Belarus's Tips On How To Seduce Your Big Brother escrita por quixoticHeart


Capítulo 7
Dica #5 - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de dizer desculpas pela demora. Eu voltei do carnaval e os professores decidiram que era um boa ideia bombardear a gente com licao e pesquisa. Mas pra falar a verdade, eu me desanimei um pouquinho para escrever. Eu vejo o número de visualizacoes da fic subir todo dia, mas o último capítulo, o que eu pus tanto esforco e dedicacao, só recebeu tres comentários. Enquanto eu sou grata pelos tres fieis leitores que sempre comentam, e eu entendo que nem sempre se tem coisa para falar, baixa um pouco a vontade de escrever quando ninguém te da feedback. Entao, se voce esta acompanhando a fic e nao se mostrando, eu vou pedir pra voce dar um oi nos comentários. Só isso. Nao precisa dizer nada. Só me de um oi pra eu saber que voce existe, acompanha a fic e apoia a ideia.
Sem mais delongas, boa leitura.



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Ivan acordou no dia seguinte sentindo algo se mexer perto dele. O movimento fez seus braços balançarem. Institivamente, ele segurou a coisa mais firme, mantendo-a no lugar e impedindo-a de se mexer mais. Em resposta, a coisa emitiu um grunhido humano.

Ele abriu os olhos bruscamente, e a explosão de luz que recebeu poderia te-lo deixado cego. Era muito cedo, e havia muita claridade, o que cobrava mais esforço de seus olhos para ajustarem-se ao ambiente. Gradativamente, ele conseguiu focalizar uma mesa do outro lado do cômodo, e bem na sua frente, havia um amontoado de cabelo loiro.

Com cuidado, ele afastou os cabelos para o lado, torcendo para não encontrar quem ele suspeitava debaixo dos fios. Sua cabeça apresentava uma leve dor e lerdeza como sinais de ressaca, mas ele ainda tinha fresco na memória quem viera lhe visitar ontem a tarde e acabar ficando para a noite. Natalya.

A cabeça lhe doía mais agora.

As mechas loiras recuaram, revelando o rosto sonolento de sua irmã. Ela balbuciava alguma coisa, tendo seu sono incomodado pelo cabelo. Ivan deixou os dedos percorrerem toda a extensão da bochecha da pequena afim de acalma-la para que voltasse a sonhar. Natalya esboçou um sorriso de canto ao sentir o toque gentil das mãos sob a sua pele. Ivan sorriu também.

Olhando para seu rosto delicado, Ivan concluiu que não importava o quão bêbado ele esteve na noite passada, seu julgamento não o falhara: ela ainda era tão linda quanto ontem. Ele realmente não podia culpar a bebida. Mesmo agora, com a cara amassada contra a almofada, o rosto corado pelo calor, o cabelo desarrumado e com alguns fios colados a testa pelo suor, ela...

Espera aí...? Corada? Suada?!

Ivan imediatamente tateou por todo o seu tronco com urgência, nervoso com a repentina possibilidade de que ele tivesse passado dos limites e não estivesse se lembrando. Não, ele não fizeram nada disso, não é? Ele ainda esta de roupas, a calca de flanela do pijama e a regata branca, tudo a onde deveria estar. Natalya soltou mais um grunhido irritado, e Ivan então notou que no seu desespero, tateou tanto a sua roupa quanto a de Natalya,. Sussurrou um “Desculpe.” para ela, mesmo que talvez ela não estivesse ouvindo.

Ele suspirou aliviado. Uma coisa a menos para se preocupar.

– Irmão... – a garota murmurou sonolenta, tateando o peitou do irmão até achar a gola da blusa.

Ela puxou a roupa para baixo, trazendo também o soviético para mais perto. Ele soltou uma baixa exclamação mas não protestou, tentando não fazer barulho. Talvez ela ainda estivesse dormindo.

