As seguintes horas da noite se passam com Savannah e Arrow tentando achar uma forma de salvar Jared enquanto Cristine o vigia e limpa o ferimento da melhor forma possível, Arrow sugere voltar para a cachoeira, sendo lá a fonte da infecção de Jared, talvez lá possa existir a fonte de sua salvação também.

– Talvez alguma erva, alguma planta, a cachoeira está cercada de árvores e arbustos! – Arrow anda de um lado par um outro tentando pensar em uma solução enquanto Savannah, encostada na parede de gelo, a observa quase sem paciência.

– Seria quase óbvio ou fácil demais, se há uma cura para isso precisa ser mais difícil. – Savannah diz fechando os olhos e tentando forçar sua mente para trabalhar, Arrow para e encara Savannah.

– Por que tudo pra você precisa ser difícil? Tudo tem que se tornar uma grande missão em que teremos que nos foder ainda mais para salvar a vida de mais um aliado? Cacete! Eu cansei. – Arrow se joga no chão deixando claro sua desistência, Savannah se afasta, sai do corredor em que estão acampados e procura se afastar ao máximo para poder pensar sem entrar em pânico.

Enquanto isso Cristine já limpou o ferimento de Jared e de alguma forma conseguiu deixar com uma aparência boa, para uma infecção.

Ela brinca com a adaga e pensa em como seria fácil acabar com aquilo logo, Jared estava destruído, morreria em algumas horas, quem sabe onde estaria Savannah para proteger o namoradinho? E Arrow? Com aquela cabeça quente deveria estar em outro mundo naquele momento, Cristine poderia matar os dois e sumir dali, Savannah morreria sozinha de qualquer forma.

– Sei o que está pensando. – Jared usou suas poucas forças para chamar a atenção de Cristine para si. – Não faça isso, olhe para você, uma pobre coitada do distrito 6, pequena e sem nenhuma habilidade de luta favorável, acha que poderá ganhar sozinha?

– Ou talvez fugir daqui.

– Deixar a arena? Enganar a Capital? – Jared solta uma risada que termina em uma tosse. – Por favor! Matariam você da pior forma possível! Pense em ser estuprada, torturada e então drenada, mas não é separadamente não, pense em tudo isso junto, pense em seu corpo em pedaços, você reduzida a cinzas e nada mais, ninguém para chorar por você, ninguém para amá-la.

– Eu poderia mata-lo agora, não brinque com fogo Jared.

– Mate, estamos os dois condenados né? A diferença é que eu tenho algo pelo o que sobreviver, e você? Por que ainda está na luta? – Cristine levantou os braços empunhando a adaga com as duas mãos, os olhos com lágrimas e fervendo de ódio. – É só descer. – Jared incentivou, mas Cristine voltou atrás e com um sorriso macabro ela o encarou.

– Por que facilitar as coisas Jared? Eu quero ver sua amada sofrer buscando uma cura, quero ver você sofrendo e morrendo aos poucos, quero os ver destruídos e então quando eu ver a hora, vou acabar com os dois. – Cristine se afastou e deixou Jared ali próximo a porta sozinho.

Savannah já tinha andado bastante, sentirá que tinha se distanciado bem quando pode ouvir um pouco das explosões do gêiser, ela não queria ter que voltar para lá então decidiu que dali já era hora de voltar, apenas não esperava se deparar com um Lartius apoiado na coluna que divida dos corredores.

O sorriso era singelo e ele brincava com o facão nas mãos.

– Doce Savannah, minha amada... Enfim te encontrei.

– Lartius.

– Vejo que ainda se lembra do meu nome.

– Como poderia esquecer um ser tão imprestável? – Lartius soltou uma risada forçada e se aproximou dela, colocou a ponta da lâmina em sua bochecha e então rodou em volta dela analisando cada centímetro do corpo miúdo da menina.

– Que belas palavras meu amor, e então, como vai Jared?

– Ótimo.

– É mesmo? – ele franze a sobrancelha e então ri mais uma vez. – Não foi o que eu vi quando estava a vigiando a alguns poucos minutos. Procurando por uma cura é?

– Como...?

– Ah isso não importa agora, o que importa é que eu só vim para lhe dar um aviso.

– E qual seria?

– Quando Jared morrer, faça-me o favor de vir me caçar? Será uma honra mata-la. Adeus Savannah. – Lartius deixou o local e sumiu na nevoa da mesma forma que surgiu, deixando uma Savannah irritada para trás.

(...)

– Atenção tributos, atenção! – era a voz do Flickerman soando por toda a arena. – Hoje particularmente me sinto bastante solidário e é exatamente com essa solidariedade que eu resolvi oferecer um banquete. Sim! Um banquete, cada um de vocês precisam de algo desesperadamente, e por que não oferecer-lhes? Às 05:00 cada tributo deverá estar na porta pela qual passou no começo dos jogos.

