How to Be Free escrita por Mia Miatzo


Capítulo 10
Heart of Courage


Notas iniciais do capítulo

Oizinho gente!
Como vocês estão? Estou super animada porque Insurgente sai em Quatro dias!! QUATRO!!! Love Quatro! (entenderam a piadinha? Hein? Quatro dias... Quatro... deixa pra lá, perdeu a graça).
Bom, então vamos com mais um capítulo. E quanto à votação é obvio (se você leu os comentários) que How to Be Free Season 2 está ganhando. Vamos ver se teremos uma reviravolta e caso não tenha, não se animem. Eu nem sei se vai ser esse o título.
Desafio de hoje: encontrem a frase de Insurgente no capítulo.
Boa leitura.



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– Soluço! Soluço! Soluço! – ouço os gritos dos vikings animados enquanto me aproximo da arena. Atrasei-me um pouco porque tive que subir a floresta desde a enseada. Mas não me incomodo com o exercício, tenho outras preocupações em mente.

Hoje é seu teste final. Hoje ele terá de provar se é mesmo um de nós e matar um dragão. E, cá entre nós, não acredito que isso seja possível. Não porque não acredito em sua capacidade, mas porque como sei que seu coração corajoso nunca machucaria uma criatura inocente que nunca fez nada de errado de propósito.

A não ser a Abelha Rainha. Essa sim pode matar.

Controle-se Astrid. Ele está na sua frente, é só ir lá e falar com ele. Acalme-se ou não conseguirá acalmá-lo. As palavras se embrulham a minha boca e antes que consiga pronunciá-las ouço o que Stoico está dizendo que o deixa tão tenso.

– ...E mais orgulhoso do que eu. – o chefe diz – Hoje meu filho se torna um viking. Hoje ele se torna um de nós!

A multidão vai a delírio com a exclamação do líder e finalmente acho as palavras certas a usar enquanto caminho até ele.

– Cuidado com esse dragão. – digo preocupada ao parar às suas costas.

– Não é com o dragão que eu tô preocupado. – ele responde e sei que está falando de seu pai.

– O que você vai fazer? – pergunto-lhe enquanto empurro minha franja para trás.

– Vou dar um jeito nisso. Ou pelo menos tentar. – ele vira-se para mim e nossos olhares se encontram – Astrid, se alguma coisa... der errado... não deixe que ninguém encontre o Banguela.

Ele confia em mim. Está confiando a vida de seu melhor amigo em mim. E sei que não é só porque sou a única que sabe sobre Banguela. Mas porque fazemos parte da vida um do outro. Somos duas partes da chama que não podem ser separadas. E estamos bem. O resto do mundo está errado, mas nós estamos bem.

– Tá bom. – respondo sinceramente – Mas, promete que não vai dar nada errado?

Ele está prestes a responder, olhando profundamente em meus olhos e com a boca a meio caminho da saída das palavras. Mas Bocão entra e avisa-nos:

– Tá na hora Soluço. – ele gesticula para a arena – Quebra tudo.

Ele me olha uma última vez antes de virar-se e colocar seu elmo. Bocão fecha a grade assim que o garoto está dentro e vira-se pra mim.

– Vai ficar aí mesmo?

– Vou. – respondo e nunca tive tanta certeza de algo na minha vida. Não vou abandoná-lo. Nunca mais.

– Você que sabe. – ele diz com indiferença e sobe a plataforma para ficar ao lado de Stoico.

Observo enquanto Soluço alcança o pequeno arsenal no meio do ringue e pega um escudo e um punhal. Vejo pessoas conhecidas na plateia. Melequento, Perna-de-Peixe, os gêmeos, Gothi, Ranhento, Bertha, Hoark e... meus pais.

Tento não pensar neles. Não depois do que passei na noite passada. Concentro-me em Soluço, ele é tudo o que me interessa no momento. Vamos lá, você consegue, tento estimulá-lo mentalmente.

– Tô pronto. – ele diz e meu coração dispara ao ouvir o som das roldanas levantando a trava e o Pesadelo Monstruoso explodindo para fora da jaula.

*****

Consigo ouvir meus batimentos nos ouvidos e nem posso imaginar como Soluço deve estar se sentindo. De repente meu pesadelo se torna realidade e tenho que lutar contra meus instintos para não me encolher e chorar como uma criancinha.

Controle-se Astrid. Isso é sobre o Soluço e não você. Deixe seus sonhos para lá e concentre-se em seu objetivo. Mantê-lo vivo.

O dragão sai raivoso de sua contenção, seu corpo em chamas e escala as correntes, soltando uma rajada de lava para fora, quase acertando os espectadores que só pareceram se divertir mais com a emoção de quase ser queimado vivo. Os vikings têm sérios problemas para distinguir o que é divertido e o que é suicida. Na maior parte das vezes eles acham que o suicida é divertido. Nunca vou entender. E eu sou viking!

Ao perceber o garoto no centro da arena o Pesadelo lentamente se desloca para o chão e começa a caminhar em sua direção. O povo se anima com a visão. Exclamações de “acaba com ele” ou “vai lá Soluço!” são ouvidas claramente.

Soluço começa a andar pra trás no ritmo que a fera avança e eventualmente solta seu escudo e punhal, para a surpresa de todos. Cerro meus olhos, mais para processar a coragem dele realmente fazer isso do que para ver melhor. O dragão rosna.

– Calma garoto. – diz Soluço, tentando deixa-lo mais manso – Tá tudo bem. – suas mãos estão em posição de contenção, mas ele percebe o que está atrapalhando e as leva ao elmo – Eu não sou um deles.

