Diggle e eu ainda estávamos na caverna.

–Acha que ainda vamos encontrar o nome de Felicity escrito em algum lugar? –Perguntou.

–Não sei se me preocupo mais se encontrarmos ou se não encontrarmos. Não encontrando pode ser que ele ache que vamos nos descuidar dela ou coisa assim e ataque. Se encontrarmos não vai ser nada bom também.

–E se ele...

A frase de Dig foi interrompida pelo meu celular que tocou, olhei no visor.

–Felicity. –Anunciei a ele. -Felicity, o que houve?

–O-Oliver... –Sussurrou.

Meu coração disparou prevendo o pior, algo aconteceu ao julgar pela sua voz fraca e tremula como se estivesse a beira das lagrimas.

–Felicity! O que aconteceu? Você está bem?

John também se agitou ao meu lado já pegando uma arma e colocando no coldre, pronto para sair.

–E-Eu...

–Não se preocupe, nós estamos indo. –A ligação encerrou. O medo crescendo dentro de mim, mas tentei não deixar transparecer, como sempre. –Vamos John, alguma coisa séria aconteceu.

(...)

Chegamos ao apartamento de Felicity e toquei a campainha varias vezes, o que era um gesto tolo ao julgar seu estado quando me ligou. John se adiantou e girou a maçaneta e a porta felizmente estava aberta, não precisaríamos arrombar, pois isso chamaria a atenção dos vizinhos. Corri pelo apartamento gritando o nome de Felicity, John e eu nos encaminhamos no cômodo no fim do corredor, o quarto dela.

–Felicity! –Gritei antes de chegar na porta, pois consegui visualizar uma grande quantidade de sangue por de baixo da porta fechada.

Entramos e encontrei Felicity parada de pé em frente à cama, o celular na mão. Seus olhos vidrados em algum ponto da parede ao lado da porta que não olhei de imediato. Apenas fui até ela. Precisava me certificar de que estava bem.

–Felicity, você esta bem? –Perguntei, ela não tinha ferimentos, então de onde vinha todo aquele sangue?

–Oliver. –Chamou Diggle.

Olhei pra trás e ali havia um corpo, muito machucado. Na verdade a quantidade de sangue que tinha ali era espantosa, saindo do estomago do corpo. Espera, eu conhecia aquele corpo.

Cooper Sheldon. Como Sheldon tinha ido parar ali? Essa não era a pior parte, pois com o sangue que jorrava dele foi escrito o nome na parede. “Felicity Smoak”

Olhei Felicity ao meu lado compreendendo agora seu estado.

–Hey, sussurrei a chamando.

Seus olhos finalmente se direcionaram para mim. Me coloquei na frente dela para que não visse mais aquela cena e a abracei, sua cabeça se enterrou em meu peito e senti suas lágrimas silenciosas.

Se Slade queria nos apavorar e deixar claro que era Felicity quem ele queria ele conseguiu, mas conseguiu aumentar ainda mais a minha raiva também. Eu devia tê-lo matado quando tive a chance.

–Como ele veio parar aqui? –Perguntou Diggle. –Isso com certeza não foi feito por uma faca qualquer.

–Não, Slade deve ter conseguido outra espada, talvez... Talvez ele não esteja sozinho.

–Bem, eu tenho certeza que sozinho ele não conseguiria achar Cooper e ainda vir aqui e fazer isso sem ninguém ver.

Felicity tirou o rosto de meu peito.

–Ele provavelmente tem algum nerd com ele. Talvez alguns fugitivos que a A.R.G.U.S. ainda não pegou, ou assassinos da cadeia normal mesmo.

Ela falava sem olhar para Cooper no chão e decidi que já estava na hora de tira-la dali.

–Vamos, você não vai ficar aqui, pelo menos não por essa semana.

Ela me olhou questionadora.

–E onde diabos eu vou ficar?

–Comigo e Thea é claro.

Percebi que ela ia protestar.

–Qual é Felicity, olha pra isso. –Pensei melhor. -Não, não olha. –Corrigi. -Temos que tirar ele daqui e se Slade entrou aqui uma vez ele vai fazer de novo. Tem noção do meu desespero quando me ligou? Achei que ele estava aqui e quando vi todo aquele sangue pensei o pior, não vou deixa-la aqui sozinha sem proteção alguma.

Ela respirou fundo.

–Tudo bem, só vou pegar umas roupas Okay.

Concordei.

