Scarlett Romanova P.O.V

Sabe o que combina com reuniões estressantes? Chocolate.

Eu não sei você, mas chocolate é minha vida. E além disso, ele é ótimo para acalmar pessoas... Mas isso não ajudava muito. Aquela batalha contra aquelas... Aquelas coisas foi, no minímo, aterrorizante. Tenho que admitir, foi assustador. (Até para mim, uma filha de Marte!)

Nós caminhamos até a sala de reuniões e começamos a conversar. Eu me sentei ao lado do Will, um filho de Vênus legal (isso aí, milagres existem!). Ele tinha um rosto delicado (delicadeza máscula), cabelos negros e olhos azuis hipnotizantes com vários tons de azul. E ele era alto e tinha um corpo (SEXY!) belo.

Ele olhou para mim e sorriu.

– Olá, Carly.

– Hm... Oi, eu acho... - falei.

– Você acha que a Reyna deve dar um sermão ou uma estratégia de guerra?

– Os dois, com certeza.

Ele riu e disse:

– É... Ela ás vezes é meio... Imprevisivel.

– Pois é... - eu dei de ombros - É a Reyna, né? Imprevisivel.

– É a Reyna.

Ele abriu a boca para falar algo, mas Reyna havia chegado na hora. Todos se calaram e prestaram atenção nela.

– Romanos! - ela começou, sua voz ecoando pela sala - Hoje foi um dia... Inesperado. Não sabemos o que são ou de onde vieram, mas uma coisa é certa! Essas criaturas são poderosas. Eu e o pretor Frank tomamos uma decisão... Nós vamos ao Acampamento Meio-Sangue.

Consegui ouvi alguns elogios e alguns gemidos de desaprovação. Mesmo os gregos nos ajudando na guerra contra Gaia, alguns romanos ainda os achavam bagunceiros e preguiçosos.

– Mas por que vamos para lá? - perguntou Penélope, aquela garota cega - Você acha que eles tem haver com isso? Acha que eles vão cooperar? Você...

Para alguém filha do deus da velhice, ela fala DEMAIS!

– Silêncio, Penélope! - falou Reyna, estressada. Penny se calou e a pretora soltou um suspiro - Eu acho que os gregos podem estar passando a mesma coisa. E talvez tenham resposta para isso. Bem, eu vou levar 40 pessoas comigo até o Acampamento Meio-Sangue. As pessoas são...Penélope Callaghan, César Runner,Frank Zhang...

Ela foi falando o nome de várias pessoas, até...

– ...William Peter Merlyn e Scarlett Romanova. Os que eu chamei arrumem as mochilas. Partiremos amanhã, ás 5:30 da manhã.

E assim, a pretora saiu do cômodo.

Bealfire Gold P.O.V

Cara, como eu amo esse chalé. E se você não percebeu, isso foi puro sarcasmo.

A minha cabine é sempre bagunçada, como esperado do chalé de Hefesto. Ás vezes eu penso que se tentarmos escavar a bagunça que fizemos, podemos achar um fóssil.

Me preparei para minha lição de arco e flecha. Eu me sinto um pouco mais confortável trabalhando nas forjas, mas tinha que seguir o horário.

Peguei um arco e as flechas (OOOOOHHHH! Não me diga!) e fui me preparando para atirar.

Preparei a flecha no arco.

Estiquei a corda do arco, mirando cuidadosamente.

E então... Atirei.

Não passou nem perto do alvo.

Ouvi alguns campistas por perto lançarem risadinhas. Também estou morrendo de rir aqui. Ha.

Suspirei. Filhos de Hefesto não servem para isso, sério. Eu prefiria que fosse lançar um machado no alvo, aproveitando que já tenho o meu próprio.

– Que isso, cara. Meus parabéns. Você arrasa.

Me virei em direção a voz e vi Jeffrén. Como podia ter ele como amigo?!?

Jeffrén Valdez (não, gente, ele não é parente do Leo) é sempre desse jeito. Mal educado e descontraído. Ele era até parecido com Leo Valdez, mas seus cabelos eram mais arrepiados, lisos e curtos, tinha um corpo mais forte (não exageradamente) e era mais alto. E sem orelhas de elfo.

– Veio fazer torcida, filho de Éolo? - perguntei, obviamente com sarcasmo.

– Claro que sim. Sou seu fã número um! - ele respondeu com o mesmo tom, pegando um arco e as flechas, caminhando até o meu lado - Além disso, você é um gênio no arco e flecha.

– O mesmo a você, cabeção - falei, atirando outra flecha. De novo, passou longe do alvo.

Ele riu e preparou a flecha. Quando atirou, eu ri. Pelo jeito que airou, iria errar com toda certeza. De repente, senti uma leve brisa nos envolvendo. O vento mudou de direção e fez a flecha cravar bem no centro do alvo.

Jeffrén riu, presunçoso:

– Viu? Até eu sou melhor do que você!

– Como assim, cara?! - falei, furioso - Você trapaceou! Você sabe que não pode usar os ventos desse jeito!

– E daí? - ele perguntou, se espriguiçando.

Sinceramente, ele é ótimo como amigo, mas isso me deixou zangado.

– Vou passear pelo acampamento - falei, rangendo os dentes e me afastando.

