The View From the Afternoon escrita por Moonlight


Capítulo 1
"Bigger Boys and Stolen Sweethearts"


Notas iniciais do capítulo

OLÁÁÁA!!! Pra quem já me conhece de Cornerstone e Old Yellow Bricks: OLAAA DENOVO!!! Pra quem nao faz a menor ideia de quais fics são essas, eu sugiro que leiam para entender essa daqui. São só duas one-shot, é rapidin :D http://fanfiction.com.br/historia/574836/Cornerstone/
http://fanfiction.com.br/historia/578851/Old_Yellow_Bricks/
Dessa vez, eu to usando mais de uma música por cap. O Nome da fic, "The View From the Afternoon", o nome do capítulo, "Bigger Boys and Stolen Sweethearts" e um toque final de 'Do me a Favour" no fim da one. TODAS Do Arctic Monkeys (consegui colocar músicas dos 5 albuns principais!! õ/)Enfim, boa leitura :3



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— A expectativa tem o hábito de te preparar para a decepção no entretenimento da noite. Mas hoje à noite... — Sorriu Finnick Odair, maliciosamente. — Hoje vai ter algum amor, yeah... — Gargalhei diante da famosa cara sexy-appeal de Finnick, muito utilizada e conhecida por garotas da região. Não mais agora. Agora, Finnick deixou uma esposa grávida em casa nessa noite de sábado numa desafio que ele determinou a si mesmo: Me animar. — Hoje a noite vai ter agito, independentemente do que já se passou.

E assim termina o discurso animador de Finnick, enquanto pagávamos uma fortuna para entrar num clube de dança chamado Distrito 12. Desde o ocorrido com Katniss, Finnick e Trash vem se juntando num clubinho onde o alvo e objetivo sou eu. Eu não os culpo, pelo contrário: Venho pensando nesses dias o que seria de mim se os dois não se revezassem, quase sempre, na atividade semanal de checar como eu estou e me forçar a fazer coisas – arrumar meu apartamento, comprar alimentos, sair um pouco. Porém, dessa vez, fui enganado. Acho até que eu sabia que isso ia acontecer, mas cheguei a duvidar, devido ao novo estado civil de Finnick.

Mas nada que um jantar romântico e uma mobília nova não resolvam.

— Eu quero ver todas as coisas que nós já vimos: as garotas espalhafatosas penduradas na janela da limosine. E é claro... seus vestididinhos curtinhos e chiques — Diz Tresh. — Todas elas parecendo bem cheias de si com orelhas de coelhos e chifres de diabo. — Ele riu, enquanto me guiava pelo ombro clube adentro e lançava olhares a diversas garotas.

— Já eu quero ver você tirar a sorte grande no caça-níqueis, Tresh — Zomba Finnick. Tresh tem uma longa e azarada história com jogos de caça nioqueis e fliperamas. — E colocar tudo de volta. Você precisa entender que você nunca vai vencer o bandido, cara.

— Há-há, Finnick. — retrucou Tresh, ironicamente. — Hoje a noite vai ser tão louca que você vai precisar subir a ladeira, cara. Se prepare!

Subir a lareira era um termo literal usado entre nós três. Nos tempos de Katniss e Annie, em que Finnick e eu estávamos comprometidos, Tresh sempre inventava uma desculpa para sair nos fins de semana, nós três. De início, ele usou a ex-namorada Rue como desculpa. “Ele está acabado, cara” disse Finnick para mim, naqueles tempos. “Precisamos ajudar o Tresh a superar essa garota”.

Mal sabíamos nós que ele superou mais rápido do que se imagina.

Desde então, saídas aos sábados era uma tradição nossa, jurada a ser mantida, nunca a ser quebrada por garota alguma. Claro que, na época em que Tresh e Rue terminaram, Finnick estava com uma namorada estranha e eu nem sonhava em conhecer Katniss.

