Respirei fundo e disse:

–Já que daqui há duas semanas é meu aniversário, aceito presentes desde agora! - falei esboçando um sorriso.

As caçadoras começaram a rir e o clima aliviou. Naquela hora sabia que tinha feito a coisa certa. Beatrice gargalhou e disse:

– Aceita uma planta, Ty? -perguntou ela.

–Claro. O que vale é a intenção. -murmurei, rindo.

Aos poucos, estávamos todas rindo e brincando. Depois de duas horas,sugeri que poderíamos treinar um pouco, só que de um jeito diferente. Mais divertido. As garotas mostraram entusiasmo pra o treino, coisa que me surpreendeu.

O sol se ponha ao nosso lado e isso dava encerramento as nossas atividades. Após todas limpas, voltamos à fogueira. Algumas esboçavam um pouco de cansaço, principalmente as novatas, mas todas parecia satisfeitas.

–Que idéia ótima essa Ty! De onde tirou isso?- perguntou Sophia.

–Não faço idéia. Apenas pensei que daria certo assim e expliquei a vocês. -afirmei.

–Foi muito legal mesmo. Poderíamos treinar assim sempre, não é?- perguntou Beatrice.

Abaixeia cabeça e disse:

–Depende de quem for nos liderar. Essa pessoa que vai escolher. Só fiz essas atividades pra descontrair um pouco- afirmei.

Beatrice apenas assentiu.Uma das coisas que mais gostava na Beatrice era que ela não era muito de contrariar ou questionar. Ela podia até enganar muita gente por ser tão quieta,mas em batalha ela era sensacional, metia medo até em mim. Eu jamais ficava no caminho dela. Possuía uma ótima precisão de flechas e em um tempo mínimo. Ela bem que podia se tornar a tenente de Ártemis.

Ai entra outra questão, todas ali tinha chance de tornar a tenente. Stella está a mais tempo que todas ali e tinha muita lealdade. Mas também significava que eu também tinha chance. Nunca havia pensado sobre o assunto. Ninguém havia me perguntado nada. Jessye havia escolhido por conta própria. Mas não quer dizer que eu não queria ser tenente, mas e se eu não fosse boa o suficiente. Não é por que sou filha de Zeus que saberia liderar. Sempre fui de fazer as coisas sozinha. Era meio solitário mas era o melhor.

–Ty Lee,pode vim aqui,por favor- e com isso voltei a realidade. Ártemis me chamava.

Respirei mais fundo ainda e segui a deusa em direção a barraca.

Depois de uma hora falando com Ártemis, saímos da barraca. Todas estavam silenciosas e sabiam o que tinha acontecido. E eu havia aceitado o cargo. Uma salva de palmas explodiu após a deusa confiar com a cabeça. Eu esboçava um sorriso. Foi rápido. Ártemis explicou que havia me escolhido por critérios rigorosos. Ja que possuía boa comunicação com as garotas, incluindo o treinamento de Jessye, não havia caçadora mais preparada. Também levei em conta que ela considerava a aquisição de eu ser filha de Zeus pra concluir isso, mas não chegou a comentar nada parecido. Agradeci aos elogios e,me vendo naquela situação, não pude recusar. Após aceitar,eu podia ver a alegria sambar nos olhos da deusa. Certo ou não,eu faria o meu melhor.

À noite, já estávamos prontas para partir para Manhattan. Ártemis me puxou pra um canto e disse:

– Nesse anoitecer, precisarei ir ao Olimpo. Quero que você leve as caçadoras pra aquela mesma floresta em New Jersey. - explicou-me ela- Lá saberei que ficaram seguras. Pretendo voltar daqui dois dias.

E assim foi. Viajar pela noite era mais fácil pra gente. Nossos poderes brilhavam nosso redor como a aura protegida pela lua. Moviamos com o vento. O que me surpreendeu que fui não encontra nenhum monstro pelo caminho. Comuniquei à Ártemis que achava aquilo muito estranho. A deusa concordou mas se manteu calma viagem toda.

Ao chegar na floresta nos despedimos da deusa. Era muito estranho vê-la partir sem nós mas continuamos ali paradas. As garotas pareceu cansadas então recomendei que montassem o a acampamento descansassem um pouco. Nenhuma delas parecia disposta a discutir comigo ou me contrariar.

Eu queria que visitar minha mãe , mas não queria ver Bryan. Eu ainda ocupava por tudo que tinha acontecido mesmo sabendo que estava errada. É claro que a culpa também não é minha afinal eles fizeram tudo isso sem o meu consentimento. Também não havia retornado suas ligações. Eu sabia que não era certo mas não estava preparada a contar por ligação o que tinha acontecido. Apenas queria um tempo para organizar meus pensamentos.

Decidi que a melhor coisa a fazer é conversar com ele e resolver tudo isso pessoalmente.

Chamei Beatrice e lhe contei o que queria fazer. Ela concordou e ainda se ofereceu para que fosse comigo.

–Não é preciso, mas muito obrigada, Beatrice. É uma coisa que preciso fazer sozinha.- disse eu.

Ela não questionou fazendo apenas um aceno com a cabeça como sempre fazia em nossas conversas. Já que as caçadoras estavam dormindo, achei o que é uma visita rápida não me traria muitos problemas.

E assim caminha pelas ruas que conhecia desde pequena. Eu estava na frente de casa. Memórias de minha vida passavam nos meus olhos como filmes 3d. Com muita força de vontade conseguir vai te bater na porta.

–Já vai! - reconheci a voz de mamãe.

Olhei para mim mesmo para ver se estava apresentável. Havia gramas em meus cabelos e poeira e minhas roupas. Utilizando minhas próprias mãos tentei arrumar minha aparência. bati minha mão no jeans e pentear os cabelos com os dedos.

Mamãe logo abriu a porta e em seu olhar vi um brilho novo espalhar.

–Ty Lee, quanto tempo minha filha.Porque não deu mais notícias? Seu irmão está louco para conversar com você e um pouco bravo também. - disse mamãe.

– Eu sei,eu sei. É que eu não estava pronta para explicar tudo o que aconteceu.- eu não sabia se era possível ver mas senti que minhas palavras sairem com tristeza.

Mamãe apenas me abraçou cobrindo-me com cobertor de amor materno. Foi ótimo aqueles minutos. Por um momento achei que não havia problema algum e tudo estava em paz. Eu estava com saudades, saudades de casa, saudades de mamãe, saudade da minha velha vida normal. Mas não, eu não me arrependia de ter entrado para caçada. Nada superava emoção do que eu fazia. Mas confesso, saudades de casa eu tinha.

Entrei dentro de casa. Escutei passos de ligeiros vindo da escada. Era Bryan, ainda de pijama e com a cara amassada. Seus olhos azuis estavam quase se fechando novamente. Ele fixou seu olhar em mim e seus olhos se arregalaram. Eu não sabia que sentimentos lia em seus olhos. Raiva. Emoção. Felicidade. Ou tristeza. Talvez fosse tudo isso misturado.

Bryan tentou se aproximar mas recuo por um momento. Eu podia sentir a confusão de sua mente. Mas é claro que eu não queria nada daquilo. Eu não sabia se estava certa ou errada, mas fiz o que achava certo para mim.

–Você me deve uma explicação, mocinha. - disse ele em um tom bravo.