A luz sobre a cortina fina do quarto de Sheldon aplicava o horário, ele acordou e, com a claridade afetando suas pupilas, já podia dizer, era de dia. O som dos passarinhos cantando uma doce musica alegre o irritava e ao mesmo tempo o alegrava, uma subida sensação de esperança foi posto a mesa enquanto ele ouvia o canto, não que Sheldon fosse confessar, mas toda vez que ouvia o cantar dos passarinhos de manha cedo, tinha certeza de que o dia iria ser bom.

Dessa vez ele estava errado.

-Sheldon, vai sair? – O físico baixinho perguntou enquanto atravessava a cozinha ainda em seus pijamas, com a visão embasada causada pela falta de óculos e os cabelos embaralhados.

-Amy esta vindo para me encontrar. – A resposta chegou ao mesmo tempo em que o grande sorriso que agora era esboçado em seu rosto, preparado para o grande e bom dia que tinha para frente.

Sim, ele certamente estava errado.

-Eu estou aqui. – Sheldon ouviu a voz doce atravessar o corredor e subir as escadas para parar direto em seus ouvidos, apenas mais dois andares e ele estaria ali.

-Estou indo. – A infantilidade em sua voz era evidente, ele fechou os olhos e tomou uma respiração profunda para evitar a longa onde de borboletas que percorriam seu estomago no momento em que colocava os olhos nela. Nunca funcionava, mas pelo menos o mantinha calmo o suficiente para enfrentar seu longo dia bom.

Oh, ele realmente estava tão errado.

-Aeee, tio. – Sheldon foi obrigado a parar pela visão desgastante do menino a sua frente, ele não havia percebido a sujeira do local antes disso, haviam bebidas derramadas no chão e o que provavelmente eram roupas intimas penduradas com fita crepe na parede. O menino continuou olhando para ele, provavelmente tentando decifrar se aquilo era uma miragem ou não, sem resposta, ele se virou para a parede onde começou uma espécie de “fazer” com ela.

-Tenho pena da humanidade – Sheldon diz balançando a cabeça, enquanto falava, uma pessoa grita de dentro do apartamento vizinho, chamando sua atenção, que olha e não percebe o conteúdo na beira da escada, onde uma latinha de cerveja repousava...

Com apenas um passo para frente, ele escorrega. Seu corpo sendo atirado para frente das escadas, e sua cabeça batendo seriamente no degrau.

-Ai meu Deus Sheldon, você esta bem? – Amy estava tonta com toda a melancolia de subir a escadas e o encontrar desmaiado. – Acorda..por favor..

Seus dedos trêmulos pressionavam os botões de emergência do celular, ela se esforçava para reunir coragem e ligar para ambulância.

-Amy!! O que aconteceu?? ELE ESTA BEM? – Penny aparece, se agachando ao chão para ajudar, se tornando um pouco desesperada.

-Nada muito grave..- Ela suspira tentando convencer a si mesma das próprias palavras. – Ele só bateu a cabeça.

-Mas ele esta desmaiado! – Penny balança o corpo de Sheldon, batendo levemente em seu rosto.

-Ele desmaia toda hora...não se preocupe, ele vai ficar bem. – Meio que era verdade, Sheldon desmaia quando vê sangue, Sheldon desmaia quando alguém chama C2D2 de robozinho idiota...

Pouco tempo depois a ambulância chega, levando os três para o hospital. Apesar de seu titulo quanto doutora, Ela não entendia muito bem o que estava acontecendo. A afobação dos enfermeiros encontrados na cabine, todas aquelas injeções sendo aplicadas nele..era tão assustador.

Amy olhou para o céu da janela da cabine, estava nublado.

-Onde ele vai ser levado? – A voz tremula e machucada de Amy agora se dirigia para uma moça alta detrás de um balcão.

-Por que quer saber? – Seu assustador tom de grosseria não combinava nada com a aparência delicada que a mulher obtia.

-Você vai me dizer onde ele esta sendo levado ou férias instantâneas virao para cá. – Ela não sabia dizer de onde tinha tirado a ameaça, mas não pode deixar de ficar contente com o rosto surpreso que ganhou em resposta após apontar sua carteira de doutorado.

-Olha...eu realmente não posso te responder isso.. – A mulher a respondia abaixando o tom cada vez mais. – Mas...eu posso dizer que não é para a sala de cirurgia.

-Onde ele vai ser levado? – Amy quase gritou em desespero, tinham lhe explicado as condições de Sheldon em seu caminho na ambulância, e se a cirurgia não fosse realizada imediatamente, as chances de um Acidente vascular cerebral hemorrágico eram enormes!

-Nós estamos sem medico... – Uma mulher miúda e de cabelos longos presos a uma trança falou firmemente enquanto se dirigia em direção a Amy, sua expressão apontando seriedade .

-Isso não é possível! – Os punhos de Amy foram fechados, tentando evitar um possível desmaiamento.

-Tente entender...não tem nada que... – A mulher falava pausadamente, mas não com nervosismo, ela apenas parecia aflita em dar tamanha noticia.

-Ele vai morrer!! Oh meu Deus, você vai mata-lo!!

-Eu não... – Ela não parecia ofendida? Certamente a mulher não estava ciente da gravidade que se passava, ou talvez já estivesse acostumada a tal tipo de provocação.

-Você sabe que se ele não receber uma cirurgia logo vai morrer...Você quer que ele morra??? – Seus olhos quase gotejando imploravam para aquilo, ela sabia que podia..ela sabia..

-É claro que não.

-Então me de a droga da sala de cirurgia que eu vou fazer isso.

-Estou ciente de suas faculdades, mas ainda assim..

-Cale a boca. – O rosto de Amy não conseguia refletir tudo o que se passava pela cabeça, ele refletia apenas a certeza de que ela tinha que fazer isso. – Eu estou salvando a vida dele.

E enquanto ela se dirigia a sala, percebeu o temporal que se formava lá fora.