Casamento Forçado escrita por Marie


Capítulo 37
E se...


Notas iniciais do capítulo

Olá! Voltei com mais um capítulo e espero que gostem dele. Não tenho muito o que falar aqui. Só que o capítulo não é está muito animado, mas ele não poderia faltar.
Boa leitura.



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Meus olhos abrem lentamente e os sinto doer com a claridade. Fecho-os novamente e espero um tempo. Foco nos meus ouvidos e começo a prestar atenção nos sons que estavam ao meu redor. A famosa maquina que acompanhava os batimentos dos pacientes estava apitando e eu ouvia alguém roncar não muito longe de mim.

Decido abrir os olhos novamente e mexo meu pescoço com um pouco de dificuldade, meu corpo todo estava doendo e eu precisava me mexer devagar. Olhei para o lado e vi a Gracie sentada em um sofá, dormindo com a cabeça jogada para trás e roncando. Aquilo me fez rir, mas também o riso fez meu corpo doer.

Tentei me levantar para sentar, mas meus braços doíam e eu não conseguia colocar forças neles. Olhei para baixo e estava tudo enfaixado com curativos. Meus dois ombros e tinha alguns cabos de aparelhos ligados ao meu corpo.

Rapidamente recordei-me do que havia acontecido para eu ter parado em uma cama de hospital, toda enfaixada e com vários aparelhos ligados a mim. Senti a enorme vontade de levantar da cama e sair correndo atrás das pessoas que pudessem me dar respostas para milhares de perguntas que pareavam pela minha mente. Eu não conseguia organizar nada e só sentia vontade de chorar ao pensar nas piores coisas que poderia ter acontecido comigo, com o meu filho e com o Noah.

Olhei para o lado novamente.

— Gracie. – falei com um pouco de dificuldade. Minha garganta estava seca e minha boca mal se abria. – Gracie. – tentei novamente e dessa vez soou mais alto.

A minha amiga se mexeu, mas não acordou.

— Gracie. – consegui falar quase gritando e ela rapidamente acordou, despertando no mesmo momento em que sua mente processou de que era eu quem estava a chamando.

— Melissa! – ela diz, quase gritando a me ver acordada. – Graças a Deus! – ela agradece e corre em minha direção, tocando o meu rosto e sorrindo. – Eu não aguentava mais te ver desacordada. – ela diz, quase chorando.

— Gracie, o que aconteceu comigo? – pergunto uma das coisas que mais estava me atormentando e ela se assusta.

— Meu Deus, você acordou. – ela diz como se percebesse que aquilo era mais importante do que parecia e se afasta de mim, correndo para a porta do quarto e começa a gritar por algum médico. Só consigo a ouvir dizendo que eu havia acordado e que um médico precisava vir correndo ao quarto.

Minha mente ainda estava uma confusão e eu não conseguia assimilar as coisas de forma correta. Ainda precisava de respostas e saber o que estava acontecendo depois que recebi tiros e caí no chão. Deixando em perigo a minha vida e a vida do meu filho. Eu não conseguia mover os meus braços direito e não podia tocar a minha barriga, então alguém precisava urgentemente começar a me responder, senão eu enlouqueceria.

— O doutor já está vindo, não durma novamente. – Gracie volta para perto de mim e implora, colocando a mão sobre a minha testa. – Eu estou tão feliz que acordou. – ela diz sorrindo e com os olhos cheios de lágrimas.

— Melissa Castilho. – vejo o doutor dizer ao entrar no quarto. – Sou o doutor Willians e acompanhei você desde que chegou aqui. – ele se aproxima de mim, coloca a minha ficha sobre uma mesa ao lado da cama e começa a me examinar usando as mãos. Não sabia o que ele estava fazendo, mas certamente se certificando de que tudo estava bem comigo.

Ele desenrola todo o meu corpo e põe a mão sobre a minha barriga, fazendo uma massagem estranha nela. Não conseguia ver nada, mas não estava sentindo dor onde ele pegava o que talvez pudesse ser um bom sinal.

