Entre armas e rosas escrita por RoseGun


Capítulo 9
Callie


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora,estou postando 3 capitulos de desculpa!!!!



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Passaram-se algumas semanas desde o incidente com a carta. Durante esse tempo nos abrigamos na casa de Robert, um amigo de Mike que um dia tinha ajudado durante a guerra. Apesar de mim e Mike já termos conseguido arrumar uma casa azul no fim da rua de dois andares e uma varanda, ainda estávamos arrumando as coisas da casa de Robert para nos mudarmos. Estava transportando uma caixa quando algo me fez parar. Uma forte contração em minha barriga. Senti algo estourando e comecei a gritar por Mike. Ele chegou correndo e conseguiu me segurar enquanto eu caia no chão. Mike começou a chamar por Robert e Patrícia, que era a esposa de Robert, e que depois de um tempo chegaram para me ajudar. Eles me levantaram para uma cama em um dos quartos em que Patrícia tinha coberto com jornal. Nunca fiquei mais feliz de Patrícia ser uma enfermeira. Mike se sentou ao meu lado e segurou minha mão enquanto eu suspirava forte. Nunca senti uma dor tão forte em minha vida, estava suando. Então, tentando me distrair olhei para Robert que mexia na lareira para esquentar o lugar, no entanto Robert acaba abaixando a cabeça de mais e a bate na parte de cima da lareira:

– AAAI! Meu deus que dor! Sinto que vou morrer!

Olhei com todo meu ódio para Robert, no entanto ele nem percebeu minha raiva, só continuou a mexer na lareira enquanto passava uma das mãos na cabeça. Robert acabou mexendo muito ao fundo da lareira e o que se seguiu foi uma quantidade gigantesca de fumaça e alguns tijolos caindo ao fundo da lareira:

–Deus! Isso está uma bagunça!

–Robert!- Gritei com toda minha força- Saia daqui!

Robert deu um pulo com meu grito e se levantou e saiu correndo, todavia se encontrou com Patrícia na porta segurando uma panela:

– Ei, isso é placenta?

–O quê? Não... O bebê nem nasceu.

–Ah! Sabia que placenta é ótima para adubo?

Para meu alivio Robert finalmente sai do cômodo. Olho perplexa para Mike, que tentava segurar o riso:

–Bem, pelo menos agora você conseguiu se distrair.

Continuei respirando fundo enquanto Patrícia vinha para esquentar o leite:

– Robert! Venha me ajudar a transferir o leite!

–Não!- eu grito, no entanto Robert entra correndo na sala. Senti Mike acariciando minha mão tentando me acalmar.

Robert vai até onde Patrícia estava com o leite e segura a tigela que o carregava. Porem Robert inclina a tigela em um ângulo em que um pouco de leite cai em seu olho:

–AH! Estou cego!- disse enquanto esfregava os olhos.

– Robert!- Eu berro.

–Ei- diz Mike se levantando rindo- Por que eu não te ajudo com isso?

Enquanto eu observava Mike auxiliar Patrícia, sem eu menos esperar, o momento chega. Começo a gritar mais forte. Era uma dor aguda que me fazia sentir como se estivesse morrendo. Fecho meus olhos e respiro fundo.

***

Acordo e a primeira coisa que sinto é algo se mexendo em meus braços. Olho para baixo e vejo... Minha filha. Mesmo tendo acabado de nascer, conseguia notar as características de Luke que tinha herdado. Mesmo que ainda fossem poucos, conseguia ver os cabelos loiros escuros. Tinha os olhos, rosto e nariz de Luke enquanto tinha a minha boca e algumas das minhas sardas. Senti Mike passando o braço em meus ombros e sussurrando em meu ouvido:

–Como vai chama-la?

Lembrei-me de meu sobrenome, Ruth, que significava vermelho. Lembrei-me do novo significado que Luke tinha me dado a ele. Minha mão lentamente aperta meu colar e um rápido pensamento me vem. Eu tiro meu colar de Rosa e o ponho em minha filha:

–Rose, Rose Ruth.

Mas quando olho para Mike lembro-me também do quanto ele já tinha me ajudado até agora. Mesmo que não me conhecesse, que fosse uma estranha onde poderia ter me abandonado há muito tempo atrás, não o fez:

–Não, melhor. Rose Gun Ruth.

Mike me olha com um olhar de dúvida e surpresa, todavia sorri levemente, se aproxima de mim e me abraça junto a Rose. Era um momento perfeito, porem ouço a voz de Robert no outro cômodo:

–Olha! A placenta!

Mike se afasta de mim e começa a gargalhar. Eu o olho e depois para Rose, e finalmente me permito a rir também.


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