Every Breaking Wave escrita por Coutclara


Capítulo 3
Newcomer


Notas iniciais do capítulo

Então, eu sou a Júlia, este capítulo foi bem complicado para eu escrever já que alcançar toda a essência desse personagem é algo que até eu como autora dele (uma das autoras) tenho dificuldades, mas Jared saiu e espero que gostem dele.
Boa Leitura!



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2° Capítulo

A noite havia sido muito tranquila, ficar olhando para janela e ver toda aquela neve. Estar na sua cama quentinha e observar o quanto era lindo, e como um garoto qualquer, eu não via a hora de poder sair para brincar naquelas montanhas nevadas!

No dia seguinte teria aula, eu não tinha muita vontade de ir e sim de ficar brincando o dia todo na neve, pois era uma coisa rara do D4 e eu queria aproveitar. Mas sabia que mamãe jamais deixaria faltar aula.

Acordei com a vozinha esganiçada de Rilary me batendo no braço com a sua boneca caolha e mal cuidada (papai e mamãe insistiam em dar bonecas à ela, mesmo sabendo que ela se dava mais bem com meus carros e minhas armas de plástico):

_ Acorda pirralho!

Me mexi preguiçosamente na cama, olhei Rilary e então virando pro outro lado da cama:

_Para sua banguela! – eu dizia isso para provocá-la, pois na casa dos oito anos ela estava sem um dos dentes da frente e eu fazia questão de relembrar isso sempre. Mas fazia isso rindo ao ver que Rilary me olhava seria e fazia o possível para manter sua boca fechada, pois cada vez que ela falava e eu via o espaço onde devia estar seu dente eu ria cada vez mais, e ela sabia disso.

_ Hoje tem aula, pirralho. A mamãe mandou eu te acordar e é pra você ir tomar banho.

_Para de me chamar de pirralho! Ou eu conto pra mamãe que aquele dia que você disse que ia fazer um trabalho na casa da Rebecah você foi na casa daquele garoto.— eu olhava pra ela, já sentado na cama, tentando parecer desafiador, ela se mostrou surpresa e até amedrontada por alguns segundos.

_ Como você sabe dis...— Ela se interrompe no meio da frase que só confirma que tudo era verdade, e eu caio em meio a risadas meio forçadas. – Vai lá tomar banho agora!!

Ela estava realmente brava agora, e eu sabia que devia me mandar. Então pulei da cama ouvindo as molas rangerem e senti o frio tocar minha pele passando o tecido grosso e azul do pijama. Calcei as pantufas, dei passos rápidos até o banheiro e fechei a porta. Não sei se foi impressão minha, mas ouvi Rilary dizer novamente ‘’pirralho’’.

Tomei um banho rápido, tremendo de frio e ao sair do Box com os cabelos negros pingando pus a cueca branca que estava em cima do balcão e joguei a toalha sobre os meus ombros , calcei as pantufas e sai, caminhando pelo corredor até meu quarto onde mamãe estava. Ela me olhou sorridente enquanto terminava de arrumar a minha cama.

_Bom dia meu amor.

_Bom dia mamãe!! – Sorri pra ela assim que ela veio e me deu um beijo na testa e pós sua mão quente nas minhas costas.

_Vamos lhe vestir logo antes que você congele.

Sentei na cama, enquanto ela ia até o guarda roupas e o abria, como sempre exibindo as peças para mim, ela quase sempre deixava eu usar o que quisesse. Fiz uma cara triste e biquinho.

_Mamãe, eu tenho mesmo que ir pra escola? Está tão frio...

_ Jared , Jared... Não começa. Querido, eu já disse, a escola é importante, e tem certas coisas que por mais que não gostemos, temos que fazer. – Então ela sorriu, tentando me fazer entender o que na verdade eu sabia que teimava sempre.

..

_Sem mas, Jared. Por favor, escolhe logo a roupa, se não você vai se atrasar.

_Tá bom mamãe.

Então por fim me vesti com uma blusa de mangas compridas branca, uma camisa de flanela xadrez bege com uma jaqueta de couro preta e surrada, pus minhas calças jeans e as meias e tênis pretos. Por fim, pus o cachecol acinzentado e uma toca da mesma cor. Estava pronto.

_Você está tão bonitinho! – Mamãe me olhava com lagrimas nos olhos. Gostava de quando ela me elogiava assim. Eu fazia questão de lembrar quem eu tinha puxado. Mamãe era linda, com seus cabelos castanhos e olhos cor de mel, a pele branca e o tradicional avental azul florido. Ela era elegante e delicada, mas ao mesmo tempo tinha o pulso firme. – Vamos descer para tomar o café agora.

Desci as escadas pulando de dois em dois degraus enquanto mamãe pedia pra eu ter cuidado. Entrei a cozinha onde papai já estava sentado na mesa, quando entrei ele se virou imediatamente pra mim:

_Jared, filho! Vem aqui com o papai!

