“Eu não existo longe de você, e a solidão é o meu pior castigo”

(Fico assim sem você – Buchecha e Claudinho)

Já fazia uma semana exatamente que recebera a notícia que ela havia partido para outro país.

Para onde? Não sabia.

Queria poder encontrá-la e dizer tudo o que sentia... Mas agora não seria tão fácil achá-la.

Estúpido.

Por que não dissera à ela seus sentimentos enquanto teve chance?

Porque é orgulhoso.  Maldito orgulho, deveria ter enterrá-lo e falar realmente tudo que sentia.

Ela nem ao menos deixou uma carta, nem nada... Apenas um colar de ouro em forma de coração.

Observou atentamente o colar, reparando cada detalhe. Um lhe chamou muita atenção... Tinha um N. E o que significava essa letra? Seu nome? Talvez...

Deu um sorriso de canto ao pensar nisso. Fechou os olhos em seguida, tendo a bela imagem da morena sorrindo para ele.

O som da chuva que caia intensamente deixava o ambiente melancólico.  Estava sentado na varanda onde teve muitas conversas com a amada, onde teve muitas oportunidades de dizer o que sentia... Mas não fez.

Suspirou. Sentia amargamente por isso... Só queria, mais uma vez... Ouvir a voz dela chamando-lhe o nome. Só mais uma vez...

“- Neji” – Ouviu a voz vinda de longe.

Balançou a cabeça, estaria ficando louco?

“- Neji!”

Não... Era real demais. Abriu os olhos. E viu a morena parada do lado de fora, encharcada. O cabelo solto, com alguns fios colados no rosto, igualmente a sua blusa que estava colada ao corpo, marcando os seios e cintura dela.

Levantou-se rapidamente, correndo para fora. Abraçou-a. Ela ficara um pouco assustada a princípio, mas logo retribuiu.

- Senti sua falta – Sussurro ainda abraçado nela. Foi desfazendo o abraço vagarosamente, colocando uma mão nas costas dela, e a outra afagava-lhe o rosto molhado. Foi aproximando devagar dela, logo seus lábios estavam juntos aos dela. Começou fazendo alguns pequenos movimentos, sentindo-a corresponder. Não esperando por muito tempo, colocou vagarosamente a língua dentro da boca dela, ela fez o mesmo. Beijaram-se apaixonadamente. A chuva que antes deixava o ambiente melancólico, agora estava dando um ar de romantismo.

O ar lhes faltou após alguns minutos, afastarem.

- Eu te amo... – Sussurrou para ela ainda com as testas coladas - Esqueceu isso – Estendeu-lhe o delicado cordão de ouro.

- Obrigada – Segurou o colar ainda na mão dele.

Silêncio.

- Descobri algo... – Pausou – Eu não existo longe de você... Não mesmo... E a solidão, digamos que essa seja minha inimiga.

Ela sorriu. O melhor de seus sorrisos.

- E eu voltei por você...  Te amo – Disse dando mais um beijo nele.