Porém, algo sempre dava errado nessas festas. Ou nos metíamos em lugares errados, ou estávamos com pessoas erradas, ou simplesmente bebíamos demais. Em dias assim, Finnick e eu ficávamos até tarde fora, de maneira que precisávamos achar uma forma de chegar em casa mais rápido e deixar nossas namoradas menos furiosas.

Daí surgiu a ladeira.

Era uma rua enorme, um tanto parecida com uma pista de skate. Dirigir carros por aquele trecho era altamente perigoso, só recomendado para motoristas experientes. E sóbrios. Subir a lareira dirigindo bêbado – coisa que eu e Finnick fazíamos sempre que estávamos desesperados a ponto de usar aquele trecho – era uma missão suicida. No entanto, depois de usar a ladeira, estávamos a 5 minutos de casa. Sem a ladeira, era quase uma hora de percurso.

Finnick subiu a ladeira tantas vezes que perdeu a conta. Já eu, usei duas vezes – numa delas, Katniss estava de TPM, e se negou a acreditar que eu abandonei ela num sábado a noite. Na outra vez, ela colocou fogo no apartamento tentando fazer um fricassê e o esquecendo no forno.

Subir a ladeira e estar num alto nível de desespero era a mesma coisa para nós.

— Aquela loira. — Apontou Tresh. — Ela está acompanhada da moreninha de cabelo colorido. A loira é sua, a morena é minha, e Finnick fica sentado no balcão do bar conversando sobre futebol com o barman.

Finnick sorriu. Parecia ser um bom plano.

Não era.

A lembrança fresca da katniss na minha memória me fazia perder todo e qualquer interesse numa garota nova em menos de cinco minutos. Tresh batalhou muito naquela noite: Me apresentou todos os tipos de garotas possíveis. Altas, baixas, magras, gordas, e com todos os gostos possíveis. Se pensar bem, e analisar aquelas meninas, tenho certeza que todas eram perfeitas para mim – umas até bem mais que minha ex. No entanto, eu sei que se em cinco minutos de conversa nenhuma delas falar “Meu nome é Katniss Everdeen”, meu interesse se perde por completo.

Naquela noite, e em quase todas as noites de festas, eu sabia que se quisesse alguém para me ajudar a superá-la, eu arrumaria esse alguém com Tresh. Ele era um mágico no quesito arrumar garotas. Já eu, eu era o cara que grava vídeos exposto seus segredos dos truques na internet. Ou seja, eu fodia.

— Não dá mais — Reclamou ele. — Você foi abduzido. Ela foi embora e levou tua cabeça junto. As duas. — Ele disse, claramente zangado.

Nunca tinha o visto assim desde a última discussão com Rue.

— Vou te dar algumas lições de vida, Peeta. Principalmente quando se trata de garotas. Queridinhas. — começou ele. Nos sentamos do lado de Finnick no bar, enquanto Tresh procurava falar mais alto que o som do 12. — Tem sempre alguém mais alto e com mais sagacidade. E ele está preparado para leva-la, e as amigas dela acham que ele é perfeito pra ela, e que você não serve pra ela. Você não tem um apelo, desejando que você tivesse o máximo dela quando ela estava lá. — Ele diz, com tom de voz sábio e gestos incontroláveis.

— Katniss não me deixou por cara algum, Tresh. — Eu digo, cheio de certeza, lembrando da ligação que Katniss retornou a Johanna. — Nem Gale. Nem ninguém.

— Isso é o que você acha, Peeta. Você achou que ela jamais te deixaria, não é mesmo? — Perguntou. — Eu sei que você pensou que ela era diferente, que você pensou que era boa. — Tresh deu uma pausa. Bebeu um copo de whiskey a sua frente, e me olhou de uma forma desesperada, no fundo dos olhos. — Mas ela não é boa. Ela está longe pra caralho de ser boa. Ela te olhava de um modo engraçado, raramente olhava para você duas vezes. É isso, Peeta. Garotos maiores e queridinhas roubadas... Você é melhor sem ela, de qualquer forma. Um dia, você pode até superar e dizer que não estava triste em vê-la partir. — Meu amigo se levanta, deixando sua ultima frase pairar no ar. — Mas com certeza você ficou.

