Fase Experimental escrita por Camila Fernandez


Capítulo 36
Capítulo 36 - Camila




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—Samira diz que você não está dormindo. -não aguentava mais fingir estar dormindo, estava animada demais.

—Não mais gracinha. -seus cabelos estavam espalhados pela cara e eram da dar inveja a qualquer um.

—Ai que bom! -eu tinha uma ideia que ela não ia gostar.

Sem a menor vontade Samira se levantou de seu confortável assento. Fomos até o final do avião, onde estavam localizados os banheiros. A primeira coisa que estava me incomodando era o fato de Betha ter sido levada sem a gente. Tipo, onde foi que enfiaram a menina? Eu perguntei para Sam se ela sabia de algo, mas também não fazia ideia, isso seria algo para me preocupar depois.

Pensei em desistir da minha ideia, mas um barulho a reavivou. Queria subir e ver o outro time melhor, as pessoas pareciam interessantes. Com calma contei minha ideia para Samira e como eu já esperava ela foi contra.

—Ah não Camila. -ela cruzou os braços com cara de preocupada. -Nem vem, dessa vez não. -era engraçado, ela parecia mais responsável que eu.

Fiz então minha melhor cara de anjinha sabendo que minhas chances com ela aumentariam em potencia de dez.

—Ok, mas eu vou te esperar na escada. -ainda não parecia feliz com a ideia, mas tinha aceitado.

Abrimos a porta "secreta" que dava acesso ao andar superior e tentando fazer o máximo de silêncio começamos a subir. Havia uma outra porta da qual Samira se recusou a passar. Eu por outro lado fiz mais do que questão de ultrapassa-la. Abria-a com cuidado e fechei sem fazer um barulhinho sequer. Estava pronta para adentrar o espeço quando algo me segurou tapando minha boca.

Tentei me soltar agora já pouco ligando para fazer ou não barulho, seja lá o quem fosse não tinha esse direito. Tentei gritar também, mas a pessoa me segurando tinha força. Consegui me desvencilhar o suficiente para ver quem me segurava. Quando o outro time entrou ele me chamou atenção, era bem bonito, mas agora o estava achando um babaca.

—Vou te soltar agora, mas você não vai falar uma palavra. -seu tom era ameaçador, mas não me assustou nem um pouco. Foi só ele soltar minha boca que gritei o mais alto que pude. Ele rapidamente tapou minha boca. Algumas poucas pessoas tinham acordado e olhado para trás, porém como estava muito escuro ninguém nos viu -Acho que você não entendeu, quando eu te soltar, você fica quietinha. -ele voltou a soltar minha boca e dessa vez permaneci em silêncio. -Muito bem, agora me explica o que está fazendo aqui.

—Hmmm. -o que eu ia falar? Que estava espionando eles de brincadeira? -A verdade é que sou sonambula. Nem mesmo sei onde estou. Aliás onde estou? Quem é você? -uma criança de dez anos teria dado uma resposta melhor.

—E você acha que eu acredito Camila? -nesse momento eu gelei.

—Ô moleque, como diabos você sabe meu nome? -depois pensei em Yuri, provavelmente tinha falado, só não sabia porque -O líderzinho de vocês resolveu sair espalhando por aí meu nome?

—Já ouviu dizer que estresse dá rugas? -ele ainda tinha a audácia de me zoar. -Esquisita. -mal conhecia esse menino, mas podia dizer que ser educado não era seu forte.

—Olha, eu vou embora tá. -já tinha arrumado confusão demais por uma noite.

—Não quer nem saber meu nome? -perguntou ele cheio de marra.

 

—Não! -disse decidida já indo em direção a porta.

—Espera. -ele me fitou por um momento que pareceu eterno, não podia dizer o que sua expressão representava, era quase que confusa.

—O que é? -perguntei nervosa.

—Nada. -sua expressão de bonzão tinha voltado. -Ô esquisita, por que você tentou nos espionar?

—Eu não sei! -era a mais pura verdade. -Eu estava entediada e ouvi um barulho vindo desse andar, fiquei curiosa, foi só isso.

—Que seja. -argh ele estava conseguindo me tirar do sério.

—Posso ir agora? -e antes que ele pudesse falar mais alguma coisa abri a porta.

—Hunter? -uma menina com voz de sono chamou alguém, presumi se tratar do garoto. Esperei atrás da porta para confirmar.

—Ah, oi Diana. -sua voz agora era calma. -Pode ir voltando, eu também já vou. -pude ouvir um barulho que provavelmente era um beijo. Corri escada abaixo onde Samira me esperava.

Samira tentou falar comigo, mas a presenteei com respostas monossilábicas. Não estava nem um pouco afim de papo agora. Em vez disso fui direto para meu assento dormir na esperança de que ao acordar novamente eu já estivesse no lugar que devíamos chegar, pelo menos tinha aprendido a ficar quieta.

Para minha sorte meu despertar foi como o planejado. O avião já se preparava para a aterrizagem. A vista abaixo da gente era longe do que eu esperava. Um grande campo verde, com mata envolta e uns... O que eram aquilo? Contêineres? Enfim, eu realmente esperava uma praia de areia branca e água transparente, pelo menos uma cidade grande onde eu pudesse passear..

Fomos os primeiros a sair do avião e não esperamos o outro grupo. Gregory já nos acompanhava para nossas acomodações. Tratava-se do contêiner que eu havia visto de cima. Dentro dele um único banheiro horroroso, dois quartos divididos entre feminino e masculino e com camas duríssimas, e uma salinha com um sofá amarelo encardido.

—O que é isso? -perguntei a Gregory que nos acompanhava totalmente alheio às reclamações em volta.

—Centro de treinamento militar nos Estados Unidos. -Pelo menos agora sabia que não estávamos em solo americano antes.

—E é aqui que... Que tudo vai acontecer? -meu tom de repugnância era óbvio.

—Sim Camila. Exatamente aqui. -ele me respondeu dando de ombros. Seria uma longa estadia.


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