Fase Experimental escrita por Camila Fernandez


Capítulo 16
Capítulo 17 - Yuri




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A última semana foi uma loucura, a cada dia um novo integrante chegava e tudo isso do nada, um dia estava sozinha e no outro puf! A casa estava cheia. Dos 10 que eu vou receber para fazer parte do meu time cinco já estavam aqui. Louise, a francesa; Diego, o espanhol; Hitomi, a japonesa; Dave, da África do Sul e Heidi, a alemã. Todos muito diferentes entre si, cada um com traços próprios de seus determinados países. Claro que assim que descobri que Louise era francesa fiquei atônito de como podíamos nos comunicar, fui descobrir que se trata de um dispositivo no braço que nos faz tipo uma tradução simultânea, se você reparar com muito cuidado há um delay de mais ou menos uns cinco segundos entre a pessoa mexer a boca e você ouvir, isso à me fez pensar algumas vezes se a voz que eu ouço é a verdadeira da pessoa, espero que sim, gosto da voz da Louise.

Nessa uma semana também já tive uma grande lição, não confiar. Acontece que depois que Louise e eu saímos do rio no seu primeiro dia reparei que uma corrente que usava tinha sumido. A princípio pensei tê-la perdido lá mesmo, porém fui descobrir que ela se encontrava debaixo do travesseiro da novata. Cleptomaníaca. Claro que cada um aqui era diferente dos outros, Diego por exemplo era esquisitão e estava sempre se mantendo nas sombras. Posso porém generalizar os probleas, na maioria havia um uso exagerado de bebidas e drogas, saídas todas as noites para lugares desconhecidos, notas baixas e rebeldia. Os típicos adolescentes problemáticos, tinha uns assim na minha escola, andei com eles por um tempo, era descolado, mas seguir seu estilo de vida é muito difícil e involve abrir mão de muitas coisas, não foi feito para mim

Ao mesmo tempo em que tinha que manter minha cabeça no lugar com todos eles juntos se rebelando contra mim, (porque de alguma forma eles me viam como uma figura paternal que só servia para dar ordens) eu era obrigado a treiná-los e nem de longe isso era uma tarefa fácil. Quando não estava fazendo gracinhas e tentando matar uns aos outros simplesmente desapareciam mata a dentro. No mesmo dia em que Heidi chegou estávamos treinando arco e flecha quando ela achou um cogumelo alucinógeno. Claro que pelo dia o treino acabou.

Posso dizer que cada dia era uma nova aventura, dar uma arma na mão deles me fazia passar o dia inteiro assustado e mega cauteloso, não só por eles, mas por mim mesmo, pretendia uma dia voltar para casa vivo e inteiro. Eu progredia mais que eles. Não querendo me gabar, mas de qualquer forma eles não estavam muito animados para isso. Por outro lado eu já arremessava uma faca com maestria, atirava um arco perto do alvo e uma lança ainda mais. Meu único problema se encontrava na arma de fogo, fosse pistola, fosse espingarda, simplesmente me travava. Cada um possuia uma habilidade específica, se eles se esforssacem pelo menos um pouco que fosse poderiam ser bons soldados. Heidi era boa com a arma de fogo, Dave e Lou eram velozes e Hitomi tinha um raciocínio bem rápido, Diego continuava um enigma, conseguia se empolgar menos que os outros e isso era bem dificil.

