Fundação Enigma escrita por Abraxas


Capítulo 4
Capítulo 4 - Babuska Lady




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Oscar e Magali estavam sentados naquela mesa de reunião juntamente com aquele homem loiro que os recrutou há dois meses. O acadêmico e a professora aguardam em silêncio o término da leitura do relatório.

De súbito, o homem levanta os seus olhos e desabafa:

– Então... Em duas missões, vocês não obtiveram nenhuma prova? – diz o homem sério.

Oscar justifica-se muito mais rápido do que a Bruxa de negro.

– Foi como apresentado no relatório. Tivemos que devolver os objetos do quarto alienígena e falhamos em conseguir o manuscrito, pois não havia nada lá. – explica o acadêmico.

– Sabe o que isso significa? Foram duas derrotas. – decreta o loiro. A nossa Fundação precisa de elementos, provas e realizações para continuar funcionando. O que está escrito aqui, pode ter sido Verdade, como também, não ter sido. – explica.

Magali arqueia a sobrancelha.

– Então esta Fundação é um caça-tesouros e não uma instituição de pesquisa? – questiona a Bruxa.

– Não necessariamente. Os nossos investidores querem provas o bastante para continuar o empreendimento. Não é algo valioso, mas que justifique o dinheiro empregado. – argumenta o loiro.

Os dois contratados olham um para o outro. No fim, Magali joga um livro sobre a mesa.

– O que é isso? – questiona o loiro.

– Uma lembrança do Quarto Alienígena. – diz Oscar.

O loiro pega o livro e o folheia.

– É um texto religioso, uma espécie de Bíblia, escrito em Galego. – conclui o homem.

– É a Bíblia daquela realidade. – revela Magali.

– Analisamos os materiais. A tinta, o papel, o tecido da capa dura... Tem provas suficientes para os seus empregadores doarem o seu rico dinheirinho, Sr. Gustavo. – Oscar com ironia.

– Como?! – exclama o loiro.

– Acha mesmo que nós fazemos a nossa lição de casa? – diz Magali com um sorriso nos lábios. Gustavo Trevo, 40 anos, casado com Magnólia Alves Trevo, dois filhos, Pedro e Márcia, formado em administração de Empresas na Universidade de São Paulo. Entrou na Fundação Enigma há três anos, indicado por um tal de Sr. Lucas, um suposto parente que suspeitam que mais de cem anos de idade, mas com aparência de cinqüenta. O sujeito está desaparecido há dois anos, segundo os registros... – Magali dá uma pausa. Nós sabemos que não... – ela se ergue da cadeira e se inclina ameaçadora para o loiro.

– Está bem! Está bem! O relatório está aprovado! – diz Gustavo pressionado. Todos vocês receberão os seus reembolsos e proventos nas suas respectivas contas. – e põe a mão na testa para limpar o suor.

Magali dá um sorriso meigo, senta-se, entrelaça os dedos apoiando a sua bochecha direita nas costas da mão.

– OH! Que palavras gentis! Viu Oscar? Os nossos empreendedores são tão generosos com os seus contratados. – comenta a Bruxa num tom debochado.

–Acalma-se, Magali. – pede Oscar. O senhor Gustavo tem um longa conversa com seus investidores. E... Acho que a nossa reunião acabou. – conclui.

– Tem razão. – diz o loiro que se levanta. Vou entrar em contato com vocês pelas vias normais e habituais. – neste momento Gustavo recolhe os relatórios e o livro contendo um pen-drive com as análises químicos do material de outra realidade.

– Ficamos agradecidos, Sr. Gustavo. – sorri a Bruxa. Até loguinho...

O loiro fica sério, mas retribui o cumprimento com um leve aceno de cabeça.

Depois que o homem sai da sala, Oscar comenta para a colega:

– Retira-se o nosso alvo da zona de conforto e podemos levá-lo para um terreno mais propício para a captura. – observa o acadêmico.

– Arte da Guerra, Sun Tsu. Li esse livro. – diz a bruxa completamente relaxada. Gostei do seu escritório. Podíamos usá-lo como base de nosso grupo. – sugere.

– Vou pensar a respeito, aluguel é caro... – diz o homem.

– Mentiroso! Sei que o escritório é seu! – censura a mulher.

– Está aprendendo, Dona Magali... – provoca Oscar.

– Sou incrível! – a Bruxa faz uma careta ao se gabar.

