Eventualmente Claricce Stracci escrita por TM


Capítulo 28
Capítulo 28




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O barulho era insuportável, então Suzane cobriu os ouvidos com as mãos e ficou esperando, aterrorizada. Quando o barulho finalmente cessou, ela saiu do pequeno lugar de Matteo e foi até o quarto de computadores, todos estavam aterrorizados, uns até estavam rezando pedindo para que Deus os conservasse, pedindo para que não levasse suas vidas tão cedo, tinham mais coisas pra viver.

O pânico era evidente, e cambaleando Suzane foi até a porta, quando segurou na maçaneta, pronta pra abri-la, ouviu alguém gritar:

– Por favor, se sair você não irá mais voltar! Você vai morrer lá fora! – Aquilo revirou seu estômago, mas ela juntou toda a coragem que ainda restava e empurrou a porta e fechou-a cuidadosamente.

Ela correu naquela casa e correu pra fora, ela ficou assustada quando viu que ninguém estava do lado de fora, Suzane se forçava a acreditar que aquele barulho foi apenas um ruído, um sonho. Mas sabia que tudo isso era em vão. Entre as matas, passarinhos cantavam e o Sol começava a se apresentar. Ela estava suando frio, rapidamente colocou suas mãos em sua cabeça e olhou ao seu redor. Nada. Silencioso demais pra uma residência dos Stracci.

Alguém encostou uma arma em sua cabeça e ela sentiu seu sangue gelar.

– Sabemos do seu plano, Dudek. – Cappo Luiggi Stracci falou, friamente. Era a primeira vez que ele admita que Suzane não era Claricce, mas sim ela mesma. – Venha conosco, vamos conversar.

Cappo apertou seu braço e Suzane pensou que iria desmoronar a qualquer hora, cair dura no chão.

– Eu vou te matar. – Ele a conduziu para seu quarto, o qual ela costumava ficar. – Você tá ouvindo Stracci? Eu vou te matar, é só uma questão de tempo.

Ele amarrou as duas mãos dela com uma corda, fazendo um nó em cima do outro, para ter certeza de que ela não fugiria, Stracci pegou um pano e amarrou na boca de Suzane, impedindo-a de falar, pela primeira vez em anos, ele ficou grato pelo silêncio de sua neta.

– Você pode até tentar, minha filha, não sei se vai conseguir. – Antes de ir, ele deu uma boa olhada em Suzane, com olhos de caçador que avalia sua caça. – É uma pena você ter que morrer agora, está no auge da sua beleza. Foi um prazer brincar com você, Suzane. Confesso que foi muito divertido, mas melhor que isso é a cara que você está fazendo agora, deveria se ver, Suzane, até você ficaria impressionada com isso.

Ela não aguentou mais e se entregou ás lágrimas que a tanto tempo queria derramar, mas não tinha coragem o suficiente pra isso. Ela se achava durona, mas até os mais durões tem seus dias difíceis, por que seria diferente agora?

Cappo Stracci saiu da sala rindo, e Suzane tentou de todas as maneiras se libertar daquelas correntes que a levariam pro inferno se ficasse ali por mais tempo, tentou comer o pano, mas era resistente demais, e só causou dor em seus dentes. Sentada no chão, ela tentava tirar o nó, fazer com que a corda arrebentasse, mas seu esforço só contribuiu para que a deixasse com mais marcas vermelhas em volta dos pulsos, e agravou sua dor.

Não que ela desejasse morrer tão jovem assim, mas que escolha ela tinha? Morrer parecia a saída mais fácil e menos dolorosa, desde quem a matasse não fosse Giovanni ou Cappo Stracci. Ela soluçava enquanto pensava em seu novo sobrinho e em sua irmã, mas chorava mais ainda quando viu o que a dor faz com as pessoas, os segredos devoram as pessoas vivas: Os dois grandes exemplos que tivera disso foram seus pais, e isso a ensinou que não se deve esquecer do passado, muito menos ter mais segredos a esconder. Uma hora, a casa cai.

Mais barulhos de tiros foram ouvidos, e isso a deixou com mais medo ainda. A porta abriu num baque e foi quando ela mais se assustou. Está tudo acabado pra mim nesse momento, eu vou morrer em questão de segundos, pensou ela. Mas quando se vira para encarar quem entrou naquela sala, vê Christopher Jane.

Seu cabelo reluzia e seus olhos demonstravam preocupação, ótimo, agora temos uma briga de gangues, vou morrer de qualquer jeito agora, pensou ela. Mas, depois que tivera esse pensamento absurdo, olhou bem para as roupas dele, ele estava igual a um militar, e quando ele tirou o pano que cobria sua boca, ela disse:

– É você. – Seus olhos estavam perdendo o foco. – Sempre foi você.

