Tentação escrita por MePassaAManteiga


Capítulo 20
- Capítulo 20




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Havia acabado de tomar banho quando recebi uma mensagem do Louis, nela ele dizia que precisava comprar algumas coisas na loja de ferramentas Born’s, que não ficava muito longe, e queria companhia. Eu respondi a mensagem aceitando ser a companhia dele.

Louis parou com a caminhonete do pai dele em frente a minha casa, Lucia estava no jardim, molhando as plantas, coisa que não fazíamos em casa, muito menos em tempos frios. Ela estava segurando uma pequena pá de plástico e do seu lado um regador.

– Acho que elas já não vão voltar a ser como antes. – Falei para Lucia, me referindo as plantas, ela me lançou um olhar de canto e resmungou baixo.

– Vá andar com esse seu amigo, deixe que disso cuido eu. – E voltou a mexer nas plantinhas quase mortas.

– Não deve ser fácil aguentá-la. – Louis falou dando partida na caminhonete.

– Imagine. – Sorri. – Ela é demais.

A loja Born’s era enorme, lá era possível encontrar qualquer tipo de ferramenta, Louis estava à procura de acessórios para o carro dele, macaco, chaves, etc.

– Vou deixar aquele carro novo em folha. – Disse, fuçando nas prateleiras.

– Isso vai ser demorado.

– Não muito. – Ele piscou.

Depois de fazer a compra de ferramentas, nós saímos da loja, Louis carregava duas sacolas enormes, que foram imediatamente jogadas atrás da caminhonete. Não faltava muito para dar minha hora de serviço, então pedi para que Louis passasse pelo caminho que nos levava diretamente ao Rock’s. Quando nos aproximamos do lugar, as portas da lanchonete estavam fechadas e fitas amarelas prendiam-se em dois cones vermelhos na frente do local, algo havia acontecido, duas viaturas cercavam o lugar junto com uma ambulância.

– Mas que diabos houve aqui? – Louis desligou a caminhonete.

– Não sei. – Falei saindo com toda a pressa da caminhonete, o bar estava aberto, então entrei por ele e segui meu caminho até a porta que ligava os dois lugares, um homem de colete falava ao telefone, enquanto um grupo de policiais entrava no depósito da lanchonete. – O que está havendo? – Perguntei com desespero.

– Não pode ficar aqui. – Falou o homem de colete vindo em minha direção. – Saia.

– Não. – Tirei sua mão que segurava meu braço, para me tirar do local. – Eu trabalho aqui, o que houve? – Ele desligou o telefone e me chamou com um gesto para que eu entrasse. Louis estava na porta do bar tentando convencer um cara, que apareceu do nada, a sair do caminho, mas não estava tendo sucesso.

– Ainda não sabemos o que houve, - O homem puxou uma cadeira para que eu pudesse sentar, barulhos vinham do depósito, não era possível ver ninguém que trabalhasse lá, apenas policiais e pessoas de branco que provavelmente eram médicos. – encontramos alguns corpos no chão da cozinha. Um assassinato brutal. – Eu congelei. – Vamos trabalhar duro nesse caso, não temos qualquer testemunha. – Ele puxou um cigarro do maço que estava em seu bolso da frente, e ergueu seu isqueiro para acender. – Trabalha a muito tempo aqui? – Ele perguntou puxando o objeto pela boca, como se fosse um canudo puxando refrigerante.

– N-Não. – Gaguejei, estava nervosa demais. Eu poderia ter feito parte do ocorrido se viesse mais cedo, não sabia se ficava feliz por não ter presenciado tudo pessoalmente e ter sido uma das pessoas mortas ou se ficava triste pelo que aconteceu. – Abgail. – Meu pensamento me fez lembrar dela, “Ela estava no meio também?”, pensei.

– Quem é Abgail? – Ele ergueu uma sobrancelha.

– Ela toma conta do lugar. – Falei.

– Oh. – Ele pegou o cigarro da boca e soltou uma fumaça branca que me incomodava. – Abgail. – Ele repetiu o nome dela. – Sabemos que não tem nenhuma vítima mulher aqui. – Senti um alívio quando ele falou aquilo. – Mas há indícios de que ela estava aqui quando tudo aconteceu. – Ele espremeu a ponta do cigarro na mesa e jogou-o dentro do maço novamente. – Ela pode ter escapado.

– Isso é bom. – Suspirei de alívio, ela era ignorante e antipática, mas não desejava um mal a esse ponto sobre ela.

– Ou... – Ele continuou. – Ela pode ter sido levada pelos criminosos.

– O que? – Me levantei. – Meu Deus. – Ergui minhas mãos na cabeça. – Vocês precisam achar esses canalhas, e se eles machucarem ela? – Meu desespero voltara com mais intensidade.

– Se acalme. – O homem puxou um papel branco de dentro do colete. – Marque seu telefone aqui. – Seu braço se esticou em minha direção segurando o papel e uma caneta azul. – Qualquer coisa, eu ligarei. – Eu marquei o número no papel e entreguei para ele.

– Mag. – Louis apareceu correndo em minha direção. – Consegui passar pelo babaca. – Ele olhou para o homem de colete. – O que houve aqui? – Perguntou.

– Sua amiga pode contar. – Ele guardou o papel e a caneta dentro de seu colete e colocou a cadeira de volta no lugar. – Pelo visto, você terá uma longa folga, senhorita... Mag. – E andou até a porta do depósito. – Tenho que descobrir mais pistas. – E entrou.

– Jess precisa saber disso. – Pensei alto. Talvez ele tivesse alguma ideia de quem teria feito isso, ele conhecia pessoas más, todos os seus “amigos” eram demônios, eles eram os meus primeiros suspeitos, e Abgail estava em perigo, quem sabe o que eles poderiam fazer com ela.

– Jess? – Louis perguntou. – Jess é detetive agora?

– Esqueça. – Puxei seu braço, dirigindo até a saída. Alguns curiosos estavam do lado de fora sussurrando uns para os outros sobre o crime.

Louis me deixou em casa, a noite já tomara conta do céu e o frio continuava. Entrei e contei para Lucia o que havia acontecido, ela amaldiçoou os bandidos sem mesmo saber quem eram e disse que o mundo ficava ruim a cada dia que se passava. Depois de conversar com Lucia, subi para meu quarto para pensar sobre tudo.

Com meus pensamentos rondando toda minha cabeça eu cheguei a uma conclusão de que eu poderia ser a vítima dos criminosos, e se os demônios estavam me procurando no Rock’s? Eles poderiam saber que eu estava trabalhando lá e foram com a intenção de me matar. Jess precisava aparecer. Eu tentei ligar pra ele mas a ligação não completava, minhas mensagens não tinham sido entregues, eu queria saber, e tinha certeza de que ele sabia de algo.


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