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AGORA!!!

Um grito estridente como se fosse de uma alma penada perfurou o ar antes que a contagem tivesse zerado seguida do som de uma explosão.

O gongo soou e o mundo desabou.
Penny gritou, horrorizada enquanto via Willow pular de sua plataforma um milissegundo mais cedo antes do contador zerar. A mina detonou e ele foi explodido em instantes, seu sangue e pele respingaram pelo ar. Penny estava tão apavorada que nem havia percebido que o gongo tinha soado.

Mas Sextus percebeu.

Ele nem havia piscado quando Willow foi pelos ares, e já estava com suas mãos no pescoço de Penny, antes que a garota tivesse se recuperado. Ela estava acabada em um simples girar de pulso de Sextus.
Enquanto a maioria dos tributos corria para a Cornucópia, Kasha tomou vantagem da situação e correu na direção oposta procurando um lugar seguro. Troy, Ryan e Spark fizeram o mesmo.

Ryan tentava não olhar para trás, se tivesse sorte nenhum tributo estava o seguindo em direção à cidade abandonada.

Quando o gongo soou Troy estava paralisado assistindo tributos lutarem por sua sobrevivência, mas agora estava fugindo enquanto o estalar do pescoço de Penny ecoava em sua cabeça.

Spark tropeçou enquanto tentava se salvar, enquanto se recuperava avistou sua companheira de distrito. Dorothy estava indo em direção a Cornucópia. “Sai daí garota!” pensava ele enquanto se dirigia em direção ao deserto.

Todo o resto correu direto para a Cornucópia, ansiosos para colocar as mãos nos tesouros que a Capital tinha reservado para os tributos.

Os primeiros a chegar ao centro da Cornucópia foram Kai , Ruby , Gabriel , Martin e Amy.

Kai e Gabriel desapareceram dentro da Cornucópia enquanto se dirigiam mais ao fundo.

Martin e Dorothy conseguiram agarrar uma mochila e foram juntos em direção à cidade abandonada.

Amy conseguiu pegar uma lança, e logo a jogou com toda sua força em direção ao tributo mais próximo dela. Era Nelly , que tinha demorado muito pra sair da Cornucópia e estava prestes a agarrar uma mochila.

Nelly não contava com a mira de Amy. Um arremesso certeiro acertou a sua garganta. A garota desabou no chão enquanto chorava e tossia um liquido vermelho, Nelly se afogava no próprio sangue enquanto lágrimas escorriam. Amy correu até ela e retirou a lança enquanto procurava o próximo alvo. O último pensamento de Nelly foi das suas duas irmãs, que nunca veria novamente.

Enquanto isso Kai entrava e saía da Cornucópia. Com a agilidade de uma raposa, com um tridente em mãos e uma mochila nas costas. Ele se deu de cara com Pepper, que segurava um arco e flecha. Kai estava muito próximo da garota para ela atirar nele.

Ele correu em sua direção e fincou profundamente o tridente no estômago de Pepper. Sem perder muito tempo, retirou o tridente e correu em direção ao litoral. A garota estava perdendo sangue muito rápido e sentia como se estivesse prestes a desmaiar. A vida se esvaia de Pepper enquanto ela rezava para um milagre acontecer.

Nada aconteceu, mas Pepper sentia que alguém se aproximava. De repente Dixie estava puxando o arco de suas mãos. Pepper flexionava suas mãos no arco, não deixando Dixie ter sua arma. Era como se Pepper estivesse agarrando a sua vida, que estava escorregando entre seus dedos.
“Dê-me!” gritava Dixie.

A visão de Pepper ficava cada vez mais embaçada, seu corpo não conseguia mais sustentar a dor de ter seus intestinos arrancados.
De repente, um objeto esmagou-se contra a cabeça de Dixie. A garota estava morta antes de perceber o que tinha acontecido. Thread tinha salvado a garota , mas agora era tarde demais , Pepper moveu seus olhos por uma última vez mirando Thread , e todo o seu corpo amoleceu , largando o arco. Ele jurava que tinha visto Pepper sorrir com suas últimas forças, mas talvez tivesse sido impressão dele. Thread agarrou o arco e um coldre de flechas e correu para longe daquele lugar.

