — uma mão surgiu em sua frente, arrancando com a menor delicadeza aquele precioso artifício das mãos dela. — Querido Sinbad-sama (...) — a fim de imitá-la, lia com a voz ridiculamente fina.

— Judal-chan! — virou-se mais nervosa do que assustada. — A quan-quanto tempo está a-aqui?! — tentava alcançá-lo enquanto corria pelo quarto.

— Não sei. — deu de ombros. — Desde a hora que você sentou nessa mesa talvez. — desviava da menina com facilidade, pulava pela cama e pela mobília, sequer se importava em bagunçar tudo ali. — (...) Conheci-te há pouco tempo, mas sinto como se estivéssemos destinados um ao outro (...) — continuava imitando uma voz da qual Kougyoku não se lembrava de ter, deixando-a incrivelmente mais irritada.

— Me devolva isso agora! — parou drasticamente cercando ele e ameaçando-o com a mão em seu receptáculo.

— Ah, então você quer brincar com magia? — riu torto. — Garota, você deveria saber no que está se metendo. — cruzou os braços, esperando alguma reação vinda dela.

Kougyoku franziu o cenho como ele nunca vira antes, tirando seu receptáculo mágico do lugar e apontando-o diretamente ao oráculo. Aquele poder que ele tanto admirava e julgava poder transformá-lo então em seu receptáculo de rei, lhe daria uma apresentação particular neste instante. Um tanto de água surgiu envolvendo-a por inteiro, cobrindo seu corpo e fazendo-o reaparecer já com as trajes ousadas de Vinea.

— Judal-chan, me devolva a carta e estaremos bem. — pediu mais uma vez, estava realmente séria.

— Você se atreveria a fazer isso, Kougyoku? — fez um biquinho, erguendo o papel para voltar à leitura.

A princesa não esperou mais nenhum movimento da parte dele, balançou a mão com o receptáculo liberando um ataque poderoso, tinha uma feição histérica, como se sua vida dependesse das palavras escritas naquele papel. Judal riu alto vendo toda aquela torrente de água vindo em sua direção, não se aguentava. Ela sem entender, aumentou a pressão para que alcançasse o magi mais rápido.

Subitamente toda aquela água se congelou, paralisando-se em pleno ar e deixando Kougyoku pasma. Pode vê-lo apenas desmaterializar sua varinha com um sorriso vitorioso no rosto.

— Você não pode comigo, minha magia cancela a sua. — rasgou o papel, jogando os picotes pela janela e voltando-se para ela. — Não me leve a mal, foi divertido. Sem contar que é sempre um prazer te ver assim. — aproximou-se enxugando uma lágrima magoada que escorria pelo rosto da garota e deixando-a sozinha.

Ela voltou a sua forma original, mordendo os lábios de nervosismo. Judal sempre fora o mais sarcástico de todos, adorava a diversão em que o lado prejudicado nunca seria ele. Aquilo a irritava profundamente. Apesar de tudo, não podia nutrir ódio por ele, afinal, Judal fora o único que vira potencial nela, o único que a ajudou em erguer-se no império quando todos sequer sabiam que existia outra princesa além de Hakuei, devia muito a ele. Viveria eternamente essa relação de amor e ódio com alguém como Judal, mas deveria focar-se apenas em Sinbad no momento.

Kougyoku levou bons minutos para pegar no sono, sua mente trabalhava a mil pensando em coisas como Judal-chan deveria entender melhor meus sentimentos. Bem no fundo, ela sabia que ele não era má pessoa. Suspirou trocando de lado na cama, não podia perder seu tempo pensando no oráculo, caso acordasse com olheiras, Koubun lhe daria uma bronca daquelas.

Sem perceber o sono lhe conquistou gradativamente, seus olhos não resistiram e se fecharam para abrir somente no outro dia.

