JULIE POV ON

–Filha , não esquece seu remédio! - Dizia Monique, minha mãe, como sempre preocupada comigo.

– Ok, mãe ... - Quase cochichava por ter que ser lembrada de cinco em cinco minutos desse 'pequeno' problema de depressão. - Já tenho dezesseis anos, mãe, sei muito bem me virar sozinha.

Estávamos nos preparando para viajar para a "Lua", um hotel fazenda perto de Florianópolis. Enquanto Matheus, meu irmão mais velho, não estava com a mínima vontade de ir por ser um viciado de plantão. Camila, a mais nova, já estava até dentro do carro esperando a hora de partir.

Eu não estava ansiosa para ir, como também queria ir logo. Conhecer gente nova, fazer amizades, achar alguém especial são uma das melhores partes da vida, levando em conta que eu nunca tinha arrumado um namorado de verdade antes.

– Vamos galera! - Gritava meu pai animado dentro de seu novo carro e brilho nos olhos de missão cumprida.

A viagem duraria cerca de quatro horas pelo simples motivo de morarmos no fim do mundo e a única sorte é que ficaríamos dois meses para compensar tudo isso.

Minha família como sempre unida passou a viagem toda cantando "Just the way you are" do Bruno Mars (Droga! Eu amo essa música, mão não para ficar cantando umas 275 vezes SEGUIDAS), exceto eu e Matheus que parecíamos os mais "normais" dali por incrível que pareça.

***

– Temos que parar aqui um pouco... - Cochichava meu pai, com gosto de desanimo por três horas e meia de viagem sem nem sinal de destino.

– Que engarrafamento horrível! - Eu resmungava do banco de trás do carro quase me deitando sobre ele.

– Calma Julie, Paciência! - Ordenava meu pai mostrando que todos queriam chegar logo.

– Joga um pozinho magico da... - Uns segundos em silêncio. - Qual é mesmo o nome dela?

– Menos Matheus, muito menos - Minha mãe se meteu tentando cessar aquele intriga paralela.

– Já está chegando? - Camila, como sempre, esperançosa.

– Vou até dormir aqui um pouquinho... - Entre risos, debochava Matheus.

Estava cansada de escutar música, ler e olhar a linda "paisagem" resumida em mato e vacas pastando, sob o vidro. O engarrafamento infernal impedia que chegássemos na hora certa, podíamos chegar às sete da noite, mas, por esse pequeno incidente, chegamos às dez.

***

– Ainda tem o jantar? Tô morrendo de fome - Como sempre o viciado de plantão se pronunciava.

– Calma criatura, nós nem chegamos direito ainda! - Por estranho que seja, Camila tinha dito algo que não seja "Já estamos chegando?" em um tempo recorde de 2 minutos.

Passaram umas duas horas até jantarmos com uma família, digamos, estranha. Minha irmã já estava com altos assuntos com uma nova amiga e meus pais, idem, enquanto eu tentava ser simpática e ao mesmo tempo arrumar o que fazer.

Mexia no meu celular, depois no cabelo e ia alternando essas ações até encontrar algo mais conveniente a situação. Uma menina alta de cabelos castanhos que parecia da mesma idade que eu, por curiosidade estava sentada do meu lado.

Ela começou a puxar um assunto estranho comigo, mas até que ela parecia ser legal. Estava meio frio, mas ela usava uma roupa de verão, como assim? Devia estar me achando uma esquimó, não é possível. Será que ela é rockeira? Usava roupas pretas, uma blusa escrito "LA" e um vans vinho.

Demorou um pouco, com paradoxos e vícios o tempo foi passando até meu irmão aparecer e a menina que dizia se chamar Bianca, não parava de olhá-lo, pelo menos foi o que pareceu, era sempre assim. Eu já estava acostumada.

Pedi licença para ir pegar uma pizza, já que estava quase morrendo de fome, enquanto isso, meu irmão como sempre, "galinha", me perseguia para saber quem era essa nova garota.

Pensei em ignorá-lo, mas acabou que no final quem foi ignorada fui eu no meio de papos e risadas paralelas. No início pareceu entediante, mas até que foi legal essa nova viagem para o Hotel Lua. Foi um bom começo! Agora estou a espera de um príncipe encantado.