Tresh volta para a pista de dança, me deixando com uma imensa duvida sobre Katniss, suas palavras e sobre as coisas que eu pensei saber sobre queridinhas. Finnick deixou tudo claro.

— Rue trocou ele por um cara chamado Marvel. — Comentou ele, bebendo, sem dar maior importância para o caso. — Tresh acha que seu coração quebrado lhe deu poderes de mestre, sabedoria e ensinamentos sobre a força. Quando eu digo “a força”, significa “amor”, é claro. — Finnick ri. Depois, mantêm-se totalmente sério. — E ele está certo. Você ouviu o que ele disse, e você deveria manter isso em mente hoje a noite. Mantenha em mente. — Completou.

Finnick e eu bebemos até Tresh decidir ir embora e nós dois seguirmos, - já meio bêbados - a outro lugar qualquer. A partir daí, minha memória é um pequeno borrão.

Sem dúvida, aquele bastardo cruel do Finnick me empurrou para Cornestone. Ele provavelmente usou a ladeira naquela noite. Bebemos tanto que eu não sei onde perdi minha carteira. Em um dos borrões, posso ver Finnick jogando dardos e acertando 450 pontos.

“Foi mal, cara”. Murmurou, meio bêbado. “Eu queria tirar o nome dela de lá, mas não rolou.”

Prim também tentou, Finnick. Todos nós.

A única dúvida que me restou dessa noite foi a garota do lado de fora. Boina marrom, sapatos desamarrados. Me olhava de maneira engraçada, por diversas vezes.

Katniss??

Finnick chega e me distrai antes que eu consiga ver se é mesmo ela ou mais uma das suas malditas Doppelgängers. Mas eu sei que era ela. Sei, porque algo dentro de mim chegou a doer novamente, e eu me pergunto se há alguma outra dor que eu possa tomar para mim e esquecer essa que me domina – quem sabe, talvez, se alguém quebrar meu nariz.

***

Bom, o luto estava completo.

Depois da noite no Distrito Doze, ainda restavam algumas lágrimas no volante, que pingavam no acento, sucessivamente. O perfume no sinto de segurança – aquele que me fez permanecer no carro e seguir rotas mais longas para casa – estava desaparecido por completo. Não me restara nada de Katniss, e é meio difícil admitir que depois de toda aquela lição de moral, e que naquela noite, de fato, achava um tanto bom. Dessa vez, eu usei todos os atalhos para chegar em casa mais cedo, esperando encontrar a mim mesmo lá. Esperando coisas boas aconteceram a partir de então.

Não sabia mais dizer o tempo que se passou desde que minha noiva, Katniss Everdeen, resolveu que seria melhor para todos sumir sem dar rastros ou explicações, há exatos três dias depois do nosso noivado. Algumas horas, ou algumas semanas – eu me atreveria a dizer que são igualmente tristes.

Aquele foi o inicio do fim. Subo com o carro pela ladeira – pergunte a qualquer um e eles te dirão isso. São nesses tempos de desespero em que isso tende a começar a partir-se ao meio, a começar a desmoronar, e tudo o que se tem a fazer é segurar seu coração, esperando que a dor não lhe ferisse muito.

— Finnick, me faça um favor... — murmurei, completamente alterado pelo álcool. Incrivelmente, esse é um dos poucos momentos daquela noite em que eu me lembre com clareza. Tresh nos deixara, e eu não sei como fui parar na rua, em um bar completamente diferente. — Quebre meu nariz. — Disse, com muita dificuldade, daquela que só o álcool – ou a tristeza de chorar por horas até chegar a uma crise – são capazes de lhe dar.