Judal por outro lado, ria sozinho no jardim, caminhando de volta a seu quarto e lembrando-se dos últimos instantes que passou com a princesa. Ele via nela mais do que podia imaginar. Quando ameaçada ou vendo qualquer coisa importante para si sendo ameaçada, ela se tornava outra pessoa, não recuava facilmente. A primeira vez que encontrou com aquele magi baixinho, foi somente graças a Kougyoku que pode continuar vivo.

Sentia-se na obrigação de atrapalhar essa relação ridícula entre ela e o reizinho, afinal, a quem mais Kougyoku pertencia senão a ele? O homem que podia lhe dar tudo era ele.

Alguns diriam que isso podia ser amor, mas Judal não a amava.

Amá-la iria contra seus próprios conceitos, o que sentia pela princesa não passava de apenas uma complexa possessão. Ela deveria ser dele, e nenhum rei de Sindria meteria o dedo nisso.

...

— Princesa — Ka Koubun chacoalhou-a de leve a fim de despertá-la. — Princesa!

— Hm? — Kougyoku respondeu coçando os olhos incomodada com a claridade.

— Desculpe acordá-la, mas poderia me explicar esse aguaceiro no chão? — perguntou juntando as mãos no tecido da roupa.

Aquelas palavras não surgiram efeito nenhum na garota ainda grogue por ter acordado a pouquíssimo tempo. Seu assistente estalou o dedo algumas vezes, voltando a perguntá-la sobre aquela poça de água no quarto. Só assim Kougyoku lembrou-se da visita que recebera ontem, e a confusão que ela causara. Depois de Judal congelar seu ataque, esqueceu de fazer algo com a pedra de gelo que ele fizera, o que resumiu sua atual situação.

— Eu n-n-não sei... — mentiu cobrindo o rosto, Koubun percebeu de imediato.

— Você está escondendo o rosto, princesa. — expirou não muito animado com aquilo. — Você faz isso quando se sente sob pressão então, por favor, conte logo o que houve.

— Eu derramei um copo de água! — levantou-se agitada, sequer percebeu que ainda trajava as roupas de dormir.

— Não vejo copo nenhum aqui. — ele respondeu virando-se para não olhá-la. — Irei chamar alguma serva, troque-se até eu voltar.

A princesa sentiu-se aliviada, Koubun sempre fora um ótimo assistente, mas na maioria das vezes era demasiado rígido. Não gostaria nem de imaginar se ele soubesse que Judal estivera em seu quarto depois do horário de dormir e que ela ainda por cima usou o Djinn Masou. Desceu da cama cambaleando e avistou um picote da carta que escrevia ao seu amado, tratou depressa de jogá-la pela janela, afinal, havia perdido o papel todo, o que faria com apenas um pedacinho?

Em poucos minutos Ka Koubun estava de volta, bateu na porta antes de entrar e logo estava a tratar dos assuntos mais sérios com a princesa.

— E então haverá uma confraternização com alguns políticos de Rakushou. — lia um pergaminho onde anotara toda a agenda da garota. — Sei que não gosta de socializações, mas creio que isso será importante para seu status como princesa de Kou. E para mim também, é claro. — cochichava seus desejos ocultos, fazendo uma cara engraçada com toda aquela ganância e o desejo em ser reconhecido no império.

— Disse alguma coisa? — ela não havia ouvido bem a última parte.

— Não, não se preocupe. — balançou as mãos fingindo não ser nada. — E também, Judal me contatou essa manhã, pedindo um dia livre seu para passar com ele.

— O quê?! — a garota virou-se caindo sentada, foi ajudada por algumas servas que a seguiam. — O que você disse como resposta?!

— Que você tinha a semana inteira se ele quisesse.

— Por que Koubun?! — havia perdido o chão, seu assistente nunca gostou do magi, por que logo de cara a liberaria para sair com ele? Sair? Kougyoku estava tão confusa quanto quando criança.

— Não gosto daquele homem, mas ele disse que seriam por causas nobres, então não vi problemas. — suspirou. — Aliás, também mandou que você procurasse por ele.

...

