Uma garota certinha chamada de nerd, a garota que nunca conheceu o amor, concentrada na escola com problemas familiares em casa, mãe alcoólatra, pais separados... Ela irá descobrir a felicidade da vida, que lutando tudo poderá acontecer.
- Sua mãe quer falar com você. – um homem de cabelos brancos, quase grisalhos e longos disse, com um rabo de cavalo e os olhos castanhos escuros, a bebida com uma cor vermelha nas mãos e balançando, fazendo derramar no chão – Você deve limpar, provavelmente.
Mordi o lábio e joguei meus cabelos para trás, eu estava irritada com tudo que acontecia na minha vida, mais então o homem segurou meu braço, e colocou o copo em meus lábios.
- Beba, ou eu faço alguma besteira com você. – A voz dele era irritante, o hálito que me causava borboletas no estômago, revirando-o. Bebi um gole, o gosto era totalmente horrível, e sentir minha garganta rasgar, meu rosto se contorceu numa careta
Rapidamente desci as escadas, irritada e depois de falar com ela, provavelmente escovaria meus dentes novamente, dei vários suspiros pesados, minha mãe estava no fim das escadas, com as mãos na cintura e de uma cara feia.
- Eu vou sair, ficarei fora por uns meses, você irá cuidar do seu irmão, entendeu? – a voz dela estava contorcida, ela estava embriagada como todas as noites – Vem cá, para eu lhe dar um beijo.
Sacudi a cabeça negativamente, e ela fechou a cara, as suas sobrancelhas se uniram e ela rapidamente puxou meu cabelo, para chegar perto de seu rosto, então ela deu um beijo na minha bochecha, e deixou que seu hálito nojento passasse pelo meu nariz.
- Boa noite. – ela disse, quase caindo enquanto o homem de cabelos brancos longos colocava a mão na bunda dela e dava apertões, saindo de casa
Senti um nojo enorme, e uma vontade de vomitar passou pela minha mente, as lágrimas ameaçavam sair, cambaleei para a porta e fechei, trancando-a.
- Mana, a mamãe saiu? – ele perguntou, no meio da escada e as mãos nas costas, o rosto dele era totalmente inocente
O rostinho dele era tão fofo, o rostinho de neném, sem nenhuma maçãs, os olhos azuis cintilantes e os cabelos loiros, bem curtinhos, assenti e ele desceu, correndo entre as escadas e logo afundou seu rosto em minha saia, fazendo um choro abafado.
Eu estava entorpecida, fechei os olhos e deixei que as lágrimas caíssem, ele era pequeno isso não podia acontecer com ele, baguncei seus cabelos que voltavam para o lugar rapidamente e mordi o lábio, e tentei fazer minha voz não sair em choro.
- Você vai conseguir dormir sozinho? – tentei deixar minha voz sair doce , como uma mãe amável, uma mãe que nós dois queríamos que tivesse em nossa vida. Ele sacudiu a cabeça negativamente, e eu tentei soar numa voz alegre – Então, vá para minha cama, enquanto vou ao banheiro!
No primeiro andar havia a sala, cozinha, banheiro e logo no segundo andar havia o meu quarto, o do meu irmão, um banheiro básico e por último o quarto de minha mãe. Subi as escadas lentamente, eu estava cansada.
O telefone tocou, e eu corri para atendê-lo que se encontrava na mesinha do meu quarto, abri a porta e vi meu irmãozinho com o telefone em suas mãos, e a boca escancarada.
- É a Morte. – ele disse, eu ri e revirei os olhos e o loirinho entregou o telefone, rindo também. Era Camilla...
- O que você quer Milla? – perguntei, num tom de fingimento arrogante
- Eu quero ir aí, sei que você está fingindo ser arrogante, e a sua mãe deve estar rodando bolsinha novamente. – a voz dela estava bem fina, quase esperando que eu gritasse com ela
- Hm... Venha, e você acertou, bingo! – falei, desligando o telefone – Traga a Carlinha.
- Amor, pegue seus brinquedos e coloque na sala, Camilla está vindo, provavelmente trazendo a Carla. – eu falei, pegando os travesseiros do armário e jogando na cama, descendo e ficando na sala
Os próximos dias poderiam ser entediantes, chatos iguais como sempre, mais eu me orgulhava de todas as Quintas feiras, pois meu pai aparecia e eu ficava naquela mansão, e íamos freqüentemente pescar, meus pais se separaram, e ela ficou deprimida e começou a pegar todos os homens que viu na vida.
Meu pai havia se separado pois minha mãe era alcoólatra, então ele chegou do trabalho e a flagrou sendo traído, jogou ela fora de casa e começamos a viver para esse lugar que só me causou pesadelo, o pior que meu pai queria ficar comigo, mais minha mãe quis me levar, e meu irmão também, mais ela sequer não cuida.
- Nunca deixe a porta aberta, sem a tranca... Pois isso é um chama ladrão, será que eu tenho que ficar com você todos os dias? – Camilla riu, entrando e jogando a jaqueta azul bebê e ficando com uma blusa de alças, e logo abaixou-se e tirou a jaqueta rosinha de Carlinha, sua irmã – Você quer ficar?
- Está frio, sua irmã pensa mais que você. – falei, Camilla revirou os olhos e foi até o armário – Pipoca? Está na segunda gaveta.
- Hum, você parece uma dona de casa, já estudou para o teste surpresa? – ela perguntou, colocando o saquinho de pipocas no microondas
- Que teste surpresa? Eu acho que o nome já responde. – encarei-a assustada – Você é algum tipo de vidente? Minha melhor amiga com poderes sobrenatural.
- Teste surpresa amanhã!
- Não acredito! Você está brincando? Não, não... Fale a verdade! E-Eu...
- Eu entrei na secretaria, conversei com o professor e vamos dizer que ele deu uma soneca, e eu vi as provas, ciências. Todos os ossos, crânio, face clavícula, etc... E... Células. Fácil, no pé da língua e do dedo. – Camilla sibilou, então o microondas apitou, assustando-a e caímos na gargalhada
- Você é maluca. – eu disse, rindo enquanto ela pegava o saco e deixava o cheiro delicioso da pipoca entrar em minhas narinas – Vou comer essa pipoca, e vou me encher de livro! Você me desvia.
Continua...