Fase Experimental escrita por Camila Fernandez


Capítulo 27
Capítulo 27 - Yuri




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Passamos um longo mês sem que nada de novo acontecesse. Os mais novatos tiveram a chance de adquirir algumas novas habilidades. Diana agora até acertava uma flecha num alvo que estivesse a no máximo 10 metros de distância. Também pudemos conhecer melhor uns aos outros. Poucos falavam de seu passado e como se tornaram jovens "problemáticos" para a sua família.

O que eu sabia tendo sido dito alto até agora: Hunter era o mais velho com 19 anos. Turmalina, a menina da Índia era a mais nova com 14. A maioria não conhecia/ conhecia muito pouco as culturas de cada um. Nem todos vieram parar aqui porque bebiam ou usavam drogas, alguns simplesmente eram contra sua cultura. Month que era egípcio nunca conseguiu acreditar e seguir a religião muçulmana imposta por seus pais. Discordava de diversas coisas ditas no Alcorão e por esse motivo sua família o repudiava. Um dia me contou sobre o dua que conversou com seus pais sobre sua ideia de ir fazer medicina nos Estados Unidos, seus pais só faltaram tentar matá-lo.

E no fundo, e quando digo fundo é bem fundo mesmo, todos eram de alguma forma legais. Mesmo aqueles que podiam ser meio arredios e metidos na hora de fazer algo pelos outros ou receber ordens acabavam cedendo e deixando de lado a armadura. Fui até capaz de ver Heidi defendendo Hitomi de um animal silvestre enquanto ela não prestava atenção, a cena tinha sido bem engraçada.

Saímos hoje com a curiosidade diária de qual seria nossa tarefa. Lá, no lugar de sempre uma única palavra: Riacho. Foi de acordo geral que devíamos ir lá ver do que se tratava.

Chegando lá o que encontramos foram algumas armas de proteção. Escudos, uma faca pequena e utensílios que deixam claro que você não será o primeiro a atacar. Dentro da parte mais larga do rio tinha uma garrafa flutuando. Não pensei duas vezes antes de tirar a blusa e mergulhar. Em parte porque amava a água, em parte porque tinha um certo orgulho da minha nova musculatura.

Saí da água e deixei que o sol tomasse conta de me secar. Uma as vantagens de se estar no trópico é que o calor é quase constante, em pensar que na Rússia temos que esperar nove meses de frio para três de temperatura amena. Abri a garrafa na frente de todos, para que ninguém pudesse reclamar de mim depois. Dentro dela havia mais um bilhetinho. Estávamos em uma caça ao tesouro do tipo que se brinca quando temos cinco, seis anos.

Dentro dela não era mais um lugar, mas uma charada: No início escasso, cada vez mais farto.

—Essa é fácil! -gritou Diego se metendo na frente de todo mundo. -É comida, eu que cheguei no início sei o quão pouca comida tínhamos.

—Sabe nada, queria ter visto você ser o primeiro. -disse com ressentimento. Quando cheguei não tinha nada vezes nada.

—Ok, essa era a parte fácil Diego, mas saber que é comida, não muda muita coisa. -no mesmo momento que Lou falou isso a cara de Diego murchou. Bem que ela podia ter dado ao menino mais uns minutos de felicidade.

—Tem quatro lugares que podemos achar comida certo? -agora era Dave quem falava. -Cozinha, horta, animais de fazenda -acho que isso tinha um nome, mas antes que eu pudesse comentar algo Dave acrescentou. -não me culpem por não saber o nome do lugar que eles ficam, é celeiro? Algo assim né? E tem a grande mata.

—Se nos dividirmos e combinarmos um horário aqui vai ser mais fácil que todos irmos para o mesmo lado. -sugeriu Hitomi.

E assim fizemos, três grupos de três e uma dupla. Hunter, Diego e Diana foram verificar a cozinha (espero que ela tenha gostado da minha ideia, eles provavelmente iam querer me matar, a menina era chatinha tadinha). Dave, Hitomi e Heidi foram para a horta. Turmalina, Christer e Month para a área de animais. Eu e Lou, fomos claro, para a mata. Eu gostava de lá.

Tínhamos 20 minutos para descobrir algo. Claro que na cozinha isso devia ser bem mais fácil nesse período de tempo. Penso se não devia ter escolhido ir pra lá, estávamos em menor número. Depois de vasculhar sabia muito bem como aproveitar o tempo restante. Mas já que estava na mata e só me restava procurar.

Andamos um bom tempo olhando por cada árvore, pedaço de chão e pedra que encontrávamos. Nem sinal de uma próxima dica. Ambos nos mantínhamos em silêncio cada um muito concentrado em tentar achar alguma coisa.

—Tá, não tem nada aqui Yuri, vai por mim. -disse Louise finalmente se cansando.

—E como você pode afirmar com tanta certeza hein? -fiz minha melhor cara de detetive.

—Fique sabendo que sou muito boa em procurar coisas perdida e tomá-las pra mim. Não se esqueça disso. -ela olhava desafiadoramente sexy para mim.

Não preciso dizer o que aconteceu depois disso, porque é bem óbvio. Será que o líder do outro grupo também tinha essas vantagens? Foi uma pena que demoramos tanto procurando a pista, isso nos deixou com pouco tempo para nós e logo tivemos que voltar.

A pista estava na horta, mais exatamente numa cenoura jogada por cima de outras ainda enterradas. Toda ela estava escrita com canções de ninar. Aquelas clássicas que são passadas de geração por geração e tem em todas as línguas. Essa aqui estava em inglês. Um detalhe importante, todas as coisas escritas chegavam em inglês, acho que um dispositivo de mudar o que nós vemos já era demais e inglês era o que tinha mais chances de todos sabermos, mesmo que Month e Diego não fossem muito bons.

A única coisa que todos pensamos com a pista foi em dormir e o quarto era a única alternativa. Nem nos separamos, fomos correndo ao quarto. Turmalina foi a primeira a abrir a porta.

—Está vazio! -disse ela assustada.

—Mas isso é impossí... -eu ia completar a frase, mas então vi nosso quarto. Todas as camas, armários, roupas, tudo tinha sumido. Era só um grande cômodo vazio. Eles eram bem rápido tirando tudo, pois logo antes da missão lembro de entrar aqui para ir ao banheiro com Hunter para rasparmos o cabelo.

Começou então um tumulto com cada um querendo dar sua opinião. Eu me mantive quieto, não tinha nada para falar que pudesse ser útil. Comecei a andar em direção ao banheiro quando ouvi a canção de ninar escrita na cenoura. Vinha do lado de fora da casa. Mandei que todos se calassem e ouvissem. No minuto seguinte estávamos todos em silêncio seguindo a tal música.

A música nos levou de novo ao riacho. Porém agora do outro lado dele havia um amontoado que não conseguia reconhecer do que se tratava. Novamente pulei na água, mas agora fui seguido por Hunter e Month provavelmente tão curiosos quanto eu pelo que era aquilo do outro lado.

Pus a mão no amontoado e como mágica uma menina surgiu dali. Parecia um pequeno anjinho. Cabelos louros e lisos, olhos azuis, feições perfeitas, não devia passar dos 10 anos de idade. Sua cara de susto a fazia parecer ainda mais pura.

—Minha irmã, eu preciso achá-la. -disse ela com os olhos vidrados e sussurrando. -Por favor.


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