Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 71
Má notícia para Carly




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Sam despejava uma generosa quantia de café num copo plástico na sala de espera de uma clínica de Seattle, enchendo-o de açúcar na sequência, e voltando a se sentar ao lado da amiga Carly.

– Sam, eu estou tão nervosa!

– Fica “tranqui” amiga. O médico não vai te falar nada, ele vai mandar fazer exames.

– E se os exames falarem que eu nunca poderei ser mãe?

– Isso não vai acontecer, porque exames não falam.

– Não é hora para piada Sam.

– Quer um gole de café?

– Não! Cafeína me deixa agitada, por isso Spencer só me dava descafeinado. Se eu tomar, do jeito que já estou nervosa, vou surtar aqui.

A enfermeira finalmente chamou Carly para a consulta. Sam acompanhou a amiga. Depois que a morena descreveu a sua dificuldade para engravidar, o médico começou a fazer perguntas:

– A senhora sempre teve uma menstruação normal?

– Sim, normal – respondeu Carly.

– Tirando o fato dela sempre ter dores pavorosas todos os meses desde que ficou “mocinha” – completou Sam, fazendo aspas com as mãos.

– Eu tenho cólicas, mas isso é normal, toda mulher tem.

– Eu tenho cólica, já você parece que vai parir um dinossauro – falou Sam.

– Isso é algo que precisa ser investigado – disse o médico.

– O senhor acha que posso ser infértil por ter cólicas menstruais fortes? – perguntou Carly, nervosa.

– Não necessariamente. Sua mãe costumava ter cólicas? Pode ser apenas um fator genético.

– Não me lembro. Perdi minha mãe muito cedo.

– Eu lamento. Faremos alguns exames para eliminar qualquer suspeita de problema de saúde. Vou fazer o exame básico de toque aqui no consultório e a senhora deve agendar os laboratoriais e de imagem.

Carly saiu angustiada da clínica:

– Eu acho que a minha situação é mais grave do que o médico quis demonstrar.

– Quando foi que você começou a pensar tantas besteiras Carly? Cadê a minha amiga otimista que enxerga as coisas pela lente cor de rosa?

– Desde que eu descobri que a vida de adulta pode não ser tão cor de rosa.

Sam abraçou Carly e disse:

– Não se antecipe aos fatos, não vai te levar a lugar nenhum. Que tal irmos ao Vitamina da Hora e comer bala de coração?

– Bala de coração é sempre uma boa ideia – disse Carly, conseguindo sorrir.

Alguns dias depois, Sam trabalhava no “Gibby’s” quando viu Carly entrar agitada na sua cozinha.

– Não pode entrar aqui sem touca e sem avental Carly Shay! – alertou Sam.

– Veio me ver, amor? – perguntou Brad, indo beijar a esposa nos lábios.

– Na verdade não. Eu vim ver a Sam. É urgente amiga, pode me dar um minuto da sua atenção?

– Aconteceu alguma coisa minha linda? – perguntou Brad.

– É coisa de mulher.

Sam tirou a touca e o avental e pediu que Carly a acompanhasse até o escritório.

– Pode falar amiga, o que tá pegando? – perguntou a loira.

– Eu tô com o resultado da ultrassonografia aqui.

– E qual é?

– Não tive coragem de abrir. Sam, olha pra mim?

– Pode deixar, aposto que não deu nada – disse a loira pegando o envelope da mão de Carly e abrindo-o rapidamente.

Sam empalideceu e Carly logo entendeu do que se tratava:

– Eu sou estéril né? – já sem conseguir conter as lágrimas.

– Não é nada disso. Você tem endometriose, isso não significa que seja estéril, só que tem mais dificuldade para engravidar. Minha tia demorou um tempo pra ter filho por causa disso, mas, quando engravidou, teve gêmeos, e hoje ela tá feliz da vida.

– O que eu vou fazer Sam?

– Tratamento. Foi isso o que a minha tia fez. Basta você ir ao médico, tomar os remédios e ter um pouquinho de paciência. Pode demorar, mas você ainda terá o seu bebê.

– Sam, você vai me ajudar nesse processo todo?

– É claro que sim – disse Sam, secando as lágrimas de Carly com a ponta dos dedos – Eu estarei com você e seu marido também.

– Não vou contar ao Brad.

– Mas você precisa.

– Não! Vai ser a maior decepção da vida dele.

– Eu já disse que se ele te ama, vai te apoiar.

– Sam, eu tô com medo. Estou me sentindo tão incapaz.