Ele joga o capacete no chão, que se vira, e ouvem-se exclamações de protesto por toda a multidão. Stoico olha surpreso demais para falar e meus olhos sondam a arena inteira para ver o que mais poderia dar errado.

– Parem a luta. – ordena Stoico, os olhos fixos em seu filho.

– Não! – exclama Soluço – Vocês todos tem que ver isso. – ele aproxima a mão do focinho do Pesadelo e sei que ele vai tentar domá-lo como fez com Banguela – Tudo o que sabemos sobre eles está errado. Não precisamos mata-los.

Não sei se ele é burro ou realmente irreverente, só sei que não deu certo do jeito que quisemos.

– Eu disse: parem a luta! – Stoico chega ao limite e bate seu martelo com tudo na grade da arena, o que causa o susto no Pesadelo Monstruoso que julgando ser um inimigo solta uma baforada de fogo em Soluço.

*****

– AAAAHH!!! – grita Soluço ao desviar das chamas.

O garoto tenta de tudo para escapar, mas a arena está fechada e o dragão está em seu encalço. Meu coração dispara e em questão de segundos esqueço o que é respirar. Esqueço meus pesadelos. Esqueço meu medo. Tudo o que me importa é ele.

– Soluço! – grito indo inutilmente para o portão fechado.

Meus instintos agem antes que meu cérebro, como tem acontecido muito ultimamente, pego um dos machados pendurados na parede e o uso como alavanca para abrir a porta. Arrasto-me o mais depressa possível para o centro e nem me importo com os olhares curiosos de por que estou ajudando o Inútil.

Soluço corre para o arsenal quando o Pesadelo solta outra rajada de lava e tenta pegar um escudo que é facilmente arrancado de suas mãos pelas garras do bicho.

– Soluço! – processo o que acontece à minha volta e vejo o martelo ao meu lado, que levanto com o pé e num rápido giro atiro na fera atingindo sua cabeça.

Ele vem atrás de mim, esquecendo-se de Soluço. Desde que ele esteja em segurança, não me importo de me queimar.

Ouço o portão sendo aberto e a voz de Stoico sai num estrondo:

– Por aqui!

Giro em meus calcanhares e sigo para a entrada seguida por Soluço, que ao chegar perto é quase atingido por outro golpe de chamas. Ele tenta correr para o lado oposto com Stoico me protegendo, mas o dragão é mais rápido e o arremessa no chão, prendendo-o com suas garras.

Estou prestes a entrar lá de novo. Fazer qualquer coisa desde que possa salvá-lo. Mas ouço o som característico de nosso novo amigo surgindo no céu e uma bola de plasma que arrebenta as grades da arena.

O que se segue é incerto para todos, já que a luta entre o Pesadelo Monstruoso e o Fúria da Noite é encoberta por alguns minutos pela fumaça decorrente da explosão do metal. Quando minha visão clareia vejo Banguela e o outro dragão confrontando-se tão intensamente como lobos brigando por um pedaço de carne.

Banguela está em suas costas e tenta mordê-lo de todos os jeitos possíveis. O oponente o joga no chão e tenta arrancar sua cela, mas o dragão negro é mais rápido com unhas e dentes e ficando de pé novamente entre ele e Soluço tenta protege-lo a todo custo. Seus olhos se tornaram de um verde radioativo e Banguela segue o Pesadelo com o olhar e se jogando na frente de sua presa, como um gato impedindo o caminho de outro.

Até que o Pesadelo se cansa e volta para a jaula. Banguela se vira por segundos para Soluço que tenta fazê-lo ir embora antes que capturem-no.

– Vai Banguela, vai. Sai daqui.

Vikings começam a surgir de todos os lados, com armas em mãos e prontos para prender o Fúria da Noite que os causou tantos problemas durante anos.

– Vai. Vai. – ainda tenta Soluço, sem sucesso.

Stoico pega um machado ao meu lado e tento:

– Stoico não!

– Não pai. Para. Ele não vai te machucar. – grita Soluço, mas Banguela avança contra os opositores e salta até chegar em Stoico, que rola com ele e fica abaixo do dragão.

– Para Banguela. – ordena Soluço.

O bicho começa a formar uma esfera de plasma em sua boca, mas Soluço o impede.

– Não!!!!

Banguela a engole e olha docemente para Soluço enquanto os outros vikings chegam por trás e o acertam, derrubando-o e prendendo-o ao chão. Soluço tenta avançar, mas meu sexto sentido (proteção ao melhor amigo) não o deixa avançar e o contém em meus braços. Soluço não tenta lutar comigo, mas chegar até Banguela.

– Por favor, não machuquem ele. Não machuquem ele. – sinto que está a beira das lágrimas, mas não o solto mesmo assim.

– Prendam com os outros. – comanda Stoico e os outros obedecem.

Somente quando o chefe vem em minha direção e arranca Soluço de meus braços é que sinto o puxão em meu cabelo.


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Notas finais do capítulo

Gente, sem ânimo para comentários longos.
A votação continua. Por favor, quem não votou faça isso. E quem já votou já gravei seu voto por isso não precisa votar de novo.
Gostaram do capítulo? Acharam a frase de Insurgente? Tenho certeza que sim.
Mais quatro dias galera. Estou morrida. Faleci. Voltei já.
Parece que vamos ter mais um cap, porque achei que esse ia ficar meio comprido. Então aguardem o próximo.
Beijos
Mia