Ela se aproximou e se aconchegou no peito de Ivan, entrelaçando suas pernas nas dele. O maior permaneceu calado, prendendo a respiração. De olhos ainda fechados, Natalya estendeu uma das mãos para acariciar no rosto de Ivan. Ele se aproximou um pouco, tentado a continuar recebendo o carinho, mas logo hesitou. Natalya esticou o pescoço e fez um bico com os lábios, esperando que Ivan encontrasse seu caminho até ela. Ele permaneceu imóvel, fitando sua boca, pensando se deveria ou não deveria atende-la. Felizmente, a garota não deu a ele mais chance de pensar no assunto, se aproximando mais e selando seus lábios.

Certo, ela não estava exatamente dormindo.

Ela ainda tinha o mesmo gosto doce e suave de ontem. Seus toques ainda eram possessivos, como se temessem que ele fosse se afastar. E ela, mesmo meio-dormindo, era capaz de acender aquela chama dentro do peito de Ivan, acelerar seu pulso, e trazer aquela fome por mais de volta. Ele involuntariamente a enlaçou com seus braços e a puxou para mais perto. Ele sentiu Natalya sorrir contra seus lábios, mas ela não aprofundou o beijo quando ele fez um pedido silencioso. Não, ela ainda estava muito sonolenta pra isso, e pretendia voltar a dormir. Então partiu o beijo com um sorriso, se afastando um pouco a medida que que Ivan seguia seus lábios pedindo por mais. Ela lhe cedeu mais um selinho antes de acomodar sua cabeça no vão entre o pescoço e os ombros de Ivan. Ele não teve outra opção se não aceitar, e afagou os cabelos loiros de Natalya, apoiando seu queixo em sua cabeça de forma protetora.

Ivan se permitiu ter um minuto de silencio. Fora um dia bastante agitado e ele não havia parado até que Natalya caiu no sono em seus braços. Ele tinha os olhos pesados, mas se recusava a ir dormir, porque sabia que quando acordasse, aquela noite teria acabado e o sonho que presenciou naqueles lábios iriam embora junto com Belarus. Então ele a segurou o mais próximo que conseguia, e lutou até o último segundo contra a fadiga. Agora acordado, sentia as consequências de ter dormido tão pouco. Estava cansado e sentia uma instabilidade emocional provavelmente associada com a falta de descanso. Ou talvez com a garota em seus braços.

Suspiro.

Ele não queria levantar. Queria fingir que ainda estava escuro e que ainda podia ter algumas horas com ela, mesmo que só para ficar abraçado ao seu corpo.

Aquilo era mais difícil do que ele pensou que seria. Daria de tudo para poder escapar deste momento. Mas a luz estava ali, escapando pelas frestas da cortina. Pela posição, ele deduzia que já deviam passar das 7 horas. Belarus já deveria estar a caminho de sua casa para trabalhar, ele mesmo já devia estar a caminho da prefeitura, e Lituânia com certeza já deveria estar aqui a uma hora dessas.

Foi pensando que Tóris podia encontra-los ali que Rússia encontrou a coragem e a forca para sair de seu mundo perfeito onde trabalhar não era nem minimamente importante perto de ter Natasha em seus braços. Por que sinceramente, ele não se importava com as responsabilidade da Rússia agora. Ele não era o Rússia enquanto tivesse Natalya em seus braços. E por isso precisava levantar.

– Natasha... – ele a chamou por seu apelido, tomando o cuidado de acariciar seu braço antes acordá-la.

A garota emitiu um grunhido sonolento em resposta. Ivan sorriu.

– Vamos dorminhoca, você precisa acordar. – ele fez leves cócegas em sua barriga.

Natalya continuou emitindo grunhidos que logo se transformaram em uma risada. Ela abriu os olhos rindo. Ivan riu também.

– Ok, ok, para! To acordada. Eu estou acordada, Ivan! – ela fazia o que podia para se defender dos ataques dos dedos do irmão. – Viu? Eu estou...

Natalya levou as mãos aos olhos, cobrindo-os e apertando suas têmporas. – Ah meu Deus, minha cabeça! Aargh!

Ivan soltou uma risada abafada.

– Bem vinda á ressaca, irmã.

– Ai minha... Ivan, como você aguenta isso?