– Eu entendo, mas você tem que ser forte agora e lutar pelo o que quer. A medicina avançou muito e avança a cada dia. Se você não conseguir engravidar pelo método natural, pode procurar uma clínica de reprodução assistida.

– Você tem razão. Vou conversar com o Brad hoje à noite e expor a situação.

– Isso mesmo. Vai ficar tudo bem, acredite – falou Sam, abraçando a amiga.

Mais tarde, a família Puckett Benson jantava quando a campainha tocou.

– Volte mais tarde! – gritou Sam, da mesa.

Ouviram uma voz familiar do outro lado:

– Abram por favor.

– Parece a Carly – observou Freddie.

– E parece que ela está chorando – deu-se conta Sam, levantando-se da mesa apressada e indo abrir a porta.

Assim que a loira abriu a porta, Carly deixou-se cair sobre Sam, num abraço, sem conter o choro sentido.

– Carly, o que aconteceu? – perguntou Sam, preocupada ao ver o desespero da amiga.

– Brad ficou arrasado porque não posso dar um filho a ele. Pegou as chaves da moto, o capacete e saiu cantando pneu. Acho que ele não vai mais voltar.

– Eu não acredito que ele fez isso – disse Freddie.

– É um covarde! Quer que eu encha ele de porrada quando aparecer? – perguntou Sam.

– Não! Eu só queria que nada disso estivesse acontecendo. É tudo culpa minha!

– Você não tem culpa de nada. Ele que é um babaca! – falou Sam, acariciando os cabelos castanhos escuros da amiga.

– Ele não agiu como um homem – disse Freddie.

– O sonho da vida dele é ser pai. Ele me fala isso desde que éramos namorados. Deve ser muito frustrante pra ele saber que se casou uma mulher estéril.

– Carly, você não é estéril. Tem um problema de saúde que compromete a sua fertilidade, mas que pode ser contornado. Eu já te contei da minha tia.

– Não sei se Brad está disposto a esperar o problema ser contornado.

– Eu vou ter uma conversa séria com o Brad – falou Freddie, pegando o seu celular para ligar ao amigo.

– Não Freddie! Agradeço a preocupação, mas quero que ele volte por conta própria. Se ele não voltar é porque realmente não me ama e não merece meu amor, como a Sam me disse – decidiu Carly, secando as lágrimas.

Isabelle perguntou:

– O que é estéril?

– Depois a mamãe te explica, agora leve seus irmãos para o quarto e brinque com eles por lá – pediu Sam.

A menina obedeceu sentindo o clima tenso na sala.

Sam, Freddie e Carly sentaram-se no sofá e foram assistir seriados de comédia, comendo pipoca e dando gargalhadas, como nos velhos tempos. Isso acalmou Carly. Os três adormeceram ali mesmo, juntos.

Já passava da meia-noite quando a campainha tocou, fazendo o trio acordar assustado. Freddie foi abrir a porta. Era Brad:

– A Carly tá por aí?

Carly foi até a porta:

– O que quer comigo?

– Eu fiquei preocupado. Cheguei em casa e você não estava.

– Ainda se preocupa comigo?

– É claro que sim, você é minha mulher.

– Eu tive dúvidas disso quando você saiu mais cedo, enfurecido, dizendo que não sabia se ia voltar.

– Eu fiquei nervoso. Essa notícia me pegou de surpresa.

– E a mim não?

– Me perdoa meu amor. Volta comigo pra casa, vamos conversar, por favor.

Sam interveio:

– Vai com o seu marido Carls, vocês precisam conversar. Se precisar de qualquer coisa sabe em que porta bater. E quanto a você Brad, seja bonzinho com a minha amiga, a menos que queira conhecer o poder da meia de manteiga.

– Eu não sou trouxa Sam, pode guardar a sua meia de manteiga – falou Brad.

– Assim espero.

Carly agradeceu a hospitalidade aos amigos e voltou com Brad para o seu apartamento.

– Amor, eu fiquei nervoso com a notícia de que será difícil termos um bebê. Mas, pilotando a moto pela cidade, coloquei a minha cabeça no lugar e me dei conta de que podemos fazer uma inseminação artificial, que não é o fim do mundo – disse Brad.

– Eu estava tentando te falar isso, mas você não deixou. Talvez nem precise disso, eu vou me tratar.

– E eu estarei do seu lado, dando todo o meu apoio. Conseguiremos ter o nosso filho.

Os dois se beijaram e permaneceram abraçados por um tempo.


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