I remember you escrita por DoryokuYume


Capítulo 1
Keep save




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Diário do Simon [105º dia]:

A cada dia tenho me preocupado mais e mais com a Marceline. Após ter usado essa maldita coroa contra aquelas criaturas estranhas, sinto que cada vez mais ela vem sugando a minha memória e tenho muito medo de esquecê-la, ela só tem a mim, como figura de segurança e se posso dizer, como de um pai também. Fomos andar por uma parte da floresta nesses dias, Marceline como sempre estava segurando o Hambo enquanto apertava e segurava forte a minha mão direita, ela estava crescendo, seu cabelo havia ficado maior, mas continuava com a mesma roupa do dia em que a conheci, logo logo eu deveria arrumar roupas maiores para ela. Andando pela floresta, a Marceline avistou uma clareira com algumas flores, aquilo era um relativo milagre, o motivo disso é porque durante a guerra o solo recebeu muita radiação então não é provável que nascesse alguma coisa por ali, ela correu em direção a elas largando a minha mão, se sentou ao lado delas e começou a cheirá-las, ao longe eu lhe disse

-Marceline, eu vou dar uma olhada por ai, não saia daqui e se precisar de algo, ou algo lhe atacar, grite.

-Tudo bem Simon. – Adentrei a floresta um pouco apreensivo, eu realmente não queria usar aquela coroa mais uma vez, tinha medo do que poderia acontecer comigo... Não, não era isso, tinha medo do que eu poderia fazer a Marceline. Após andar um tempo parei para sentar em uma pedra, eu tinha que encontrar algum tipo de comida, de repente eu parei, olhei para o nada, e a partir daí não lembro mais de nada, creio que perdi a consciência , quando a recobrei, Marceline estava agarrada em mim chorando e gritando o meu nome e sempre dizendo “Eu não sou o Gunter”, não sei o que aquilo significava, mas procurei acalmá-la.

-Marceline, querida, se acalme. Não precisa mais chorar.

-Simon? – Ela disse ainda entre soluços um tanto altos.

-Sim querida, não precisa mais chorar, me desculpe pelo o que quer que eu tenha feito.

-Tudo bem, só não me esqueça.

-Eu prometo. – Mesmo assim ela continuava soluçando e chorando, então a peguei no colo e fui carregando-a até onde estávamos acampando, em uma caverna um pouco afastada da cidade principal, era até confortável contando que eu juntei vários moveis que encontrei pelas ruas da cidade, havia uma cama de casal, uma escrivaninha e um armário que eu usava tanto para guardar mantimentos, quanto para guardar meus livros. Marceline correu para cima da cama e começou a pular, já cansei de falar para ela que isso pode ser perigoso, então apenas digo para ela maneirar nos pulos, também notei que isso era bom, pois ela gastaria muita energia e acabaria ficando com sono e da sempre certo, agora mesmo ela esta dormindo tranquila na cama enquanto escrevo o meu diário, não sei se um dia esse diário vá servir para alguma coisa, mas não custa nada escrever, além disso, escrever tem se tornado uma coisa importante para me deixar com a mente sã. Acho melhor eu me recolher por hoje, decide uma coisa muito importante hoje e preciso refletir sobre ela.

Diário do Simon [106º dia]:

Acordei um tanto atordoada, eu havia dormido tarde tomando uma decisão, então ainda estava com sono, mas Marceline não sabia disso e continuava a me chamar.

-Simon, Simon, Simon, Simon, Simon, Simon, acorda, já é de manhã, Simon! – Foi a ultima vez que ela me chamou antes de eu acordar, como sempre estava com um lindo sorriso no rosto, tão inocente... Fico feliz de ter ela comigo. Encontrei a Marceline logo após de ter perdido a Beth por conta dessa maldita coroa, minha cabeça estava perturbada e eu estava meio perdido e sem rumo, vagando pela cidade durante a guerra para ver se alguma acontecia comigo e me levasse a morte, foi ai que eu escutei o choro dela o que de alguma forma me fez ter um choque de realidade e correr para ajudar, ela estava bem, porém, tinha arranhado o joelho, foi nessa época que dei o Hambo a mesma, fazendo-a rir, coloquei um curativo em sua perna e saímos correndo. Lembrei-me de um detalhe um tanto importante, Marceline não parava de gritar chamando pela mãe, realmente não sei se ela apareceu depois, mas depois que me lembrei disso, perguntei seriamente a Marceline.

-Querida, você ainda não me contou sobre sua mãe.

-Foi, mas Simon, eu não quero falar disso.

-Mas Marceline, se você não me contar, não vou poder te devolver em segurança a sua mãe.

-Não quero voltar para ela, eu quero ficar com você Simon.

-Minha querida...

-Ela vai me fazer ficar com ele... Eu não quero.

-Ele?

-Meu pai... Eu não gosto dele Simon, e nem ele gosta de mim.

-Você não deveria falar isso.

-Eu não quero, ele não liga pra mim e nunca vai ligar.

-Pode pelo menos me falar o nome dele?