— O que? — Meu amigo arregalou os olhos, perdido e confuso. Engraçado, como chego a descrever a reação de Finnick – perdido e confuso. Essas palavras demonstram claramente o meu estado ao fazer um pedido daqueles. — Porque, cara? Você enlouqueceu, Peeta?!

— Então me faz um favor e me diz pra ir embora. — Eu disse, ignorando Finnick por inteiro.

— Não, me deu muito trabalho te trazer até aqui! — Ele disse, naquele tom de voz convencido. — Peeta, vamos! Me diz o que tá acontecendo com você, de verdade... o que você está pensando? Porque está agindo assim?

— Finnick, me faça um favor. — Eu disse, num tom de voz mais decidido e menos recuado. — Para de fazer perguntas.

Eu usei a ladeira para chegar em casa o quão depressa fosse. Eu vi Katniss na vitrine do lado de fora. Se fosse mesmo ela, Katniss voltaria para meu apartamento, explicaria seus motivos malucos quem sabe, perdoaria. Se não, era o fim.

Acabou que era o fim.

Naquela noite do Parrot’s Beak, Katniss dormiu no meu apartamento depois do pedido. Eu nunca a vi tão feliz naquela noite. Entretanto, o tempo passa, e a manhã chega para todos. Quando ela foi embora, seus sapatos estavam desamarrados, e os olhos estavam bem vermelhos – você podia ver que ela esteve chorando. E eu observei e esperei até que ela estivesse dentro, forçando um sorriso e acenando um adeus.

Nunca mais a vi desde aquela manhã.

Por fim, Katniss e toda sua curiosidade em saber onde as coisas dariam se tornou um fardo pesado. Pesado demais para aguentar, me forçando a ser frio. Pego meu telefone, e isso se torna diferente de todas as vezes em que eu jurei a mim mesmo que seria minha ultima ligação à ela, porque dessa vez, eu simplesmente sei que será meu último tiro. Disco seu número – que agora eu tenho decorado na memória, esperando que um dia seu nome, seu número e sua pessoa se apague por completo. Esquecer Katniss. Uma visão complemente bizarra de um novo Peeta. E eu quero essa visão. Quero esquecê-la de uma vez por todas.

— Katniss, me faça um favor e peça se precisar de alguma ajuda. — Eu disse. — Você nunca o fez. Todas as vezes em que você se achava inútil, recorrer pela ajuda de quem te ama era a ultima opção. Você odiava ser inútil, por isso fazia de tudo para não ser, para não precisar de mim, para ser sempre superior. Faça-me um favor, Katniss — Disse, mal respirando e controlando a adrenalina e expectativa correndo em minhas veias: — Pare de se gabar! Como vamos desfazer os laços que nos amarram? Depois de tudo isso, Talvez um "foda-se" seja gentil demais. — Suspirei.

Todas as palavras jogadas em cima dela pela primeira vez em um mês me aliviaram de algum sentimento que me apunhalava, sufocava. Ainda não sei qual, mas depois dessa ligação, pude concluir aquilo que deveria ter enxergado há tempos.

Talvez foda-se” seja gentil demais, Peeta. — Ela disse, do outro lado da linha, atendendo minha ligação pela primeira vez em semanas. Katniss. A mulher que me fez ver sósias suas em todos os lugares. Que acabou comigo. A mulher que eu amo.

Em resposta, apaguei seu número da minha lista de contatos e desliguei o celular, mesmo sabendo que ela não iria me ligar.


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Notas finais do capítulo

eaaeee!! Peeta querendo esquecer Katniss, Peeta vendo katniss novamente, peeta indo pras baladinha e pá, Tresh sendo corno (mano, to imaginando um cara maior e com mais sagacidade que o Tresh, huehuehue rueruerueure)E antes que alguém me pergunte: Eu nunca vou deixar claro o que rolou/se rolou algo entre Prim e Peeta. Nunca. EVER. Até o próximo, guuyyys!

Editado 04/01/2015 → One shot continuação dessa one (4/5) http://fanfiction.com.br/historia/580565/505/



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