— O seu estado era grave, mas conseguimos controlá-lo. – ele começa a falar depois que termina a massagem e pega a minha ficha. – Você perdeu muito sangue, mas por sorte a sua amiga tem um tipo compatível com o seu e eu posso dizer que isso salvou a sua vida. – ele termina de falar, eu o encaro esperando uma continuação.

— E o meu bebê? E o meu marido? – começo a perguntar desesperada e ele pede para que eu fique calma.

— O seu bebê está bem. – ele diz. – Se demorasse mais um pouco para chegar ao hospital, não sei se vocês sobreviveriam, mas conseguimos salvar a vida de vocês dois mesmo no estado que você se encontrava. Precisamos fazer alguns procedimentos complicados por causa das balas, qualquer coisa poderia te levar a morte… e o seu filho também, mas você já está melhor. – ele finaliza e eu o encaro, esperando mais respostas, afinal, eu não havia perguntado apenas sobre o meu filho.

Era claro que eu estava feliz em saber que tudo estava bem com ele, mas eu queria saber mais. Precisava de mais. Era confortante saber que eu ainda poderia ter um filho mesmo no estado grave da gravidez e com a minha situação.

— Se você tivesse caído de frente quando recebeu o tiro, com certeza ele não estaria vivo. – ele diz enquanto olha a ficha. – Você ficou desacordada por dois dias, mas foi por indução nossa. Não queríamos que se desesperasse porque isso prejudicaria, mas tudo já está bem agora. – ele me fita novamente. – Ficará de repouso por alguns dias, mas se tudo ocorrer bem poderá ir para a casa logo.

— Que bom que está tudo bem! – Gracie diz feliz ao ouvir tudo àquilo do doutor. Ela põe a mão sobre a minha barriga e sorrir, provavelmente feliz por ter um coração batendo ali dentro. – Eu estava preocupada, esse hospital não nos informa nada. – ela reclama e o Willians apenas sorri.

Mas eu não estava feliz só com aquela informação, eu precisava de mais. Ele não ter respondido sobre o Noah me deixou preocupada e se eu não tivesse uma resposta logo, eu começaria a pensar só em tragédias e com certeza na situação que eu estava não era bom ficar triste ou desesperada por receber uma notícia ruim.

— E o Noah? – pergunto irritada por ele não ter respondido. Ele me fita com o cenho franzido e olha para a Gracie.

Aquilo não era um bom sinal e se eu recebesse uma noticia ruim, eu levantaria daquela cama e faria as piores coisas possíveis.

— Noah Russel. – Gracie diz e ele arqueia as sobrancelhas, como se tivesse se lembrando de quem eu estava falando.

— Não sou eu o doutor que está com ele, mas ouvi dizer que ele está bem. – ele responde, mas não fiquei convencida da resposta dele. Gracie estava tranquila, mas eu não acreditava que tudo estava realmente bem.

— Falem a verdade. – peço e ele franze o cenho.

— Eu estou falando. – doutor Willians diz. – Não é o filho do Peter Russel? – ele pergunta e eu assinto. – O pai está vindo aqui todos os dias visitar você, Noah ficou em uma situação melhor que a sua, mas parece que ele ainda está aqui no hospital de repouso. – ele responde o que eu realmente queria ouvir e sinto-me mais tranquila.

Eu não queria nem imaginar em perder o Noah. Ainda mais sabendo que ele teria morrido por causa da própria mãe. Agora que acordei, vejo como é inacreditável tudo que aconteceu. E pensar que eu não acreditava que a Amy seria louca a tal ponto. Minha cabeça doía de tanta coisa que eu estava tentando entender, mas não tinha resposta. Eu precisava conversar com alguém, ver o que aconteceu durante esses dois dias que eu estava desacordada, o que aconteceu com a Amy, o que aconteceu com o Noah, e todos os outros que estavam envolvidos nisso.

A história que a Amy havia me contado sobre os meus pais não parava de se repetir em minha mente e eu queria falar com o meu pai, precisava falar com o Peter e com todos os outros. Eu precisava de uma explicação para aquela história, depois do que a Amy fez, pode ser até uma invenção para ela tentar me matar, até porque eu estaria morta e nunca saberia se tudo aquilo era mesmo verdade.