Então fui até ele e sentei em seu colo:

_Bom dia papai!

_Vai pra escola hoje? Vai ver a tia Marlene?

_Sim eu vou. Acho que ela vai ensinar uma musica nova hoje e tomara que deixe a gente fazer trabalho com os coleguinhas. – Falei tudo de uma vez e rápido, o que fez papai rir.

Mamãe começou a pôr as comidas na mesa, dentre elas havia os pães do nosso distrito, como de costume havia pela manhã manteiga e ovos mexidos, frutas e suco. Rilary chegou e sentou à mesa, dando bom dia para todos e eu sentei em meu lugar, logo depois mamãe sentou também e começamos a comer.

_Papai quando você vai me levar pra conhecer o Centro de Treinamento? – Rilary perguntou como sempre para papai, ela era doida para começar a treinar logo, mas todos nós conhecíamos a resposta.

_Rilary, nós já conversamos sobre isso, quando completar nove anos eu te levarei , e ponto final.

Papai respondeu assim, curto e grosso, pois Rilary perguntava isso quase todos os dias.

_Bom, eu tenho uma noticia para vocês. Hoje à tarde fui requisitado na prefeitura, e se tudo der certo acho que nós poderemos ter muito mais dinheiro.

_Serio? – Pergunta Rilary.

_Que bom papai!

_Isso mesmo crianças, se tudo der certo hoje no fim da tarde eu e Jared iremos para o mercado e vamos comprar algumas roupas também e algumas outras coisas que estamos precisando. – Mamãe falou, toda sorrisos.

Ao terminarmos de tomar café mamãe me levou ao banheiro do andar inferior para que eu escovasse meus dentes e logo depois pus minha pequena mochila azul em um dos ombros e peguei meu tridente de plástico prateado que havia ganhado de aniversario.

Mamãe abriu a porta para rua e o ar gelado bateu no meu rosto, afundei meus pesinhos na neve e segurei em sua mão enquanto Rilary segurava a outra, Rilary também havia puxado muito de mamãe, a pele branca, o sorriso, porem mais ameaçador, os olhos claros e quase cinzas de papai como eu e o cabelo negro só que mais ondulado. Ela vestia calças pretas coladas e botas de couro negras até o joelho com um casaco bege e uma manta azul marinha, ela era bonita, eu tinha de admitir.

Caminhamos por algum tempo até chegarmos à rua da escola que nesse inverno estava maravilhosa e eu avistei em fim a escola, a casa grande e azul, de seus telhados rubros cobertos de neve, já podia avistar meus colegas brincando em um canto do pátio e tia Marlene conversava alegremente com uma das outras mães.

_Bom chegamos, Rilary o papai vem buscar você depois e Jared você me espera que você vai comigo. Boa aula, eu amo vocês .

_Até depois. – Respondi.

_Tchau mãe. – Disse Rilary e a abraçou.— E tchau pirralho!

_Tchau banguela! – Falei mais alto para que, as amigas de Rilary que estavam do lado pudessem ouvir, elas riram e Rilary fez cara feia enquanto eu sorria. Então mamãe se foi e fomos cada um para o seu lugar.

Fui em direção aos meus amigos dando “Oi”no caminho para as pessoas das outras series que brincavam comigo. Cheguei na rodinha da minha turma e meus colegas abriram espaço para mim entrar.

_Oi gente! – Falei.

_Oi Jared! – Falou Rapah, o meu melhor amigo.

_Oiii você está muito bonito hoje Jared. – Falou Lacey, a garota ruiva que vivia me seguindo com suas outras fieis escudeiras, encarei ela, ela era chata, mas sempre ficava comigo e os meninos, elas sempre estragavam nossas brincadeiras, e sempre choravam quando a gente dizia não.

_ Oi Lacey. – respondi ela e voltei para a rodinha. – Gente a Tia Marlene vai ensinar novas músicas hoje?

_ Não sei Jared, eu queria brincar com as pecinhas de montar. – Ricardo falou e cruzou seus braços.

_ E aqueles meninos ali? – Rapah perguntou. – A gente nunca fala com eles.

_ Eles não são legais Rapah, e são de famílias pobres. – Lacey falou se metendo.

_ Somos pobres também. – respondi com raiva dela.

_ Mas eles são mais pobres! – Lacey me deu língua e saiu com suas amigas.

Então ouvimos o sininho indicando que era hora de entrar e começamos a correr, subir os degraus e passar se espremendo pela porta, entrei na sala de aula e fui até a última fileira de carteiras, na minha carteira habitual havia um garoto sentado:

_Por favor, me dá licença, aqui é o meu lugar! – falei cruzando os braços, ele era um dos meninos que não falava, ele era chato e estranho.

_Eu não sabia... – Disse ele já recolhendo duas coisas e levantando.

_Agora você sabe.