Oscar fica admirando o rosto claro, sem rugas e o seu olhar inteligente e sedutor da professora.

– Agora entendo o Tenório e o Nyarlathotep desejarem você, és uma mulher muito bonita, Sra. Verdonni. – galanteia Oscar.

A Bruxa olha para o colega e dá um sorriso sedutor.

– Tarado! Já quer me comer... – e ri.

– Não gosta? – diz o rapaz.

– Sou muito mais velha que você, garoto. – recomenda Magali. Além do mais, você tem namorada.

– As Trigêmeas revelaram como é a nossa relação. – recorda.

– Pára! Eu não sirvo para você... – a mulher tenta desconversar.

– Quem não serve? – se levanta e vai em direção da mulher de negro.

Magali se levanta e tenta sair da sala.

Oscar segura o pulso da Bruxa.

– Larga... – ela fala de uma forma tão sensual que Oscar fica todo arrepiado.

– Não! – diz o homem ofegante.

– Não aqui... – ela inclina o seu rosto no chão.

O homem puxa a mulher para junto de si e a segura pela cintura.

– A senhora é muito sensual, senhora Verdonni. – comenta sussurrando em seu ouvido.

– Você vai se arrepender... – balbucia a Bruxa.

Os lábios se aproximam, quando uma leve batida e o ruído da engrenagem da maçaneta se faz ecoar no local.

– Com licença, posso entrar? – pergunta uma voz feminina.

A dupla se senta em lugares opostos e distantes na velocidade da Luz.

– P-Pode, Mirian... – autoriza Oscar um pouco nervoso, ofegante e excitado.

– Não falei? – sussurra a Bruxa.

Desconfiada, a namorada de Oscar entra na sala e sente o clima estranho.

– O que ta rolando aqui? – pergunta a Nerd.

– Nada! – desconversa o rapaz.

– Ele tentou me violentar. Só que dei um chute nos testículos dele. Está chorando de dor. – a Bruxa inventa uma meia-verdade e ri de forma debochada.

Mirian engole a isca, anzol, linha e vara de pescar.

– Tadinho... A Bruxa má te deu um fora. – debocha. Bem feito!

O sujeito bufa.

– Não sou qualquer uma... – orgulha-se Magali.

Logo depois, a dupla dá uma risada bem-humorada. Mirian não entende nada.

– Boba! Ganhamos uma bolada da Fundação. O nosso plano deu certo. Estamos muito felizes. – revela Oscar.

– Não se esqueça de dar um bom aumento para a sua namorada! – Magali frisa a relação dos dois.

Apesar do clima de bom humor, Mirian entrou naquela sala por algum motivo. Neste momento, revela do que se trata.

– Desculpa, gente! Mas tem uma garota de fala enrolada na ante-sala. Ela quer falar com vocês dois. – avisa a hacker.

– Garota? - questiona Oscar. Vamos lá.

Todos saem da sala de reunião e vão para ante-sala.

– É ela. – diz Mirian apresentando a mulher.

A princípio, a dupla não a reconhece, a mulher está vestida com roupas antigas como na década de 60 do século passado, como um sobretudo e um vestido rodado e longo. Além de uma bolsa pesada e um calçado de sola baixa, ela tem um pano na cabeça e óculos escuros, mas quando pela retira o lenço de pano do cabelo e os óculos revelando uma volumosa cabeleira ruiva.

Ambos ficam pálidos.

Oscar e Magali, Saúdos! Son Denize Borges, coñecida como Irmá Dafne, representante da Sagrada Igrexa Católica e membro do Templo Supremo dos Cristos sábios! Zelda Triskelle envia saúdos! – diz a ruiva em galego.

– Ahn... – Oscar fica sem palavras.

Dessa vez, a Bruxa pensa rápido.

– Claro, Irmã! Posso acompanhá-la até a nossa sala de reunião? – convida.

A ruiva aceita de bom grado. Então é conduzida para o local indicado. Ao contrário, da última vez, no caso do “Quarto Alienígena”, a ruiva é uma simpatia só. Ao se sentar a mulher faz um pedido inusitado.

Ten Café? Adoro Café! – pede em galego.

Oscar ordena que a sua namorada faça o melhor café de sua existência. Depois de se sentar ao lado de Magali, ainda atordoado.

– O que devemos a honra da visita? – pergunta Magali controlando a ansiedade.

