Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 150
Operação cupido


Notas iniciais do capítulo

Hoje a fanfic completa 8 meses!
Agradeço mais uma vez aos leitores, especialmente àqueles que dedicam um tempinho para comentar, assim me estimulando a continuar. A minha rotina é corrida, mas sempre procuro não passar muito tempo sem postar em consideração aos meus leitores fieis.
Espero que gostem do capítulo.



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– Nós temos muito cuidado com os animais que se hospedam aqui e isso nunca tinha acontecido antes... - falou Paul, o responsável pelo hotel.

– Fala logo, o que aconteceu com meu cachorro? - perguntou Sam, impaciente.

– Ele fugiu.

– O quê? - perguntou Sam, nervosa, pegando o homem pelo colarinho – Como permitiu isso? Eu tô pagando pra cuidarem do meu cachorro.

– Bolinha fugiu? - indagou Isabelle, começando a chorar.

– Acalme-se senhora, deixa eu explicar. O cachorro aproveitou o portão aberto por um entregador.

– Deveriam ter vários portões para as segurança dos animais. Eu deveria acabar com você.

– Mamãe, precisamos encontrar o Bolinha – falou Isabelle, ainda chorando.

– Tem razão. O Bolinha vale muito mais do que você – empurrando o dono do hotel e saindo acompanhada da filha.

Sam e Isabelle procuraram na redondeza, perguntaram às pessoas, mostrando a foto de Bolinha no celular, mas sem sucesso. Voltaram para casa, arrasadas.

Freddie percebeu o abatimento da esposa e da filha assim que entraram e perguntou:

– O que aconteceu? Cadê o Bolinha?

– Também queremos saber – respondeu Sam.

– Papai, ele fugiu – contou Isabelle, recomeçando a chorar.

– Fica calma princesa, nós vamos encontrá-lo. Eu tenho uma ideia, podemos usar a internet. Escolhe uma foto bem bonita do Bolinha e vamos compartlhar nas redes sociais, nós temos muitos seguidores. Alguém tem que ter visto ele por aí.

Assim fizeram. Chegou o final do dia sem notícias do Bolinha. Isabelle foi dormir com os pais e começou a questionar:

– E se ele foi atropelado? E se alguém pegou ele e não quer devolver? E se um cachorro grande mordeu ele?

– Pare de pensar nessas coisas Belinha, isso só vai te deixar mais nervosa. O Bolinha vai aparecer, tá bom? - falou Sam.

– Acha mesmo mamãe?

– Claro, agora dorme – disse a loira, aconchegando a filha em seu abraço, tentando não demonstrar a própria aflição e incerteza.

– Ainda não responderam nada na internet papai?

Freddie estava com o Ipad nas mãos e respondeu à filha:

– Ainda não princesa, mas logo respondem.

Nenhum dos três conseguiu dormir direito naquela noite. Mas, a boa notícia veio ao amanhecer.

Sam e Isabelle só conseguiram ferrar no sono aos primeiros raios de sol e logo foram acordadas por Freddie:

– Meus amores, acordem! O Bolinha...

– Acharam o Bolinha? - perguntou Isabelle, sentando-se na cama, empolgada.

– Fala logo nerd – pediu Sam.

– Sim, parece que sim.

– Como parece? - perguntou a loira ao marido.

– Um fã de Icarly, cujo usuário é GG e não tem foto de perfil, garante ter encontrado o Bolinha e vem hoje a tarde aqui pra entregar.

– Espero que não queira recompensa.

– Acho que não. Se é um fã de Icarly vai fazer isso de boa vontade.

As horas demoravam a passar para Isabelle. Sam e Freddie também estavam agoniados. Os gêmeos foram os únicos a irem para a escola naquele dia.

A campainha tocou e Isabelle correu para abrir a porta, vendo um homem segurando Bolinha no colo.

– Meu bebê! - falou a menina, contente, pegando o cachorro no colo e o abraçando.

Sam e Freddie se aproximaram e logo ouviram o homem gritar:

– Seddie!

– Goopy Gilbert – falaram Sam e Freddie ao mesmo tempo.

– Seddie! - repetiu.

– Valeu mesmo por ter encontrado o Bolinha – agradeceu Freddie.

– Ele tava na rua da minha casa. Há algumas quadras do hotel pra cachorro. Eu quero uma recompensa – falou Goopy Gilbert.

– Ah não. Estamos sem grana, cara. E não prometemos recompensa – disse Sam.

– Não quero dinheiro. Só quero uma foto Seddie.

– Só isso? Beleza – concordou a loira.

Sam e Freddie colocaram-se ao lado de Goopy Gilbert e Isabelle tirou a foto.

– Valeu Seddie, vou postar em todas as redes sociais – agradeceu Goopy.

– Nós temos nomes próprios – alertou Sam.

– Eu sei, mas adoro falar Seddie. Tchau pra vocês e cuidem bem do cachorro – falou Goopy, saindo satisfeito.

Isabelle comentou:

– Quando eu crescer quero ser famosa que nem vocês.

