As lágrimas no melhor réveillon. escrita por ayaba
Notas iniciais do capítulo
Essa FIC era para um concurso de uma página, mas ai eu esqueci qual era a página e ela veio parar aqui mesmo. Espero que gostem!
Dia 31 de dezembro, o dia tão esperado! – Pulava enquanto penteava seus grandes cabelos.
- Lynn, vem comer. – Uma voz familiar a chamava.
Saiu de seu quarto e desceu as escadas deparando-se com sua mãe. A senhora estava com um vestido branco, afinal, era ano novo. Não era estranho encontrar indivíduos usando a mesma cor que sua mãe.
- Branco? – Lynn perguntava com a pior cara que pudera fazer. – Não tinha outra cor?
- Branco é o normal, filha. – Deu de costas.
- Pois vou usar rosa. – A pequena garota estava confiante.
- Amor? – Uma voz mais grossa surgia atrás da garota.
Engoliu a seco o que tinha a dizer e tentou fugir daquela situação, embora uma mão pegasse seu ombro, fazendo ficar no mesmo lugar.
- Pai? Não te vi. – Disfarçou.
- Sua mãe me contou que não vai passar o ano novo conosco. Você não era assim, Lynn. – Disse o homem, choroso.
- Eu vou passar com os meus amigos, mas não pretendo voltar tão tarde. Não fique assim, papai. – Beijou sua testa.
- Esses filhos que crescem... Isso é demais para mim. – Subiu as escadas.
“Esses pais... Realmente acham que filhos nunca crescem.” Riu a garota da reação do seu pai.
Com todos já reunidos à mesa, almoçaram, pois não comeriam juntos mais tarde.
Horas depois a campainha tocava. Quem estivesse tocando não parava de apertar. Lynn correu para atender a porta, com roupas casuais; uma blusa larga e um short curto.
- Você não tem gosto para roupas mesmo. – Entrava automaticamente, como se a casa fosse sua.
- Rosa, o que faz aqui? – Fechou a porta e foi atrás de sua amiga.
- Vim te arrumar. Como quer fazer as pazes com o Nathaniel se estiver mal vestida e mal maquiada? Eu vim pensando em você. – Dizia a garota enquanto tirava roupas e maquiagens da bolsa que carregava consigo.
- Eu poderia me arrumar sozinha. – Emburrou a cara.
- Não podia mesmo! Agora vai tomar banho e usa esse vestido aqui. – Entregou uma sacola para a morena.
- Que lindo... E é rosa! Acertou em cheio. – Sorria a garota enquanto abraçava o vestido que havia recebido.
- Depois eu vou te maquiar. Tem problema eu me arrumar aqui?
- Claro que não. Quer tomar banho primeiro?
- Não. Vá você, Lynn. – Sorriu.
Rosa esperou o demorado banho de sua amiga. E quando finalmente terminaram de se arrumar, partiram para a festa. Elas iriam comemorar com seus amigos na escola mesmo. Por incrível que pareça, a diretora deu permissão para os alunos usarem o colégio.
- Já está todo mundo aqui, vamos. – Rosa se separava de Lynn.
- Todo mundo? E Nathaniel?! Não o vejo! – Gritava Lynn, enquanto procurava o garoto no meio da multidão.
- Tábua, vejo que tentou. – Castiel dizia ironicamente.
- Estou linda, eu sei. Não precisa me elogiar, Cassy. – Riu do rapaz.
- Você...! – Ele bateu levemente em sua cabeça.
- Viu o Nathaniel?
- E eu lá tenho cara de quem procura aquele nerd? – Ele saiu sem nem responder sua pergunta.
Mais a frente, Melody estava com algumas outras garotas.
- Olá Melody... Você viu o Nathaniel?
- Olá, Lyn. Não, não vi. – Ela virava sua cara.
“Se eu gastasse PA’s para andar nessa história, eu estava ferrada!” Pensava a garota quando viu alguém parecido com quem ela procurava.
- Nathaniel! Natha... – Ela tropeçou e alguém a segurou.
- Ah, é você. – Ele olhava para a garota sem mostrar qualquer reação.
- Eu estava te procurando. – Saiu dos braços do menino. – Posso falar com você?
- Claro.
Os dois saíram da enorme confusão que estava o ginásio e foram ao local onde era a estalagem do clube de jardinagem.
- Aqui está bom? – Perguntou o garoto, sentando num banco próximo do local.
- Ótimo. – Lynn sentou-se também.
- Então? O que é? – Nathaniel não parecia querer conversar com a garota.
- Como estão as coisas com seus pais? – Perguntou.
- Ótimas. Graças a você. – Ironizou.
- Eu não vou te pedir desculpas. Nathaniel, você precisa ver que estava tudo errado. – Lynn implorava pela compreensão do rapaz.
- Eu não queria fazer com que minha família sofresse tanto. – Ele repreendia o rumo que as coisas tomaram, mesmo que não tivesse feito nada.
- Você não precisa sofrer para a felicidade da sua família. – Segurou sua mão.
- Eu nunca fui digno de ser filho deles... É normal isso. Eu só queria que as coisas continuassem como sempre. Não podíamos ser uma família feli... – Lágrimas saíram dos olhos do rapaz antes mesmo dele poder terminar sua frase.
Lynn o abraçou imediatamente.
- Assim eu não o verei chorar, certo? – Ela dizia com o tom de voz mais gentil de todos.
- Eu não queria que fosse assim... – Sua voz estava trêmula.
- Estava tudo errado. Você não errou, Nathaniel. Ninguém merece apanhar e você não é exceção. Você é maravilhoso e merece todo o amor do mundo. Eu amo você. – A garota o apertava como se ele fosse a coisa mais preciosa do mundo.
-Lynn... Desculpe-me por gritar com você. Eu fiquei tão preso à farsa de ser uma família feliz que achei que tudo estava certo. Queria fugir dali e ao mesmo tempo tinha medo. Medo de deixar tudo para trás, medo de apanhar de novo, medo de denunciar. E eu fui tão covarde que precisei de você para me livrar disso. Eu sou péssimo. – Ele saia dos braços dela.
- Você não é péssimo. Só precisava de um empurrãozinho! E eu estou aqui para você. Caso queira chorar. Eu escutarei tudo que você tem a dizer, representante. – Ela riu.
- Eu amo você, Lynn. – O garoto virou para o lado.
- Eu também amo você, Nathaniel. – Ela virava seu rosto.
Os dois olharam um no olho do outro por um tempo e se beijaram. Um beijo longo e demorado. E o clima era tanto que sequer conseguiam ouvir os altos barulhos de fogos estourando no céu, colorindo ainda mais a antiga amizade que tinham.
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