Uma visita inesperada

Alois dava passos silenciosos pelos corredores da mansão, tentando encontrar o quarto do outro conde. Ele havia entrado com a ajuda de seu mordomo e conseguiu não chamar a atenção de ninguém enquanto procurava o que queria. Demorou um pouco, mas ele finalmente encontrou o quarto de Ciel Phantomhive. Entrou vagarosamente, fechando com cautela a porta atrás de si, e estendeu a mão para acender uma vela, mas pensou melhor na última hora. “No escuro é bem melhor”, ele pensou com um sorriso de canto. O loiro andou até a grande cama no centro do quarto onde dormia Ciel e sentou-se na beirada da cama ao lado do corpo pequeno. Admirou-o por alguns instantes, antes de finalmente entrar em ação. Puxou as cobertas lentamente até descobrir o corpo inteiro de Ciel, vendo o menor se encolher para tentar manter-se aquecido. Ele sorriu e acariciou suas bochechas coradas pelo frio, descendo o toque por seus braços, parando ao ouvir um pequeno gemido de desconforto sair da boca do pequeno e ver seus olhos de cores diferentes abrirem lentamente. Ciel levantou-se em um pulo ao perceber quem estava ao seu lado na cama. O que aquele imbecil fazia no seu quarto?

– Alois Trancy! – ele exclamou em tom baixo para não chamar atenção.

– Oh, por que tanta surpresa em me ver, caro Ciel? Aposto que não esperava a minha visita.

– Mas é claro que não! São... – ele olhou para a janela tentando decifrar a hora. O sol ainda não havia aparecido. – Ainda é de noite e você deveria estar na sua casa dormindo. Agora saia já ou eu chamarei Sebastian.

Ele dizia enquanto procurava por seu tapa-olho na cômoda ao lado da cama. Não encontrando, ele começou a procurar nas gavetas e só parou quando ouviu a risada quase histérica de Alois. Ele olhou-o com faíscas saindo de seus olhos.

– Alois, foi você, não foi? Devolva já meu tapa-olho!

O loiro levantou da cama de deu alguns passos para trás, ainda rindo, e tirou de dentro de sua blusa o que o outro procurava. Balançou o acessório no rosto do menor e quando este tentou puxá-lo, afastou-o novamente.

– Alois, eu não vou repetir! – ele disse tentando alcança-lo, mas como estava sentado na cama - e com preguiça de levantar - acabou desistindo e deitou-se novamente. Passou as mãos nos fios desgrenhados de seus cabelos e suspirou, aquilo iria demorar. – O que você quer de mim?

– O que eu quero de você? Ah, eu quero muitas coisas... – o loiro riu malicioso.

– Fale logo o que quer e vá.

– Qualquer coisa? – Alois se surpreendeu, não pensou que seria tão fácil.

– Qualquer coisa, tanto faz, só ande logo com isso.

O mais velho apenas riu e jogou o tapa-olho para longe, subindo em cima de Ciel na cama.

- E-ei, o que v-você pensa que está fazendo, Trancy?! Saia já de cima de mim! Seb-

- Shh. - Alois cobriu sua boca antes que ele dissesse o nome indesejado. – hoje ninguém vai nos atrapalhar.