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POV Felicity

A parte ruim de quando cheguei ao apartamento que Oliver dividia com Thea foi quando ela começou a fazer perguntas. Claro que o Arqueiro tinha comunicado Lance do ocorrido e explicou poucas coisas sobre Slade, mas suficiente para responder algumas perguntas dele. E o Playboy Oliver sendo um bom amigo me convidou para ficar com ele e sua irmã. Impressionante como Lance ainda não parou recentemente para pensar em quem é o Arqueiro, pois quem ficava próximo de nós e parasse para pensar ligaria muitas coisas que provariam que Oliver era o Arqueiro. Ou talvez seja porque eu sei que é ele e as coisas fiquem mais obvias pra mim de ser notadas. Ou porque eu realmente vejo detalhes que a maioria das pessoas ignoram, ou... Para Felicity, está divagando como sempre.

–Felicity? –Ouvi a voz de Thea do outro lado da porta. –Tudo bem?

Sorri, ela estava preocupada quando cheguei, pois disse que não tinha arrumado o quarto de hospedes do apartamento ainda, mas eu já tinha dado um bom jeito no local.

–Sim, não se preocupe, pode dormir se quiser, eu me viro por aqui.

–Tem certeza?

–Sim, obrigada.

–Tudo bem, boa noite.

–Boa noite.

Ouvi seus passos se distanciarem. Oliver estava com Roy no meu apartamento, ou na caverna, bem, estavam cuidando das perguntas de Lance e tudo o mais. Oliver me garantiu que voltava logo, pude ver em seus olhos que ele não queria ir e me deixar sozinha, apesar de eu estar com Thea na verdade.

Não queria voltar ao meu apartamento e ver aquela cena novamente. Meu estomago se revirou ao lembrar do ocorrido. Terminei de me arrumar para dormir, coisa que com certeza não aconteceria. Liguei meu computador e comecei a procurar rastros de Slade ou de até seu ajudante. Mas não havia nada, nem nas câmeras ou coisa assim.

Assisti a alguns minutos de uma das câmeras perto da minha casa e finalmente descobri uma falha, havia um corte ali, um quase imperceptível. Slade tinha ido até minha casa exatamente cinco minutos antes de eu chegar, provavelmente ele tinha tudo planejado. Isso explicaria porque Cooper ainda estava vivo quando cheguei, a tempo de dizer o meu nome antes de ficar inconsciente. Talvez o sangue nas paredes não fosse dele, afinal, foram cinco minutos antes de eu chegar. Slade não teria tempo de tirar tanto sangue de Cooper e escrever meu nome na parede. Quando cheguei não tinha todo aquele sangue no chão de quando Oliver chegou. Slade já deveria ter um tento de sangue retirado de alguém quando foi ao apartamento. Colocou Cooper ali para me assustar ou com intenção de realmente me atingir emocionalmente, pois mesmo que Cooper tenha feito tudo aquilo eu tinha boas lembranças nossas do passado e ninguém merece uma morte daquela. O sangue não era dele.

Peguei meu celular e liguei para Oliver que atendeu no segundo toque.

–Tudo bem? -Perguntou.

–Onde você está?

–Ainda no seu apartamento, já estava voltando e...

–Preciso de uma amostra de sangue da parede.

–O que? Pra que?

–Acho que não é de Cooper, depois eu explico.

–Tudo bem, eu levo.

Ainda fiquei um tempo tentando achar alguma coisa. Meu celular apitou e eu o peguei. Era uma mensagem de Cisco.

“Conseguimos as informações da droga que nos pediu para analisar, acabo de te mandar. Estamos trabalhando em uma antidoto.”

Com tudo isso, acabamos esquecendo do traficante maluco que estávamos perseguindo antes.

Abri os arquivos e li os sintomas, aquilo não era bom. Um consumo exagerado daquilo traria fortes alucinações, ligando-se com algum fato traumatizante do passado da pessoa e recriando uma versão piorada da situação. Então tudo começa a aumentar. O medo, os batimentos cardíacos, a respiração, temperatura, levando a vitima a uma febre alta causando mais delírios. Então vem a convulsão e seu coração para, poucos minutos depois o cérebro.

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POV Oliver

Bati receoso na porta do quarto de Felicity, ela devia estar dormindo.

–Felicity? –Chamei.

–Entra Oliver. –Ouvi sua voz que não parecia nem um pouco sonolenta.

Abri a porta e a encontrei deitada de bruços na cama, de pijamas e mexendo no computador. Os cabelos estavam soltos, caindo pelos seus ombros. Sorri inevitavelmente.

