Somente Uma História escrita por Heloisa


Capítulo 2
E Agora?


Notas iniciais do capítulo

Esperava um pouco mais do capítulo anterior, mas posso estar apressando as coisas... Boa leitura!



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Muitos chás e apresentações desnecessárias depois, acabei descobrindo que o senhor Norwen havia derrotado Moggof muitos anos atrás, mas por uma escolha de não matá-lo ele está de volta.

– Ele tem um ponto fraco - disse Norwen fitando as velas meio derretidas - você pode derrotar o monstro, garotinha, porém terá que matar os que o protegem, e pode ter certeza, não são poucos.

– Onde é o ponto fraco? - eu disse o fitando com curiosidade.

– Bem no meio do peito, ele tem coração, porém é pequeno e você terá que acertar em cheio, ele se regenera, qualquer ataque que fizer será em vão, por isso tem de atacar primeiro os que o protegem.

Klark que até agora esteve calado e olhando para mim descaradamente entortou a cabeça e tossiu uma vez.

– Vovô - disse com uma voz rouca - eu posso ir junto né?

– Óbvio que não, idiota. - rosnou Norwen.

– Mas... mas... - gaguejou Klark.

– Mas nada - Norwen gritou - obedeça e cale-se.

– Eu vou, ela pode saber lutar - ele colocou a mão na barriga e olhou para mim - mas eu também sei, e vou com ela mesmo o senhor não querendo.

– Tenho um esconderijo para ficarmos seguros enquanto planejamos o ataque - disse Dig, que até o momento ficou observando tudo - deixe o garoto ir senhor, ele nos servirá de muita utilidade na batalha.

– Ele não irá! - gritou Norwen quase deixando todos surdos - não o criei para travar batalhas que não são dele!

– Eu vou - repetiu Klark.

– Por favor - respirei fundo - parem com isso.

Klark sentou ao meu lado, segurou minhas mãos e me olhou nos olhos, com um olhar que me parecia piedoso, e sorriu, me senti leve.

– A batalha é sua - ele disse olhando para baixo por um instante - mas desejo que me permita lutar a seu lado, como um bom amigo, e fiel escudeiro.

– Eu... eu não... - gaguejei.

– Estou implorando - disse apertando minhas mãos.

– Não implore - gritou novamente Norwen - eu não permitirei...

Klark se levantou repentinamente se desvencilhando de minhas mãos e bradou fria e grosseiramente sobre o velho.

– Eu não estou pedindo sua opinião, a batalha não é mais sua, faz muito tempo que o senhor teve sua chance! Agora é a vez dela - Klark apontou para mim, depois se virou indo para outro lugar da gruta, acho que entrou em outro cômodo ou algo assim pois não o enxerguei mais.

– Ta bom, isso aqui ta ficando estranho - disse Dig mais para si mesmo do que para nós.

– Dig, meu bom amigo, eu agradeço por me trazer até aqui, mas deixe que daqui por diante eu tente sozinha, já tenho o ponto fraco de Maggof, é só matar o cara - que não é bem um cara - e pronto.

– Você ta de brincadeira garota - ele disse praticamente gritando - eu vou estar ao seu lado até tudo terminar. Ah, e você acha mesmo que será assim tão fácil? Vamos precisar de armas não acha? De um bom plano... de alguém que nos ajude - disse isso, olhou para o lado e viu Klark que voltara de onde foi com uma mochila nos ombros, uma camisa regata que mostrava seus biceps bem definidos e botas de couro, uma calça jeans preta, parecia um badboy doidão, usava um óculos de lentes pretas, não consegui conter a risada ao pensar "oh, como está sol", ele me olhou e ignorou minha risada, foi até Dig e ajoelhou na sua frente.

– Você tem a alma espirituosa e guerreira como a do seu avô - disse Dig com um olhar brilhante - tem certeza de que quer travar a batalha da garota?

– É a única que já tive em uma vida toda - disse Klark sorrindo.

– Então podemos ir? - eu disse me apressando a levantar e enfiar o último bolinho na boca.

– Porca - grunhiu Norwen - já que todos me contrariaram, podem ir, porém sei que precisam de armamento, então os ajudarei com SÓ mais isso.

Norwen levantou e andou calmamente (quando eu digo calmamente quero dizer: o cara dava um passo a cada cinco minutos) e passou por uma espécie de porta que tivemos de abaixar para passar. Estava muito escuro e demorei a conseguir distinguir um móvel, na verdade foi ele quem me achou, mais precisamente meu dedinho do pé, dei um grito e todos me olharam sem me enxergar, Norwen ascendeu a luz também fraca do pequeno cômodo e agora sim todos estavam me encarando.

