Fase Experimental escrita por Camila Fernandez
O caminho passava tranquilo, o que era no mínimo estranho. O ambiente estava quente, o que levou que Camila amarrasse sua camiseta em um nó deixando a barriga de fora. Andavam por uma espécie de galpão atulhado de contêineres e sucatas. Todos estavam a espera de algo incomum que parecia nunca acontecer. Já estavam caminhando a mais de duas horas e encharcados de suor quando Mike ouviu algo.
—Será que vocês podem calar a boca. -pediu ele delicado como sempre.
Todo o grupo se virou para onde ele encarava. Agora era possível ouvir, mas ainda não distinguir o que significava. Pareceu passar uma eternidade até identificarem do que se tratava o barulho. Era um rifle sendo recarregado. Camila logo gritou em em segundos o grupo estava na posição de combate dos treinos. A maior preocupação do grupo porém era o que estava na munição, todos torciam para que fosse tinta.
—Camila nós não temos a menor chance! -protestou Malifa.
—Não diga!. -respondeu ela em tom irônico. Era fato que eles não iam passar dali, por mais organizados que fossem. Tinham algumas armas roubadas do outro time, mas a sua frente encontrava-se um grupo de uns 30 soldados com muitas armas. Queriam fugir, entretanto, não tinham opção, iam ter que enfrentar na fé e na coragem. -Talvez essas balas não machuquem muito. -se fossem realmente de tinta estava tranquilo, as de borracha por outro lado seriam um problema bem maior -Vamos seguir com o plano, sabemos nossa tática.
—Será que podemos ajudar em algo? -uma voz conhecida falou fazendo Camila se virar atônita, não podia ser.
—Yuri?
—E quem mais seria?–Yuri sabia que eles não tinham a menor chance sozinhos, estavam desfalcados em termos de armas e tinham uma organização quanto grupo que deixava muito a desejar, e então por que não oferecer uma ajuda solidária ao time que os tinha roubado?
Não foi preciso dizer muita coisa. As armas foram divididas igualmente, agora todos estavam igualmente munidos, o que era fundamental. Camila pediu que eles se pusessem em formação semelhante à que os integrantes do seu time estavam e assim se puseram.
—Quando eu gritar se abram em V e atirem. Após a primeira saraivada de tiro se dispersem e procurem lugares escondidos tentando atirar sem ser vistos. -falou Camila em tom autoritário.
O grupo inimigo chegava cada vez mais perto. Com um olhar minucioso Yuri reparou que eles brilhavam estranhamente.
—Não são reais.
—Então você não terá problema para matar eles certo? -perguntou Samira.
Camila deu o primeiro grito e logo a formação de V foi feita. Parecia muito com a do treinamento agora que o restante do outro grupo havia se juntado a eles. Algumas balas foram bem sucedidas e uma pequena baixa foi dada no adversário. Assim que a bala penetrava em algum ponto considerado fatal eles evaporavam.
Depois dos primeiros disparos cada um se escondeu em uma parte com velocidade. Em alguns segundos o silêncio se fez. Hunter foi o primeiro a disparar um tiro. Ele pegou no inimigo bem na área do coração. Com esse primeiro tiro sua localização foi revelada levando outros a seu encontro.
—Diana e Angelo cobertura para ele! Malifa e Turmalina cobertura para mim! -gritou Camila de onde estava, também revelando seu paradeiro.
Como o esperado o exército inimigo se mostrou confuso se deveriam ou não ir atrás dos paradeiros conhecidos. Pensaram (se é que pensavam) por alguns instantes e se dividiram. Quatro para cada paradeiro conhecido e o resto espalhado. Assim que os quatro se aproximaram de Camila e Hunter foram massacrados de balas pelos que davam cobertura. Esses dando tiros cruzados.
Restavam poucos de pé agora e uma única investida geral poderia exterminá-los.
—Fogo! -gritou Camila.
O seu time todo saiu em disparos, mas levou um pequeno instante para que o outro time entendesse, instante esse que fez com que uns poucos que não estavam sob ataque conseguissem atirar. Philokrates foi pego em raspão na perna e Samira sentiu uma forte dor no braço. Pelo menos agora sabia-se o que as balas deles causavam. A que penetrou o braço de Samira era um estrutura fina, feita para não ter força o suficiente para matar, mas que caussasse muita dor.
Não demorou muito até o exército inimigo estar todo em baixa depois disso.
—Sam! -Camila corria atrás da amiga. -Oh! -ela cobriu o boca com a mão ao ver o machucado, sangrava um bocado.
—Deixa que eu dou um jeito. -Angelo se postou na frente dela. Em poucos minutos já havia rasgado uma parte de sua camisa e apertado em torono do braço dela, repetiu o mesmo procedimento então na perna de Philokrates.
—E agora? -perguntou Yuri à Camila algum tempo depois, quando ficaram a sós sentados em um contêiner.
—Pela minha experiencia em livros e filmes de guerra é sempre bom fazer aliados. -os dois riram, não tinham muito mais o que fazer. -É sério, quer dizer, pelo menos nos deram número e tem umas pessoas que são boas, todos se beneficiaram e no final, bem, aí fica cada um por si.
—Como eu não tenho uma ideia melhor, vou deixar por isso mesmo heartbreaker.
—Do que você me chamou?
—Você entendeu. -ele pulou para descer. -E não me importo que a culpa não é sua. -acrescentou antes de sair correndo de deixá-la sozinha.
Camila ficou sem palavras, por um lado estava feliz que o sentimento era mútuo, por outro estava assustada, era algo forte demais e um dos dois acabaria machucado, ele já tinha levado a primeira porrada.
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