O Incrível universo de Mélie escrita por Pandora Curiosa


Capítulo 2
Capitulo 2-O relógio




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Mélie observou os dedos enfaixados, não teve que pensar em uma boa desculpa quando foi para casa,ao vê-la seu pai erguei as mãos ao alto e gritou:

_Pelo grande Deus, Amélia, você se cortou!

Mélie decidiu não desmentir, não tinha nada em mente,e se seu pai descobrisse que ela estava com um cigarro na mão,ela ficaria de castigo ou coisa pior.

O pai de Mélie se chama Jaime, é bonito,tem olhos azuis e cabelos castanhos,assim como ela,e é alto!

Ele está sempre ocupado por dar aulas em uma universidade e quase nunca fica perto de Mélie desde que sua mãe morreu.

A mãe de Mélie havia morrido a 2 meses,ela era sua melhor amiga,ou até única amiga.

Tinha cabelos loiros e olhos azuis,assim como ela,e um sorriso bonito,e não era tão alta como o pai de Mélie.

Ela não dava aula em universidade por que era enfermeira,ela cuidava das pessoas.

Ela se chamava Lucia.

Desde que ela morreu não há ninguém para cantar com Mélie aos sábados de tarde.

Um certo dia o pai de Mélie,Jaime, levou uma mulher para jantar na casa deles.

Era colega dele,tinha o cabelo vermelho ardente,assim como sua boca e unhas,seios fartos e um traseiro gigante,se apresentou como Tabata.

Mélie retirou a ideia de que Jaqueline era a rainha má,Tabata tinha conquistado o novo posto.

Em menos de um mês a mulher veio morar na casa de Mélie e dormir na cama de seu pai,como se fosse sua mãe.

Mélie nunca gostou dela,e agora gostava ainda menos.

Um certo dia,no jantar, o pai de Mélie cozinhou frango e macarrão,mas Tabata gritou que estava quase cru,e os dois começaram a discutir.

Mélie se sentiu a pior garota do mundo quando se pegou sorrindo ao ouvir a briga.

Então Tabata ascendeu um cigarro e começou a fuma-lo no meio da briga,sem se importar com a asma de Mélie.

Mélie tociu,mas eles não se importaram,e fizeram-na sair da mesa para não morrer.

Mélie caminhou até a sacada,e da sacada pulou para o telhado,onde andou até a árvore,e escalou a mesma.

No topo da árvore Mélie sentia calafrios,mas ela não se importava,por que ela gostava do vento batendo no seu rosto e da sensação “pós arrepio”,quando os pelos dos seus braços ficavam eriçados e o corpo formigava.

Mélie olhou a lua,estava grande e amarela,naquele instante se perguntou se alguém havia colocado algum tipo de café no leite de que era feita,então se lembrou que não existia café o bastante para deixar a lua daquela cor.

O vento bateu no rosto de Mélie,desta vez não foi sútil como ela gostava,mas um vento forte que a desequilibrou da árvore.

Então ao se agarrar em um galho fez com que ele não aguentasse seu peso e a jogasse para trás.

Mélie caiu há 6 metros de altura.

No chão e quase inconsciente ela viu algo grande vir em sua direção,mas não estava vindo,estava se abaixando.

A grande árvore piscou a olhando,parecia ofendida com o fato de uma humana de 12 ,quase 13 anos,subir em sua cabeça e ter a audácia de cair.

_Viu oque você fez marta?-murmurou outra árvore,esta por sua vez era pequena e com maças em seus galhos.-Se a menina morrer a culpa vai ser sua!

_Cale a boca,Vera!-ordenou a grande árvore,Marta,a olhando de cima-Oque você fez,menina?

_Vo...você me jogou...-respondeu Mélie,tonta.

_Não joguei não,não seja mentirosa!-disse ela cruzando os galhos- Você subiu em mim e caiu sozinha.

_Eu não caí de propósito!-protestou Mélie.

_E por que não?-murmurou a samambaia da varanda.-Por que devemos acreditar em uma humana?Ela te machucou Marta?

Marta ignorou a samambaia,estava preocupada com Mélie.

_Desculpe,senhora!-pediu Mélie,ainda deitada na grama molhada do jargim.

Alguns murmurinhos foram ouvidos,bem baixinhos.

_ELA CAIU EM CIMA DAS MARGARIDAS!-gritou uma rosa.

_A culpa foi minha,desculpe-me!-disse a grande árvore Marta,então esticou um galho e subiu Mélie até sua cabeça novamente.

A cabeça de Mélie doía,mas ela não se importou ao ver os vagalumes roxos iluminarem o jardim,lá de cima.

_Me desculpe,Marta!-pediu Mélie novamente.-Não tive a intenção de te machucar!

_Tudo bem Mélie,estou acostumada,sua mãe fazia isso quando tinha a sua idade!-disse Marta.

_Vo...você conheceu a minha mãe?-perguntou Mélie-Digo,quando tinha minha idade?

_Claro!Vocês são parecidas,adoram as mesmas coisas!-disse a Árvore.

Mélie corou.

_Você sabe onde ela está agora?-perguntou olhando para o céu estrelado.

_Ela está em algum lugar,um lugar que você conhecerá em breve,pequena Mélie!-respondeu Marta.