Savannah, Arrow e Cristine estavam alertas, não seriam capazes de deixar passar um único detalhe.

– As portas irão se abrir e só passara o tributo que for o “dono” da porta, se mais alguém tentar passar, morre. Isso é só, boa sorte.

– Então é isso, eu e Cristine precisamos ir, precisamos voltar para nossas portas. – Arrow foi a primeira a dizer alguma coisa, cada uma ali precisava de algo desesperadamente. – Quando as portas se abrirem não hesitem iremos correr diretamente para a cornucópia, pegar o que é nosso e voltar para este mesmo ponto, mataremos quantos forem possíveis.

– Não, sem mortes, vamos direto ao ponto, pegamos o que é nosso e voltamos, deixem que os outros se matem, tentem ficar o mais longe possível de encrenca, agora não é a hora, ainda não estamos entre os 8 finalistas. – Cristine falou e se levantou já dando as costas e seguindo para a porta. – Nos vemos logo.

Arrow seguiu a iniciativa de Cris e recolheu suas coisas seguindo para sua porta, quando fossem 05:00 elas estariam de cara com mais um banho de sangue, mas pessoas morreriam, podia ser o fim, agora só restavam 10 jogadores, isso realmente significava o fim do jogo.

– Sav... Não. – Jared tentou falar, estava fraco e não aguentava se mover, mas sua voz rouca e fraca chamou a atenção da garota que logo estava ao seu lado novamente.

– Não há o que discutir, eu irei.

– Você sabe que se conseguir, eu não irei me curar de uma hora para outra né? Ainda estarei fraco demais e depois disso tudo significará apenas uma grande caça, esta é hora que elas podem nos trair, você está em perigo, não serei capaz de protege-la desta vez.

– Eu sei, mas preciso arriscar.

– Só me prometa uma coisa. – Ela acenou em concordância. – Deixe Lartius para mim. – Savannah deu uma risada e concordou, beijou os lábios frios de Jared e se deitou ao seu lado para aguardar pelo momento que sua porta iria abrir.

A espera era quase insuportável, quando as 3 horas que faltavam se passaram Jared dormia e Savannah não tinha conseguido pregar os olhos por um segundo, ela se levantou deixou a mochila com os alimentos e o pouco de água que restava próximo do alcança dele e então se preparou ficando de frente para a porta.

Uma contagem regressiva silenciosa foi iniciada e ao marcar 0 a porta finalmente se abriu e Savannah não pensou duas vezes ao iniciar sua corrida em direção a mesa em frente da construção metálica da cornucópia, ali estavam estampados 6 distritos.

D1, D2, D4, D6, D10 e D11.

Seis distritos, 10 sobreviventes, Savannah viu com sua visão periférica os outros tributos começarem a alcançar a cornucópia, mas nenhuma estava a sua frente, ela alcançou a mesa e agarrou a mochila preta pequena onde ali se estampava o seu distrito, quando virou-se conseguiu desviar de uma adaga e então viu Cristine cair aos pés de Arrow, a espada enfiada no peito da garota, a boca escorrendo sangue, os olhos já sem vida e o canhão soando, Savannah então agarrou a mochila de Arrow e a da Cristine, aquilo significava traição, então ela não iria deixar que Arrow escapasse daquilo com o que quer que precisasse, ela começou a correr em direção a sua porta enquanto os outros tributos se distraiam com seus pertences, Arrow estava em seu encalço e em minutos Savannah estava no chão longe das três bolsas.

Arrow deu-lhe um soco no nariz e em seguida seu joelho acertou a barriga de Savannah, a loira criou forças e inverteu as posições segurando os cabelos de Arrow com uma das mãos e mobilizando-a com as pernas, Savannah não deu tempo para que a tributo do 2 lhe desse outro golpe e foi em direção ao pescoço dela arrancando-lhe um pedaço com os dentes, o grito de Arrow foi agonizante e trouxe mais energia a Savannah que soltou os cabelos da garota e deu um soco no olho dela.

Arrow agarrou a cabeça de Savannah e estava dedicada a quebrar o pescoço da loira, mas Savannah alcançou a katana e enfiou na perna da mesma, Arrow se recusou a largar a cabeça de Savannah mesmo com a dor e a loira foi obrigada a enfiar mais fundo a espada na perna da mesma até que ela soltasse.

Savannah se livrou das mãos de Arrow e então se levantou, recuperou a espada e a enfiou no ventre de Arrow sendo rápida em girar a lâmina no corpo da mesmo e ouvir o canhão soar, Savannah pegou as bolsas e voltou a correr, notou que as portas começavam a se fechar e acelerou o passo, se jogou no chão e escorregou pelo gelo passando pela fresta ainda aberta da porta e o banquete estava encerrado.

–A