— Melissa? – a Gracie me chama como se já estivesse fazendo aquilo há minutos.

Olho para ela ainda um pouco dispersa e ela franze o cenho, encarando-me com certa estranheza.

— Ela deve estar pensando em tudo que aconteceu. – o doutor diz, mas eu não respondo.

— Eu preciso de respostas. – digo e os dois olham para mim. – Quando eu vou poder levantar dessa cama? – pergunto diretamente para o doutor, ele me olha por alguns segundos.

— Qualquer hora, você só não pode fazer força nos braços e nem andar muito, mas poderia ter sido pior. – ele responde e eu peço ajuda para os dois me sentaram na cama.

Minhas costas doem um pouco e minhas pernas também. Provavelmente porque eu fiquei dois dias deitada sem fazer nenhum esforço, mesmo estando dormindo, mas tudo estava doendo e me incomodava, porém era uma dor suportável.

— Eu quero ver o Noah. – digo e o doutor nega.

— Pelo que eu sei, o Russel está descansando. – doutor Willians diz. – Ele acordou há pouco tempo e precisa descansar.

— O que aconteceu com ele? – a Gracie pergunta e o doutor diz que não sabe, ele não estava cuidando do Noah.

Eu não conseguia me concentrar direito neles dois porque minha mente continuava confusa com tantas informações. Eu nem sabia como eu poderia começar a falar para que eles tirassem as minhas dúvidas. Eu queria saber onde estava o meu pai, onde estava a Amy, o que o Noah estava sabendo e muitas outras coisas, mas eu não sabia se a Gracie e o doutor saberiam me dar à resposta.

— Recebeu um tiro no abdômen, mas em um lugar que não tem risco. – ele responde e concentro-me na conversa. – Porque é uma área perigosa, mas mesmo com o tiro, ele conseguiu chamar a policia que levou a ambulância junto e trouxeram os dois. – ele termina de falar e me fita. – Como se sente?

— Estarei melhor quando alguém me responder tudo que estou pensando. – respondo e ele assente.

— Uma enfermeira vai vir trocar o seu curativo, eu vou ver outro paciente agora. – Doutor Willians diz e sai da sala.

Olho para a Gracie, que rapidamente olha para mim também. Ela parecia estar tranquila depois de me ver acordar, mas no momento quem precisava ficar tranquila era eu.

— Gracie, o que aconteceu depois que a Amy atirou no Noah e em mim? – pergunto e ela se senta na cama, fitando-me.

— Muitas coisas. – ela responde e eu peço que me conte tudo. – O Noah não conseguiu segurá-la, é obvio. Então a Amy fugiu antes que a policia chegasse ao apartamento de vocês, estão procurando por ela, mas não há pistas e ela não usou nada em nenhum lugar que desse para rastreá-la. – Gracie responde e eu assinto.

— Ela me disse que estava saindo de Nova Iorque.

— Isso todos sabem. – Gracie diz. – Ela e o Peter se divorciaram, ela já estava de malas prontas, mas agora sumiu e ninguém sabe onde está.

— E se ela voltar? – pergunto assustada.

Depois do que aconteceu no meu apartamento, não consigo duvidar de mais nada que envolva a Amy. Agora sim eu sei do que ela realmente é capaz. E em pensar que ela não chegaria a tal ponto. Não dá para acreditar que ela atirou no próprio filho, aquele que ela me diz amar tanto e querer só o melhor. Não que eu esteja a defendendo, mas possivelmente o Noah a assustou e então ela atirou sem perceber o que estava fazendo.

Só mesmo o Noah poderia me dizer o que aconteceu depois que eu desmaiei.

— Os policiais estão cercando tudo para evitar isso. Alguns estão no seu apartamento, outros na casa do Peter e em todos os lugares que a Amy pode aparecer.

— Até parece que a Amy faria algo tão obvio assim. – respondo e reviro os olhos. – Depois do que aconteceu comigo, eu sei do que ela é capaz de fazer… Amy não é burra. – digo por fim e Gracie não me responde, apenas suspira. Ela sabia que era verdade.

