Entre armas e rosas escrita por RoseGun
Três dias se passaram e um frio que nunca tinha visto em Indiana havia chegado. Ouço a campainha tocar e, mesmo o frio me obrigando a ficar sentado no sofá, eu me levanto. As lagrimas estavam abafando sua voz... Kate. Vê-la chorar era como sentir mil facas entrando em meu corpo, por um minuto senti como se meu coração estivesse parado e que meu sangue tinha congelado:
–Diga para mim que você não fez isso. - Ela disse isso em meios às lagrimas
–Fiz o que?
Sua mão foi de encontro com o meu rosto. Seu tapa era fraco, mas se misturou com o nojo que ela estava sentindo de mim:
–Por favor, por favor, me diz que você não fez isso.
As lagrimas dos seus olhos me mostraram sobre o que ela estava falando. O alistamento:
–Meu deus, por favor, não vá.
–Eu ia te contar...
–Como você pode fazer isso comigo, eu te amo tanto...
–Eu também te amo.
Eu a envolvi nos meus braços, mesmo ela batendo em mim para poder se soltar, eu continuei a segura-la e logo ela estava chorando no meu ombro.
A levei para dentro da minha casa, ela se sentou no sofá e começou a chorar com as duas mãos sobre o rosto. Enquanto ela chorava ela gritava me perguntando “como eu podia fazer isso com ela”:
–Eu pensei que nunca mais iria te ver. -Minha voz começa a ficar mais forte e com mais raiva – Eu só não ia suportar ver você com outro cara. Só de imaginar você nos braços de outra pessoa me dá nojo.
Quando termino de falar percebo que estava gritando e isso tinha a assustado. Ajoelho-me nos seus pés e levanto seu rosto com o meu indicador. Lá esta ela a garota que eu tinha me apaixonado, seus olhos ainda estão com lagrimas, eu a abraço e no meu ouvido ela sussurra como se quisesse esconder da morte seu maior medo:
–E se você morrer?
–Eu não me permito morrer.
Ela me olha com seus grandes olhos verdes e me beija. Eu tenho que sobreviver por ela, só por ela.
Já envolvida nos meus braços, eu e Kate estávamos deitados no sofá, suas mãos estavam no meu peito e a respiração dela já estava menos ofegante. Mesmo me passando diversas vezes na minha cabeça que aquela poderia ser minha ultima noite com Kate.
O silencio é quebrado pelo barulho do relógio que já marcava 11 horas:
–Tenho que voltar para casa, eu sai escondida e tenho que ir.
A seguro pelo braço quando ela tenta se levantar:
–Antes quero te levar em um lugar.
O alto da colina, eu sempre ia lá com a minha mãe antes dela ir embora, ela me mostrava às estrelas e contava uma historia japonesa que ela tinha ouvido de um “amigo” no bar. Odiava aquela cidade pequena, mas a vista das estrelas aqui era a melhor.
Levei ela ate lá, Kate se sentou entre minhas pernas enquanto eu cochichava em seu ouvido a historia de Tanabata e apontava para as estrelas para ela ver:
–A muito tempo, de acordo com uma antiga lenda, morava próximo da Via-Láctea uma linda princesa. Certo dia o pai da moça, apresentou-lhe um jovem rapaz, acreditando que este fosse o par ideal para ela.
“Os dois se apaixonaram fulminantemente. A partir de então, a vida de ambos girava apenas em torno do belo romance. Indignado com a falta de responsabilidade do jovem casal, o pai da princesa decidiu separar os dois, obrigando-os a morar em lados opostos da Via-Láctea.”
“A separação trouxe muito sofrimento. Sentindo o pesar de sua filha, seu pai resolveu permitir que o jovem casal se encontrasse, porém somente uma vez por ano, desde que cumprissem sua ordem de atender todos os pedidos vindos da Terra nesta data.”
Quando terminei a historia ela me olhou, da mesma forma que me olhou quando nos saímos pela primeira vez. Eu toquei em sua boca fazendo o contorno quase divino dos seus lábios rosados, Foi um beijo... foi um beijo onde não importava a boca e nada estava acontecendo na minha frente. E a ansiedade que havia não era pouca.
Eu estava ali para mantê-la aquecida, mas não fiz isso por muito tempo, porque logo o frio deu espaço para o calor de nossos corpos que a cada beijo ficavam mais unidos e mais entrelaçados. Nossas respirações mais rápidas. Meu coração estava contra o peito dela e meus lábios contra o seu pescoço. Senti sua pele se arrepiar a cada toque, a cada beijo, a cada sussurro de amor.
Seus cabelos ruivos roçavam no meu pescoço enquanto ela tentava sussurrar algo em meu ouvido, que definitivamente eu não prestei atenção.
A essência do seu perfume se misturou com o meu corpo e naquela noite as estrelas nos observaram.
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cometarios!!!!