-Hunson... Abadeer.

-Hunson Abadeer?!

-Você o conhece Simon?

-Já ouvi muito sobre ele.

-Não quero mesmo ficar com ele.

-Quer me contar o porquê?

-Minha mãe sempre me contava historias sobre como era o relacionamento deles, ele sempre andava ocupado e nunca tinha tempo para a mamãe, mas ela sempre dizia que não era a culpa dele porque ele tinha que governar a Noitosfera. Mesmo depois que eu nasci, ele não me visitou uma única fez, só sei como ele é por fotos.

-Então, porque sua mãe queria que você ficasse com ele?

-Ela dizia que com essa guerra, era mais seguro pra mim ficar com ele – Isso me fez pensar, se eu realmente tinha o direito de estar com a Marceline esse tempo todo, a mãe queria que ela estivesse com o pai e como agora eu não estava muito confiante sobre como estava o meu estado mental, aquilo me parecia ser o mais seguro para ela apesar de eu não confiar no Hunson, mas aquilo tinha que ser feito.

-Querida, será que você poderia ficar aqui na caverna por um tempo?

-Claro Simon, mas aonde você vai?

-Preciso resolver algumas coisas.

-Tudo bem, volte logo – Ela acenou para mim ao longe, pegou a patinha do Hambo e fez com que ele acenasse também. Procurei a parte mais escura da floresta, tirei dos meus bolsos uma folha um tanto especial, a Beth era fascinada por coisas com um teor místico e estranho, a folha continha um tipo de encantamento para se falar com o Hunson, desenhei no chão o mesmo desenho que havia na folha e pronunciei as palavras, um tremor tomou conta do chão da floresta e uma enorme fissura se abriu no chão revelando a chamada Noitosfera, alguns segundos após isso ele apareceu.

-Ora, ora, faz um tempo que não usam esse encantamento para me chamar pessoalmente, e não são todos que tem.

-Hunson Abadeer

-E você quem é?

-Simon... Petri... Só Simon.

-Tudo bem Simon, o que você quer?

-Que cuide da Marceline.

-Como você sabe dela?

-Estou cuidando dela, antes que conteste, essa coroa que eu tenho pendurada me da poderes de gelo, mas ela tira toda a minha sanidade, sem contar a minha memória, não é mais seguro a Marceline estar comigo e eu sei que a sua esposa iria querer isso.

-A mãe da Marceline não é a minha esposa... Ela foi apenas um namoro, apesar de eu amá-la, assim como amo aquela garotinha, mas... Eu fui proibido de vê-la pela mãe dela.

-Por quê?

-Sabe, essa guerra, praticamente é obra minha, eu provoquei as potencias para se atacarem, e ela não gostou de nada disso, foi um trabalho árduo de 7 anos, mas consegui.

-É a exata idade dela, bem, na verdade agora ela tem 8 anos, então... Hunson vai aceitar?

-Sim, traga ela para cá e vou protegê-la. – Voltei triste para a caverna, não sabia como ia ser de agora em diante sem ela, mas eu realmente fico feliz que ela vai estar segura, não confio naquele cara, mas sei que ele a ama de verdade, sentei a Marceline na cama e me posicionei de joelhos a frente dela, disse que iríamos a um lugar na floresta que seria seguro para ambos e que ela precisava arrumar as coisas dela, ela concordou alegre e arrumou a sua pequena bolsa, pendurou o Hambo na lateral e falou que estava pronta, arrumei a minha bolsa para não levantar nenhuma suspeita, peguei em sua mão saindo da caverna, durante a caminhada começou a nevar acho que de alguma forma aquela coroa estava emanando poder para fazer aquilo acontecer, de alguma forma aquilo eram as minhas lagrimas.

-Simon, esta nevando.

-Verdade.

-A neve é tão linda... Simon, com essa coroa você podia ser o Rei Gelado?

-Rei Gelado?

-Sim, já que ela faz neve.

-Não sei, talvez sim.

-E eu? O que eu seria?

-Você pode ser a Rainha das Neves.

-Não tenho coroa – Procurei no meio em que estávamos algum tipo de objeto, mas resolvi fazer uma coisa mais bonita, como uma coroa de flores, coloquei em sua cabeça, ela sorriu e subiu em uma pilha de destroços dizendo ser a rainha, me curvei e perguntei se poderíamos seguir com a caminhada, ela disse que sim e seguimos, quanto chegamos ao local, ela olhou para mim com uma expressão de horror e começou a chorar perguntando porque eu tinha feito aquilo, o Hunson a colocou nos braços, o choro continuava e antes de os dois sumirem para a Noitosfera ela gritou o meu nome.

Diário do Simon [323º dia]:

Não sei por que estou escrevendo isso, não sei mais de nada, não consigo mais pensar em nada, sinto que não tenho mais passado... Não tenho nada para escrever aqui. Alguém me ajude, eu não consigo pensar em outra coisa... gelo... gunter... eu... preciso lembrar de um nome... Marceli... Não lembro! Me desculpe...


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