Kougyoku estava novamente perdida naquela fortaleza onde vivia. Não era acostumada a andar sozinha por lá, seu assistente ou algum servo sempre a acompanhou sabendo da dificuldade da princesa em direcionar-se em qualquer lugar que fosse. Hoje estava só.

Quando qualquer soldado passava a seu lado, cobria o rosto com as mangas compridas da roupa, sentia-se estranha por ali. E numa dessas de tampar sua visão que acabou esbarrando em alguém.

— Olhe por onde anda!

— Desculpe-me, por favor. — curvou-se em uma reverência, sem olhar quem era.

— Kou, o que faz sozinha por aqui? — Kouha apoiou-se naquela espada maior que ele, deixando um sorriso zombeteiro escapar. — Não é normal você andar sozinha. 

— Ah, é apenas você. — a princesa recompôs-se, mudando completamente sua atitude.

— Não sei como alguém vai te aguentar, com essa sua mania bipolar de ser. — estalou os lábios, tomando a direção oposta com suas concubinas.

Agora eram as palavras de seu irmão que martelavam em sua mente, mais um para pesar em sua consciência sobre ter alguém. Estava deprimindo-se ainda perdida, quando avistou ao longe a silhueta que tanto procurava.

Havia um campo de flores no palácio? Kougyoku era assim tão isolada a ponto de não saber de coisas como essas em sua própria casa? Suspirou mais uma vez, dirigindo-se até o lugar.

Judal flutuava sobre um tapete. Não era um tapete mágico como o de Aladdin, mas ele próprio com sua magia o fazia planar. Aquele cabelo enorme preso de um jeito peculiar balançava levemente por suas costas, o sol da manhã brilhava demais para que a princesa pudesse enxergar pelo menos um pouco da sua face virada.

— Que bom que chegou, vamos à Sindria. — anunciou simplesmente, virando-se e encarando o rosto assustado da menina entre as flores. — Qual é, não está feliz em poder ver seu rei novamente?

— Por que iríamos pra lá? — foi tudo o que conseguiu dizer com o susto.

— Não quero você apaixonada por um inimigo. Vamos até lá para acabar com a raça deles, causar um pouco e depois nós voltamos, é claro. — respondeu jogando os ombros, aquilo para ele era realmente nada.

— N-não Judal-chan! E não fique dizendo que estou apaixonada por ele assim, tão abertamente. — escondeu o rosto róseo entre as mãos.

Por alguns instantes, Judal sentiu que gostaria de continuá-la vendo envergonhada, gostava de irritá-la por esse motivo, e assim uma ideia se passou por sua mente.

— Então vamos treinar, reequipe seu Djinn. — ordenou, virando-se completamente para ela ainda sobre o tapete.

— J-Judal-chan! — gritou nervosa. — Não irei ficar tão pouca vestida na sua frente!

— Ontem você ficou e não reclamou... — sorria maroto, dando a entender que gostara do que vira. Ele realmente gostava de vê-la daquela forma.

— Ontem f-foi diferente! Você me irritou e eu precisei me defender... — encarava o chão abraçando a si, sentia-se ofendida por participar desse tipo de conversa.

— Vem, vamos dar uma volta então. — bateu algumas vezes a destra no tecido flutuando, convidando a sentar-se.

Kougyoku era inocente demais, mal sabia quando Judal falava sério, e agora com certeza não era uma dessas vezes. Adentrou mais fundo no campo de flores, caminhando com dificuldade até chegar onde o oráculo se encontrava. Ele abaixou o tapete, a fim de ajudá-la a subir, mas ao colocar o primeiro pé para apoiar-se, Judal moveu-se para longe apenas vendo-a cair entre as flores de cara no chão.

— Você é tão idiota! — jogou-se no tecido, rindo exageradamente enquanto segurava a própria barriga com aquela cena que vira. — Você acreditou mesmo que eu iria te ajudar a subir?! — sentiu o olho lacrimejar, e ao vê-la se levantar coberta de pétalas amarelas na cabeça irada com ele, só pode chorar literalmente de tanto rir.

— O único idiota aqui é você! — esbravejava tentando falar mais alto que a risada do rapaz.