– Eu quase não tenho mais ressaca, sestra. – ele balançou a cabeça, sentindo uma leve e fina dor na parte de trás de sua cabeça. Deu um sorriso torto. – Quase.

Belarus apertou os olhos.

– Ugh, não. Eu não tenho talento pra isso

– Não diga isso, você se saiu bem! Não passou mal nem nada.

– Foi graças aos seus cuidados, Irmaozão.

Rússia piscou. De repente, ele era seu irmão de novo. De repente, a culpa lhe bateu forte no peito. O que ele fez foi fora de seu juízo, com certeza. Com o sol, ele esperava que seu julgamento voltasse ao normal também. Mas não, ainda lhe parecia difícil demais por um fim naquilo. Por mais que ele estivesse com alguma urgência em se separar e faze-la ir embora para a casa, ele não podia deixar de notar o quão confortável Natalya parecia. Ela tinha os olhos fixos em suas mãos entrelaçadas, com a qual ela brincava. Tinha um sorriso bobo nos lábios, a cabeça deitada sobre o peito de Ivan, e não parecia estar planejando sair dali tão cedo. Ela parecia tão a vontade e satisfeita. Tao feliz, que Ivan quase podia acreditar que aquilo era pra ser.

E por isso mesmo, quebrava seu coração ter que destruir aquele momento. Mas ele não tinha escolha. Aquilo não podia continuar.

Ele se pegou acariciando gentilmente o rosto da irmã, e se repreendeu. Desvencilhou suas pernas, enroscadas com as de Natalya, e forcou seu corpo a criar certa distancia da irmã.

– O que...?

– Bela. – ele começou, evitando olha-la. Deus, como era difícil. Por que parecia tão difícil. Nunca lhe fora um problema a afastar antes, então por que agora parecia tão errado? Ele não podia estar errado, podia? Estava fazendo isso pelo bem dela. Então não, não podia estar errado. – Nós precisamos conversar.

Ele assistiu quando a expressão de Natalya passou de confusa para quebrada

Natalya fechou os olhos. “Depois da melhor noite da minha vida, eu deveria esperar que ele voltasse naquele assunto. Deveria esperar que ele daria um passo para trás, como sempre. E mesmo assim... Eu tive esperanças que dessa vez fosse diferente. Sua idiota... Ele nunca vai te amar.”

O peito de Ivan doeu. Muito. Ele não queria machuca-la deste jeito. Nunca quis. Porque tinha que ser assim? Ele queria tanto confortá-la. Queria dizer que a amava, mesmo sabendo que seria em vão porque não era do jeito que ela queria. Ele queria ser para ela o que quer que ela desejasse. Queria não ter que se afastar. Queria manter sua promessa e ficar sempre do seu lado. Queria poder admitir que tinha sido sim a melhor noite de sua vida. Queria fazer o que fosse necessário para remediar o estrago que fizera em seu coração.

Ele ouviu as palavras de conforto escapando de sua boca, mas se repreendeu.

–... Foi bom, tudo bem? – ele disse cauteloso. – Foi ótimo. Mas não pode acontecer de novo. As coisas não podem continuar deste jeito, e você sabe disso, Nat.

A expressão de Natalya rapidamente passou de quebrada para enraivecida. Isso era ainda pior. Ela estava brava com ele, com ela mesma, com o mundo. Ser a causa da raiva de Natalya era ruim, mas ele admitia isso. O que ele não aceitava era que ela ficasse com raiva de si mesma. Ela não tinha culpa nenhuma.

– Por favor, não faz essa cara. Odeio quando você fica com raiva. – ele disse, a puxando para um abraço de conforto. Mas ela não estava no clima para abraços, e o empurrou com forca, dando-lhe as costas,

– Não me toca.

– Natalya, por favor. – ele buscou virá-la de frente de novo.

– Não, - ela deu empurrou com brutalidade sua mão. - vai se foder.

– Por favor, Natasha. –ele implorou. - Por favor. Já é difícil demais fazer isso, não piore tudo.

