Todos os monstros são reais - Fic Interativa escrita por Annary Morgensterse


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Lady:Obrigada aos leitores lindos que mandaram fichas e esperamos mais de vocês, obrigada por terem lido, XOXO
Annary: Oie! *Aceno*



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POV Helena

Então, hoje era o dia.

Sentada na cama ao lado da minha mala enquanto trançava meus cabelos castanhos longos, não podia deixar de pensar no chamado para que eu fosse ao Instituto de Atenas. Esparta era o meu lar desde que nasci, e mesmo quando meus pais morreram não saí do Instituto. A verdade é que jamais me mudaria, exceto se o meu novo lar não estivesse em conjunto com monstros que saíram dos mitos gregos e que eu já estudava há anos.

Prendendo a trança espessa com um rabicó, peguei o meu exemplar de Ilíada que estava no criado mudo e saí arrastando minha mala e lendo corredor afora até a biblioteca, onde estava um feiticeiro tinha sido contratado para fazer um portal para minha saída.

Como já tinha me despedido de todos que moravam naquele lugar mais cedo, não precisei tirar a cara do livro enquanto passava pelo portal, parando apenas para dar um aceno de cabeça distraído para o feiticeiro, só para não parecer mal educada.

Atravessei o portal lendo, e teria continuado assim para sempre, mas acabei trombando em uma pessoa depois de alguns passos no outro lado, e quase caímos nós duas se ela não tivesse me segurado e abaixado o livro.

–Boa tarde, Distraída! –Disse a mulher, que pelo o que eu fui informada devia ser Caroline Herondale, a diretora do Instituto. –Você deve ser Helena de Esparta, certo?

–Helena Carstairs, na verdade –respondi, me sentindo um pouco desconfortável pelo nome. Eu sabia, mas ninguém precisava disso. –E pode me chamar de Lena.

–É, eu sei. Me refiro ao lugar de que você veio, mas admito que posso ter falado um pouco depressa. E então? Quer conhecer o lugar antes ou quer ir para o seu quarto e esperar pelos outros?

–Para o quarto, por favor –disse, sorrindo para a mulher que parecia ter mais de 35 anos, mas ainda tinha um ar todo juvenil.

Fomos seguindo por corredores, enquanto a mulher ia me falando sobre a lenda da cidade que eu já conhecia, sobre a disputa dos deuses Palas Atena e Poseidon para ver quem seria o patrono e tudo que fizeram para conseguir o título. Era bom que só os monstros estivessem ressurgindo, porque estaríamos bem encrencados se os deuses olimpianos resolvessem dar uma passadinha.

Paramos na porta do primeiro quarto desde que entramos na ala residencial, e Caroline abriu a porta com um sorriso, indicando que eu entrasse primeiro. Era um quarto comum, do tamanho do meu antigo, com uma janela grande que dava para uma extensa área verde coberta de árvores que eu supus fazer parte do Instituto, e era uma das vistas mais lindas que já vi.

–Obrigada! –Disse a Caroline, com um sorriso no rosto e inclinando a cabeça. –É lindo aqui.

–Sem problemas! Vou deixar você se acomodar, e se precisar estarei na mesma sala que você chegou para receber os outros – concluiu, saindo do quarto e me deixando sozinha. Era tudo o que eu queria!

Comecei deixando meu livro em cima do travesseiro, era o meu maior xodó, mesmo estando surrado de tantas vezes que foi lido, mesmo eu tomando o maior cuidado do mundo. Depois disso, abri minha mala e comecei guardando meus vestidos, minhas sandálias e meu uniforme dentro do guarda roupa e minhas outras coisas joguei de qualquer modo em gavetas, até chegar ao meu escudo e minha lança que estavam em seu tamanho retraído natural para caber na mala. Estiquei-os até seu tamanho original e os guardei atrás das roupas, e já ia recomeçar a ler quando ouvi alguns ruídos não muito longe do corredor, que atiçaram minha curiosidade e me fizeram ir até lá.

