Fase Experimental escrita por Camila Fernandez


Capítulo 41
Capítulo 41




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—Gente eu vou participar da prova de amanhã e ponto final. -disse Camila decidida de seu lugar no sofá.

—Mas se nós perdemos e você for embora? -perguntou Malifa do outro lado da sala. -A gente pode continuar mesmo sem você?

—Acredita em mim, nós não vamos perder. -Camila sabia disso, sabia que devia se tratar de uma prova de estratégia e ela tinha desenvolvido bem esse seu lado durante a permanência no centro de treinamento. -Eu preciso de mais três para irem comigo, só isso.

—E quem você sugere? -Philokrates não parecia contente com o plano.

—Eu sugiro Samira, Mike e Angelo.

—Claro Camila, você escolheu eles porque são seus preferidos no grupo, isso é óbvio! -gritou Juán.

—Não Juán, eu escolho eles, porque sei que posso contar com eles. -Camila estava totalmente esgotada. -Samira é sim minha melhor amiga aqui, não vou negar, Angelo pensa cautelosamente e sabe cuidar de ferimentos, por último Mike, ele apesar de tudo e com algum esforço me ouve Juán, diferente de você. Isso, claro, sem contar que ele é muito mais forte que qualquer um de vocês. -Camila olhava o grupo feliz por ninguém mais se pronunciar. A eliminação de um do grupo hoje tinha sido traumática. Perderam uma integrante, não era a mais forte ou a mais amada, mas mesmo assim fazia parte do grupo. Mal de tudo seu plano corria conforme o planejado, nesse momento o outro time devia pensar que eles eram mais fracos do que eram de fato.

Brigar com Juán tinha sugado todas as suas forças e tudo que ela desejava no momento era poder ir dormir e não pensar em mais nada, amanhã seria um longo dia. Tinham recebido a carta com algumas explicações um pouco depois de Dulce ir embora. Sua escolha de ir não era algo impensado como alguns pareciam achar, muito pelo contrário, mas ás vezes parecia que quanto mais se esforçava para fazer as coisas certas, mais difícil ficava. Por que esses meninos iriam querer concordar em ajudar com qualquer coisa aqui? Para eles tudo não passava de um acampamento de férias e o único fator motivador neles era a competitividade, eles não tinham um super prêmio por trás ou algo do gênero.

Ela decidiu ir para o quarto e já estava no meio do caminho quando algo a parou. Perto do pequeno armário que tinha algumas comidinhas emergenciais (as refeições vinham sendo feitas em um container próximo) estavam Angelo e Philokrates. Camila já estava pronta para intervir, mas algo não estava conforme o previsto. Eles não estavam brigando, na verdade estavam bem longe disso, pareciam quase... Amigos. Ela queria ouvir algo da conversa para entender o que acontecia só que os dois falavam baixo e bem próximos. O que diabos era isso?

—Ei, se importa se eu for lá fora me encontrar com Heidi? -perguntou Mike por trás tirando Camila de suas indagações.

—Hã, claro. Quer dizer, desde que não vá contar nossos planos pra ela. -os dois soltaram um pequeno sorriso, era engraçado o fato de quem Camila tinha achado que seria ser maior problema ser na verdade uma boa compania. -Aliás eu também quero dar uma volta, mas no meu caso só pra tomar um ar fresco mesmo. -os dois riram de novo, deixando uma sensação um pouco mais leve no ar.

 

O dia na piscina tinha sido muito bem vindo, todos pareciam bem mais relaxados, depois de tantos assuntos sérios e obrigações era maravilhoso poder passar o dia sem pensar em nada. Todos tinham conversado e rido como não faziam há um bom tempo, porém mesmo nesse clima de relaxamento nem todos os assuntos podiam ser ignorados. Yuri e Louise aproveitavam o tempo sem preocupações agindo como um casal normal, ficando abraçados, se beijando, amenidades que faziam muito bem. Heidi por outro lado fazia seu máximo para tentar ajudar com o problema da Diana.

Primeiro obrigou que a menina comesse e não saiu de seu pé um segundo, mesmo quando essa a implorou. Sabia que estando por perto Diana não faria nada. Ela esperou o tempo devido para que a comida se fixasse no estômago e seguiu para a área da piscina.

—Achei que tivesse falado com Hunter. -disse Yuri sério surgindo atrás de Heidi do nada.

—E eu falei! -Heidi se levantou da espreguiçadeira com um pulo.

—Bom, acho que não te deu ouvidos. -Yuri observava Diana e Hunter aos beijos perto de uma árvore. -Quer saber eu mesmo vou dar um jeito.

Yuri não tinha exatamente um plano. Chegou perto o suficiente dos dois para que pudesse ouvi-los. Diana era toda melosa, Hunter por sua vez não perecia prestar atenção em uma só palavra do que a menina dizia, era uma cena meio feia.

