Uma hora para o ano novo.

— Não acredito que é ano novo e eu estou presa aqui, Malfoy! — bufei, tentada a jogar todas as poções em cima do loiro e transformá-lo em um monstro deformado.

Deixe-me explicar melhor o que aconteceu: resolvi ficar em Hogwarts para o Natal e Réveillon, junto com minhas amigas, e acabei me envolvendo em mais uma briga com Scorpius Hyperion Malfoy, fazendo com que eu fosse obrigada a limpar as masmorras junto com ele, sem prazo de término.

A sala de poções era a última coisa, e tínhamos muito pouco tempo para a virada de ano.

— Você realmente acha que eu queria estar aqui? Eu sei que é ano novo, Weasley, e você também não é minha pessoa favorita, então vamos fazer isso em paz. — revirei os olhos e me ajoelhei para esfregar o chão. Muito obrigada, Merlin.

Quinze minutos para o ano novo.

Quarenta e cinco minutos tinham se passado e eu estava quase chorando, era decepcionante saber que eu poderia estar com meus amigos, mas estava confinada ao albino. Podia ver que o ano que viria ia ser uma porcaria, se o primeiro dia já ia ser assim, imagina o resto!

Ouvi um barulho de vidro quebrando e me virei, vendo uma mistura vermelha espalhada pelo chão e o Malfoy olhando para ela, curioso. Sem saber o que era, fiquei com medo de tocar, ou chegar perto.

— Malfoy! Você sabe o que é isso?

— Não?

— Isso está na parte de poções perigosas, babaca. Não toque nisso, nem chegue perto.

— Não se preocupe, ruiva, aprende a viver! Nada acontece comigo, porque eu sou foda. — eu sei viver, Malfoy, foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça, mas não deixei de ficar ofendida. Ofendida e irritada, porque ele enfiou a mão na poça que tinha se formado. — Ops.

— Você vai se ferrar tanto, imbecil! E eu vou rir da sua cara, quando o zelador vier checar o nosso trabalho e ver isso no chão. — então ele me encarou, os olhos mais escuros e a respiração profunda. Merda. Olhei para aquele líquido e depois para a prateleira, constatando que era uma das poções do amor, mais precisamente, desejo.

Limpei as mãos em meu uniforme e me levantei, indo pra perto dele, mesmo sabendo que era uma péssima ideia, e o mandei para o canto mais distante da sala. Sentei-me novamente no chão e comecei a limpar o chão com cuidado, para não tocar naquilo.

Cinco minutos para o ano novo.

— Você fica extremamente gostosa desse ângulo. — disse, e eu me assustei. Quase gritei de frustração quando senti algo molhado na minha mão esquerda, tudo o que eu queria era bater em Scorpius Malfoy, e então o mundo rodou.

O loiro parecia extremamente bonito e respirei fundo, tentando me controlar com o que tinha restado da minha sanidade. Por favor, cara que controla o universo, deixe que eu sobreviva à essa noite, por favor. Eu imploro, pedi.

Sessenta segundos para o ano novo.

Então, Scorpius estava do meu lado, com uma parte do cabelo caindo sobre o rosto, tinha aquele sorriso sacana, e parecia estar pedindo por algo com aquele olhar. Um centímetro mais perto e eu não conseguiria me controlar.

— O que faz aqui? — respirei fundo, tentando manter o controle.

— Pelo amor de Merlin, Rose! Eu preciso de você. — ele segurou meus ombros e balançou. No meu estado, até isso era sexy.

Trinta segundos para o ano novo.

— Não, vai pra longe. Sai daqui.

— Você quer isso tanto quanto eu. — se duvidar, quero mais.

— Fica longe de mim, por favor. — choraminguei.

Dez.

— Não posso, não consigo, não quero e não vou.

Sete.

— Eu vou me arrepender disso, não vou? — suspirei, chegava a doer ter ele tão perto de mim sem poder tocar.

— Provavelmente, sim.

— Reconfortante.

— Mas vai ser o melhor arrependimento de sua vida, prometo. — me puxou para perto e encaixou sua mão em minha nuca.

Dois.

— É bom que seja, Malfoy. — coloquei a minha em seu rosto.

Um.

— Feliz ano novo.

E me beijou.

O melhor beijo de ano novo de todos.