Ele parecia estar ocupado demais para prestar atenção na garota, e aquilo deu a Kougyoku uma brilhante ideia. Retirou seu receptáculo do cabelo sem que ele percebesse, e em um movimento rápido sem dificuldade alguma, deu um banho no moreno.

Judal calou-se no instante que sentiu a água bater contra si. Ficou de pé em um pulo, estava encharcado e encarava a princesa como se seu olhar pudesse perfurá-la. Talvez essa fosse sua atual intenção mesmo.

— Você mereceu! — inflou as bochechas cruzando os braços, estava irritada com ele, aquilo não fora justo.

— Mas eu não te molhei. — disse apenas. — Você tá fodida. — desceu do tapete para ir atrás dela.

Kougyoku fez menção de segurar o vestido para poder correr, mas ele já havia pulado nela. O magi negro a agarrara pela costa, tirando seu corpo do chão e esfregando-o ao seu. Estava ensopando a garota juntamente, porque aquilo sim era justo em seu ponto de vista. Kougyoku apenas resmungava o que podia, ele havia tampado sua boca com uma das mãos.

Judal apertava tanto a cintura da menina que ela sentia doer o lugar friccionado, talvez ele não tivesse o menor senso de como tratar uma princesa.

— Judal-chan, por favor, está me machucando! — conseguiu deixar que sua voz escapasse em um pequeno vão entre os dedos dele.

Ele soltou-a imediatamente, deixou que caísse no chão sem preocupar-se em amortecer sua queda. Viu-a acariciar a barriga levemente, e aquilo de alguma forma pesou em sua mente, mas não se desculparia, Judal não era desses.

— Isso é pouco para você. — falou antes de deixá-la sozinha.

...

Judal queria apenas que Kougyoku fosse até ele, como ela ia até Sinbad. Ele era capaz de tudo por ela, mas a princesa estava confusa demais em seus próprios sentimentos por aquele maldito rei de Sindria. Não que Judal tivesse desenvolvido quaisquer sentimentos pela sua candidata a rei, apenas queria de volta o que era por direito seu.

Judal era tão possessivo que adquiria pessoas como seus próprios bens, e Kougyoku era o item mais valioso de sua coleção.

Passara o resto do dia lembrando-se dos poucos minutos que passou com a princesa, riu diversas vezes lembrando-se daquela cara envergonhada que ela fazia e da sua inútil tentativa de se esconder atrás das mangas do vestido. Kougyoku simplesmente o divertia, talvez fosse por isso que adorava tanto irritá-la.

— Bruxa velha, não vá tirando sua roupa na minha frente, gosto de ser respeitado. — sentou-se na janela, vendo-a sair do banheiro enrolada numa toalha.

— J-J-Judal-chan?! — sentiu o rosto esquentar de imediato, segurando bem o pano que prendia-se ao seu corpo para evitar desastres. — Sai daqui agora! — gritou nervosa, ainda não entendendo o porquê de ele estar ali.

O magi mandou que ela simplesmente pegasse suas vestes e se trocasse no banheiro mesmo, não estava com saco para sair dali e depois voltar, afinal, tinha assuntos a resolver com Kougyoku.

O resto do dia que ficou sem vê-la serviu apenas para que chegasse a conclusão que daria duas opções a princesa, e caso ela escolhesse a errada, sofreria as consequências. Riu torto pensando melhor, ela sofreria essas consequências escolhendo qualquer opção afinal. Esperou anoitecer julgando ser o melhor horário para conversar de novo com a garota, assim como na noite passada.

Eu estou pronta Judal-chan, mas não irei sair do banheiro por que o Koubun preparou apenas minha roupa de dormir e — sua voz saía abafada devido a porta que o separavam.

— Vou arrombar isso. — guiou-se até a porta, tomando impulso sem sequer se importar. — Se não sair da frente e tomar na cara o problema é seu.

— Eu saio! — gritou destravando a maçaneta.