– E o que você espera que eu faca, hun? – ela explodiu, virando-se para o irmão - Finja um sorriso e diga que tudo bem? Nos dois sabemos que não é assim que eu me sinto. – Seus olhos brilhavam com tristeza e frustração. Seu olhar era fatal, mas ao mesmo tempo desesperado -Eu me sinto um lixo. Eu não sou feliz, e nunca vou ser. Por que você não quer, por que o mundo não deixa, porque as circunstancias não estão ao meu favor. Tudo conspira contra a minha felicidade. – ela o fitou como se buscasse um resposta em seus olhos. - Por que eu não posso ser feliz?

– Eu posso te fazer feliz. – ele respondeu seriamente, olhar grudado no dela.

Um longo momento de silencio frio sucedeu. Ivan não tinha o que falar, pois não podia recuar depois de prometer com tanta fervura algo tão impossível. Mas parecia não ter necessidade. Natalya o fitava seriamente, deixando claro que não acreditava nas palavras dele. Demandaria muita coragem de Ivan faze-la feliz. Uma coragem que ele não estava inclinado a assumir. Ele queria, ah como ele queria, mas ele não podia. Ambos prendiam a respiração, ansiando pela próxima reação. Quando finalmente ouve som, foi um som distante de carro passando pela estrada.

Ivan morava no meio do nada. Os únicos carros que ele ouvia estava normalmente de passagem. Mas este continuou se aproximando até virar na entrada que levava ao estacionamento de trás da mansão.

Tóris.

Natalya então soltou o ar do pulmão em desistência, o que fez com que seu tamanho diminuísse em relação a Ivan, e seu olhos se encontraram na altura nos lábios dele.

Ele logo notou a onde a atenção da pequena levava. Seria esta uma boa oportunidade? Seria a ultima do dia com certeza. Ele não conseguia decidir, então preferiu não se mexer. Estava resistindo enquanto podia, mas ela estava tão perto. Bastava tão pouco para que ele pudesse faze-la feliz mais um vez. Tao pouco. Tao simples. Tao tentador. Não doeria nada, ainda tinham tempo até que Lituânia chegasse, trancasse o carro, deixasse suas coisas no quarto dos fundos e subisse para acordar Rússia, só para descobrir que sua cama nunca havia sido desfeita. Ainda podiam tirar o melhor da situação.

Ivan se pegou olhando para os lábios de Natalya também. Ela se aproximou quase que imperceptivelmente, como se não quisesse demonstrar. Ele queria tanto, mas não deveria. Ela chegou perigosamente perto. Se um dos dois respirasse agora, seus lábios tocariam. Ivan não tinha para onde recuar. Então ele cutucou o nariz de Belarus com o seu próprio, num beijo de esquimó. Ela fechou os olhos porque esperava por muito mais que isso.

Boa. Ela com certeza te odeia agora.

Belarus então fechou os olhos e se afastar dele e levantar do sofá tão rápido que Rússia não pode impedi-la. Mesmo assim, quando notou o estofado subir com a súbita falta de peso de Belarus, ele agiu mais rápido do que pensou: agarrou a cintura de Natalya e a puxou de volta para o sofá. Ela caiu como uma mola, e se virou para protestar contra Ivan, dando de cara com seus olhos violetas.

Ela fechou o cenho.

– Me solta. – ela ordenou.

– Não. – ele murmurou de volta.

– Ivan. Me. Larga. Agora. – ela estreitou os olhos.

– Nunca nesta vida.

– Mais alguns segundos de silencio. O clique do alarme do carro de Tóris soou distante. Ivan não aliviou seu aperto nem em um centímetro. Natalya continuava imóvel, com os cabelos caídos sobre a cara.

– O que você quer de mim? – ela sussurrou com um tom levemente choroso em sua voz. – Tóris vai chegar logo. Eu preciso ir embora pra que ele não veja a gente assim.

– Para o inferno com Lituânia. – ele sussurrou com dureza. - Pro inferno com o mundo. Eu só me importo com você.

