Decepcionados por não terem conseguido desmascarar Peterete, os patrulheiros acabam indo dormir. Decepcionados, eles decidem que não terão como pegá-lo naquela noite.

Ao amanhecer, Maria Joaquina acordou com seu despertador e quando foi olhar nele, viu que o aparelho mostrava o dia do aniversário de namoro com Daniel, ele também se lembrava disso, mas ela resolveu que ia presenteá-lo primeiro, então, depois do café, ela decidiu que iria fazer um bolo pra ele. Ela explicou para Seu Lúcio a situação e ele deixou que ela usasse a cozinha, desde que ela não sujasse nada.

–Pode deixar, eu sei me cuidar.- ela disse.

–Tá bom então, se precisar de ajuda é só falar, vou estar no escritório.- disse Lúcio e ela assentiu.

Então, depois da conversa com Lúcio, ela põe um avental e começa a fazer o bolo. Não era aqueles bolos que se levam ao forno, era mais um daqueles bolos que são enfeitados como os de confeitaria, cheios de recheio.

Quarenta e cinco minutos depois, o bolo finalmente ficou pronto, mas acontece que Daniel e Mário haviam saído e ela quis aproveitar a oportunidade, escreveu um bilhete pra ele e deixou colada no papel junto com o bolo, então quando estava indo pegar o bolo, viu Chaveco, Peterete e Botijão entrando juntos nela conversando e então teve uma outra ideia:

–Ei, posso pedir um favor pra vocês?- ela disse.

–Claro, o que foi?- disse Botijão, mas Chaveco e Peterete arregalaram os olhos em direção ao bolo.

Então ela explicou toda a situação e o plano dela, Botijão assentiu e ela saiu.

Na hora, Chaveco tentou pôr o dedo.

–Ei, o que está fazendo?- perguntou Botijão.

–Só um dedinho desse bolo, está tão apetitoso, não é Peterete?

–Claro, dá água na boca.

–Eu também acho isso, mas não vou comer, acha que sou louco a ponto de fazer isso?

–Ninguém vai notar nenhuma diferença, me dá logo.

E assim, os três começaram uma guerra pra ver quem ficaria com o bolo, mas acabou que eles acabaram comendo juntos incontrolavelmente, porque Chaveco conseguiu arrancar um pedaço do bolo com a mão e os outros dois acharam que agora que o bolo foi estragado, o jeito era comer o resto.

Enquanto isso, Marcelina estava entrando e viu tudo, tendo a mesma ideia que Maria Joaquina, fazendo um bolo para Mário, não era aniversário do Mário e nem aniversário de namoro dos dois, mas ela decidiu presenteá-lo normalmente, apenas como um presente.

Depois que o bolo ficou pronto, era um pouco parecido com o que Maria Joaquina fez para Daniel, mas tinha apenas uns detalhes a mais no recheio. Então, ela percebe que Mário não está e vai procurar um lugar pra deixar o bolo com uma cartinha de amor que ela escreveu para ele, mas enquanto subia as escadas, ela encontra Carlitos.

–Nossa Marcelina, você que fez esse bolo?- perguntou ele.

–Sim, e fiz para o Mário.

–Que bom. Parece que está uma delícia, ele vai adorar.

–É verdade.

–Mas acho que é melhor você esperar um pouco, ele saiu agora há pouco.

–Eu sei, mas o que eu posso fazer? Só fui descobrir isso quando já estava fazendo o bolo.

–Tive uma ideia, vem comigo.

Então, ela deu o bolo para Carlitos e ele prometeu que ninguém descobriria sobre o bolo, pois era um segredo muito importante para Marcelina, então, quando ele estava deixando o bolo de volta na cozinha, ele vê Jorge saindo, com um copo de água na mão.

–Que delícia, me dá um pedaço desse bolo?- Jorge já foi logo dando indiretas, daquele jeito esnobe dele.

–Nananinanão, esse bolo não é seu!- disse Carlitos, colocando o bolo pra cima.

–Então de quem é?

Carlitos hesitou, pensando em uma desculpa, mas logo depois conseguiu encontrar uma.

–Olha, foi a Marcelina quem fez esse bolo, mas eu não posso dizer pra quem é porque é um segredo dela.

–Deixa de onda...- Jorge ia dizer, mas Carlitos o interrompeu.

–E você deixa de ignorância. Dá licença.- Carlitos quase gritou, pois já estava no limite de sua paciência. Mas ele desviou de Jorge em um movimento tão brusco que deixou a cartinha cair, mas ele não viu e foi colocar o bolo na mesa da cozinha. Jorge, muito esperto, pegou a carta quando teve certeza que ele não tinha visto ela caída no chão e começou a ler:

–"Amor da minha vida, este bolo eu mesma preparei com carinho e com minhas próprias mãos, aceitei-o como um presente sincero de quem o ama em segredo há muito tempo, sem se atrever a lhe dizer pessoalmente."

Quando Jorge viu a cartinha, pensou imediatamente que a carta era pra ele e ficou perplexo, nunca imaginou que alguém o amasse assim e ainda mais há tanto tempo. O que fazer agora? Correr atrás. E foi o que fez, foi até o banheiro e começou a arrumar o cabelo e a roupa para se encontrar com ela.

Enquanto isso, Mário e Daniel chegam em casa e logo suas amadas vão até eles para lhes contar sobre a surpresa:

–Puxa, um bolo?- disse Mário.- Feito com suas belas e delicadas mãos.

–Ai, é sim.- respondeu Marcelina, sem jeito.

–E para mim!

–Não. Pra mim.- disse Jorge, surgindo da porta da cozinha. - E obrigado viu? Estava delicioso.

–Como você se atreve?- gritou Mário, indignado.

–Porque eu já comi um pedaço.- retrucou Jorge.

–Olha aqui meu, o que está querendo dizer com isso?

–Pergunte à ela. Diga à docinho.- falou Jorge tentando fazer uma voz sensual, mas saiu mais desafinada do que pretendia.

–Dizer o quê? Você deve estar drogado!- disse Marcelina, desconcertada.

–Mas drogado de amor. - Jorge continuou com sua voz sensual.

–Ah, mas eu posso te desentorpecer!- disse Mário, tomando a frente de Marcelina e lhe dando um tapa.

–Muito bem feito!- disse Marcelina dando um segundo tapa nele. Esse segundo tapa foi um nocaute para Jorge, que caiu no chão sem entender nada.

–Pronto meu amor, já passou, vamos pegar logo esse bolo.- disse Marcelina, agarrando-se ao braço de Jorge novamente.

–Vamos sim.- disse Mário e eles voltaram a andar.

–É, são todas iguais. Primeiro vem com amor, amor, amor. E depois vem partir pra violência! Humpf. Não quero mais saber.- disse Jorge.