Kougyoku abrira mesmo a porta, encontrando-se com o oráculo que a encarava firmemente. Expirou e inspirou algumas vezes, ainda sem saber o que fazer com ele bloqueando sua passagem. Ela era tímida demais para suportar aquele olhar carmesim sobre si, em segundos precisou esconder-se, era incômodo. Fazia tempos que Judal não agia assim com ela.

— Prefiro você séria, ultimamente não consegue nem me olhar direito. — suspirou jogando-se na cama dela.

— Não diga isso, eu continuo apenas —

— Apenas apaixonada por um idiota? — sorriu vitorioso quando a viu se estressar.

— Judal-chan! Não admito que você venha no meu quarto a essa hora apenas para caçoar de mim! — cruzou o braço sobre o peito, inflando as bochechas pronta para atacá-lo se precisasse.

— Certo, certo. — balançou as mãos fazendo pouco caso. — Como seu magi, eu preciso de atenção também. — puxou seu braço, jogando-a sem a menor delicadeza sobre sua própria cama. — Você deveria saber que sempre estarei aqui, e quero que você tenha em mente o que vai perder se fugir de mim.

Subiu na princesa, deixando seus corpos colados e ao mesmo tempo presos um ao outro, não queria que ela escapasse hoje. Aproximou-se perigosamente de seu rosto, mas a mesma expôs o pescoço quando o virou no intuito de escapar do beijo. Judal não pode ficar mais feliz com aquilo. Tampou a boca de Kougyoku mais uma vez no dia, juntando seus lábios a curva de seu ombro. Distribuía beijinhos por aquela área, e a esse ponto a menina não ficava quieta, protestando contra aquilo da forma que podia.

Judal sempre se imaginou como um brinquedo abandonado. Depois que a princesa cresceu, ela sequer procurava por ele em noites tempestuosas, não o chamava mais para treinos diurnos e não parecia precisar mais de conselhos. Aquilo o incomodava, sentia falta da indefesa Kougyoku. E depois que aquele rei entrou em sua vida, sua relação com ela apenas piorou. Percebeu isso quando lhe lançou o convite para voltar com ele em Sindria e ela o recusara.

Encarou a face dela avermelhada por alguns instantes, apesar de estar submissa a ele no momento, o magi sentia que normalmente seria o contrário. Ele sempre seria seu brinquedinho, mas a condição seria ela ser apenas dele, e Kougyoku não estava obedecendo isso.

Surpreendeu-a passando a língua pelo seu pescoço sem qualquer aviso prévio, ela havia parado de contorcer-se há algum tempo, mas voltara a resmungar vendo que ele não iria parar por ali.

— Shh, você faz muito barulho. — cochichou suficientemente perto de sua orelha. — Aliás, Kougyoku, aquele rei de merda faz isso com você? — terminou a pergunta mordendo de leve seu lóbulo para depois lambê-lo. A princesa respondeu apenas negando com a cabeça, sua boca ainda estava tampada pela mão do rapaz por segurança. — Heh, eu já sabia disso. — ria da feição dela. — Você devia saber que o eu tenho é seu, que eu sou seu.

Judal ria mentalmente da sua idiotice, parecia um maníaco apaixonado. Certa parte de sua consciência não negava isso, a outra dizia como consolo que ele era apenas possessivo ao extremo.

Ele tirou a mão dos lábios da garota, deixando-a livre para gritar se quisesse, mas ela apenas mantinha sua respiração descompassada. O vestido leve delineava seu corpo, não era como aquelas roupas cotidianas do império, que tinham diversos panos e em um abraço você mal sentia o corpo da mulher; era um tecido simples, talvez fosse seda. Judal desceu sua mão até a cintura curvilínea da princesa, apertando-a de leve, sabendo ser o mesmo local onde a agarrara mais cedo. O aperto se desfez em uma carícia ousada, circulava por sua barriga oculta vendo-a se mexer sentindo-se desconfortável. Não, não era essa a palavra certa, Kougyoku experimentava algo que nunca sentira antes, talvez estivesse apenas receosa com aquilo.