Vários tributos estavam lutando por um par de facas arremessáveis nos arredores da Cornucópia. Miller estava em cima de Blaze, punindo o carreirista com dezenas de socos em seu rosto. Blaze estava tão atordoado que teve que soltar as facas de sua única mão para se defender. Amber havia pegado do chão as facas e encarava os dois tributos lutando entre si.
Mas agora ela só estava parada, como se estivesse decidindo se teria coragem de matar outra pessoa ou não. Assustada e sem saber o que fazer, ela finalmente avista o seu irmão Jack, que gesticulava para a irmã nas proximidades da floresta com uma mochila nas costas gritando algo que ela não conseguia ouvir.

De repente, Amber sente uma dor terrível e arregala os olhos. Olhou para baixo e presenciou uma adaga a atravessando. Ruby havia surpreendido a garota pelas costas e perfurado o coração em um golpe súbito. Finalmente Amber entendia, Jack estava tentando avisa-la.
Enquanto o corpo da garota em lágrimas sofria a queda, Blaze aproveitou a chance de agarrar as facas que haviam caído no chão e começou a apunhalar Miller sem piedade. Golpe atrás de golpe, Miller era perfurado, mas continuava batendo no rosto de Blaze , que a esse ponto já havia quebrado o nariz e estava com o rosto inchado. Jack ainda não computava o que estava acontecendo, tudo o que pensava era ir até lá e salvar a sua irmã da encrenca como sempre fez no Distrito 7.
Além disso, o gigante Miller também precisava de ajuda, então Jack correu na direção dos dois quando de repente viu Ruby se aproximando pelas costas de sua irmã e a perfurando no coração. A mente de Jack se despedaçou ao ver aquela cena, Amber caía no chão enquanto lágrimas respingavam do rosto de ambos na grama.

Também era muito tarde para salvar Miller, o gigante estava cercado por carreiristas que o apunhalavam por todos os lados, Jack não conseguia se mover. De joelhos mirando seus amigos e familiares sendo massacrados. Jack não tinha mais razão para viver se não vingar eles. “Ruby, Blaze, Sextus.. Vou matar todos!” pensava ele enquanto socava o chão varias vezes até formar um oco na grama. De qualquer forma, ele não conseguia mover um músculo e estava em choque, logo os carreiristas o veriam e ele seria a próxima vítima.

Se não fosse por Jessica que agora arrastava Jack para não ser visto pelos Carreiristas. “Vamos Jack, Não temos tempo” sussurrava Jessica enquanto tentava retomar o bom senso do garoto.
O céu finalmente havia mudado de humor e trovoes ecoavam pela arena , como se estivesse presenciando as mortes , e estivesse disposto a limpar todo o sangue escorrido pelos tributos que jaziam na grama.

Enquanto isso os Carreiristas sobreviventes se agrupavam na Cornucópia.
“Cinco, seis, sete” sussurrava Amy.

Depois pararam, eles esperavam por mais tiros de canhão, mas o oitavo não chegou.

“Apenas sete? Achei que chegaríamos ao mínimo em dez mortes” suspirava Amy desapontada com a carnificina.

“Não acredito que Dixie morreu, eu devia ter ido atrás do Thread” reclamava Blaze enquanto tentava se levantar sem sucesso.

“Quer uma mãozinha?” ria Amy, enquanto ajudava o garoto a se levantar.

Ela tinha guardado essa piada desde o segundo dia de treinamento esperando o momento certo para compartilha-lo.

“Nós deveríamos ir para outro lugar” disse Sextus enquanto vasculhava os corpos dos tributos sem vida. “Eles vão querer retirar os corpos para limpar a arena, alguém tem uma ideia de onde podemos ir enquanto isso?” perguntava o garoto do distrito 2.
Um sorriso sadístico cruzou o rosto de Ruby
“Alguém aí a fim de uma caçada?”