Fase Experimental escrita por Camila Fernandez


Capítulo 5
Capítulo 6 - Yuri


Notas iniciais do capítulo

Estarei viajando até o dia 21, então terei dificuldades de postar. Miiiiil desculpas!!!!!



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Sinto uma picada de mosquito bem incomoda na perna, a última desse tipo que me lembro de ter levado, foi quando viajei com a minha família para a América central. Isso sem contar o calor, que lugar mais quente. Seja lá quem tenha me posto aqui é um belo de um vacilão. Levei minha mão a cabeça onde havia sido acertado e pude sentir a bandagem que me foi feita. Pelo menos a pessoa que me deixou no calor teve o bom senso de cuidar de mim.

Ainda estava com sono, mas me forcei a abrir os olhos. Abri-os e preferi não ter feito isso. Onde eu estava? Isso não era nem de longe a minha casa. Eu estava em um quarto muito estranho. Olhei para cima e pude ver que dormia num beliche, em volta, mais cinco deles. Os lençóis eram todos verdes e as fronhas brancas. Num dos cantos uma grande estante de metal, nas duas primeiras prateleiras diversos conjuntos num estilo militar, nas debaixo roupas que pareciam normais. Me levantei e fui até a janela só para constatar que não estava mais na Rússia. O sol do lado de fora era forte e quente, as árvores eram grandes e muito verdes, os chão era terra bem marrom e fofa. Algo que segundo minhas aulas de geografia deveria ser uma floresta tropical.

Abri as janelas e um bafo quente me acertou em cheio. Não estava de forma alguma acostumado a sentir tanto calor, meus verões nunca passaram dos 20 graus positivos. Já podia sentir meu corpo produzindo suor, pequenas gotas brotavam na minha testa. Caminhei até a prateleira e tirei de lá um dos conjuntos. Nele tinha uma bermuda cargo, uma camisa verde musgo

No canto direito do quarto, perto de uma das beliches tinha uma cortina verde. Abri-a, revelando um modesto banheiro em seu interior. Era mais do que modesto. Contava com um chuveiro elétrico, uma pia e mais uma estante de metal. Nela alguns saquinhos, materiais de primeiros socorros e toalhas. Em frente a pia um pequeno espelho de rosto. Me olhei por um tempo, além da bandagem na minha cabeça eu estava com uma aparência razoável.

Voltei para o quarto e coloquei um dos conjuntos, cabia perfeitamente em mim. No banheiro abri a água e joguei uma bela quantidade em meu rosto, não me importava em ficar molhado, como o calor que fazia estaria seco em menos de cinco minutos. Peguei um dos saquinhos e descobri ali dentro uma escova de dente, não esperava que tivesse com um bom hálito, então prontamente fiz uso da minha,

Abri a cortina e voltei para o quarto, levei um susto, ainda não estava acostumado com o fato que eu estava ali, seja lá onde fosse esse ali. No outro extremo do quarto estava a porta de metal que deveria me levar para fora dele. Puxei-a com força, mas nem se moveu. Continuei puxando e empurrando, esperando que ela se movesse, mas nada acontecia. Podia pular a janela, ela estava lá aberta só esperando por mim. Meu medo era de pular e não saber como voltar. Estava cogitando firmemente essa opção quando uma voz surgiu do nada.

—Bem vindo Yuri. -parecia um homem dos seus 40 e poucos anos. -espero que a temperatura não seja um problema.

—Quem é você? -perguntei tentando não parecer assustado, seja lá quem fosse podia ao menos ter vindo ao vivo.

—Meu nome é Gregory, e eu serei seu mentor durante o tempo que estiver aqui.

—Hã... -não sabia muito bem o que falar a respeito disso. -Então, meu mentor para que exatamente?

—Queria poder te explicar tudo agora, mas as respostas virão com tempo. -ele não estava exatamente ajudando. -O que posso te adiantar é que: 
Um, Você é o líder do grupo beta. Boa sorte! -pelo menos eu era o líder.-
Dois, vou ter que pedir que raspe seu cabelo, faz parte do teste . -eu gelei nessa hora, como ele podia querer que eu raspasse meu cabelo, ele era tão bonito e sedoso que isso era quase um crime.-
Três, Você será treinado para algo muito maior. Mais informações viram ao longo do tempo.

—Hã... -eu estava um pouco confuso com tudo isso. -Tá, tudo bem eu acho, mas a parada do cabelo é realmente obrigatória? -tinha esperança de ter sido só uma brincadeira de mau gosto.

—Hahaha -ele parecia achar graça de verdade da minha pergunta. -Você acha que estou de brincadeira aqui menino?

E sem mais nem menos ele a voz se foi, sei disso porque enquanto ele falava havia uma estática de fundo e agora estava tudo em silêncio. Tentei a porta mais uma vez e me virei para a janela, de jeito nenhum iria raspar meu cabelo. Para meu espanto maior, quando cheguei até ela, estava tão fechada quanto a porta e o vidro que tentei socar para quebrar era tão forte quanto sei lá o que. Caminheiro devagar até o banheiro e em cima da pia estava uma pequena máquina para realizar minha tarefa. Queria chorar, por mais idiota que fosse isso me deixava muito triste, eu não era vaidoso com nenhuma parte de mim, só o meu cabelo, sempre usei shampoos caros e cremes mais caros ainda, e agora queriam que eu tirasse meu cabelo.

Liguei a máquina e aquele barulho do mal me atingiu com força, fechei o olho e passei a primeira vez. Abri os olhos, diante de mim podia ver a falha refletida no espelho, no chão, uma chumaço aloirado. Continuei a passar antes que desistisse. Sentia o cabelo caindo por mim, quando olhava para o chão cada vez mais sujo sentia uma parte de mim indo embora, um garoto parecido comigo me encarava no espelho, mas esse menino era quase careca. Parecia que iria durar uma eternidade até que acabou, eu estava horrível, meus grandes olhos azuis viam um garoto careca com uma bandagem um pouco suja de sangue. Saí do banheiro antes que me arrependesse ainda mais.


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