Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 13
O tempo voa




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O casamento de Sam e Freddie ia muito bem, apesar dos contratempos naturais do dia-a-dia.

Freddie sentia-se exausto, pois muitas vezes fazia horas extras no intuito de ter o dinheiro para suprir as necessidades da filha, que quanto mais crescia, de mais coisas precisava.

Sam tinha que dividir o trabalho doméstico e o trabalho de babá com Cat, e, ainda, dar toda atenção à pequena Isabelle, que já se mostrava geniosa desde o berço.

Volte e meia, os desentendimentos comuns a duas pessoas tão diferentes apareciam e aquelas duas crianças que adoravam bater boca encarnava nos dois adultos, sem que se dessem conta disso. Mas, depois das brigas, vinham as reconciliações, que eram muito prazerosas.

O que compensava todas as dificuldades dessa nova vida era o amor que os unia e o amor à filha. Na verdade, apesar do trabalho que dava, Isabelle enchia a vida dos pais de alegria com cada nova gracinha, com cada nova descoberta e com cada novo aprendizado.

Aos 5 (cinco) meses, Isabelle foi batizada por Carly e Spencer. Carly fez questão de formalizar a sua condição na vida da pequena, dizendo que não queria ser madrinha só da boca pra fora. Então, Sam e Freddie chamaram Spencer para padrinho. A bebê trajava um vestido branco comprido, uma faixa fina branca na cabeça, e um par de sapatinhos brancos com um pequeno detalhe de flor rosa, presentes da madrinha. Depois da cerimônia, todos foram para um restaurante, comemorar com um almoço.

Aos 6 (seis) meses, Isabelle já se sentava sozinha e balbuciava coisas incompreensíveis. Seu primeiro dente de leite começou a nascer, deixando-a mais chorona que o normal, irritada e febril.

– Freddie, ela tá muito quente – falou Sam ao marido, preocupada ao colocar a mão na barriga e na testa da filha.

– Deixa eu ver – disse Freddie, sentindo a temperatura da barriga da pequena – Não está tão quente, só uma febrícula. É normal quando nascem os dentes. Já passa. Vamos dormir, amor.

Mas, Sam não pregou o olho naquela noite. A todo momento verificava a temperatura da filha e volte e meia massageava a gengiva dela com a ponta dos dedos para aliviar a dor. Freddie acordava a cada vez que a esposa se mexia e se levantava. Ele pensava no quanto Sam era uma mãe dedicada. Por um momento, lembrou-se da própria mãe com um aperto no peito, mas se esforçou para afastar esse pensamento e dormir novamente.

Aos 8 (oito) meses, Isabelle falou sua primeira palavra, de forma precoce, mas a menina já demonstrava uma inteligência acima da média. Para desgosto de Sam, ela não disse mamãe.

Freddie estava terminando de vestir a filha, em cima da cama, logo após ter dado banho nela.

– Como está linda a princesinha do papai! E cheirosa! – elogiou ele – Pronto, a neném do papai está arrumadinha. O papai te ama muito, muito, muito – beijando a barriguinha gordinha da filha, de tanto leite, arrancando risadinhas dela.

Freddie se deu conta que havia se esquecido de alguma coisa e se lembrou de que precisava pentear o cabelinho loiro da filha com a escovinha especial para bebê. Afastou-se por um momento e ouviu:

– Pa-pa.

– O que? – disse ele, virando-se surpreso – Você me chamou Belinha? Eu ouvi direito? – voltando rapidamente para perto da filha – Fala de novo: papai, papai. Vamos lá querida, repita papai – incentivou.

A pequena abriu um sorriso e repetiu:

– Pa-pa.

– Sam, vem aqui!!! – gritou Freddie.

Sam estava na cozinha preparando o almoço de domingo e correu para o quarto:

– O que aconteceu? Ela se machucou? – perguntou Sam, preocupada, entrando no quarto, seguida por Cat, assustada.

– Não. Ela falou papai! – contou Freddie, exultante.