A ruiva retira as suas luvas e pousa na mesa uma espécie de máquina fotográfica.

Vin visitalos, pero foi por unha cuestión de urxencia. Acaba de vir dos aos sesenta da súa liña temporal. Estava registrando o asasinato dun presidente Norteamericano um tal de Kennedy. – diz ela com toda a calma do mundo.

De súbito, Oscar consegue ligar novamente o cérebro, depois do choque inicial.

– Espere ai! Você estava em Dallas? Como um pano na cabeça e com essas roupas?! Caramba! Você é a Lady Babuska?! – grita espantado.

Para quem não sabe, Lady Babuska é um dos maiores mistérios dos registros do assassinato do presidente americano J. F. Kennedy. O F.B.I. conseguiu identificar todas as pessoas que estavam no local do crime, exceto uma mulher que estava com um pano na cabeça. Por sua posição privilegiada e as suas fotos no momento exato do atentado. Sem dúvidas, ela poderia apontar os locais dos tiros contra o falecido presidente. Só que essa mulher nunca foi encontrada ou vista pelas testemunhas que estavam no local, mesmo com registros em filmes e fotos dessa mulher. O nome “Babuska” deve-se a aparência dela, ela lembra aquelas bonecas russas com um pano que cobre o seu cabelo.

É asi que me chamam? Curioso. – diz a ruiva se ajeitando na cadeira.

– O que devemos a honra da visita? – pergunta novamente Magali.

A ruiva dá um sorriso e manipula a suposta máquina fotográfica.

Eu perdín unha aposta. Ela consiste na capacidade do seu grupo em sobrevivir a unha intervención do Caos que camiña. Non só fixeron isso, como humillaron o Nyarlathotep, apropiándose do “Xardin do Caos”. Ou vostedes son tolo, valentes ou ambos. – diz Irmã Dafne.

Magali e Oscar se entreolham preocupados. Afinal, a apropriação do Livro do Antigo é um segredo guardado a sete chaves. Como ela soube?

Ah! Non queden asi! Digamos que vostedes son principiantes no noso sector. Exploradores do Descoñecido. No noso médio, información son unha forma de supervivência. Asegura que están na fronteira do limite do Coñecimento Humano. Agora o seu grupo será “oficiamente” iniciado. – diz a ruiva em Galego.

– Como assim iniciados? – pergunta Magali.

Imaxino que non saiban quen son seus lideres e que grupos pertencen. – comenta a sacerdotisa.

Os dois ficam em silêncio.

Bem... Vou presenta-los os grupos que están no tabuleiro. Apartir de agora, como posúem unha peza importante no “Gran Xogo” é xusto que saiban o que está pasando. – explica à ruiva.

– Grande Jogo... – balbucia Oscar.

Hai algúns grandes grupos e asociacións menores independentes. Os grupos mais grandes “controlan” grupos pequenos e estes, outros. Ás veces, um grupo menor consegue algo de gran valor. Como o caso de vós. Como non entregaron o Libro do Nyarlathotep aos seus superiores, vostedes son por conta propia. – e a ruiva dá uma pausa. Para teren unha Idea co que están mexendo. O Antigo, só, é moi poderoso e ademais de ser um dos Lideres Secretos da Cabal, coñecida como asociación dos monstros. A Cabal controla Realidades enteiras, nove em total. Para Sorte de vós, Nyarlathotep está sufrindo unha “Castigo Administrativa”, por isso que non pode usar todo o seu poder do grupo del. – explica a Irmã Dafne.

Oscar e Magali sentem um arrepio em suas espinhas.

Mesmo limitado, el tem poder para usar grupos menores ou manipular outros. O grupo que vostedes están a trabalhar son os “Gnomos de Zurich” ou Club de Bilderberg. De feito, son os Señores desta Realidade, son servos doutro grupo maior, os Illuminatti. Estes son os señores de oito Realidades. Espero que teñan entendido? Cando falo em Realidades, estou falando de Mundos Enteiros, version s do mesmo Planeta Terra, só que de outras Realidades Alternativas. – explica.

Ambos têm as suas cabeças explodidas por acharem que sabiam de várias coisas e alguns mistérios do Mundo. Foi uma lição de humildade para os dois.

O terceiro maior grupo son os Gray. Si, os cabezudos gris que dominan esta parte da galáxia, porén están empezando a entrar na Guerra das Realidades, porén dunha forma moito mais sutil. Os Gray controlan os Reptilianos, son aliados dos Nórdicos e tem unha relación complicada cós Arianos. – explica a ruiva.