— Judal-chan... — chamou-o timidamente. — Sinbad-sama ele —

— Não quero saber desse cuzão. — calou-a com um beijo.

Ela não pode corresponder de início, seu primeiro beijo estava sendo roubado pelo magi negro com quem crescera. Ele era experiente, ou pelo menos parecia ser. Suas mãos a puxaram pela cintura, erguendo-a da cama com certa brutalidade tentando quebrar o espaço entre seus corpos. Kougyoku nunca imaginara que um dia pudesse estar nessa situação, ainda mais com Judal. Ela não o imaginava dessa forma, mas seus pensamentos estavam bagunçados demais, Sinbad não tinha espaço em sua mente agora, Judal estava sendo egoísta demais a roubando assim.

Ele estava para se separar vendo que não conseguiria muita coisa da menina, quando ela enlaçou seus braços sutilmente pelo pescoço do rapaz, então aquilo era um sinal positivo?

Judal não via o porquê pedir permissão em tocá-la, descia suas mãos livremente pelas coxas dela sentindo a necessidade de tê-la colada a si a cada instante. Ele sequer avisou quando sua mão escorregou até debaixo do vestido.

— Judal-chan, e se — arfou com as mordidas que levava em seu colo. — o Ka Koubun...

— Não me importo. — continuava seu trabalho em entreter a princesa, não podia parar, ela iria desistir caso a deixasse descansar.

Pensou por um instante; era ótimo ver sua Kougyoku tão entregue a ele, mas era isso mesmo que queria? Ele não queria que ela o visse como seu inimigo mais tarde. Por que se quisesse, poderia causar a tempestade perfeita nessa cama.

— Bruxa velha. — deixou sua possessão por um momento, largando-a entre o lençol espatifado. — O que você quer?

A princesa encarou-o confusa. Ainda mais confusa. Desde que acordara, até encontrá-lo de manhã e o resto do dia, sua mente repetira diversas vezes o nome do rapaz:

Judal-chan não é um bom amigo. Judal-chan não se importa com quem amo, ele só me irrita. Judal-chan implica tanto comigo. Por que Judal-chan quer tanto que eu deixe de amar Sinbad-sama?

— Judal-chan, por que você quer tanto que eu deixe de amar Sinbad-sama? — retrucou.

— Kougyoku, você é minha. — respondeu de imediato, ainda surpreso por ela ter chegado aquela conclusão. — E se você não for minha, também não vai ser de mais ninguém. — levantou-se, deixando-a sozinha na cama. Preparava para pular a janela, quando a ouviu.

— Então eu quero você! — gritou irritada por ele ter a deixado. — Você não parece me amar, mas me trata como se amasse, eu não te entendo... — juntou as pernas num abraço a si própria, sua mente estava a mil.

— Cala a boca, você sequer sabe o que é amar. — revirou os olhos. — Você sabe que isso não tem volta, né? É um sim ou não, sem talvez. — riu vendo-a se encolher afirmando que sim.

A relação dos dois se tornaria ainda mais desastrosa futuramente, mas quem se importava? A verdade é que Judal fora fisgado pela princesa há muito tempo, mas não se sentia no direito de amá-la. Talvez ele apenas estivesse destinado a ser um desalmado eternamente e ela fosse simplesmente quem o salvara.


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Notas finais do capítulo

Sobre a magia dele cancelar a dela: lembrando apenas que o Judal domina a magia de gelo, então obviamente parar a magia da Kou que é de água não seria grande coisa para ele...
Djinn Masou: a armadura de Djiin equipada

Gente, adoro trabalhar com o Koubun sdygfihjsdkfhj acho ele muito fofo e é a única pessoa além do Judal com quem shippo a Kou, eles tem uma relação legal ♥
Vocês já devem ter percebido que adoro um Judal ciumento e possessivo, né? Realmente acho que isso cai bem com a personalidade dele :v
Bem, a história foi revisada mas caso encontrem erros, peço que me informem para que possam ser consertados!
Até mais, e feliz ano novo para vocês ♥