Hunt at Night escrita por Mylyh Grace
Mamãe me olhou não acreditando no que via. Por longos minutos ela ficou me olhando e, de repente percebeu que eu estava realmente ali. Levantou rápido do sofá e veio na minha direção. Seus braços se jogaram em minha volta e suas lagrimas caíram.
–Mamãe, eu estou bem – falei tentando acalmá-la. Então seu abraço apertou e eu já não sabia se estava tão bem.
–Ainda bem,minha querida – disse ela me apertando- o que esta sentindo agora?
– Falta ...de ar...- falei pois aquilo era verdade. Eu sentia meu cérebro em alerta pedindo mais oxigênio.
Mamãe me largou e por fim, meus pulmões captaram o ar que precisava. Depois virei para todos e disse:
– Eu vim em paz, humanos- falei com uma voz mais grave e tentando me manter séria.
– Você é desse planeta também! – disse Beatrice saindo do meio das caçadoras e me abraçando.
– Que coisa ein?- exclamei rindo e a abracei.
Os próximos minutos foram muita comemoração. Todas as garotas riam e me abraçaram, dizendo que estavam muito felizes por eu ter voltado. Depois que tudo se acalmou e Bryan acordou, sentamos todos na sala e contei tudo que me aconteceu. Ártemis pareceu a pessoa mais interessada no assunto, mas não me interrompeu instante algum. Expliquei como sai do galpão após a explosão; que fiquei desacordada alguns dias e que os lobos cuidaram de mim. A deusa parecia se divertir com a história, como se tudo que aconteceu fosse novo. Quando terminei, senti uma sensação no corpo meio estranha, pressenti a chegada de alguém, então caminhei até a porta e a abri. Artie entrou pela porta e se curvou a Ártemis. A deusa apenas assentiu com a cabeça e o lobo se virou para mim.
“ Eu estava ouvindo a história e, então agora vai perguntar sobre a tatuagem?” pergunto ele.
–Vou.- respondi.
Olhei em volta e vi que todos me olhavam assustados, menos Ártemis que reagia a tudo diferentemente.
– Isso é incrível. Ty Lee, você consegui se comunicar com Artie?- perguntou a deusa.
–Consigo. Porque?- perguntei.
Stella se aproximou e disse:
– Nenhuma caçadora fez isso, só a deusa Ártemis.- exclamou ela.
– Em outra época, alguns séculos atrás, algumas de minhas caçadoras havia a mesma habilidade de se comunicar com os lobos, as com sangue mais forte. Com o passar do tempo, essa habilidade foi perdida. – explicou a deusa.
“Que estanho isso” comentou Artie.
– Bastante. - falei. E como esperando todos me olharam com cara de desentendidos. Para nada ficar estranho , eu disse: - Ele só disse que é estranho isso.
As caçadoras concordaram. Aproximei-me e estiquei o braço, mostrando a tatuagem.
–My lady, sabe o que é isso ?- perguntei.
Deusa se aproximou e analisou bem. Pensei que ia ser a mesma coisa com Artie, mil anos de estudo e nada.
–É uma ligação.- disse a deusa por fim.
– e o que significa?- continuei perguntando.
– É tipo uma empatia, ocorre entre um lobo da caçada e uma caçadora. Numa prova de gratidão em um ocorrido de vida ou morte, as almas dos dois seres se interligam, como um jeito de o outro ficar vivo. Isso é bem perigoso, mas também muito útil. O medo que você sentirá será passado para o lobo como outros sentimentos, bons ou ruins. As caçadoras já tem os sentidos apurados, mas com a ligação eles são ainda mais apurados, como de um lobo. Mas é claro que o perigo também dobra. Se caso um dos dois da ligação morra, o outro terá o mesmo destino. Com o tempo e prática, vocês dois trabalharam em perfeita harmonia. São fortes separados e, mais fortes juntos. É claro que não poderá se afastar muito um do outro e nem desfazer a ligação. Poderão até se comunicar por pensamentos, o que é bem útil, mas tudo ao seu tempo. Eu vi apenas uma fez essa ligação e foi a muito tempo mesmo. – terminou a deusa.
Fiquei uns minutos sem me mover, absorvendo cada palavra dita.
“ Bom, isso parece bem interessante” disse Artie, dando uma risada.
– Não é tão mal afinal. Pode até ser legal. – afirmei forçando um sorriso.
“ Isso ai” concordou ele.
Depois de muito tempo, fomos embora. Foi difícil convencer a mamãe que eu ficaria bem e que tomaria muito cuidado. Antes de irmos, Stella e Beatice cuidaram de meus machucados e dores, e logo me senti melhor.
Bom aqui estamos, acampadas em Manhattan, esperando pelas próximas aventuras. Esperando para salvar ou até mesmo mudar o mundo. Aposto que agora, depois de ter lido tudo que lhe contei ai em cima, não acha mais as caçadoras tão chatas, não é? Espero que a resposta seja não, pois não somos. Mandonas sim, mas ainda com o coração mais puro exista. Somos legais e até divertidas, mas é claro se chegar a realmente nos conhecer. Sabe, quando escolhemos a caçada, escolhemos pensar em nós mesmas, em não sofrer por coração partido, nem esperar muito dos homens. Escolhemos ser fortes, corajosas, determinadas. Não somos ‘supers’ e nem ‘masters’, mas sabemos que juntas podemos fazer a diferença. Ganhamos uma nova família e conhecemos novos lugares. Seguimos nossos corações. Não sei o que pode achar dessa história, boa ou não, mas sei que ela fez você refletir e reaver tudo que a achava das caçadoras. Eu realmente espero que tenha gostado da minha história, pois gostei de contá-la .Agora preciso ir, antes que mais monstros apareçam e, o Artie mandou uma mensagem a vocês:
“ Até logo, pois isso não é o fim.”
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