A Infeliz Coisa Em Comum da Humanidade. escrita por cherrybomb


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Ler ouvindo essa música: https://www.youtube.com/watch?v=9MgmaOCQWcs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/578722/chapter/1

Era uma vez uma questão: "Esperança? O que é isso?"

Boa Pergunta.

Nunca realmente conseguiria responder tamanha duvida dolorosa. Tudo o que acontece naquela cidade de São Lourenço D'Oeste de Santa Catarina, fazia com que nada mais aconteça, e nada mais aconteça. Tudo o que acontecesse faria com que ela mesma se repetisse, realmente, nada de novidade, e então, é uma pena pois, se alguém pudesse fazer algo sobre isto, uma catástrofe poderia ser evitada, - ou pelo menos, teria que encontrar outra maneira de acontecer.

Ian Irons era um escritor de trinta anos sem família, contava histórias trágicas na coluna do JNSC sobre pessoas. Pessoas tristes que nao se davam bem em nenhum final. Ora morriam de acidentes, ora morriam de um desastre, nunca "felizes para sempre". Ian tinha o mal do século dado como as próprias vidas que perambulavam por aí. Milhares de invenções criadas para tentar acabar com a infelicidade de todos os seres humanos, mas a ignorância e o narcisismo conseguia vencer as boas intenções, até se Jesus nascesse outra vez, o que dava sentindo a longa frase bordada em seu travesseiro: "Mesmo com toda a fome na Africa, a guerra no mundo e, os problemas de onde eu vim, são melhores do que chegar aqui."

Todo mundo tem uma grande oportunidade na vida. Se você por acaso perde a única importante oportunidade, todo o resto se torna incrivelmente chato. A única oportunidade que Ian por apatia não perdera fora a sua namorada Livia, uma mulher de vinte e oito anos de cabelo preto, meiga, que sofria de ataques do coração frequentes nos últimos quatro anos. Questionava-se Ian todas as noites o que uma garota tão doce e amena fazia com um perdedor. As pessoas não costumam ser gentis umas com as outras á toa em São Lourenço D'Oeste.

Porém numa rotina monótona, ele sempre indagava: "Você está feliz?" Livia respondia: "Sim" e assentia com um sorriso glacial. No decorrer de mais dois anos, ela se debilitou e sempre que Ian gritava "Você está feliz" a moça só chorava e assentia, chorava, assentia. Ian gritava, Livia chorava, e com o passar do tempo, a mulher morreu de desgaste com uma parada cardíaca no meio da noite. Realmente muito triste.

Médicos diziam ao escritor que não se culpasse, mas ele tratava de não aceitar o fim de uma vida ou, o início de outra.

Ian começou a achar que o mundo oscilava vertiginosamente contra ele, sem motivos, ainda que mínimos de que algo valesse a pena, nenhum, nem umzinho. A primeira coisa a fazer era tentar tapar o buraco em seu peito, mas o que antes fazia em três horas, levava três dias, então com duas semanas após a morte de Livia, respirar e desejar coisas se tornaram prioridades duvidosas. Ás vezes, desejava tanto que ficava ofegante e precisava recompor-se, sozinho, na sua pequena casa, longe de tudo que uma vez sonhara.

Já que ontem sua amada estava sentada no banco ao seu lado e, de um minuto ao outro ela sumiu, sem vestígios, o assento nem sequer estava quente, e as outras pessoas não sabiam o que falavam.

A consequência é que Ian desejou um corpo em plena necrose, apodrecendo por dentro e é por esta razão que rapidinho ela putrificou e evaporou remotamente sem que ele pudesse abraçar sua nuvem de fumaça.

Sem aguentar mais um minuto de dor, Ian Irons matou-se na banheira com uma garrafa de vinho tinto na mão enrugada, deixou sua parte mais detestável e cabisbaixa inanimada em espírito, resultado de toda a vaidade do mundo. Uma coisa em comum em todas as pessoas: amar o que não possuí designo vertente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Este é o fim.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Infeliz Coisa Em Comum da Humanidade." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.