Já na competição de cachorros quentes Tom estava mais preocupado em trocar olhares com a garçonete oferecida do que realmente ver a situação que o cercava.

Renan estava deitado na mesa parecendo um zumbi todo lambuzado a beira de um ataque, precisava visitar o banheiro de cinco em cinco minutos e até chegará a ligar pra sua mãe tamanho o estrago no pequeno estomago. Georg havia desistido assim que em meio a uma guerra de maionese toda ela acabou em seu cabelo, está certo que tinha ficado totalmente indignado até o Tom inventar que a maionese dava um brilho especial ao cabelo e ele agora não saia de frente do espelho se gabando.

Mas o que realmente ‘importava’, a disputa estava cada vez mais acirrada, cachorro quente a cachorro quente até que Gustav sorriu pra Mah que perdeu totalmente a linha e paralisou. Obviamente era um truque e logo ele voltou a comer compulsivamente pegando seu último até que quando ele menos esperava Mayara já estava na sua frente novamente balançando uma barra de chocolates.

‘Chocolate Guh, você não vai querer?’ – Mayara o provocava.

‘Me dá, não seja mal!’ – Gustav parecia hipnotizado.

‘Você quer?!’ – Vendo a reação positiva abandonou a barra na mão dele pegou seu último cachorro quente correndo em direção a vitória, ou ao caixa.

‘AAAAAAAH, EU GANHEEI! UHUUUUUUL! QUEM É A MELHOR AGORA?! QUEM?’ – Mayara agora despertava a atenção de todos com sua dançinha da vitória enquanto recebera a notinha pra pegar os cachorros quentes vencedores.

‘Eu não acredito que você me enganou dessa maneira! Foi jogo sujo!’ – Gustav já tinha devorado a barra e agora percebera o que fizera.

‘Ah meu bem, enquanto você vem com esse sorriso eu volto com os chocolates! Eu sou um gênio.’ – Mayara se sentou novamente na mesa e continuava espalhando alegria.

‘Ah sim Mah, não se esquece do me dar um autógrafo depois oks?! A gênia dos cachorros quentes!’ – Tom ironizou enquanto Renan que acabava de voltar do banheiro tirava uma com a cara do Gustav.

‘Gente, eu acho que to passando mal! Cadê aquele povo? Não aguento mais ficar em um ambiente que alguém é melhor que eu. ’ – Gustav reclamava enquanto bebia seu refrigerante.

‘Olha só todo irritadinho porque perdeu... liga não Guh quem sabe na próxima eu não te deixe ganhar!’ – Mayara o irritou.

‘Ganhar? Quem ganhou?’ – Bill chegou todo animado trazendo com ele uma Paula cheia de sacolas.

‘Temos uma nova campeã no topa-tudo! A Mah é realmente muito boa, apesar de não ser tão rápida como o Gustav foi muito esperta.’ – Tom analisou enquanto respondia outro bilhete da tal garçonete.

‘Não acredito que você participou disso Mah?! Sinto muito Bill, mas o livro de auto-ajuda “verdadeiras vitórias da vida” eu preciso emprestar pra ela primeiro!’ – Paula disse fazendo uma cara ainda mais assustada ao perceber que nem o Renan nem o Georg estavam na mesa.

‘Obrigada pelos parabéns Paula querida! Não se preocupe o Renan já parou de fazer visitas ao banheiro, agora ele só foi chamar o Georg que estava dando um ‘brilho’ a mais aos cabelos!’ – Mah completou caindo na risada.

‘Cara, você me assusta! Prefiro nem perguntar o que aconteceu aqui. Até porque vocês precisam ver o que eu e a Paulinha compramos... ’ – Bill tentava explicar.

‘Espera só um minuto, não vai me dizer que essas compras foram baseadas nos livros de auto-ajuda?!’ – Foi à vez de a Mah protestar recebendo olhares confusos.

‘Qual o problema?’ – Paula disse a ameaçando.

‘Nenhum, mas não vejo à hora de ver essas tais compras!’ – Gustav logo entendeu e também ironizou.

‘Compras?! O que vocês compraram?’ – Renan chegou dizendo acompanhado de Georg.

‘Pelo jeito é melhor que a gente veja no hotel... segredo né Bill?’ – Tom perguntou.

‘É melhor que seja assim já posso treinar pro desfile!’ – Bill terminou piscando para Paula.

‘Desculpa, mas aonde a Dani e Gih foram?’ – Georg interrompeu os delírios.

‘Não faço ideia, da última vez que a gente as viu quando estava vindo pra cá a Gih tava toda descabelada correndo desvairadamente com um chinelo na mão! Se não me engano estava indo pros banheiros do camarote. ’ – Paula disse tranquilamente.