— Mas nada vai acontecer com você. Estamos te protegendo. – ela responde e sorri.

Gracie começou a conversar comigo sobre assuntos aleatórios, ela estava tentando me distrair, mas eu não conseguia esquecer que eu estava em um hospital graças a um tiro que recebi da Amy. E era muito mais do que isso, eu sabia que ela ainda não tinha acabado, sinto que ela ainda aparecerá para só assim encerrar o caso.

Isso não acabará até que ela querer que acabe.

[...]

Depois de tomar um banho, trocar o curativo e vestir uma roupa sem ser a do hospital, a enfermeira me liberou para poder sair do quarto. Eu não havia visto ninguém além da Gracie, até porque ninguém foi até o quarto depois que eu acordei, não sabia quem estava lá por mim e sei que é capaz do meu pai não estar, mas acredito que ele não seria frio a tal ponto.

Depois de me arrumar com a ajuda da Gracie e da enfermeira, saí do quarto com elas. Marta, a enfermeira, me liberou e deixou que a Gracie ficasse comigo enquanto ela cuidava de outros pacientes.

— Eu não queria te falar isso, mas para evitar um susto… - Gracie começou a falar e esperou que eu olhasse para ela para completar. – O Austin está aí.

E mesmo assim me assustei com o que ela disse. Meu corpo gelou quando a ouvi dizer isso.

Fazia meses que eu não via o Austin. Desde a vez que ele foi a minha casa pedindo perdão, eu não tinha mais ouvido falar dele, nem sabia como estava e o que estava fazendo, pedi a Gracie que evitasse falar do irmão, assim não atrapalharia nada com o Noah. Não sabia se queria vê-lo depois de tudo que aconteceu entre a gente, mas de alguma forma, é algo bom saber que mesmo depois da briga, ele se importou comigo.

— Não vai dizer nada? – Gracie pergunta, tirando-me dos devaneios.

— Não sei o que dizer. – respondo e ela sorri.

— E não precisa saber. Ele só se preocupou com você e disse que queria vê-la, só isso e nada mais. – ela responde e eu assinto.

— Tudo bem.

Continuamos o caminho e chegamos até uma sala de espera. Havia poucas pessoas lá e as que eu conhecia eram somente o meu pai e o Austin, que foi o primeiro a se levantar a me ver chegar. Ele veio rapidamente em minha direção e me abraçou sem dizer nada. Apenas me abraçou e com cuidado para não me machucar.

Eu já havia me esquecido de como o abraço do Austin era bom. Ele passou a mão pelas minhas costas e cabelo.

— Que bom que está bem. – ele sussurrou e eu sorri.

— Estou feliz que esteja aqui. – respondo.

Separamos-nos e ele sorri, não consigo não corresponder. Eu não estava brava com ele nem algo do tipo, apesar de que ele quase destruiu o meu relacionamento uma vez, era bom saber que um velho amigo estava lá por mim.

O observo por alguns segundos de cima a baixo. Além de estar mais forte e bonito, percebi que estava com um anel de compromisso no dedo. Olhei sorrindo para ele.

— Está namorando? – pergunto e ele ri.

— Noivo. – Austin responde e abro a boca surpresa ao ouvir aquilo, sorrio logo em seguida.

— Parabéns, Austin! – digo entusiasmada e ele agradece. – Fico feliz por você.

— Também fico feliz que mesmo com toda essa confusão, você e o Noah tenham dado certo. – ele diz e sorrimos um para o outro.

Senti-me feliz ao vê-lo e ainda mais em saber que estava noivo. Ele era um bom rapaz, merecia o melhor.

Vejo o meu pai atrás do Austin e meu sorriso se desmancha. Ele estava com os olhos vermelhos e olheiras enormes. Provavelmente não havia dormido nenhum dia desde que cheguei ao hospital, ou quem sabe, perde noites desde que se mudou.

— Pai. – digo e ele se aproxima de mim. Sua tristeza me afeta.

