Fase Experimental escrita por Camila Fernandez


Capítulo 3
Capítulo 4 - Camila




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/579441/chapter/3

Aos poucos senti minha mente recobrando os sentidos, mas postergava a hora que abriria meus olhos, já sabia o que vinha. Definitivamente tinha bebido demais ontem, porém toda aquela ressaca que eu estava esperando não veio assim que me levantei, e isso era no mínimo muito estranho. Nenhum vestígio de dor de cabeça ou tontura. Respirei profundamente sentindo meu pulmão cheio de vida e o ar, este cheirava a uma mistura de eucalipto e lavanda. Estaria tudo ótimo se não fosse pelo fato de não que eu não fazia ideia de onde estava.

Me encontrava de pé em um quarto rosa, era decorado com alguns pufs brancos e espelhos de corpo inteiro em formato de estrela. Meu sonho de quarto quando eu tinha uns 12 anos. Além disso havia quatro camas com colchas lilás e a mesma quantiodade de armários brancos. Parecia algo do tipo de fraterniade de universidade americana bem menininha saída diretamente de um filme. Curiosa e um pouco assustada com o lugar que eu estava fui em direção a um dos armários. No caminho passei por um dos espelhos em forma de estrela e pude ver que vestia um pijama de cetim branco, que eu tinha bastante certeza, não ter vestido ontem.

Não sei bem o que esperava encontrar quando o abri, mas não era nem de longe o que tinha ali dentro. Além de mais algumas réplicas do pijama que eu estava vestindo, tinha alguns bolos de roupas pretas, botas de combate também pretas e aí sim umas roupas normais, mas que não eram as minhas. Tirei um conjunto do bolo de pretas, consistia em uma saia estilo colegial com uma camisa polo e uma meia. Peguei outro conjunto só para ter certeza do que eu já imaginava, todas eram iguais. Abri o armário do lado ainda na esperança de ter algo melhor, tinha algumas diferenças, como a cor dos conjuntos, que eram vermelhos e dos pijamas que eram azuis. Sem saber qual roupa eu deveria por, optei pelo conjunto preto, porque pelo menos ele era legal.

No quarto tinham ainda duas portas, o que me levou a pensar que uma devia ser o banheiro, e a outra a saída. Escolhi ao acaso uma das duas. Ao por a mão na maçaneta o único pensamento que me veio foi um bem idiota "tomara que não tenha um leão ou algo do tipo do outro lado". Para minha sorte só tinha realmente o banheiro. E tenho que dizer que era O banheiro. Sabe aqueles que você vê em artigos de decoração, mas que sabe que nunca terá porque custam mais caro que toda sua casa junta? As luzes eram de led, o chuveiro era de touch com funções nunca vistas na minha vida, -imagino que ele inclusive tenha aquelas luzes legais quando a água é ligada- até o vaso era mega moderno.

Me contentei em descobrir depois como se usar, no momento só queria escovar os dentes, pentear meu cabelo e ver se assim eu ganhava uma cara um pouco mais saudável. A pia estava situada sobre um móvel. Nele tinham várias gavetas e para facilitar minha vida e me deixar ainda mais assustada uma das gavetas desse móvel possuía minhas iniciais. Abri-a com cuidado, mas tudo que tinha dentro era uma escova de dentes fechada e novinha, pasta e uma linda escova de cabelo.

Penteei meu cabelo por muito tempo apreciando a sensação que a escova levava ao meu coro cabeludo. Prendi meu cabelo em uma maria chiquinha, tenho essa mania desde pequena, durante um tempo achavam esquisito na escola, mas depois se acostumaram.

Peguei a outra porta me sentindo bem mais confiante, claro que podia ter alguma maquiagem, mas levando em conta que eu nem sabia onde estava, isso teria que servir. Assim que sai vi mais duas portas idênticas a que eu havia acabado de sair. Abri rapidamente e dentro de cada tinha um quarto, todos com quatro camas, mas com decorações diferentes. Havia sobrado um longo corredor a minha frente levando sei lá para onde, mas como não tinha escolha, segui. Acabei dando em uma sala, em seu centro, uma grande mesa onde cabiam pelo menos doze pessoas, um arco ligava ao que parecia uma outra sala e no canto esquerdo ao corredor que vim, uma porta de metal que parecia bem pesada. Uma das cadeiras tinha minhas iniciais novamente. Isso não parecia muito coincidência

A mesa era feita de uma madeira muito bonita, sentei na cadeira com as minhas iniciais para poder apreciar melhor, seus cortes geravam diversos desenhos.

—Acho que já posso dizer olá para nossa líder. -a voz era grave e um tanto quanto animada.

—Quem é você? -perguntei, minhas emoções misturadas, entre medo, alívio e fome.

—Deseja alguma coisa? Comida? -a voz continuou a falar ignorando minha pergunta.

—Quem... Quem é você? -isso definitivamente não era legal, mas admito quase ter aceitado a comida.

—Eu sou Julius. E você é a líder do grupo Beta. -ele parecia um pouco mais sério agora, o que me deixou feliz, mas ao mesmo tempo nada do que ele falava fazia o menor sentido.

—Isso é só um sonho você pode controlar isso. -repeti essa frase umas quatro vezes antes que ele começasse a rir.

—Você é engraçada, acho que vai se sair bem.

—Claro que é! Que outra explicação pode ter. -só podia ser isso, toda a bebida de ontem tinha virado um sonho muito louco, isso inclusive explicaria porque estou tão calma.

—Se você tem tanta certeza me prove. -disse a voz claramente achando graça de tudo isso.

Prendi minha respiração sabendo que por ser um sonho conseguiria continuar a respirar, mas invés disso comecei a realmente ficar sem ar até esbaforar o ar pra fora. Ainda não convencida contei meus dedos. Cinco em uma mão e cinco na outra. Mas como isso era possível? Nos sonhos lúcidos a contagem SEMPRE dá errada, isso só podia significar uma coisa.

—Isso não é um sonho né? -perguntei um pouco vacilante.

—Não querida, queria muito poder te dizer que sim, mas estaria mentindo. -agora eu estava em pânico.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fase Experimental" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.