– Sempre fui eu, Suzane. E agora o mundo inteiro sabe disso. – Ele conseguiu desfazer o nó num passe de mágica. – Vamos, está tudo acabado.

– Mas, e os outros? – Ele ajudou Suzane a levantar.

– Estão seguros. Te garanto.

Juntos, eles andaram até o lado de fora, onde várias pessoas estavam formando um círculo em volta da casa. Antes de ver quem a esperava, Suzane viu o cadáver de Luiggi Stracci estirado no chão, morto com vários ferimentos á bala, e isso a deixou com um leve gosto de satisfação e pena pelo velho. Ele nunca conheceu a verdadeira felicidade.

Tânia com seu marido, Ryan Carter a esperavam com um sorriso no rosto. Suzane abraçou-os como se fossem as coisas mais importantes do mundo, impossível de soltar. Tânia a fitou com carinho, e pediu com que Suzane sentisse sua barriga: era um menino, seu nome? Spencer, em homenagem ao seu falecido pai. Depois disso, foi ver quem eram os mandantes disso, os responsáveis por sua salvação.

Valentina Rockfeller estava com seu cabelo preso num coque, e exibia um sorriso triunfal, ao seu lado estava Christopher Jane, seu parceiro. Suzane parou em frente á eles, e com um cobertor nas costas, deu um riso fraco.

– Que prazer te ver de novo, Suzane! – Disse a agente Rockfeller com um sorriso no rosto.

– É por sua causa de eu estar viva, obrigada Valentina. – Christopher fingiu uma tosse e sorriu em seguida. – E você? Qual é o seu nome verdadeiro? Devo um agradecimento a você também.

– Agente John Heckyll, mas conhecido como Christopher Jane. – Ele manteve seu sorriso. – Me desculpa por tudo aquilo, mas... Foi necessário.

– Me desculpe, John, mas o beijo não foi necessário. – Valentina o provocou.

– Eu dei por que quis, gostei daquilo. – Suzane desviou o olhar. – Você sairia comigo em qualquer dia desses?

– Tenho que organizar minha vida antes, eles reviraram tudo. Minha vida está uma bagunça, mas, eu aceitaria, em qualquer dia desses.

Em sua direção veio Sonya Turner, com um monte de câmeras e curiosos ao seu redor. Suzane respirou fundo antes de ouvir aquela voz que tanto odiava.

– Como foi pra você sobreviver em meio a esse ninho de cobras? Foi muito difícil? – Turner perguntava ansiosamente.

Mas Suzane não estava prestando atenção nas perguntas da ruiva, só uma pessoa dominava seu pensamento: Onde estaria Giovanni Stracci? Ela olhou para Sonya e disse:

– Com licença, mas tenho que resolver uns assuntos. Sem mais perguntas. – Ela deu as costas para a repórter, mas quando Sonya ameaçou dizer mais uma palavra, Suzane repetiu. – SEM MAIS PERGUNTAS.

Ela foi até Valentina, que andava de um lado pro outro, pensativa.

– Vocês conseguiram pegar Giovanni?

– Não. Provavelmente ele fugiu antes. E com a ajuda da gloriosa Sonya Turner, a máfia está mais falada que nunca. O mercado deles nunca vai parar a partir de agora, nós conseguimos deter um líder, mas nada impede que Giovanni se torne líder da nova máfia dos Stracci. É meio irônico dizer isso, mas mesmo que detemos Luggi Stracci, não detemos a máfia.

"– E agora? – Suzane se perguntava no carro, lembrando da conversa que tivera dois anos antes. Ficou feliz ao saber que Spencer ia ganhar mais um irmãozinho, e se perguntava quando seria mãe.

Felizmente, pra ela, tudo estava começando ao voltar ao normal; Tinha comprado uma casa em Las Vegas e seus clientes estavam aumentando. Ela falava as vezes com John, mas era apenas profissional. Finalmente ela estava ganhando força no mundo. Finalmente ela estava sendo Suzane Dudek. Finalmente ela estava sendo feliz.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que leram até aqui, até eu fico triste pelo fim de Suzane/Claricce, mas fico agradecida pelos 7 meses que foram pra contar sua história. "O destino dos personagens são vocês que fazem". OBRIGADA POR TUDO! Vocês foram os melhores; Peço desculpas se não era o final pretendido, mas desde o começo, sempre pensei assim... Eu sei como é difícil dizer adeus, principalmente pra Claricce, ela sempre foi meu xodó, rs. ENFIM,
Tudo de bom! -TM



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