—Hunter, eu, bem, preciso falar com você. -vendo que Diana não se moveu, completou. -A sós.
a menina o olhou com vontade de aniquilá-lo.

—Beleza o que você quer agora? Me dar os parabéns? -perguntou Hunter irônico. -Se for pra falar da Diana eu não quero saber valeu?

—Bom, mas você vai me ouvir, porque eu sei que ela está totalmente apaixonada por você. Isso não é saudável pra ela, principalmente quando você só esta a usando para se divertir, porque é óbvio que não sente nada mais que atração física. -Yuri de repente sabia exatamente o que falar, tinha recebido a pouco a proposta de amanhã e tinha que escolher quatro participantes num combate que seria provavelmente de estratégia. -Então, amanhã seremos quatro na prova. Um serei eu, se quiser ser um dos três restantes nem pense em chegar perto dela de novo. Entendido?

Hunter simplesmente se virou e saiu deixando Yuri sozinho, mas este sabia que o que tinha dito havia funcionado. Hunter era bem competitivo e se pudesse estar em todas as provas certamente estaria. Yuri tinha certeza que esse era um motivo suficiente para que não voltasse a falar com Diana tão cedo.

 

Hunter não aguentava mais todos tentando dizer o que ele devia fazer, era um saco, Yuri e Heidi eram os piores, queriam controlar até com quem saia e isso o irritava muito. Eles não tinham nada o que se meter em sua vida, Yuri era o líder, beleza, mas isso só devia influenciar nas tomadas de decisão quanto ao grupo não quanto ao que ele faz ou não em suas horas livres.

Á noite foi decidido o time que participaria amanhã. Yuri cumpriu com sua palavra e os pôs para participar. Seria Hunter, Yuri, Heidi e Louise, quase desistiu de participar, tinham que ser eles.

Decidido a não ficar mais um segundo perto de qualquer ser humano saiu da casa em busca de ar fresco. Não sabia bem para onde ir, então acabou optando pelo rio. Pelo menos o barulho da correnteza o faria se distrair. Já estava quase lá quando viu uma silhueta sentada ao rio. Não conseguia reconhecer quem era. Decidiu dar meia volta e ir para outro lugar, mas a pessoa o notou.

—Quem tá aí? -droga, ele sabia de quem era essa voz. Ignorou a pergunta e deu mais um passo, incerto de realmente ir embora. Era o que queria, mas algo o impedia. -É sério, se você não falar eu vou até aí! -Hunter ainda tentou continuar indo embora, mas quando viu estava indo direto até a voz.

Não falou nada e simplesmente se sentou ao lado da pessoa. Queria poder odiar esta garota sentada ao seu lado, mas não conseguia. Desde o primeiro dia que a tinha visto tinha sentido algo diferente. Era uma merda, nunca tinha acreditado nessa babozeiras de amor a primeira vista e predestinação, porém com ela não havia outra explicação, o que tinha sentido no momento que a viu era algo fora do nomral.

—O que você quer Hunter? -ela não havia nem ao menos se virado, mas sabia que era ele sentado ao seu lado.

—Sei lá, acho que a mesma coisa que você. -ele olhou o reflexo da lua no rio incerto do que dizer. -Tomar um ar, esclarecer a mente.

—Nossa! -Camila riu e o deixou confuso.

—O que foi?

—Você ainda não me xingou ou desdenhou de mim, na verdade você foi até legal, será que finalmente estamos chegando há algum lugar?. -Camila mexia nas suas maria chiquinhas.

—Devo estar cansado demais para isso, mas se quiser posso começar agora. -disse Hunter permitindo-se rir.

—Sério qual é a sua? -disse Camila de repente séria. -Por que você faz tanta questão de me tirar do sério?
Em algum lugar distante um pássaro fez barulho.

—Eu... Eu não sei te explicar Camila. -era tão difícil falar normal com ela, era como se de repente as palavras fugissem, quando a estava zoando e fingindo era bem mais fácil.

—Então por que? Por que todas as vezes que você me vê, você é um grosso e estúpido e parece me odiar? -Camila estava tão cansada, tinha saído da casa para evitar problemas e então puf! Um vinha diretamente ao seu encontro. -Eu não te fiz nada!

—Fez sim! -os dois falavam alto, qualquer pessoa por perto poderia ouvir.

—O que Hunter? Me fala por favor! Me desculpa, mas eu não faço ideia do que fiz! -Camila tinha desistido de controlar as lágrimas que já queriam sair a tanto tempo, esse tinha sido o ápice.

—Mas que droga Camila. Você não vê? -Hunter sabia que se desse o próximo passo poria tudo a perder e seu escudo construído com todo cuidado desmoronaria na hora. -Não vê que desde a primeira vez que te vi não penso em outra coisa a não ser você?


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