Ele deu de ombros e assobiou para uma filha de Afrodite que passou por perto.

Eu me sentei em uma árvore no canto mais afastado do acampamento e perto da floresta. Aquilo já era demais! Ás vezes eu só queria me afastar daqui...

"Se afastar daqui?" uma voz maliciosa ecoou pela minha mente.

Senti meu sangue congelar e meu coração bater mais rápido. Antes que eu pudesse falar alguma coisa, "tentáculos" de trevas me agarraram pelos pulsos e pelas pernas. Eu comecei a me debater em pânico. Não gritei por ajuda. Isso não é casa de caridade, afinal de contas.

"Se acalme, não vou matar você, mas eu quero que você venha comigo. Eu tenho planos para você."

E então, tudo escureceu.

Sky Dreamdust P.O.V

Eu não gosto de ficar sozinha, mas quando você não é reclamada, você se acostuma.

Eu tinha medo de nunca saber quem é o meu parente olimpiano. Tinha medo de ficar sozinha.

Balancei a cabeça, afastando esses pensamentos. Eu sou uma grande medrosa. Eu não consegui nem falar diretamente com o Percy ou com a Annabeth.

Suspirei. Sentada debaixo da sombra de uma árvore, lendo. Sozinha. Nada de muito interessante na minha vida.

– Hmm...

Levantei a cabeça, assustada em direção a voz. Em frente a mim, de pé e com cara pensativa estava Leo Valdez.

Tinha os cabelos castanhos e cacheados, pele morena e orelhas pontudas. Seus olhos tinham um brilho curioso. Ele usava a mesma roupa de sempre (ele não tem mais roupas do aquilo?!): Camisa de botões por cima da camisa do acampamento, suspensórios (Doctor Who...? Eu gosto da série!), o cinto de ferramentas estranho e calças marrons. O de sempre.

– Para o que esta olhando? - falei, franzindo as sobrancelhas.

– Não está meio óbvio? - ele olhou para mim como se eu fosse meio retardada.

Eu me afastei um pouco dele, ainda sentada, encostando minhas costas na árvore.

– Eu... Eu não me sinto confortável com gente me olhando assim. Não sou uma de suas máquinas para você me analisar.

Ele se agachou, fazendo um breve contato visual comigo.

– Mas você é uma pessoa que eu posso admirar, com certeza - ele falou, sorrindo maliciosamente.

Senti meu rosto ficar vermelho. Ele estava flirtando comigo?! Não, ele não pode.

(SPOILER DO SANGUE DO OLIMPO!! NÃO LEIA SE QUISER!) Faz algumas semanas que ele voltou para o acampamento. Depois da guerra contra Gaia, quando ele a "explodiu", Leo desapareceu e pensamos que estava morto. Ate que três meses depois, ele voltou gritando "YOLO!" em cima do dragão mecânico e com uma garota linda, Calipso. Depois de muita comemoração ele disse que estava namorando ela.

Então, ele não pode flirtar comigo desse jeito! Que idiota.

– Pare de flirtar comigo! - falei.

– Mas não estou! - ele falou, irritado - Eu...

– Olá, querido! - uma voz melodiosa falou. Quando olhamos, Calipso se aproximou da gente. Ela tinha cabelos de cor de mel presos em uma trança com uma faixa passando pelo redor da testa e pele rosada. Usava um vestido branco estilo grego e sapatilhas.

– Olá, linda! - ele cumprimentou ela, se levantando e dando um selinho nos lábios dela. Argh.

– Então, como foi... - ela começou, até que finalmente notou minha presença. Ela franziu o cenho e perguntou - Quem é essa? Nunca ouvi falar dela.

Não me senti ofendida. Estava acostumada a isso.

– Ah - Leo falou, olhando para mim - Essa é uma amiga que conheci agora, chamada... - ele olhou para mim na expectativa que eu falasse o meu nome.

– Sky Dreamdust - falei, me levantando e estendendo a mão.

Ela olhou para minha mão e depois olhou para mim, como se dissesse "Jura mesmo que eu vou ter que apertar sua mão?".

Mas ela sorriu e apertou a minha mão.

– Prazer, Shy! - ela falou.

– Meu nome é Sky, na verdade.

– Oh! Me desculpa! - ela riu, com falsa simpatia.

– Ah! - eu falei, pegando minha espada de ouro imperial - Leo, minha espada não está muito afiada, será que vo...

– Amor - falou Calipso, me interrompendo e se virando para ele - Vamos sair daqui? Eu queria ver o Bunker de novo! Para ver sua nova invenção?

– Ei, eu não ter... - comecei, mas Leo me interrompeu.

– Claro, querida! Vamos! - ele sorriu, deu outro selinho nela e deram as costas para mim, caminhando de mãos dadas em direção ao Bunker.

– Ei! Espera! Eu... - eu comecei a falar, mas desisti. Eles estavam muito longe e não olharam para trás.

Eu me sentei debaixo da sombra sa árvore outra vez,drerrotada . "Burra! Idiota! Você sabia que ele está namorando!" falei para mim mesma, com as lágrimas ardendo em meus olhos "Você nunca aprende!"

"Quando vai aprender que você não é ninguém de importante nessa vida?" pensei, sentindo as lágrimas escorrerem silenciosamente.