– Arianos? – pergunta Magali. Eu já ouvi falar deles. Quem são? – fingindo ignorância, mas a Bruxa estudou a Vida toda sobre este Povo por causa dos Nazistas.

Son o Pobo dos relatos e Mitologia de orixe da India do seu Mundo. – explica a ruiva. Son seres de múltiplos brazos e pernas. Cando copulam cós humanos a súa prole nacen dourados. Ou mellor, pel dourada, cabelos idem e etc. A pesar deles teren pel azulada, o seu sangue é dourado. Os Arianos tem uma Realidade só deles. A pesar de seren chamados Arianos, existe outro Pobo que se alimenta dos seus corpos, os Nórdicos. Estes así, son os “Arianos” que os Nazis da súa Realidade veneran.

Magali começa a entender o porquê os Nazistas daquela época tinham tantas informações ocultas e estanhas.

– E vocês? Que grupo fazem parte? – pergunta Oscar.

A ruiva sorri, quando de súbito a namorada de Oscar traz uma xícara de café. Ávida pelo desejo de sorver o líquido, a ruiva bebe delicadamente. Mirian pergunta se desejam o mesmo e é recusada imediatamente.

A hacker queria participar da conversa, mas Oscar diz que é uma longa história e vai explicar mais tarde. Literalmente, expulsa a garota dali.

– Chato! – explode a Nerd de óculos.

Depois solver o líquido, a ruiva pousa a xícara na mesa e ajeita a sua longa cabeleira escarlate. A dupla espera ansiosa a continua cão da narrativa.

Que grupo facemos parte... – repete a sentença anterior. Creo que somos unha das poucas Realidades que non está na influencia de ningún grupo. Quizais sexamos os primeiros independentes a viaxar entre as Realidades. Pode ser que existan outros, pero...– faz um gesto de reticente.

– Entendo... – comenta Magali.

Se precisarem de apoio, o nosso grupo terá um inmenso pracer de axudalos. – diz a ruiva toda solícita.

Os dois se entreolham. Magali faz um gesto de “Eu quero conversar com você sem a presença dela.” para o acadêmico. Usando uma desculpa qualquer, a dupla sai da sala de reuniões. Em outra sala, ou melhor, no escritório pessoal de Oscar, Magali e o acadêmico têm a sua privacidade assegurada.

A conversa não é amistosa.

– Acreditou no que ela disse? – pergunta Magali.

– “Quando a esmola é muita, até Santo desconfia.” – lembra Oscar um antigo ditado. Pode ser que esteja dizendo a Verdade, mas acho que tem caroço nesse angu.

– Tem como conferir se essa mulher é quem diz ser? – observa a Bruxa.

Logo, Oscar retira a sua carteira e entre os vários papéis, um cartão. E neste existe um meio de estabelecer um contato com os Astronautas de outra Realidade.

– A Drª Zelda Triskelle deixou um cartão de visita e no verso existe uma seqüência de números imensa. Talvez seja um meio de falar com ela por via telefônica. – cogita Oscar.

– Tente. – sugere a Bruxa.

O rapaz começa a sua peregrinação numérica no teclado do seu aparelho telefônico.

Depois de alguns minutos, algo acontece.

– Tá chamando! – exclama surpreso Oscar.

Logo alguém atende.

Acá de ali? –pergunta uma voz feminina no outro lado da linha.

– Drª. Zelda Triskelle? – pergunta Oscar um pouco nervoso.

A propia. – responde.

– Graças a Deus! Sou Oscar Branco. Não sei se lembra de mim? Sou aquele rapaz de outra Realidade a qual você tinha deixado o seu cartão.

Claro que me acordo! – retruca em galego. Que quere? Estou um pouco ocupada aqui.

– E que gostaria de saber umas informações sobre a sua companheira, a Irmã Dafne... Ela está ai? – pergunta Oscar.

Não houve uma resposta imediata. Há uma pequena discussão ao fundo. Logo, a mulher retorna a ligação.

Teño si! Porén non recordo que pasase este tipo de infornación para vostedes.– diz ela um pouco nervosa.

– Eu sei! Porém essa Irmã Dafne está no meu escritório neste momento. – explica Oscar.

Outra pequena discussão. Logo, outra voz surge na ligação.