No dia seguinte, a família Puckett Benson já tinha retomado sua vida normal. Sam e Freddie no trabalho e as crianças no colégio.

A professora passava para verificar os deveres de história. Isabelle tentava desesperadamente responder às questões, antes que a professora chegasse à sua mesa.

– Nao vai dar tempo Belinha, desiste – falou Cris.

– Vai dar sim, cuida da sua vida.

A professora chegou à mesa de Isabelle, pegou o caderno e riu:

– Responda "eu não sei" na prova e verá a sua nota, senhorita Benson.

– Não sei agora, mas saberei assim que a senhora corrigir o dever.

– Dever que a senhorita não fez e quis me enrolar pra não ganhar anotação na agenda.

– O meu cachorro...

– Já sei! O seu cachorro comeu o seu dever de casa.

– Não. O meu cachorro fugiu e eu não tive cabeça pra fazer o dever.

– Sua agenda, agora.

Isabelle pegou a agenda na mochila e entregou à professora que fez anotação.

Cris pegou a agenda na mochila e entregou à professora tão logo ela se aproximou da sua mesa, dizendo:

– Não fiz o dever, pode me dar anotação.

– Seu cachorro também fugiu, senhor Shay?

– Não, só não fiz o dever.

Na hora do recreio, Isabelle perguntou a Cris:

– Qual foi? O nerd certinho aí não fez o dever.

– Deixa ele Belinha. Cris deve ter tido um bom motivo – defendeu Alison.

– Ele não consegue mais fazer nada, porque o vovô Shay não deixa ele em paz – contou Mabel, antes que o garoto pudesse explicar.

– Como assim? - quis saber Isabelle.

– O vovô Shay quer conversar comigo o tempo todo. Não cansa de me contar histórias das aventuras dele na aeronáutica, no começo eu até achava divertido, mas já tá ficando chato – contou Cris.

– Por que não diz a ele que tem mais o que fazer? - perguntou Isabelle.

– Eu até tento, mas no fundo fico com pena dele, que passa o dia sozinho.

– Meu pai não gosta dele – contou Mabel.

– Ele é um pouco implicante – observou Cris – Minha mãe disse que é o tédio. Hoje ele é viúvo e sem amigos.

– Eu tive uma ideia! - falou Belinha, empolgada.

– Qual? - perguntou Cris.

– Podemos arranjar uma namorada para o seu avô.

– Eu não sabia que gente velha namorava – falou Mabel.

– Minha avó Marissa namora com meu avô Charles há um tempão – contou Isabelle.

– Mas não é tão fácil arrumar uma namorada. Pelo menos escuto meu irmão mais velho falar isso o tempo todo – contou Alison, rindo.

– Eu conheço uma pessoa que adoraria ter um namorado, da idade do seu avô...

No final de semana, Cris tomava vitamina com Coronel Shay no Vitamina da Hora. Assim, Carly e Gibby puderam ter um tempo para eles em casa. Isabelle e Mabel entraram no local segurando as mãos de Pamela.

– Ainda não entendi por que querem vir aqui. Eu ainda preferia o passeio no shopping – falou Pam às netas.

– Aqui tem comida boa vovó – observou Isabelle.

– É um bom motivo – concordou Pam.

– Olha quem tá lá – falou Mabel, apontando para a mesa de Cris e Coronel Shay.

– O pai da Carly. Nossa, fazia tanto tempo que eu não o via. Até que tá um coroa bonitão – elogiou Pam.

– Por que não vamos até lá falar com eles? - indagou Isabelle, puxando a avó até a mesa.

Coronel Shay levantou-se e cumprimentou Pamela com um beijo na mão, educadamente, dizendo:

– Quanto tempo! Como vai a senhora?

– Eu vou bem, mas vejo que o senhor vai melhor ainda – respondeu Pam em tom de flerte.

Coronel Shay riu sem graça e a convidou a se sentar.

Durante o lanche, Pam partiu pra cima, mas Coronel Shay apenas ria, levando tudo como piada.

Mais tarde, Isabelle foi apartamento 8C falar com Cris:

– O que seu avô achou da minha avó?

– Ele me disse que já a conhece há muito tempo e que ela é maluca.

– Eu sei! Mas, ele podia curtir namorar a maluca.

– Acho que não devemos desistir.

– Isso aí.

Alguns dias depois, Cris convidou Coronel Shay para ir ao cinema, enquanto Isabelle e Mabel faziam o mesmo com Pam.

Durante a sessão, as crianças fizeram com que os dois adultos ficassem sentados lado a lado. Pam não perdeu tempo e tentava pegar a mão do Coronel, deitar a cabeça sobre o ombro dele e até aproximar-se para um beijo, mas ele se esquivava.

De volta ao Bushwell Plaza, Coronel Shay chamou as crianças para uma conversa:

– Eu já entendi o que estão tentando fazer me aproximando da Pam. Eu não gosto dela desse jeito e nem quero uma namorada. Então, podem parar.

– Por que o senhor não quer uma namorada? - perguntou Isabelle.