Quando cheguei perto da sala de onde havia chegado, descobri que o que ouvira eram risadas, vindas de Caroline e de uma outra garota, que parecia ter uns 17 anos, com uma mala de costas aos seus pés, e que tinha um cabelo repicado cor de mel, com saias de algo que me parecia couro de longe, uma blusa regata verde e all stars, e era pelo menos 5 centímetros mais alta do que meus 1,65m, o que era ao mesmo tempo revoltante e esperado. Pigarreei, e elas logo olharam na minha direção.

–Ah, Lena, eu já ia te chamar –disse Caroline. –Helena Carstairs, essa é Emily Herondale. Emily, essa é Helena.

Sorri para a garota, que me deu um aceno em troca.

–Milly –disse a diretora, com um sorrisinho no rosto –,você quer ir ao seu quarto agora? Tenho certeza de que Lena ficaria feliz em te levar até lá enquanto eu espero nosso próximo morador.

–Não precisa, Roll –Emily respondeu, com cara de quem não havia gostado, mas tinha uma resposta a altura. –Posso esperar por aqui, aí vamos todos juntos –terminou, indo se sentar no sofá mais próximo.

Roll...quero dizer, Caroline, assentiu com a cabeça e foi ver uns papeis que estavam em uma mesa próxima, enquanto Emily olhava para as próprias unhas, me deixando sem ter o que fazer. Certamente, voltar ao quarto era uma falta de educação tamanha, mesmo sendo o que eu queria fazer, e o cabelo repicado de Emily a deixava com uma aparência perigosa, e meus instintos diziam que eu deveria me manter bem longe dela, mas como eu nunca penso nos meus instintos e tinha de um modo louco “ido com a cara” daquela estranha para mim, mesmo que eu tendesse a ficar fora da sociedade eu fui até aquela garota, parando para me sentar em uma poltrona ao lado do sofá.

–Então... –comecei com cuidado, na esperança de que pudéssemos ser amigas –,você não gosta que te chamem de Milly, não é?

–Como sabe? –Me perguntou, tirando os olhos de suas unhas para me olhar com grandes olhos verde-azulados. De perto, não era tão assustadora assim, e parecia mesmo bem legal.

–Sua expressão e sua resposta. Sou treinada para perceber essas coisas.

–Ah, sim. É, gosto mais de Ems, mas minha prima de 2º grau ali –disse, apontando com o queixo para a mesa –lembra desse apelido das poucas vezes que nos vimos, e prefere usa-lo.

–Ahh! Ia mesmo perguntar o parentesco. Você não é tão assustadora quanto me parece, não é?

–Pareço assustadora para você?

Assenti com a cabeça. A verdade é que 95% das pessoas parecem assustadoras para mim, então não vinha tudo do comportamento de Ems.

–Uau! Não esperava isso. Não, não sou assustadora. A não ser que você seja um demônio disfarçado de garotinha fofinha e inocente, porque aí eu posso ser.

–Não sou tão fofinha e inocente quanto pareço, e muito menos garotinha, tenho 15 anos. Desculpe, é que não sou acostumada com gente nova.

–Tudo bem. Eu...

Ela ia concluir a frase, mas uma mala e um garoto, bem alto, musculoso, de pele clara e cabelos pretos, com uma camisa pólo, calças jeans e tênis, caiu de um portal que se abriu, espatifando-se no chão, mas se levantando quase com a mesma velocidade, antes mesmo de que eu e as outras duas que estavam na sala se levantassem e eu escutasse o murmurar de Caroline que soava como “Daniel Redvelvet”

–Isso pode soar estranho –disse, ao se levantar –mas eu poderia jurar que vi um cão de três cabeças pela minha janela segundos antes de cair aqui.


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Notas finais do capítulo

Lady: Obrigada por terem lido até aqui! As fichas estão no início da história, continuem se inscrevendo e comentando, traremos logo o próximo!
Annary: Um doce imaginário virtual para quem souber quem é o cão de três cabeças!!!!!