Eu son a Irmá Dafne! Sexa quen for que estea na súa oficina non son eu! – exclama a voz no outro lado da linha.

Oscar fica desesperado. Explica rapidamente para a Magali e a Bruxa corre para Sala de Reuniões. No caminho, encontra Mirian que comenta enquanto acompanha os passos largos da professora.

– A sua visita teve que ir... Disse deveria a avisá-los assim que voltassem. – explica a Nerd.

Magali ignora as palavras da namorada de Oscar e abre a porta de reunião.

Óbvio que estava vazia.

– MERDA! – grita a Bruxa.

– O que está acontecendo? – pergunta Mirian inocentemente.

– Problemas... Muitos problemas! – desabafa a professora.

Três dias depois, Magali, Irene, Oscar e as Trigêmeas esperam sentados no interior de um van alugada.

– Tem certeza que as coordenadas são estas, Oscar? – pergunta Magali apreensiva.

– Vai discutir com o meu GPS? Fica a vontade! – retruca Oscar nervoso.

As Trigêmeas e Irene estavam silenciosas, a Bruxa de cabelo roxo fica lendo o “Jardim do Caos” e as Trigêmeas, quietas, fazem um debate mental intenso.

Logo, Oscar e Magali, que estavam no lugar do motorista e carona respectivamente, começam a ver uma névoa estranha naquele descampado isolado na tarde de primavera. A dupla espera a névoa ficar mais espessa e a rádio ficar complemente fora do ar. Os sistemas eletrônicos enlouquecem.

Tudo se acalma quando um furgão branco com aquela “suástica” de três pernas surge no meio da mata.

Então, a dupla sai do veículo.

Depois que a névoa cessa e o furgão desliga o seu motor, a porta de correr lateral se abre.

Duas mulheres saem do furgão branco, diferente da vez anterior, ambas não usam trajes de contenção ou que lembram astronautas.

A mulher mais baixa usando uns óculos de armação pesada, uma espécie de jaqueta de couro bege, camiseta verde clara, cachecol xadrez preto e branco, saia rodada verde e botas negras. Ela está com as mãos nos bolsos e caminha firme em direção da dupla.

A mais alta era uma ruiva, com cabelos longos e levemente ondulados e com uma tiara preso com um pano de seda branca. Ela vestia o típico traje de enfermeira dos anos quarenta do século vinte. Toda de branco. Sem aquele chapeuzinho da cruz vermelha. A sua expressão não era nada amistosa.

– Não parece nem um pouco com aquela menina simpática daquela vez no escritório... – comenta Oscar quase sussurrando para Magali.

– Ainda mais sabendo que foi copiada e passando segredos pessoais dela para estranhos... – retruca a Bruxa.

Logo as duas mulheres do furgão ficam diante de Oscar e Magali. Autoritárias, as mulheres começam a ficar tensas. Quase embolam na hora de fazer as perguntas. Depois de alguns gestos gentis de uma para a outra, a mulher de óculos começa a falar:

Conten o que pasou? – pergunta Zelda em Galego olhando fixamente para Oscar nitidamente nervosa.

Oscar resume a história toda, aos mínimos detalhes. As duas mulheres de outra Realidade escutam com atenção. Depois de narrativa explicatória, a ruiva diz:

É un dobre! Doppelganger para ser mais precisa,– diz a mulher de branco.

– As informações que ela disse são verdadeiras? - pergunta Magali.

A ruiva abaixa a cabeça.

Algunhas... – responde acanhada.

Sei que están bem intecionados e ata coidadosos. – diz Zelda pensativa. O uso dum dobre e cun nível de información que tivo, significa que: En primeiro lugar, hai um informante entre vós. Segundo, quen empregou este dobre é moi influente e poderoso. Por causalidade, vostedes tiveron algún tipo de incidente que implica unha criatura de inmenso poder? – pergunta Zelda desconfiada pelo fato de Oscar omitir algum detalhe realmente importante.

Oscar engole em seco, mas Magali desabafa:

– Nyarlathotep. – expele o nome do Antigo. Roubamos o Grimório dele.

Zelda fica branca. A ruiva desmaia na hora.

DAFNE!!! SANTOS CRISTOS!!! – grita Zelda tentando proteger a colega da queda.

Do interior do furgão, sai o loiro de farda militar azul e com uma maleta na mão. O homem fica do lado da mulher e abre a maleta. Então, uma ampola é aberta e é colocada sobre as narinas delicadas da ruiva.