– Deixa de ser mentiroso Freddonho. Ela não tem idade para falar nada ainda – duvidou Sam.

– Fala papai pra elas ouvirem meu amorzinho. Pa-pai – repetiu Freddie à pequena.

Isabelle repetiu:

– Pa-pa.

– Eu não acredito nisso! – falou Sam.

– Oh, que gracinha! – elogiou Cat.

– Ponto pro papai – comemorou Freddie, tirando onda com a cara de Sam, já que haviam apostado se Isabelle falaria primeiro papai ou mamãe.

A frustração de Sam durou apenas mais uma semana, pois numa noite, enquanto Sam e Freddie assistiam a um seriado na televisão, abraçados, Isabelle, no colo de Cat, começou a estender os braços para a mamãe, chamando:

– Mã-mã.

– Olha Sam, ela tá te chamando – observou Cat, alegre.

– Eu ouvi, não sou surda. Repete bonequinha – pediu Sam, aproximando-se da bebê, animada.

– Mã-mã – repetiu Isabelle, jogando-se para o colo da mãe.

Isabelle tinha 9 (nove) meses quando Sam ouviu o grito da garotinha de 4 (quatro) anos que ela cuidava como babá.

– Solta! Ai! – dizia a menina, choramingando.

Sam chegou ao quarto e viu Isabelle grudava com as duas mãos no cabelo de Dakota, que tentava se soltar em vão. A bebê ria enquanto puxava os cabelos longos e castanhos da menina que havia se aproximado para brincar com a neném bonitinha.

– Belinha! Larga o cabelo da amiguinha, agora! – ordenou Sam, tentando abrir as mãozinhas da filha com cuidado, para não machucá-la. A pequena segurava com força, até que a mãe conseguiu fazer Isabelle soltar a assustada Dakota, que correu para a sala.

Aos 10 (dez) meses, Isabelle deu os seus primeiros passos. Ela estava sentada num tapete colocado na sala especialmente para ela brincar em cima, enquanto Freddie preparava a papinha dela na cozinha. Sam estava jogada no sofá, na frente da televisão e Cat estudava na mesa ao lado, pois, finalmente havia conseguido entrar na faculdade, cursando música.

De repente, Isabelle jogou a bonequinha longe sem querer e antes que um dos adultos notasse para ir apanhar o brinquedo que ela apontava, a menina resolveu se levantar, apoiando-se numa cadeira, e foi pegar.

– Minha nossa! Ela tá andando! – observou Freddie, chamando a atenção de Sam e Cat.

– Ela vai cair, não está firme! – preocupou-se Sam, indo em direção à filha.

Freddie deteve a esposa:

– Calma, deixa ela. Vai se segurar.

Isabelle cambaleou, mas não caiu, conseguindo se segurar no sofá.

– Vem com o papai Belinha – chamou Freddie, abaixando-se para ficar mais próximo da altura dela, abrindo os braços.

Isabelle sorriu para o pai, soltou-se do sofá e foi caminhando com passos desajeitados até ele, que a pegou no colo, contente:

– Parabéns Belinha! O papai tá orgulhoso! – beijando a face da pequena.

– E a mamãe também – falou Sam, fazendo carinho nos cabelos lisos e loiros da filha.

Aos 11 (onze) meses, Isabelle já caminhava com segurança, mexia em tudo, abria gavetas mais baixas e jogava tudo o que via para fora. Divertia-se com a sua bagunça. Sam e Freddie tentavam recrimina-la, mas o sorriso doce da menina os derretia.

Porém, numa tarde de sábado, enquanto Sam, Freddie, Cat e Robbie assistiam a um filme comendo pipoca, Isabelle viu um passarinho entrar voando pela janela e pousar no chão. A menina quis correr para alcançá-lo, caindo com tudo.

– Aahhh!!! – gritou Isabelle, iniciando um choro sentido.

Sam levantou do sofá num pulo e correu para pegar a filha do chão.