O corpo de Mélie estremeceu.

Então ela sentiu algo gelado em seu ombro,e então ficou quente,e novamente gelado.

Ela algo brilhante e pequeno.

_Uma estrela!-murmurou Mélie,pegando a estrela na mão.

E quando olhou em sua volta pode ver os vagalumes voarem e as estrelas caírem,elas caiam como porpurina em cima do cabelo curto de Mélie.

_Você sabe o mito?-perguntou Marta.

_Qual mito?-questionou Mélie.

_Se você soprar as estrelas e fazer um pedido com muita muita vontade: ele vai se realizar.

_Mesmo?-perguntou Mélie,então a pequena pegou um punhado de estrelas do chão e soprou.

_Você deve soprar,soprar e soprar,sempre desejando o mesmo!-repetiu Marta- Sopre,sopre,sopre!

Sopre,ecoou na cabeça de Mélie,Sopre...

E então ela abriu os olhos,estava no quarto.

_MÉLIE!-gritou Samantha-MÉLIE,ESTÁ VIVA!

Samantha era a prima de Mélie,tinha 12 anos também.

Tinha os cabelos ruivos como os de Darci,mas tinha o rosto todo coberto por sardas alaranjadas e os olhos verdes.

Samantha tinha 1,60 , mais alta que Mélie,e ela achava que isso a dava o direito de ser líder em qualquer coisa,assumindo responsabilidades como de rainha,enquanto Mélie era sua lacáia especial.

Samantha era a lebre.

_Mélie,você está viva...-repetiu Samantha,sentada na cama de Mélie.

_Por que?Oque aconteceu?-perguntou Mélie colocando as mãos na cabeça ao sentir uma faixa enrolada na mesma.

_Você caiu.

_Eu caí?Aé,mas eu estou bem!-disse Mélie se levantando.

_NÃO LEVANTA!-disse Samantha a empurrando para a cama.

Mélie foi jogada na cama.

_Eu...oque você faz aqui?Achei que iria estar em Páris até o fim das aulas.

_E eu ia,mas mama decidiu que eu teria que passar minhas féria com a vovó,aqui.

As duas suspiraram.

Como um trovão Tabata entrou no quarto,tinha um cigarro como de costume e o batom vermelho intocado.

_Você está bem,garota?-perguntou.

Mélie olhou para ela,séria e segurando firme o travesseiro.

_Ela está sim,Senhora Deverro’t.-respondeu Samantha.

_Perguntei para ela!-disse Tabata dando uma tragada no cigarro.

O cigarro cheirava a madeira queimada,não tinha o mesmo cheiro sútil do cigarro de Isabele,esse cheirava a jantar de inimigos,o de Isabele cheirava a um casal apaixonado.

Tabata andou até Mélie e arrancou o travesseiro dela.

_Eu te fiz uma pergunta,menina!-disse.

Mélie olhou nos olhos acizentados de Tabata,não mostrava medo neles.

_Quando alguém faz uma pergunta...-Tabata segurou o nariz de Mélie e puxou ela da cama,atravessou o quarto,entrou no corredor e abriu a porta logo a frente- A gente responde...-então empurrou Mélie para dentro da sala.

_Odeio você!-disse Mélie.

Então Tabata a trancou no escuro.

O quarto não era assim tão escuro,tinha uma janela que jogava um pouco de luz lá dentro.

A sala tinha espelhos nas paredes,Tabata disse que serviam para lembrar de quem era,e se deveria ou não afrontá-la.

Mélie se olhou no espelho abaixo da janelinha,era grande e cheio de poeira.

A menina passou a mão e tirou a poeira,o suficiente para ver seu corpo de 1,50.

Ajeitou o óculos e colocou o cabelo para trás da orelha,sua pele estava incrivelmente clara e os olhos eram azuis escuros,de alguma forma,ela não se achava parecida com seus pais.

Tic tac,ouviu.

Mélie se virou rapidamente para o som,mas não havia nada atrás dela,a não ser espelhos.

Então se virou para o grande espelho novamente.

Um grande relógio surgiu a sua frente,no lugar do grande espelho.

Mélie deu alguns passos para trás.

Então alguém segurou seus ombros,Mélie gritou e foi atirada no chão,aos pés do relógio.

Ao se virar viu um garoto,não era um garoto como Aaron nem como Darci.

Tinha cabelos na altura do ombro,olhos cor de café e uma postura de rei,estava no escuro,por isso Mélie não conseguiu o ver direito.

Tic Tac,ouviu do relógio.

Mélie olhou para o relógio,olhou para o garoto e olhou para o relógio novamente.

_Amélia!-chamou alguém,então Mélie percebeu que era o garoto.

Ele deu um passo para frente,então Mélie o viu com clareza, tinha cabelos loiros e olhos acinzentados.

O garoto sorriu de maneira travessa e sumiu na luz que invadiu pela porta.

_Mélie!-chamou Samantha ao vê-la jogada no chão.-Oque ela fez?

Mélie olhou para trás,novamente viu seu reflexo,e abaixo do pescoço um relógio de bolço preso na gola de sua camisa.

_De onde esse relógio?-perguntou Samantha-Você não entrou com isso.

_Eu achei!-mentiu Mélie.


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