–Pensei que já estaria dormindo.

–Não consigo. –Disse sem desviar os olhos do computador. –Descobri uma coisa, vem cá. –Chamou.

Fui até ela e me sentei na beira da cama, olhando o computador. Felicity me contou sobre as descobertas com as drogas, tínhamos esquecido completamente disso e sinceramente não sei se vou me aprofundar muito em achar esse cara, precisávamos nos preparar para um ataque de Salde. Combinamos em pegar as informações da droga e do traficante e passar para Lance e ajudar quando pudéssemos, pois realmente tínhamos que nos preparar para seu ataque. Ficamos ali a noite toda, quando percebi já estava deitado de bruços na cama ao seu lado. Ela me explicou suas duvidas sobreo sangue, vasculhamos mais um pouco as câmeras e quando menos percebemos caímos no sono.

(...)

Acordei ainda de olhos fechados, os mesmos estavam pesados. Respirei fundo sentindo um aroma gosto e conhecido invadir minhas narinas. Sorri e abri os olhos lentamente encontrando a imagem mais perfeita logo pela manhã. Felicity dormia tranquilamente ao meu lado, os olhos fechados e o óculos ao lado parecendo ter caído de seu rosto, sua respiração estava tranquila e um pouco de seu cabelo cobria sua bochecha e um pouco da boca. Percebi que ainda estávamos de bruços como dormimos e o computador ainda ligado em nossa frente.

Peguei meu celular ao meu lado e olhei a hora, quase nove horas. Dormimos demais, ela provavelmente tinha que trabalhar e devia estar atrasada, mas eu não teria coragem de acorda-la. Ela passou por muita coisa ontem, Palmer tinha que entender. Devia levantar e fazer algo para comermos, mas simplesmente não consegui sair dali. Poderia ficar o dia todo apenas a observando, como seria acordar todos os dias com Felicity ao meu lado?

Não viaja Oliver, você tem que mantê-la segura e ao seu lado ela não está. Ela esta correndo perigo somente elo fato de você ama-la, não pode coloca-la em mais perigo.

Meu celular vibrou com uma nova mensagem, era Thea.

“Onde você está?”

“Em casa, dormi demais.” Respondi.

“Quer que eu leve café para você e Felicity?”

“Por favor, com leite e açúcar pra ela.” Sorri orgulhoso por saber como Felicity gostava de seu café.

“kkk Ok, Ollie”

Alguns minutos se passaram e surpreendentemente eu a estava quase caindo no sono novamente, mas senti Felicity se mexer ao meu lado, abri meus olhos observando cada movimento seu. Primeiro forçou os olhos como se não quisesse abri-los, depois encolheu o corpo e resmungou, então relaxou e por um momento achei que tinha voltado a dormir. Mas seus olhos tremeram levemente e ela os abriu devagar. Eu devia estar com um sorriso muito patético no rosto, mas não liguei, era uma imagem linda, ver seus olhos azuis brilharem ao se abrirem de manhã, em seu rosto se desenhou um lindo sorriso.

–Hey... –Sussurrei. –Bom dia.

Logo comecei a pensar no que Felicity estaria passando na cabeça dela ao acordar e me olhar a observando daquele jeito.

–Bo-Bom dia...

–Desculpe, acabei dormindo aqui.

Sorriu.

–Desculpas porque? É bom dormir com você. –Disse. Então sua expressão mudou para surpresa. –Quer dizer... dormir, dormir, não sei como é dormir com você. Não que eu já tenha pensado sobre isso ou.... Você pode dormir aqui quando quiser, quero dizer... Dormir, a casa é sua e... Oh Deus...

Comecei a rir e ela desistiu de falar e se virou de barriga pra cima. Continuei sorrindo a olhando, a blusa de seu pijama tinha se levantado levemente quando ela se virou para cima e pude observar um pouco de sua barriga lisinha, minhas mãos pinicaram de vontade de toca-la, mas me contive.

–Eu... Vou levantar. –Disse nervoso, era melhor sair dali antes que perdesse a cabeça e esquecesse os motivos que tinha para ficar longe dela. –Thea está trazendo café para nós.

Me levantei e ela sorriu.

–Tudo bem. Mas... Thea não sabe...

–Eu sei. – A interrompi. –Com leite e açúcar, não?

Ela sorriu docemente e balançou a cabeça concordando. Me virei e sai do quarto.