Fase Experimental escrita por Camila Fernandez


Capítulo 1
Capítulo 2 - Camila


Notas iniciais do capítulo

Espero que leiam e recomendem de verdade :) Amo qnd vejo o que vocês acham do que eu escrevo



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—Eu não acredito Camila! -Maria correu de encontro a amiga após o ocorrido. -Por que você deu um fora no Vitor?

—Sei lá, simplesmente não queria, não estava afim. -Camila amarrou o cabelo em um nó que logo se desfez. -Aliás é meu aniversário, nada mais justo que eu poder dispensar alguns meninos. -disse ela dando de ombros.- Não é sempre que posso me dar a esse luxo. E só pra constar eu já peguei ele. Ontem. Só não quis repetir. -sem querer mais papo pegou uma bebida e saiu de perto da amiga.

A festa estava boa. Nada muito grande, mas tinha bebida o suficiente e música legal. Havia chamado uns 30 amigos para comemorar seu aniversário na casa de sua avó. Vitor era o sonho de ensino médio dela e agora no seu aniversário de 18 anos podia finalmente dizer não na cara daquele que a ignorou por três anos.

Claro que as férias a tinham ajudado. Durante o mês de Janeiro emagreceu e ganhou mais músculos graças a academia. Não era seu lugar preferido, mas certamente tinha muito o que agradecer a ele. Seu cabelo estava mudado também, agora as pontas de seus fios eram de um tom de rosa bem forte. Mas ela não foi a única a ressurgir mais bonita como uma pré-universitária. Alguns meninos tinham ficado mais fortes e as meninas mais magras. Ah, doce som de hormônios se pondo no lugar deles.

A sala estava apinhada de gente. Praticamente todos estavam lá falando sobre alguma besteira que só pessoas bêbadas conseguem entender. Todos riam loucamente. Camila sentou-se no chão ao lado de um dos seus amigos de escola e antes que pudesse perceber estava beijando-o. Sua mente já não fazia mais raciocínios lógicos, tinha certeza que acordaria com uma linda ressaca. Era capaz de ficar com qualquer um daquela festa, até seus amigos mais feios, mas afinal quem se importava? Pareceu uma eternidade com esse menino, e teria ficado mais se não fosse a vontade de ir ao banheiro.

Estava a meio caminho quando encontrou Maria e Vitor praticamente sendo um só no escritório do seu avô. Sua melhor amiga e sua paixão de ensino médio mais do que conhecida por todos. Que presente melhor poderia ganhar da sua melhor amiga?

—Uau! -Camila batia palmas diante da cena. -Nossa, você se recupera rápido de um fora Vitinho. E Maria você é rápida hein? Quanto demorou desde eu falar que não queria até você vir atacar a presa?

—Calma Cams, não é assim. -Maria arrumava a alça do sutiã que caia pelo seu ombro enquanto falava.

—Quer saber? Eu não me importo. -seus pensamentos giravam em mil por hora e nenhum deles fazia sentido. -Vocês se merecem. De verdade. -meio tropega ela deu de costas e reiniciou sua caminhada ao banheiro. Por algum motivo isso realmente não a chateava da maneira que devia.

—Camila volta aqui! -gritava Maria tentando alcançar a amiga, mas sua situação não era muito melhor, tropeçou em seus próprios pés antes que pudesse falar qualquer coisa.

Não se importava com o Vitor, provavelmente nunca nem gostou de verdade desse menino. Ele era bonito sim, mas não valia sua noite. Tinham outros meninos bonitos no mundo e agora ela estava indo para a universidade. Novas pessoas, novos garotos. Homens, garotos não, esses ela deixaria para sempre no ensino médio.

Já na sala de novo (de alguma incrível forma), as pessoas começavam alguma brincadeira com bebida. Parecia aquela velha brincadeira de verdade ou consequência. Camila sentia-se de volta no primeiro ano quando descobria o que era bebida e garotos de verdade.

Ju bateu no chão para que senta-se ou lado dela. Uma outra mão foi em direção a garrafa e a girou como pode. Pelo menos tinham pego uma de vidro e não uma de coca que nunca girava direito. Assim que a garrafa terminou seu giro, uma extremidade apontava para ela e outra para Abigail.

—Ótimo, verdade ou consequência? -perguntou a menina se misturando em algumas palavras.

—Consequência. -respondeu sem titubear.
A sala entrou em um silêncio assustador. Todos a encaravam, era raro alguém já começar pedindo isso.

—Acho que alguém ta corajosa hoje! -gritou um dos meninos da roda e sala se encheu em risos.

—Tira uma parte da sua roupa. -desafiou Abigail com um sorriso malicioso.

—Só isso? -Camila tirou a camisa rindo.
Pode sentir o olhar de alguns garotos no seu recente abdômen definido.

—Agora eu giro a garrafa. -e sem esperar respostas ela a pegou e girou.

A garrafa parou em dois meninos e a brincadeira seguiu da mesma forma. Cada vez mais as pessoas iam tirando partes da roupa. Alguns meninos já estavam só de cueca.
Sua vez chegou novamente e já não havia mais peças de roupas para tirar, pelo menos não peças tiráveis. Depois de algum tempo sua consequência foi ditada. Era virar o resto da bebida com a qual eles jogavam ou descer assim na rua. Como a segunda opção era inimaginável mesmo com o teor de álcool em seu sangue, teve que optar pela primeira mesmo. Reuniu todas as suas forças e virou o resto da vodca que tinha nas mãos. Nunca tinha sentido sua garganta queimar tanto e assim que atingiu o estômago subiu um enorme enjoo.

Respirou fundo algumas vezes, seu estômago protestava de todas as formas possíveis. Não podia vomitar ali na frente de todo mundo, ia ser bem feio. Quando conseguiu dizer alguma coisa foi:

—Eu preciso ir ao banheiro. -e saiu correndo em direção a tal.

Conseguiu abrir a tampa do vaso antes de toda a bebida da noite ir ralo à baixo. Suava frio e seu corpo não tinha mais força. Foi obrigada a sentar e antes que percebesse sua visão enturveceu. Ia desmaiar, sabia disso. Tentou se segurar na pia para jogar uma água no rosto. Ninguém iria se lembrar dela e quem sabe quanto tempo passaria desmaiada no banheiro. Porém seu corpo perdeu a luta e para piorar ao desmaiar bateu com a cabeça no pendurador de toalha.

 


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