Fase Experimental escrita por Camila Fernandez


Capítulo 46
Capítulo 46




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Os dias pareciam passar em uma presa desnecessária. As provas que aconteciam todos os dias tiravam cada vez mais gente, o grande grupo que entrou já se mostrava bem reduzido. Logo as primeiras provas ocorridas depois do acidente de Camila se mostraram desastrosas para o seu time. Envolviam muitas habilidades que o Beta havia adquirido por ter treinado ao ar livre e com isso Juán, Marcos e Paloma deixaram em ordem o time.

Durante esses dias o time Gama andou bem desunido, foram precisam ações enérgicas por parte de Mike e Samira para recolocar os integrantes na linha. Na quarta prova que consistia em um paintball onde o que recebesse mais tiros em uma hora perderia, Month foi eliminado. No dia seguinte em um jogo de raciocínio em táticas de guerra Dave foi mandado para casa.

Durante a noite na televisão de cada grupo foi anunciada a próxima prova, ela seria bem diferente das anteriores e dessa vezes os três últimos colocados seriam eliminados na hora, era a primeira vez que sairia uma leva tão grande assim de uma só vez, além disso os times competiriam em horários diferentes. A prova em si tratava-se de um percurso. Os que tivessem piores tempo perdiam. Yuri sentia-se confiante. Mesmo tendo perdido duas provas consecutivas, acreditava no potencial individual do seu time. Mas mesmo com sua confiança algo o preocupava, três indo embora de uma vez não podia significar boa coisa. Eles estavam correndo para acabar, a situação devia estar mesmo crítica.

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Ás 10:00 em ponto estavam todos sentados na clareira. A prova seria dada em ordem alfabética. Christer, Diana, Heidi, Hitomi, Hunter, Louise, Turmalina e Yuri. Em sua cabeça Yuri já tinha uma ideia de como se daria a prova. Sabia que ele e Hunter eram esperados para terem os melhores tempos. Hunter aliás já parecia um pouco melhor em relação a situação toda, aos poucos voltava a ser "normal" dentro do possível dele. Temia pelos tempo de Christer (ele tinha machucado o tornozelo em uma prova na qual ganhou de Marcos) e Heidi. Também sentia um certo nervoso quanto a Lou, sabia que ela era ótima, mas só a ideia de que poderia perde-la o assustava, além de sua namorada era sua melhor amiga ali.

Carmen de Là Cur chamou a Christer. Yuri podia ver o amigo mancando enquanto seguia em direção ao centro. Mais uma vez a prova foi explicada e então foi dada a largada. Yuri decidiu contar mentalmente o tempo do amigo. Sentiu se passar um longo tempo, mas não tinha um parâmetro de comparação, não sabia se era um longo percurso, se era difícil, ou qualquer outra coisa. Christer chegou por volta de vinte minutos depois, todo sujo e suado, mancava mais do que antes de começar. Sentou-se ao lado de Yuri sem falar uma palavra. Logo após Diana foi chamada, ela já parecia mais forte. Fazia algum tempo que Diana não fazia nada de mal para si própria, mas Yuri temia quanto tempo isso ia durar, senta-se responsável por cada um deles e isso estava começando a pesar.

Diana demorou quase a metade do tempo de Christer e isso era bom e não era ao mesmo tempo. Bom pois certamente ela ficaria, ruim porque ela não deveria ser tão mais veloz. Heidi teve um tempo um pouco pior que Diana, mas ainda assim melhor que Christer. Hitomi demorou bastante. Yuri estava curioso com o que o esperava. Hunter fez não mais que o esperado pela sua contagem mental Yuri deduziu que foram somente sete minutos gastos. Lou para seu alivio foi bem o suficiente, Turmalina o surpreendeu e então finalmente era sua vez. Estava com as veias pulsando de ansiedade. Gostava dessas provas, traziam uma boa dose de adrenalina.

Assim que Carmem deu a largada ele já começou a correr. Estava mantendo um bom ritmo até que algo o desacelerou. O solo aops seus pés era fofo e aos poucos ele começou a afundar. Tinham criado algo parecido com areia movediça. Tentou se lembrar de todos os filmes que já tinha visto. A primeira regra era não se mexer muito. A segunda era achar algo em que se agarrar. Olhou ao redor e a princípio não viu nada, estava prestes a entrar em desespero quando viu então uma raiz coberta por folhas de árvore. Se agarrou como pode e então começou a içar-se. Com alguma dificuldade e muito suor conseguiu sair.