Tudo o que ele pode anotar mentalmente foi a primeira lágrima escorrendo antes que Natalya envolvesse seu pescoço com as mãos e o puxassem para um beijo apaixonado. Ele também segurou seu rosto, tão próximo quanto possível. Os lábios de Natalya transbordavam com desejo, paixão fervente e urgência. Rússia podia sentir todo o seu corpo incandescer. Ele envolveu a cintura de Belarus como se para ter certeza que ela estava ali. A distancia entre os dois era nula, e era assim que queriam ficar para sempre.

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A manha na Rússia começava com temperaturas amenas para o verão. Uma brisa soprava a oeste e o céu estava amanhecendo com preguiça. Da porta dos fundos da mansão da nação russa, chegava um báltico de cabelos medianos e uniforme verde.

Tóris sempre era o primeiro a chegar, e portanto cabia a ele acordar o Senhor Rússia com café da manha pronto, garantindo seu bom-humor.

O lituano tirou o casaco e o pendurou num cabide no quarto dos fundos, bem como a sacola de compras com o vestido para a senhorita Belarus. Ele achou muito estranho o pedido quando o recebera ontem a noite. Senhor Rússia normalmente evitava deixar Belarus dormir em sua casa porque ele tinha medo que ela fosse tentar alguma coisa com ele. Mas achou mais estranho ainda porque hoje era segunda de manha, e Belarus deveria estar em sua casa, trabalhando. Como será que ela conseguiu convencer Rússia a deixa-la dormir lá?

Bom, ele não se importava muito. Contanto que pudesse ser o primeiro a dizer bom dia para Belarus e agradá-la com um bom café da manha. Ele iria caprichar nas panquecas de hoje.

Se dirigiu a cozinha com um sorriso no rosto. Havia uma cadeira caída no chão e uma copo de vodca pela metade na pia. Parece que Rússia teve um desentendimento com alguém, ou passou por uma de suas crises. Ele tinha muitas crises. Era uma nação muito perturbada. Se bem que a hipótese de ter discutido com Belarus lhe parecia mais provável. Então seria duas nações perturbada discutindo uma com a outra.

Oh isso, não deve ter acabado bem.

Ele deu as costas a cozinha, o café poderia esperar. Precisava ter certeza que os dois estavam bem. Tomou as escadas do fundo, que eram mais próxima e mais rápidas do que as escadas elaborada e largas na sala. Ele subiu até o andar dos quartos, e tocou três vezes na porta do quarto de Rússia. Não houve resposta. Ele abriu a porta com urgência, mas não tinha ninguém lá. A cama não havia nem sido tocada. Estava do mesmo jeito que ele a deixara quando saiu.

Ele então fechou a porta e saiu para conferir se Rússia estava em algum outro lugar. Abriu cada porta daquele andar, até chegar em uma que estava apenas recostada. Lá dentro ele encontrou um quarto escuro como os outros, com a cama feita. Exceto que aquele não era o jeito que Tóris arrumava a cama. Ou como qualquer um dos bálticos arrumava uma cama. Não, aquela ali, meio desarrumada e com o lençol por cima do travesseiro, foi feita por um soviético. Lituânia entrou no quarto e abriu a janela para investigar melhor a cama. Se Rússia tinha dormido ali, então a onde estava a senhorita Belarus? Teria ele a mandado embora no meio da noite? Quanta crueldade com a própria irmã! Ele não deixaria aquilo barato.

Antes que pudesse sair do quarto, decidiu arrumara a cama direito, culpa de seu TOC. Quando tirou o travesseiro de debaixo dos lençóis, notou o leve aroma de linho. O linho era a flor nacional da Bielorrússia. O que só podia significar que ela dormira ali. Mas o aroma estava muito leve, quase imperceptível.

Lituânia estranhou. Depois de fechar a porta do quarto ele continuou sua busca pelos últimos dois quartos, também vazios. Decidiu então descer e procurar no jardim. Quem sabe eles estivesse cuidando dos girassóis do senhor Rússia?