– Doeu - eu disse em minha defesa. Klark abanou a mão como se disesse "tanto faz" e Norwen apertou o seio de uma estátua pequena, achei safadeza ele bulinar assim a estátua mas quando vi havia uma parede aberta, como uma passagem secreta, mas ao invés de ter algum corredor havia um cômodo que parecia ter saído da sala de armamento da CIA. Havia ali todo tipo de arma, nem preciso falar que não conhecia nenhuma, nunca usei mais que minha pequena adaga para me defender, perto daquelas armas ela parecia um brinquedinho indefeso.

Dig estava com os olhos arregalados, Klark sorria como se estivesse em frente a uma mina de ouro, e eu? Bom, estava esperando meu dedo parar de latejar. Norwen vagou vagarosamente até dentro do complexo bem iluminado - diferente dos outros cômodos da "casa" - e pegou uma arma grande, cano duplo e mira, acho que eu não aguentaria atirar com um negocio desse, entregou a Klark e disse.

– Você sabe como usar - o fitou com um olhar frio e voltou a pegar outra arma, essa era pequena porém imponente, ela parecia ser fácil de manusear. Norwen a entregou a Dig.

– Creio que também saiba manusear - Dig fez um "sim" com a cabeça e segurou firme a arma.

Olhando para mim Norwen parou por um momento que pareceu uma eternidade. Correu os olhos nas armas de todos os tamanhos e tipos e apertou um botão que estava perto da parede, abriu uma pequena comporta e ali havia uma arma de pequeno porte, parecia até ser frágil, brilhava como ae tivesse luz própria.

– Só ela poderá acertar Maggof com precisão, eu pude usa-lá porém não quis, não cometa o mesmo erro que eu garotinha - odeio quando me chama assim - ela é fácil de usar então não se preocupe pela sua nula experiência com armamento.

Segurei a arma com um certo cuidado, vou confessar, o medo era de dar um tiro no meu próprio pé sem querer, a olhei e parecia que ela me olhava de volta, dei um sorriso largo. Norwen pigarreou.

– Bem, agora que estão prontos para morrer - disse Norwen nos encorajando - podem ir, sinto mas não poderão levar mantimentos pois tenho pouco, mas vocês se viram, tenho certeza. Meu neto, você está deserdado, mas está tudo bem não é? - ele deu um sorriso amarelo e caminhou até a sala em que tomamos chá, apressou-se a abrir a porta e com certa reverência nos convidou a se retirar. Saimos de lá, depois que fomos para a rua já estava a noite, percebi que ficamos horas naquele lugar, me perguntei o que faríamos a partir dali, a resposta foi:

Não faço a menor idéia.

Eu, Dig e Klark andamos o que me pareceu uma eternidade, mas pelo que Dig disse fora apenas 30 minutos. Assim que saímos da luxuosa moradia do dócil senhor Norwen andamos na rua asfaltada até chegar em um matagal alto, atravessamos esse matagal e fomos parar em uma estreita rua de terra, depois de uma íngreme subida chegamos a um pequeno chalé de onde saía uma fumaça da chaminé.

Entramos e Dig tratou de guardar sua arma, mandou nos aconchegarmos ali em um sofá.

– Menma - gritou da pequena cozinha - quero que conheça meu sobrinho - chegou até a porta e o chamou - este é Brandon, filho de meu irmão.

O sorriso dele era de contagiar todo um universo, Brandon tinha olhos pretos, era de estatura mediana, bonito, mas não tanto quanto Klark, seu cabelo era liso e preto, sua pele era branca e contrastava com os olhos e o cabelo.

– Muito prazer - me levantei e o cumprimentei.

– O prazer é todo meu - disse Brandon beijando a minha mão. Depois das apresentações de Brandon a Klark (pareceu que não se gostaram) Dig arrumou lugar para dormirmos e depois de tomarmos um merecido banho - tive que vestir roupas de Brandon já que as minhas não estavam comigo -. Jantamos, e Dig contou o plano que tinha.

– Como sabem não poderemos agir em um dia só, então prefiro estudar tudo o que pudermos antes, onde estão esses aliados de Maggof, quais seus pontos fracos...

– Não temos todo esse tempo - eu disse interrompendo.

– Ela tem razão - disse Klark - não podemos perder tempo.

– Mas não podem atacar sem conhecer o que estão atacando - disse Brandon - e se meterem bala em uma daquelas coisas e elas só forem imunes a isso? E se elas só precisassem de uma canção pra dormir e nós perdêssemos tempo? Pesquisar e ver com o que exatamente estamos lidando vai deixar tudo mais fácil.

O argumento não deixou de ser válido. Ninguém questionou. Brandon era do tipo que sabia se impor, eu não sei me impor, não sei atirar, não sei liderar... Por que é que estou aqui mesmo?


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Notas finais do capítulo

Algum erro de ortografia? Revisei o texto trezentas mil vezes... mas enfim, coments? Beijoo!



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