Hunt at Night escrita por Mylyh Grace


Capítulo 9
Quem persiste, conquista




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Vi arrependimento no olhar dele e um pedido de desculpa brilharam em sua Iris. Naquela hora me deu um aperto no coração. Não era culpa dele, e eu não tinha direito de culpá-lo por acidente.

– Vamos tentar pelo menos, Bry!- foi então à primeira vez que chamei Bryan pelo seu apelido e isso pareceu tocá-lo. Eu costumava chamá-lo assim quando era criança, mas faz tanto tempo.

– Ok, Ty. Mas se não der certo, vamos fazer do meu jeito. - falou ele.

– ta certo. – afirmei.

Bryan respirou fundo. Comecei a ir para casa de mamãe e Bryan passou a me seguir. Senti-me bem por estar voltando para casa. Toquei a campanha e mamãe abriu a porta. Ela estava com uma cara cansada, seus cabelos presos num rabo de cavalo estavam cheios de teias de aranhas e poeira. Suas roupas velhas estavam molhadas e manchadas de poeira também. Ela sorriu e seu rosto se iluminou.

– Ty, não acredito que você voltou! Que milagre foi esse?- perguntou mamãe com os olhos fixos em mim. De olhou pro meu lado e viu meu irmão. Vi uma mistura de emoções no rosto dela. Foi a primeira vez que a vi sem palavras.

Olhei para trás e vi Bryan de cabeça baixa.

– Eu não devia estar aqui! A Ty que pediu. Eu preciso ir. - disse ele se afastando.

Mamãe me olhou e com um olhar, eu disse: “Não deixa ele ir, por favor!”

Ela balançou a cabeça e falou:

– Bryan, entre. Vamos! Eu preparo um lanche para todos. - disse ela.

Bryan parecia não acreditar. Não sei se era visível, mas eu estava mega feliz com um sorriso de orelha a orelha. Eu me senti o gato maluco do País das Maravilhas.

– Tem... Tem certeza?- perguntou ele.

– mas é claro. Entrem! - disse mamãe. Ela olhou para Jessye e sorriu:- Essa deve ser sua namorada, Bryan?

Comecei a gargalhar enquanto Jessye fazia uma careta, que parecia que ela tinha comido limão, e agitando a mão em protesto de negação.

– Não, senhora. Não sou não. Francamente, senhora eu não ficaria com ele. – exclamou ela.

– Ei!- defendeu-se Bryan.

Parei de rir, com muito esforço.

– Calma Jessye. Meu irmão não é tão porcaria assim – afirmei, virei para mamãe. – Oh mãe, Jessye é como eu. Uma caçadora.

– Ah, me desculpe querida. - disse mamãe a Jessye.

– Tudo bem senhora. Pequenos erros acontecem. – afirmou ela.

Mamãe assentiu. Todos entraram. Ajudei mamãe com os lanches, enquanto Bryan cochilava no sofá e Jessye nos fazia companhia na cozinha. Bryan dormia tão intensamente como que se não dormisse há muito tempo, o que era bem possível já que passou meses me procurando. Cheguei a questionar as noites que havia passado acordado. Seria seis? Oito? 15? Bom, isso eu não sabia, mas era bom vê-lo descansando.

Na cozinha mamãe assobiava enquanto fazia os lanches. Ela me olhou e disse:

–Foi muito bom você ter trazido-o de volta, Ty. Por mais que eu não demonstre, estou muito feliz por ter vocês dois aqui reunidos. Mesmo que seja por apenas alguns minutos - exclamou ela.

– Também estou mamãe. Mas preciso lhe pedir um favor! - falei. Eu precisava achar um lugar para Bryan.

–O que, meine Tochter? – disse ela.

– Bryan esta sem lugar para passar a noite. Você poderia o deixar dormir aqui, pelo menos por essa noite?

– Mas que pergunta é essa? É claro que ele pode dormir aqui. Essa casa não deixou de ser o lar dele.

– Mas depois de muito tempo você se acostuma a não ter um lugar para onde possa retornar.

– Ty, não começa. Eu não o expulsei.

– Não estava falando isso, só quero um lugar seguro pro meu irmão.

– Ele é bem grandinho pra você esta cuidando dele.

– De família, não se abandona!

Mamãe respirou fundo e colocando a mão na cabeça, cobrindo o rosto. Eu estava ofegando de raiva. Quando ela tirou a mão o rosto, seus estava molhados. Ela olhou para mim e disse:

–Me desculpa, meine liebe. Eu passei por muito estresse. – disse ela.

Caminhei até ela e a abracei.

– Eu entendo,mama- foi então uma das poucas vezes que chamei mamãe de mama , que era mamãe em alemão. Depois que Bryan foi embora, passei muito tempo com a mamãe e ela começou atentar me ensinar algumas palavras em alemão. Eu aprendi poucas palavras e algumas frases completas, como “ich will nicht” (eu não quero) e outros.

Mamãe retribuiu o abraço e depois me soltou.

– Você mudou, minha Klein. Não sei o que você fez ou o que aconteceu, mas você está diferente. Um diferente bom. Estou orgulhosa de você. Você arrumou outra família muito boa. – exclamou mamãe olhando para Jessye. Eu sabia que ela se ressentia por não ter sua família junto a ela.

– Você também encontrara alguém que a fará feliz – disse eu.


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