– Ai meu Deus! Ela bateu a boca, está sangrando! – observou Sam, nervosa, enquanto a filha gritava de dor no seu colo.

– Nossa! Está mesmo! – falou Freddie, igualmente nervoso.

– O que faremos? – perguntou Cat.

– Vocês têm que levar ela na emergência. Eu tô com o carro do meu pai aí fora. Eu levo vocês – ofereceu-se Robbie.

Foram todos para a emergência do Hospital Infantil. Sam já estava com vontade de chorar, vendo o desespero da filha com a boca cheia de sangue.

Um pediatra examinou a bebê e depois acalmou os pais:

– A mamãe e o papai já podem respirar aliviados. Foi só um susto. O sangue já estancou. Ela não quebrou nenhum dentinho, só machucou a gengiva. Em pouco tempo estará cicatrizada.

A queda não deixou sequelas físicas, mas emocionais, tanto em Isabelle quanto nos pais. Sam e Freddie temiam que a filha voltasse a cair e então acabaram não permitindo que se soltasse novamente para tornar a andar e a própria menina sentia-se insegura.

No dia do primeiro aniversário de Isabelle, a menina voltou a andar, incentivada pela tia Melanie, que havia vindo para a festa da sobrinha de Cambridge, onde estava cursando Direito em Havard após ganhar uma bolsa de estudos por ter tirado o primeiro lugar na formatura do colégio.

Gibby, também convidado para a festa, estava sentado na sala observando.

– Você leva jeito com crianças Melanie – elogiou ele.

– Pois é. Morro de vontade de ser mãe. Mas, antes disso, tenho que encontrar um companheiro. Será que essa pessoa especial já não está por perto? – perguntou ela em tom de flerte.

– Vai saber né? Vou pegar algo pra comer, você quer?

– Não, obrigada – respondeu Melanie, frustrada.

Sam e Carly saíram do quarto de Cat (que estava na casa de Robbie), onde trocavam confidências, como sempre gostavam de fazer.

– Hora de tomar banho pra se arrumar pra festinha princesa – falou Sam, surpreendendo-se ao ver a filha caminhando pela sala sob os olhares atentos de Melanie.

– Eu não acredito! Ela está andando de novo? – falou Carly, contente.

– Não precisa agradecer maninha – provocou Melanie à Sam.

– Você se acha – disse Sam, contrariada, pegando a filha no colo e a levando para se arrumar.

– Vocês duas não têm jeito – comentou Carly.

No quarto, Freddie estava terminando de se arrumar, na frente do espelho, quando viu, pelo reflexo, a esposa entrar bufando.

– O que houve amor? – perguntou se virando para ela.

– A Melanie se acha a perfeita! Desde que entrou em Havard, o orgulho da mamãe em relação a ela só triplicou. Agora conseguiu fazer a Belinha voltar a andar e está se sentindo a “Supernanny” – referindo-se ao programa de televisão no qual uma babá perfeita consegue dar jeito em crianças problemáticas.

– Você é dura demais com ela. A Melanie é legal! Ela só quer ajudar.

– Você acha? Ainda dá tempo de escolher a outra gêmea. Ela bem que ia gostar, sempre arrastou a asa pra cima de você.

– Hoje ela arrasta um bonde é pelo Gibby. Não percebeu? – perguntou Freddie, rindo.

– Não.

– Olhe com atenção. Mais uma coisa, eu nunca trocaria você pela sua cópia. Vocês podem ser iguais por fora, mas o que me cativa em você vai muito além da aparência. Eu te amo sua maluquete – aproximando-se dela e lhe acariciando o rosto.

– Eu também te amo, meu nerd – declarou ela, beijando-o.

Isabelle começou a chamá-los:

– Mã-mã, pa-pa, paia (para), oh a nenê.

Os dois olharam para ela, no colo de Sam, e riram.

Resolveram se apressar, pois a festa de 1 ano de Isabelle estava prestes a começar.


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