Lisboa, 1986 escrita por sweetbitch, Agama


Capítulo 1
Destinos Cruzados


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/579625/chapter/1

São exatamente oito horas da manhã, e eu estou á caminho da cafeteria, como sempre vou, todos os dias, neste mesmo horário. Ando cinco quadras de distância até a cafeteria, passando por muitas pessoas de diferentes idades e tamanhos e estilos de roupas. Entre elas, vejo minha vizinha, Mary, andando com seu cachorro, um pug. Aceno pra ela. Chegando na cafeteria, vejo sua porta de madeira, pesada, com uma maçaneta fria, apesar do lindo dia lá fora, as nuvens brancas fazendo estranhos contornos no céu, olho pra o letreiro que mostrava a todos que passavam o nome do estabelecimento, ”Café e Ambrosia”, dizia o letreiro. Encontro em seu interior uma fila enorme, e pode ter certeza, isto não é normal em Lisboa. Espero por uns cinco minutos, e consigo ser atendida. Como de costume, peço meu café com chantilly, e ando mais três quadras para chegar na biblioteca do bairro. Ah, a Biblioteca do Bairro... todos os dias de todos os meses este lugar mágico preenche minha mente de conhecimento, histórias fantásticas e fantasias nunca sequer pensadas por um ser tão inútil e pouco maravilhoso que é o ser humano. Mas os escritores não são seres humanos, você pergunta? Pra mim, eles são mais do que isso. Bem mais. Chego na biblioteca e a Sra. White, uma bela mulher de meia idade, já com cabelos em boa parte brancos, olhos grandes e expressivos devido aos óculos de grau, uma saia azul combinando com um estranho par de sapatos de mesma cor, com um sobretudo marrom acima de uma camisa leve de seda branca embaixo, me cumprimenta com um sorriso no rosto:


– Olá! Lindsay, por que não veio aqui ontem? Fiquei lhe esperando o dia todo. - falando muito devagar, a Sra. White, entrega-me o cartão da biblioteca. Okay, quase todos os dias de quase todos os meses... -


– Me desculpe Sra. White, ontem tive que ajudar a minha mãe, com os preparativos do baile de aniversário do meu pai. - Digo entristecida. -


Ando um pouco apressada, para a sessão de romances, daqueles que aquece o coração como uma chama imensa, faz você sentir picos de êxtase, subindo desde a ponta dos pés, até o mais elevado fio de cabelo, tendo como acompanhamento outro copo de café quente. Pego o livro em uma das prateleiras mais altas, com dificuldade, e vou procurar uma mesa para sentar-me, acho uma, bem ao lado da maior janela da biblioteca, dando uma vista panorâmica de algumas casas ao redor da biblioteca. Ao som do gorjear de pássaros sobre os telhados das belas casinhas de Lisboa, começo a ler em silêncio o livro. Algumas horas se passam e me deparo com o grande relógio da biblioteca e percebo que passei quatro horas na biblioteca, me levanto, e vou correndo para a mesa da Sra. White, entrego-lhe o cartão e levo o livro comigo, dando um rápido “tchauzinho”. Corro a procura de um táxi, para ir logo para casa, uns minutos depois, consigo um táxi, mas o táxi estava ocupado, então decidi conversar com o passageiro para dividirmos o táxi, ele aceita e segundos após me sentar, o motorista “toca estrada”. Fomos embora, eu estava tão concentrada no livro que não tinha percebido que o rapaz estava me olhando, então resolvi parar a leitura e conversar com ele os poucos minutos que havia. O rapaz era bem bonito, de cabelos lisos e loiros, uma pequena franja cobrindo parte de sua testa, barba por fazer, com poucos pelos remanescentes abaixo do queixo. Nariz um pouco grande, porém não o suficiente para deixar alguém desconfortável de ver (muito pelo contrário). Pra completar, olhos azuis, com um brilho acinzentado acentuando a obra completa.


– Oi! - Eu falo timidamente -


– Oi! Tudo bem? Prazer, meu nome é Kenneth. - Percebi que ele falou muito nervoso. E espontâneo.


– Oh! Tudo ótimo, Lindsay, prazer! - Não sabia o que falar, eu era muito tímida, e ele era um belo rapaz.


Quando olho pela janela percebo que já estou próxima a minha casa, então já entrego o dinheiro ao motorista e me despeço do Kenneth..


– Bom, é isso, tchau, Kenneth, foi um prazer conhece-lo.


Quando eu já estava saindo do carro, ele segura meu braço e olha nos meus olhos e fala:


– Calma, me dá o número do seu telefone, erm... Por favor? - Percebo que ele realmente quer me encontrar depois dessa divisão de táxi, que foi bom estranha por sinal. -


– Okay! Tudo bem! - Dou a ele um pequeno sorriso, dou-lhe meu número de telefone, nos despedimos novamente, e num fechar de portas ele se foi. Olho para o céu, ainda claro, com o Sol batendo em minha testa. É, talvez os seres humanos não sejam tão inúteis assim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, é isso, por enquanto, espero que gostem. (:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lisboa, 1986" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.