Em segundos, ela desperta.

Atordoada, Irmã Dafne tenta se erguer. Oscar e Magali tentam ajudá-la, mas um tapa dada na solidária mão do acadêmico releva a verdadeira antipatia dela pelo grupo da Fundação Enigma.

Escorada pelo loiro militar, a ruiva olha com ódio e inveja para Oscar e Magali.

Como podem?! Están enteiros?! Por moito menos, eu sufrin todo tipo de humilación e desgraza!!! Malditos!!! Por que?! Por que?! – grita descontrolada.

Um tapa no rosto da ruiva surge. Zelda fica séria segurando os braços da amiga.

Ninguén tivo culpa, Dafne... Para...– implora a mulher de óculos.

Então a ruiva desaba em prantos nos braços do loiro que a acolhe carinhosamente.

Oscar fica preocupado com a moça, já Magali...

– Tivemos Sorte. – diz a Bruxa com um sorrisinho de superioridade.

Zelda olha para Magali, alisando a cabeça da amiga em prantos e diz:

Desacordo! A mensaxe do Nyarlathotep é moi clara. “O que fixen com esa rapaza non é NADA comparado co que vou facer com vós.” – decreta.

– O que ele fez com ela? - pergunta Oscar curioso.

Seca, Zelda resume o que aconteceu com a ruiva.

Nunha das nosas misións, a Irmá Dafne estaba coordinando um adestramento para axentes en viaxes de Realidades Alternativas. Ao azar do grupo, a Realidade que estaban estaba sendo invadido pola Cabal e a Irmá Dafne foi capturada. Todos os outros axentes novatos morreron com requintes de crueldade, xá Dafne virou escrava de Nyarlathotep, só porque lle gusta ruivas. Creo que o desgraciado gusta dela, xá que a devolveu, catatônica, espida e toda ferida três dias despois. Em realidade, por mor da distorsión temporal, foron seis anos de humillacións e torturas. Devolveulle a, por puro capricho e desmonstración de Poder. – e uma lágrima escorre no rosto de Zelda.

O desgraciado sabe todo sobre a Vida dela...– diz o loiro pela primeira vez. Vou facer o posible e o imposible para vingar-me com o que fixo a miña noiva. – ameaça.

Neste momento, Irene surge como num encanto e pousa a sua mão no ombro da ruiva e diz:

– Vou cuidar dele... – prevê.

A ruiva levanta-se e os seus olhos verdes encaram os olhos de íris dourados da bruxa de cabelos violeta.

Non sei como! Non é unha Deusa! – decreta a ruiva em galego.

– Tenho o sangue de uma... – revela a bruxa de cabelos violeta, de roupas retalhadas e com um sorriso confiante.

Em algum lugar, uma ruiva idêntica a Irmã Dafne fica deitada sobre um peito masculino largo e negro como ébano. O seu sorriso indica malicia e prazer de ter satisfeito os desejos mais secretos do seu macho e senhor. Sendo este, o Senhor do Povo das Sombras, Nyarlathotep.

Enquanto deitados naquela cama larga, a ruiva acaricia o peitoral musculoso do estranho ser.

– Por que gosta dessa aparência? – pergunta a garota. Eu posso assumir a forma que quiser...

Os olhos vermelhos e diabólicos do Antigo se viram na direção da fêmea.

– Essa cadelinha era virgem quando a conheci. – responde. Estava se guardando para o seu noivo chifrudo. Nunca vi uma vadia gostar tanto de ser violentada. O corpo da cretina revelava todas as mentiras que saia dos seus lábios... Mas que lábios... Talvez eu faça uma visitinha a ela novamente. – e ri.

A ruiva geme manhosa e com ciúmes.

– Por que não o fez? Sei que pode. – diz a amante do Antigo.

– Descobri outra... Muito mais interessante... Uma menina de cabelos violeta e de olhos dourados. Divina... Vai ser uma aquisição e tanto... – e toca na cabeça da amante com a ponta do dedo indicador.

A ruiva se revela uma criatura demoníaca, um súcubo.

– Ah, Mestre! Isso dói! – diz manhosa a criatura.

– Não se preocupe. Isso é só o começo... – retruca.

E um abraço negro como as Trevas envolve a criatura alada.


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Notas finais do capítulo

Fim do capítulo 4.



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