Ele desceu pela escada da sala, e encontrou o cômodo bagunçado. Havia pacotes vazios de salgadinhos no chão, garrafas de vodca caídas aqui e ali. Na mesa de centro haviam vários pacotes de besteiras vazios, um pote de sorvete e duas colheres sujas dentro. O sofá estava desarrumado e havia um lençol amassado em cima. Certamente alguém dormira ali.

A porta da sala estava aberta, deixando uma grande quantidade de luz entrar pelo cômodo. Tóris se aproximou da soleira em silencio. Estava silencioso lá fora, então foi uma surpresa quando o lituano encontrou o seu patrão abraçado a uma figura menor. Seria mesmo aquela a senhorita Belarus? Os cabelos loiros escapavam entre os braços de Rússia e a garota estava usando o vestido que ele comprara naquela manha. Como ela pode ter sido tão rápida? E ele não tinha visto nem sinal do senhor Rússia também. Parecia até que eles estavam o evitando.

De um jeito ou de outro, eles estavam abraçados, e isso era uma cena rara. Lituânia se recostou no batente da porta, observando a cena. Não queria estragar o momento de paz dos dois, principalmente porque se o fizesse teria que lidar com a fúria de ambos e isso não seria nada legal.

Rússia se afastou, partindo o abraço. Suas mãos que antes recaiam sobre os ombros de Belarus de forma protetora, agora seguravam sua cintura de forma bastante... Intima? O que diabos está acontecendo entre esse dois?

Tóris assistiu enquanto os irmãos se olhavam em silencio. Rússia levou uma mão até o rosto de Belarus o acariciando, e então moveu seus dedos para segurarem o queixo da irmã. Ela sorriu. Ele sorriu fraco em resposta, e então deixou o sorriso cair. Belarus fechou o cenho.

Rússia suspirou.

– Você sabe que isso nunca vai dar certo, não é? – ele a observou com atenção.

– Eu... – Belarus olhou para o chão. - ...Sei.

O que nunca iria dar certo? Estariam eles planejando alguma coisa? Lituânia prestou mais atenção.

Rússia continuou a olhando, e apertou os lábios numa final linha.

– Seria melhor se a gente tentasse esquecer isso.

Tóris podia notar pela expressão corporal de Belarus que ela não gostava da ideia. Ela tentou desviar o olhar, mas Rússia puxou seu rosto para que ela voltasse a olhá-lo.

– Eu sei que você não gosta, mas é melhor assim. Isso nunca daria certo, e você sabe disso.

Belarus o encarou de volta, e levou uma mão a de Rússia, segurando-a contra seu rosto.

– Eu não quero me afastar de você de novo.

O mais velho suspirou com um sorriso.

– Muito menos quero eu. – ele disse, o dedão acariciando a bochecha de Belarus. Seu olhar migrava entre seus olhos e sua boca. - A casa fica vazia sem você.

Eles se olharam por mais um tempo, e então se aproximaram devagar um do outro até que seus lábios se tocasse de forma suave e gentil.

Esta deveria ser uma cena comum. Os soviéticos compartilhavam o costume de se cumprimentar com selinhos. Mas algo ali não parecia comum. Talvez fosse a forma como os dois se olharam antes, como se estivessem prestes a se beijar de verdade. Ou como eles tinham os olhos fechados. Ou como a mão de Rússia deslizou do queixo de Belarus até envolver seu rosto, segurando-a perto, ou como Belarus acariciou sua nuca. E mais importante, com certeza tina algo a ver com quanto tempo durou o tal “selinho”. Mais que 3 segundos. Cinco. Dez. Dez segundos e eles se separam minimamente. Só tinha olhos um para o outro, com Belarus brincando com o cabelo do irmão e Rússia desenhando toda a linha do maxilar da irmã com o dedão.

– Venha me visitar em breve. – Tóris conseguiu decifrar do murmuro de Belarus para o irmão. Ele sorriu e selou seus lábios mais uma vez.

Os dois se separaram em menos tempo desta vez, com um beijo de esquimó no nariz por parte de Rússia e um beijo nos lábios por parte de Belarus. Rússia sempre tentava evitar cumprimenta-la deste jeito porque sabia o que os beijos significavam para ela. Entretanto, ele não a afastou, nem mesmo recuou. Na verdade, ele estava sorrindo contra os lábios dela.