— Que bom que está bem. – ele diz com os olhos cheios de lágrimas e me abraça.

Eu sabia que era sincero, mas não conseguia me comover com o abraço dele. Queria perguntar milhares de coisas a ele sobre tudo que a Amy havia me dito. Eu queria tirar a prova de que não fui baleada “à toa”. Eu tinha muitas duvidas e só ele e o Peter poderiam tirá-las de mim.

— Eu estou ótima. – respondo e ele se afasta de mim.

— Me perdoe por tudo. – ele diz e eu assinto. – Isso tudo é culpa minha, eu deveria ter te contado tudo isso de inicio, mas fui covarde e não consegui te falar a verdade por trás do contrato. – Tom começa a chorar. – Você não sabe os milhões de coisas que se passaram pela minha cabeça enquanto você estava desacordada naquela cama. Eu achei que não resistiria. – enxugo as lágrimas dele e peço para ficar calmo.

Agora, antes mesmo que eu perguntasse, eu já sabia que o que a Amy havia dito era verdade. Eu ainda queria uma explicação melhor, mas ainda teria tempo para tirar todas as minhas duvidas, eu sabia que ainda não estava no momento certo para falar sobre aquilo.

— Está tudo bem. – respondo. – Comigo e com o meu bebê. – ele põe a mão sobre a minha barriga e sorri.

— Sua mãe adoraria conhecer esse bebê. – ele diz. – Ele é forte como ela. – apenas sorrio.

Todos começaram a conversar comigo, meu pai foi tomar um café, fiquei conversando com o Austin sobre as coisas que havíamos perdido da vida do outro, mas depois de um tempo só consegui pensar no Noah. Eu ainda não havia o visto e precisava fazer logo aquilo senão eu enlouqueceria.

— Quero ver o Noah. – interrompo a Gracie e eles focam em mim.

Antes que alguns deles pudessem me responder, Marta – a enfermeira – chega até a sala de espera e se aproxima de nós.

— Melissa, a polícia está aqui no hospital e quer que você deponha sobre o que aconteceu no apartamento. – todos ficam em silêncio e me encaram esperando por uma resposta.

Eu não sabia se eu conseguiria falar sobre o que aconteceu. Eu tinha perguntas, muitas perguntas, mas eu não queria responder nenhuma. Só de ter que me lembrar da arma apontada para a minha barriga e diretamente no meu rosto, consigo sentir as mesmas horríveis sensações quando de fato aconteceu. Consegui me distrair conversando com os meus amigos e pai, mas uma parte de mim continuava lembrando-se do que aconteceu há dois dias enquanto eu conversava.

Não dava para simplesmente ignorar que eu quase morri por causa da Amy.

— Tem que ser agora? – pergunto e ela assente.

Levanto-me da cadeira e vou até a Marta.

— Volto logo. – digo para os meus amigos e a enfermeira me leva até uma sala, que era onde os policiais estavam.

— Melissa Castilho, sente-se. – um dos policiais me pediu e assim fiz. Marta deixou a sala e fiquei sentada esperando que os policiais começassem com as perguntas.

Eu também tinha duvidas, mas não tinha certeza se eles me responderiam tudo, mas eu era a envolvida e precisava ter uma ideia de onde estava a Amy e o que aconteceria com ela caso a achassem. Só espero que ela pague por ter tentado tirar três vidas em um único dia.

— Melissa, nos conte tudo o que aconteceu no apartamento desde que a Amy chegou. – ele pede e eu me obrigo a voltar tudo para conseguir dar as informações com todos os detalhes.

Comecei desde o momento que ela chegou ao meu apartamento, dizendo tudo, como se já me observasse há tempos para saber que eu ficava sozinha o dia inteiro e o horário que o Noah chegava. Contei sobre a nossa conversa e tudo o que ela me disse, desde o seu fingimento de arrependida, até quando finalmente mostrou a arma e começou a contar o que realmente queria ali. Quase chorei lembrando-me de tudo aquilo, só de saber que eu poderia ter morrido naquele dia, sinto-me mal em saber que a Amy ainda está solta e sei que ela ainda não terminou.

