Fase Experimental escrita por Camila Fernandez


Capítulo 7
Capítulo 8 - Camila




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Se eu estava confusa antes agora eu não fazia ideia de nada. Voltei para a sala de reuniões e tentei chamar a voz. Foi em vão, era como se ela nunca tivesse estado ali. Minha cabeça ainda doía e eu continuava sem saber minha localização exata. Sentei de volta na cadeira tentando clarear um pouco meus pensamentos. Ainda havia mais uma porta, essa, com uma cara bem mais normal, não me faria mal nenhum tentar.

Dei de cara com uma sala espetacular. Sabe aquelas que você vê em editais de revistas de decoração, baba e sabe que nunca terá? Continha uns pufes coloridos, um sofá enorme de abrir, com cara de ser super, mega, hiper confortável, uma televisão de plasma que mais parecia uma tela de cinema, todos os videogames possíveis, um sistema de home theater, um aparelho de som potentíssimo, um tapete impecavelmente branco, alguns quadros bem alegres, dois vasos de planta e uma escultura irreconhecível. Ainda estava pasma quando vi outro porta.

A tal porta me levou direto a uma cozinha totalmente tecnológica. Acho que eu podia me acostumar com isso aqui. Fui obviamente em direção a parte mais interessante: a geladeira. Abri-a e o paraíso me encontrou. Fui invadida por milhões de coisas gostosas. Tinham bolos, tortas, docinhos, pudim, frios, sorvete de morango... Me decidi por uma boa fatia de torta mousse de chocolate, sorvete de morango e bebida. Afinal de tudo precisava me aliviar de todo esse estresse, a dieta que me desculpasse.

A primeira coisa que fiz antes mesmo de comer meu lindo lanche foi ligar o som, não esperava por menos, mas a qualidade da música que saia por ele era de outro mundo. Uma pequena tela nele mostrava que música estava tocando. Me agachei ao seu lado e descobri um controle, nele era possível escolher por música ou por estilo. Optei pelo clássico pop, e fui surpreendida quando a primeira música que tocou era Anitta. Com uma playlist de funk eu poderia dar a festa aqui.

Peguei minha comida que tinha deixado na cozinha e me acomodei num dos pufes. A temperatura da sala era maravilhosa, parecia com um ar sempre ligado por volta dos 23 graus. Apesar de tudo e de saber que não devia me sentir assim, estava super relaxada. A comida, mais a temperatura, mais o fato de finalmente ter relaxado bateram em cheio, me deixando cheia de sono. A última coisa que pensei antes de apagar, foi em descobrir se tinha netflix.

Quando acordei o som ainda continuava tocando, porém em uma música totalmente desconhecida para mim. Levantei devagar me espreguiçando, a posição que dormi não tinha sido muito boa e agora eu sentia uma certa dor na coluna. Ainda havia muita coisa para entender e eu não tinha a menor noção de que horas eram. Era estranho estar em um prédio sem nenhuma janela visível ou pelo menos um mísero relógio, podiam ser meio dia ou meia noite e seria a mesma coisa. Resolvi ignorar a certa angústia que sentia em relação a isso, me levantei dando uma longa espreguiçada e me dirigi para a sala de reuniões..

—Alguém? -perguntei para o nada e não obtive nenhuma resposta.-Julius? -continuei esperançosa.

—Sim senhorita Montes. -quase o agradeci por me responder, mas aí me lembrei que ele que me colocou aqui.

—Então, eu tenho muitas perguntas a fazer, mas no momento a que está me deixando mais angustiada é a de que horas são. -podia parecer idiota diante da situação, mas eu realmente precisava saber ou não conseguiria pensar em mais nada.

—Se esse é todo o problema. -e logo depois dele ter dito isso surgiu em uma abertura da mesa um pequeno relógio de pulso digital. -Ele tem algumas outras utilidades, mas você terá tempo para descobrir. Algo mais?

—Olha na verdade tem sim. Agradeço pelo relógio. -pude finalmente saber serem 19:50. -É pedir demais que você me explique isso tudo? Por que se for é claro eu deixo quieto. -eu podia ser legal, mas isso tinha que ser recíproco, me dar um relógio tinha sido só o primeiro passo na nossa “amizade”.

—Não precisa agir assim e você sabe disso. Por que te daríamos comida, bebida, conforto e tudo mais se quiséssemos seu mal? -ele parecia chateado.

—Ok, digamos que vocês querem só meu bem, será que pode me explicar tipo assim, tudo? -era estranho falar com o nado, não sabia para onde olhar, decidi olhar para o outro lado da mesa, imaginando ter alguém sentado ali. -Isso me faria muito bem.

—Já disse que não é a hora. Vá para a sala, assista o que quiser na televisão, coma alguma comida que você goste. Quer macarrão? Strogonoff? O que quiser é só pedir que nós providenciaremos. Agora eu tenho que ir. Cuide-se. -e assim como surgiu desapareceu.

Não obtive nenhuma resposta, isso me estressava, mas admito que ele era bom nas recompensas, acho que pelo menos por hoje, deixo passar o que quero em troca de um milkshake e uma maratona de série.

 

 


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