Mais a frente estava o próximo desafio. Quando atravessou o riacho deu de cara com uma caixa, que estava mais que óbvio que deveria abrir, mas ela estava trancada e não havia sinal da chave. Yuri olhou envolta desesperado por achá-la logo. Por sorte viu algo brilhando dentro do riacho. Mergulho de uma só vez, a chave estava em uma parte funda e ele não havia pego ar suficiente, foi abrigado a voltar para respirar e tentar novamente, dessa vez ele a agarrou. Dentro dela havia uma roupa absurdamente estranho. Yuri vestiu-a e então se deparou com um paredão, onde no topo via-se mais uma caixa. Intrigou-se com o paredão. Parecia liso e não via nenhuma forma de escalá-lo. Por acidente encostou uma parte de sua roupa nele e então notou que tinha ficado grudado. Só podia ser isso.

A altura de subida devia ser de aproximadamente 15 metros e uma queda seria bem trágica. Analisou por um tempo antes de finalmente ter a coragem de subir. Colocava o braço e a perna um após o outro. Pareceu uma eternidade a subida. Quando olhou do topo sentiu um pequeno calafrio. Abriu a caixa e dentro havia uma pequena pistola. Jogou-a do outro lado e desceu repetindo o processo.

Caminhou mais um pequeno pedaço até ser parado por um holograma. Nele via-se uma pequena senhora de cabelos grisalhos que começou a falar.

—Chegou até aqui com êxito, porém para que possa finalizar seu trajeto deve cumprir com uma última prova de coragem. A sua frente estará um holograma dos mais avançados já criados. Sua aparência com a realidade é incrível. -a senhora sorria para ele de uma forma assustadora. -Para completar sua missão é preciso que acerte-o.

Assim que a senhora terminou de falar seu holograma se foi e em seu lugar entrou algo que ele não achava ser possível. Não tinha como ser um holograma e principalmente ele não tinha como atirar nela. Era Magdalena que estava parada a sua frente. Não via a menina a muito tempo, mas seus traços eram facilmente reconhecíveis. Teve vontade de dar meia volta e sair, mas não podia. Ao mesmo tempo não podia atirar, era real demais. Pensou em suas opções, suas mãos tremiam. Só havia uma forma de terminar com aquilo. Sabia agora porque todos estavam chegando com uma cara tão abatida, não era cansaço ou esforço físico, mas sim mental.

Fechou os olhos e sentiu a pressão da pistola. Ao abri-los novamente não havia mais nada no local onde a um segundo atrás Magdelena estava parada, sabia que era um holograma, não tinha um corpo coberto de sangue em sua frente, mas sentia como se tivesse cometido um assassinato de fato.

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Chegou a tarde e o time beta se preparava para a vez deles. Yuri quis poder alertá-los, mas além de isso ser bem ruim para o time dele por dar ao adversário uma vantagem, sabia que não devia falar de Magdalena. Estavam todos sentados esperando que Carmem chamasse Angelo para começar a prova. Assim que foi chamado Yuri reparou em algo bem estranho, mas isso não dizia ao seu respeito. Quando Camila voltasse (se ela voltasse) ele contaria.

Yuri continuou com sua contagem de tempo. Angelo tinha tido um tempo parecido com Lou, mas Ashley tinha sido talvez até pior que Christer. O próximo nome chamado foi o de Camila.

—Creio que por motivos médicos Camila não irá participar da prova. -disse Carmem com a maior naturalidade. -Sinto em dizer que a ela será atribuído o tempo máximo para a realização da prova.

—Você não pode fazer isso. -gritou Samira em protesto.

—Desculpa querida, mas no caso de uma situação real um soldado ferido não ajuda a equipe em nada.

—É verdade um soldado ferido não serve para nada. -disse Camila vindo em direção ao centro. -Ainda bem que não sou um certo? -um sorriso desafiador brotava de sua boca. -Então, quando começo?


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