— Eu sei que ela ainda vai me procurar. – digo. – Ela ainda tem algum plano para mim, senão teria me matado naquele dia, eu estou com medo do que ela pode fazer. – digo por fim e os policiais se entreolham.

— Tem policiais por todos os cantos da cidade procurando por ela, o Peter Russel não permitiu que esse caso passasse na televisão, o que de certa forma ajuda a Amy a se esconder, já que ninguém poderá nos dizer se a viu ou não, mas estamos buscando por ela todos os dias e vamos achá-la, isso não ficará assim. – o policial responde e eu assinto, tentando colocar minha confiança nele, mas eu sabia que a Amy não seria achada.

— Posso sair? – pergunto e eles assentem.

Levanto-me da cadeira e saio da sala acompanhada por eles. Volto para a sala de espera onde a Gracie e o Austin estavam e peço a Gracie para me levar até o quarto onde o Noah estava. Perguntei a Marta se eu poderia visitá-lo e ela permitiu. Eu ainda tinha muita coisa para ser dita ao meu pai, mas precisava ver o Noah, não conseguiria fazer mais nada antes de vê-lo.

Chego ao quarto que ele estava e Gracie e Marta ficam do lado de fora. Entro e logo vejo o Noah deitado. Ele estava acordado assistindo a algo na TV e assim que me viu, sorriu e tentou sentar, mas sentiu dor ao se esforçar.

Aproximo-me de sua cama e sem dizer nada, eu o abraço. Mesmo sentindo uma pequena dor nos barcos, não conseguiria não abraça-lo. Eu estava sentindo falta daqueles braços ao meu redor e com medo de que nunca mais eu os sentisse.

— Eu estou tão feliz que ainda esteja aqui. – sussurro. – Eu não consigo imaginar o que seria de mim se ela tivesse tirado a sua vida. – controlo-me para não chorar e afasto-me do Noah, que sorri.

— Eu estou feliz que esteja bem. – ele responde. – Quando eu te vi jogada no chão, com sangue para todo lado, eu só consegui imaginar o pior, mas é bom saber que ainda está aqui… você e o nosso bebê. – Noah sorri e isso também me faz sorrir.

Aproximo-me dele e nos beijamos. Um beijo carinhoso e sem segundas intenções, mas era bom saber que eu ainda o tinha.

O ajudo a sentar e sento-me ao seu lado. Tinha um pequeno curativo na sua barriga.

— Isso dói. – ele diz, colocando a mão sobre o curativo. – É bem pequeno, mas a dor é grande.

— Eu entendo. Ganhei dois desse. – digo, tentando deixar o clima menos pesado e Noah ri.

Paramos por um tempo e ficamos fitando o outro. Era tão bom saber que ele estava mesmo comigo, que eu ainda o tinha, que ainda ficaríamos juntos e que ainda poderíamos formar uma família. Tudo que eu mais queria era nos ver livre daquele hospital para que nós dois possamos voltar a nossa vida normal e terminar o que havíamos começado.

— Eu te amo tanto. – Noah sussurra e eu sorrio.

— Eu também te amo. – respondo e continuamos sorrindo como dois idiotas.

Eu ainda tinha muitas coisas para perguntar ao Noah e muitas para falar, mas preferi aproveitar o momento e ficar com ele, matando o sentimento do “se eu tivesse te perdido”. Eu estava preocupada, com medo do que pudesse acontecer, porque eu sabia que ainda aconteceria coisas, mas preferi aproveitar aqueles momentos com o Noah como se fosse os últimos.

Eu o amava e não queria saber novamente a sensação de quase perdê-lo.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de dizer que: ESTAMOS A TRÊS CAPÍTULOS DO FINAL.
38, 39, 40 e... Segunda temporada, é claro. hahhaa.

Bem, espero que tenham gostado do capítulo, mesmo não tendo nada demais nele. Ele meio que só serviu para dar uma tranquilizada. Aguardem os próximos.

Digam aí nos comentários o que vocês acham que vai acontecer no final e o que querem que aconteça. Podem falar tudo.

Beijos e até o próximo.



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