Fase Experimental escrita por Camila Fernandez


Capítulo 6
Capítulo 7 - Yuri




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Me sentei no sofá e por incrível que pareça para este lugar, ela tinha controle. Passei por vários canais e em nenhum deles passava algo de bom, pelo menos isso me lembrava de casa. Deixei parar num canal que passava um desenho esquisito, estava assistindo sem prestar muita atenção mesmo, era melhor que nada.Pude ver por uns quinze minutos até que a televisão ficou toda preta. Mas que droga! Pressionei todos os botões e ela continuava sem funcionar. Era só o que faltava, qual era a próxima? O chuveiro só teria água fria? A cama ia me devorar? Então quando estava prestes a me levantar começou um chiado e uma mensagem, surgiu na tela. Nela em grandes letras brancas lia-se: Saia da casa.

Bem explícitos eles. Tentei mais uma vez o controle só pra ter certeza que a mensagem ia ficar lá até eu obedecer. Totalmente a contra gosto levantei até a porta. Quem sabe eu não descobriria onde eu estava pelo menos?

Mais uma vez o intenso calor veio em cima de mim. Era quase difícil de respirar com o ar tão abafado e o sol brilhava tão forte que meus olhos sentiam-se bem incomodados. Eu me encontrava no meio de um pátio de terra rodeado de árvores de todos os lados. Todas elas pareciam iguais e eu não fazia ideia de para onde ir. decidi me guiar por três árvores que pareciam um pouco mais diferentes, só torcia para não me perder ou ser atacado por algum animal silvestre. Com certeza aqui tinha cobras, aranhas, mosquitos e sei lá quais outros bichos assustadores.

Adentrei as primeiras folhas para já sentir uma picada de mosquito bem próxima da que me acordou. Coçava muito essa porcaria e quando vi já estava arrancando sangue da minha perna. Eu ia morrer aqui, era um fato, e meus pais nunca saberiam, seria dado como sumido e apareceria naqueles anúncios na rua. Andei um pouco mais antes de parar para respirar. Soltei uma bufada de ar, apesar do calor, era um lugar bem úmido, o que tornava a respiração mais fácil, assim como a transpiração, minha camisa estava tão molhada que optei por tirá-la, o que eu não daria por um bom gole de água agora,

Estava prestes a recomeçar minha caminhada quando ouvi um barulho estranho. Parecia algum tipo de animal. Fiquei imóvel tentando captar mais algum som feito por ele. Então entre as folhas pude ver um princípio de uma onça. Se tudo não já estava errado demais agora era o ponto final. 
Não fazia ideia do que fazer contra um bicho desses estando desarmado. Mas algo me dizia que eu devia enfrentá-lo e que se tentasse correr ele me pegaria e eu viraria pedacinhos de Yuri. Não podia morrer no auge dos meus 16 anos. Uma voz na minha cabeça me alertava que eu podia controlar esse bicho. Mas como? Olhei bem forte em sua direção e ele pareceu me reconhecer. Mantive o olhar forte sobre ele, se eu desviasse por um segundo que fosse viraria picadinho. Ambos mantinhos os olhos fixos um no outro.

Estava sob controle, sob o meu controle. Comecei a andar devagar para onde eu tinha vindo. Tinha que me afastar o suficiente para poder tirar meu olhar de sobre ele. Andando de costas, acabei pisando em um galho que fez um enorme barulho. Meu coração acelerou tanto que foi quase impossível me manter concentrado, ele ia sentir meu medo e aí acabaria para mim, mas por milagre ele pareceu não perceber. Já estava quase desistindo quando ele me deu as costas e foi embora. Não sei por quanto tempo estava prendendo minha respiração, mas soltei todo o ar preso, precisei de alguns minutos para me recuperar, e aí então corri como se minha vida dependesse disso.

 


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