– Isso é coisa minha, mocinha.

Isabelle voltou para o seu apartamento e começou a fazer perguntas à mãe:

– Mamãe, sabe se a mãe da dinda morreu há muito tempo?

– Sim, há muito tempo. Ela tinha 5 anos.

– E o pai dela nunca mais se casou ou teve uma namorada?

– Que eu saiba não. Mas, pode ter tido namoradas, afinal, ele morou em vários Países.

– Do que a mãe da dinda morreu?

– Acidente de carro.

– Por que a dinda não fala da mãe e eu nunca vi um retrato dela no apartamento?

– Eu não sei – mentiu Sam – Pra que tantas perguntas? O que está aprontando Isabelle?

– Nada.

– Eu te conheço. Fala logo.

– É que seria legal se o Coronel Shay namorasse a vovó Pam, os dois estão velhos e sozinhos...

– Não se meta nisso. Coronel Shay já sofreu por amor e não merece a sua avó.

Isabelle pegou o celular e mandou mensagem para Cris:

– Descubra o nome completo da sua avó, mãe da sua mãe Carly.

– Por que?

– É importante, faça o que eu tô mandando.

Algum tempo depois, Cris retornou a mensagem:

– Alana Dorfman Shay, peguei na certidão de nascimento da minha mãe.

– Bom garoto.

Isabelle pesquisou na internet e logo encontrou a notícia de um acidente numa rodovia que levou à óbito Alana Shay e Leonard Benson.

– Caramba, era o meu avô! - constatou Isabelle em voz alta.

Assim que Freddie chegou em casa, Isabelle foi direto ao ponto:

– Por que o seu pai morreu no mesmo acidente de carro que a mãe da dinda?

Freddie olhou com ar de censura para Sam, que logo se defendeu:

– Eu não contei nada.

– Eu achei na internet – contou Isabelle.

– Está bem. Acho que tá na hora de contar essa história para os meus filhos. Mas, é um assunto delicado, vão ter que me prometer que não tocarão nesse assunto novamente.

– Prometemos – falaram Isabelle, Eddie e Nick ao mesmo tempo.

Freddie contou toda a história aos filhos: da traição e da fuga que acabou em tragédia. Explicou da amargura de sua mãe, que era apaixonada desde a infância pelo primo com o qual veio a se casar, e da tristeza de Coronel Shay.

– Mas a vovó Marissa conseguiu superar isso com o vovô Charles. Coronel Shay também pode ser feliz com a vovó Pam – falou Isabelle.

– Não se meta nisso princesa. Coronel Shay ainda deve ter uma ferida aberta – pediu Freddie.

Isabelle contou a Cris o que havia descoberto, pedindo ao garoto para guardar segredo, durante o recreio do Ridgeway, escondidos no depósito.

– Eu tô com pena do meu avô – disse Cris.

– Eu também – concordou Isabelle.

– Já parou pra pensar que há muitos anos existiu uma história de amor de Shay e Benson?

– E daí?

– Um dia pode acontecer de novo, só que com um final feliz.

– Já houve mais de uma história mal sucedida de Shay e Benson.

– Como?

– Fiz muitas pesquisas na internet, pra saber mais de Alana e Leonard e coloquei Shay e Benson na busca, inclusive de redes sociais. Meus pais nunca me contaram, mas Creddie existiu. Meu pai e sua mãe namorarm um tempo. Eu vi uma única foto deles se beijando arquivada por um fã de algo que eles postaram numa rede social há tempos.

– Por que será que eles nunca falaram sobre isso?

– Sei lá. É meio esquisito, porque sua mãe é a melhor amiga da minha mãe e pensar que as duas namoraram o meu pai...

– É estranho mesmo. Vai ver por isso não tocam no assunto.

– Até porque o fã colocou na legenda: "Creddie há 9 anos", e os meus pais estão casados há 10 anos.

– Está insinuando que minha mãe foi amante do seu pai?

– Não estou insinuando nada, só contando o que vi. Um dia ainda descubro tudo. Mas, por enquanto, vamos focar na operação cupido para os nossos avós. Tenho uma ideia para mais um encontro deles.

O plano das crianças não deu certo, simplesmente porque Coronel Shay e Pam já tinham entendido tudo e se recusaram a ir ao encontro num restaurante.

Era madrugada. Carly e Gibby estavam acordados tentando acalmar a filha num choro sentido.

– Ela está febril – constatou Carly, pegando na testa da filha em seu colo.

– E babando muito – observou Gibby, limpando a boca da bebê com uma fralda de pano.

– São os dentinhos, pobrezinha.

– Deve ter algum remédio pra passar a febre.

Coronel Shay entrou no quarto:

– O que há com a menina?

– Está com febre, são os dentinhos – explicou Carly.

– Vou à farmácia comprar o remédio – ofereceu-se Coronel Shay, saindo.

Coronel Shay havia acabado de sair da farmácia com o remédio da neta numa sacola quando viu Pamela, sentada sozinha numa mesa de bar, tomando um drink e chorando.


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