Eu disse, já pondo minha mochila no encosto da cadeira e me sentando.

Os outros garotos me chamaram para brincar com eles antes que Tia Marlene chegasse e a aula começasse como de costume, mas eu não estava com vontade e fiquei sentado no meu lugar rodiando meu tridente de plástico na mão até a porta da sala ser aberta e Tia Marlene entrar com uma pequena garotinha atras que chamava atenção com suas roupas maioria rosa. Imaginei que pudesse ser no futuro uma das seguidoras de Lacey.

_Bom dia meus queridos! – ela falou com um sorriso no rosto.

_Bom dia tia Marlene! – todos falamos juntos como de costume.

_Está aqui é a...- ela olhou para a garota querendo saber seu nome.

_Sav-Savannah Fitz. – gaguejou ela meio baixinho.

_Sente-se lá perto da janela querida. – Ela veio andando de cabeça baixa ate a ultima fileira e se sentou numa classe ao lado da minha. Prestei atenção em cada movimento , ela colocou uma bolsinha que carregava em cima da mesa e a estava abrindo quando ela escorregou de suas mãos e caiu no chão . Então eu rapidamente me abaixei e levei a mão até a bolsinha para devolve-la mas minha mão tocou a de Savanah e naquele momento foi como se um choquesinho elétrico percorresse minhas veias.

Ela me olhou e pude ver seus olhinhos muito azuis. Então resolvi falar com ela :

_Oi sou Jared Butler.

_Savannah Fitz. - Ela respondeu,sorrindo. Parecia meio surpresa.

_Eu sei. Tem quantos anos? – Ela mostrou com os dedos o número três. – tenho 4.

_Crianças! Sentem-se. – tia Marlene falou e eu me sentei olhando para Savanah que estava envergonhada e dando risadinhas. Assim como o resto da turma.

Tia Marlene começou a cantar músicas e toda a sala tentava imitar como sempre sem sucesso, nos ajudou a aprender as novas palavras das musicas e como eu aguardava anciosamente nos sentamos em grupos.

Demoramos algum tempo em formas os grupos pois Lacey e as gemeas chatas queriam entrar no nosso grupo e eu não queria. Convenci os garotos a não deixa-las entrar e ficamos apenas em quatro garotos eu, Rapah, Gus e Rood.

A aula passou rápido enquanto desenhávamos e eu olhava de esgueira para Sav e alguma vez até acho que ela me viu.

Em fim era hora do recreio e então sai para brincar com meus amigo e enquanto brincava avistei Savanah sozinha no balanço e fui até la, me sentei e fiquei algum tempo a observando até que ela me notou. Eu precisava puxar assunto com ela e como nunca havia falado com ela e nao sabia como ela era eu acabei dizendo :

_Eu nunca te vi.

_Eu não saio de casa.

Me admirei como se fosse possivel, bom, para mim era. Mas podia perceber que ela ainda se surpreendia com todas as coisas que eram novas para ela.

_Nunca?! - Arregalei meus olhos e vi ela concordar com um sorrisinho e um aceno de cabeça.– Por quê?

_Papai e Mamãe não deixavam.

.. – Fiquei em silêncio. Pensando no que queria perguntar até que tive uma idéia. – Não quer brincar?

_Eu gosto do balanço. – Ela deu de ombros.

_Ele é velho! – Disse, me lembrando das histórias que mamãe contava sobre o velho balanço. E então nós rimos juntos.

Tia Marlene tocou seu sininho e era sinal de que estava na hora de entrarmos para a aula. Rapah me chamou para se juntar aos garotos mas preferi ficar com Savanah pelo resto da aula. Nós conversamos, fizemos os trabalhos, brincamos e até contamos sobre nossas vidas. Rimos bastante e no fim concordamos que eu devia chama-la de Sav e ela me chamaria de Jared até arranjarmos algo melhor.

No fim da aula ficamos sentados sentados no balanço até que mamãe foi me buscar e dei tchau para Sav.

Mamãe estava com um vestido bordô marcado na cintura, casaco de lã, meia calça e botas aparentemente novas e cheia de sacolas em ambos os braços.

Fomos até em casa onde papai tinha alguns presentes para nós pois o trabalho dele deu certo. Ganhei um tridente, dessa vez de ferro como ru queria. Mas mamãe proibiram que eu brincasse com ele por enquanto pois era perigoso. Rilary ganhou o que vinha pedindo a tempos, uma curuja de estimação à qual deu o nome de Hedwid.

Tivemos uma janta muito farta naquela noite. Depois brinquei um pouco e fui dormir pensando em como pela primeira vez em tempos eu queria ir pra aula. E a verdade é que a unica coisa que eu queria fazer la era vez aqueles cabelos loirinhos outra vez.

–J


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Notas finais do capítulo

Amoreees!!! Espero que tenham gostado, beijo no core! Até sexta que vem.



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