Hoje tinha sido o segundo dia sem mais ninguém chegar. Estava feliz por isso, mesmo eles sendo uns chatos eu finalmente podia conhecê-los melhor. Tinha me simpatizado mais com uns do que com outros, mas acho que isso é normal, o importante era não deixar transparecer. Louise apesar de roubar os outros costuma ser bem legal e animada, ela também é um pouco mais centrada que os outros, acho que não é tanto desse mundo de sexo drogas e rock & roll. Dave e Hitomi apesar de terem culturas totalmente opostas são bem parecidos e meio palhaços. Ás vezes até eu rio das besteiras que eles fazem. Heidi e Diego que meu santo não bateu muito. Eles são só idiotas e ponto, são grossos e não sabem respeitar nunca. Cada um do seu jeito eles sempre tentavam burlar o que eu falava. Pedi uma vez ue os dois escalassem uma parede de escalada que havia sido posta para que pudesse cronometrar. Cometi o erro de por os dois juntos numa mesma rodada. Heidi começou a dizer que não ia fazer essa palhaçada já que nada de interessante a esperava no final e Diego simplesmente cruzou os braços e fitou a parede. Me controlei muito para não pegar a arma que se encontrava ao meu lado e dar um belo tiro nos dois, acho que até perderia meu negócio com elas.

Hoje de manhã, antes mesmo de todos os outros acordarem Louise tinha dado a ideia de darmos uma festa. Era Domingo, dia que do lado de fora nada me eserava, quando estava sozinho, tirava esses dias para caçar tdo que precisava de manhã e depois passar o dia entre ouvir música e ler (tinham chegados alguns livros de estratégia). Tentei argumentar, mas mais tarde quando ela contou a ideia ao restante todos ficaram animados demais com a ideia. Eu tinha certeza que ia dar algum problema, só torcia que desse pra transformar o problema em um ensinamento, negar estava fora de cogitação, eles me odiariam. Dave se autoencarregou de cozinhar (a comida agora era um pouco mais fácil, itens que não eram possíveis de se obter sozinhos nos eram dados) e Diego dos sucos. Louise e Hitomi decidiram cuidar da decoração. Heidi ia preparar a playlist e eu ia só comandar as coisas para não sei lá, quebrarem a casa ou se matarem.

—Acho que isso de você ficar só comandando tá chato. -Louise tinha parado de repente de colocar uma grande folha de palmeira em cima da tv. - Quer dizer, você pode dar uma mãozinha na decoração também. Ou ir comigo coletar umas frutas. O que você me diz? -seu olhar era desafiador, como se soubesse que não ousaria dizer não.

—Tá, vamos lá. -um líder tem que saber a hora de mandar e ceder. Não posso ser chato o tempo todo ou perco credibilidade, se bem que liberar essa festa já era eu sendo muito legal. Mas uma vez pensei no que meus amigos achariam de mim me vendo agora, um chato. Droga essa era uma tarefa muito difícil.

Saímos só nos dois pela mata. Na parte de trás da casa havia diversos frutos e folhas. A festa por falta de opção estava ganhando um clima de festa de Hula, só faltava a praia e algumas dançarinas (bem gatas de preferencia). Pela casa havia algumas folhas espalhadas, frutas, sucos em copos bonitos parecendo mais drinques que sucos. Eu devia reprimir o fato de que provavelmente foram contra a minha regra de não ter álcool, mas eu mesmo queria um pouco nesse momento.

—Eu gosto de você, mesmo que de certa forma você seja seja um chato – Uau, eu até achei que talvez um dia pudesse rolar algo, mas essa meniina vai direto ao ponto e não posso fingir que não gosto. -E você é bem gatinho. -disse ela com seu ar brincalhão.

Pegamos mais umas frutas e folhas. Caminhamos algum tempo sem falar mais nada. Ao longe ouvíamos uns sons de animais, e o vento que batia forte, agitando os cabelos dela de uma forma incrível.

—É, acho que dá pra gostar de você também, mesmo me roubando as vezes. -me arrependo do que falo no mesmo instante, mas precisava falar algo. -Quer, dizer, você é legal. E ponto. -seu rosto adquiri um pequeno sorriso, provavelmente me acha um retardado, mas não ligo.

—Se eu sou legal, você pode carregar a minha parte, sabe como é, pra provar seu ponto. -ela me joga de qualquer jeito tudo que carregava e dispara para a casa, parando na metade do caminho para me mandar um beijo. Eu bem qu podia dar um de verdade nela.

 


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