O russo abriu e fechou a porta do carro para ela. Ele ficou observando com as mãos nos bolsos da calca enquanto o carro da bielorrussa virava na estrada e seguia a oeste, em direção a sua casa.

Tóris decidiu que essa era a melhor hora para se aproximar, enquanto o senhor Rússia ainda parecia calmo e anestesiado.

– Senhor Rússia? – ele chamou.

Rússia permaneceu congelado. Ele lentamente virou-se para o báltico.

– Tóris? – ele perguntou, surpreso. Deveria saber que ele estaria ali. Era dia de trabalho e se ele já estava de pé antes, deveria ter ouvido quando chegou de carro. Então porque parecia tão alarmado?

Os olhos de Rússia sorrateiramente desviaram de Lituânia e buscaram o carro de Belarus na estrada. Ele ainda era visível.

O russo suspirou, derrotado.

– Você não deve contar a ninguém. E isso inclui Estônia e Letônia.

– Eu não estava planejando contar.

– Bom. – Rússia aprovou, fitando o chão.

Tóris notou que Rússia ainda estava com a calca de pijamas e uma regata branca que usava quando estava calor. Mas lhe faltava seu cachecol. Ele nunca tirava seu cachecol. Belarus havia feito ele tirar o cachecol. Isso era mais que o suficiente para provar as suspeitas dele.

– Senhor... – o báltico começou. - ...Eu sei que não diz respeito a minha vida, mas... Por favor, não brinque com o coração da senhorita Natalya.

Tóris esperou pelo pior. Por um tapa na cara pela ousadia. Por uma resposta grossa do tipo “Tem razão, não diz respeito a sua vida. Me deixe em paz”. Ele até mesmo considerou Rússia explodir com ele por ter chamado Belarus pelo seu nome, e isso seria intimo demais. Talvez não devesse ter dito nada.

Mesmo assim, ele disse. Por que amava aquela garota mais do que deveria. E por mais que temesse o patrão, sabia que devia prezar pelo bem dela.

Rússia o fitou com ar incrédulo.

– Eu nunca brincaria com ela. Eu amo Natalya. – ele voltou a prestar atenção aos pés - Apesar de tudo, ela é minha família.

Tóris não sabia ao que exatamente Rússia se referia quando dizia apesar de tudo. Talvez ele estivesse se referindo aos anos que passou rejeitando e afastando Natalya. Anos em que Tóris observou Belarus ser magoada, e tudo o que ele podia fazer era lhe oferecer conforto como podia. Em que ele oferecia um ombro amigo para que ela pudesse se reerguer, e as vezes oferecia até mais que um ombro amigo. Anos em que ele criou esperanças todas as vezes que Natalya aparecia em sua porta de madrugada com lágrimas nos olhos e só um pedido em seus lábios. “Me de o que Ivan não pode me dar”. Anos em que ele achou que em breve, ela desistiria do babaca do seu irmão e decidiria ficar com ele.

Ou talvez ele estivesse se referindo ao beijo.

– Eu sei disso. – Tóris adicionou um tom duro – Mas tente não iludi-la. Deus sabe o quanto ela é apaixonada pelo senhor.

Rússia fechou os olhos com forca. Ele abriu-os e continuou seguindo o carro de Belarus que ameaçava sumir na estrada agora. Lituânia o imitou, observando o veículo fugir do sol que se levantava a leste.

– Eis o nosso problema, Tóris. – Ivan anunciou - Por mais que seja masoquista, agora somos dois idiotas apaixonados por ela.

Parabéns,você conquistou seu irmão mais velho com sucesso.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, galera, Nao esqueca do "oi" aqui em baixo. Este é o último capítulo da fic em tese. Ainda temos o epílogo pra fechar com chave de ouro. O corpo dele esta escrito, mas preciso trabalhar nos detalhes. Nao tenho previsao de quando vou postar. Entao, fiquem ligados! Quando sair, vai ser uma surpresa. Juntos até o final, é nois



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