‘Cristo senhor! O que será que a Dani aprontou?’ – Mah se preocupou.

‘Eu não faço ideia, mas eu preciso saber, certamente foi com a Gih e eu não posso perder isso!’ – Tom disse todo animado já se levantando.

‘Então vamos todos pra cima, se não me engano pela movimentação já começou há algum tempo o segundo tempo do jogo. Não quero que um estádio veja o assassinato e no boletim tenham que ficar sabendo que eu perdi!’ – Gustav comentou enquanto todos levantavam e já subiam.

...No banheiro do camarote...

‘DANIELLE, EU SEI QUE VOCE TA AI! NINGUÉM SE ENCONDE DA SENHORITA GIANE, AGORA PARA DE GRAÇA E SAI! JÁ DISSE QUE O MICO QUE VOCE ME FEZ PAGAR HOJE VAI CUSTAR MUITO CARO!’ – Giane percorria agachadas as cabines do banheiro, gritando e agindo como louca.

Dani estava escondida em cima de uma das paredes da cabine e de lá de cima continuava a filmar o ‘show’ da Gih lá em baixo.

‘Gente, repare no estado crítico que uma pessoa pode chegar ao ser desafiada! Olha só como ela anda, veja se não se parece com uma cobra de cabelos que grita... se rasteja, se mexe descontroladamente , põe a linguinha fora pra gritar e depois a recolhe pra fuzilar a cabine, tem um cabelo ‘lindo’ parecido com o da Samira e inclusive tem o mesmo defeito de uma cobra: não tem a capacidade de olhar pra cima!’ Dani dizia tudo até ai sussurrando, mas não se aguentou quando viu uma moça entrando no banheiro e vendo aquela cena e logo depois sair muito assustada aparentemente xingando algo em alemão.

Foi assim que logo que a mulher saiu do banheiro Giane percebeu um barulho estranho vindo da primeira cabine e quando levantou para abri-la percebeu que a era a Dani que estava caída no chão tendo uma crise de riso enquanto apontava pra câmera.

‘SUA VACA! EU NÃOACREDITO QUE ATÉ ISSO VOCÊ FEZ!’ – Giane se fez de assustada tacando seu chinelo na Dani, mas logo depois se jogou em cima da mesma começando primeiro a dar alguns tapas, mas depois não resistiu terminando com uma sessão de cócegas.

Até que finalmente percebeu que a Dani estava quase totalmente sem ar de tanto rir e parou, e só assim se deu conta da situação que se encontrava e refletindo sobre o quão louca foi capaz de ser também se juntou a amiga e deitou no chão para rir de novo.

...Na porta do banheiro...

‘Quem vai entrar lá?’ – Renan perguntou.

‘Eu é que não vai ser. ’ – Gustav disse simplesmente.

‘Eu também posso não ter estomago pra ver isso!’ – Bill disse rapidamente.

‘Eu vou fazer companhia pro Bill!’ – Paula também foi rápida.

‘Credo vocês ein!’ – Mayara se fez de ofendida e logo completou. – ‘Georg você cuida do Renan que eu e o Tom entramos, pode ser?’

‘Fechou!’ – Georg respondeu e logo depois Mayara e Tom entraram e logo se depararam com a tal cena.

‘O QUE É QUE VOCES PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO?’ – Mayara foi logo dizendo olhando para dois seres que ainda estavam se matando de rir no chão.

E é claro que ela não ouviu mais nada do que gargalhadas como resposta, assim Tom resolveu pegar a câmera da Dani que tava jogada ali por perto. E logo quando começou ver o vídeo claramente já havia entendido o que se passava por ali e agora ria mais do que as duas. ¬¬’

‘Dá pra alguém me explicar o que ta acontecendo aqui? Eu vim evitar um assassinato e me deparo com duas criaturas rindo no chão de um banheiro, e a única pessoa que podia tirar algo da Gih agora se juntou a ela.’ – Mayara disse se fazendo de ofendida e também sentando no chão esperando por uma resposta.

‘Olha Mah, é melhor você também ver com os próprios olhos, mas antes eu só quero que saiba de que a culpa foi TODA da Dani... ela provocou toda esta catástrofe, inclusive trouxe uma menina que se parece muito comigo pra fazer esse vídeo!’ – Giane, que depois que o Tom começara a zoar tinha parado de rir tentava se defender.

‘Mah nosso blog vai bombar com mais essa proeza, finalmente o troco!’ – Dani explicou entregando a câmera para a Mayara.

Sem demoras Mayara já começava a ver o vídeo, sua reação, adivinha? Primeiro agiu como os outros, mas logo se recuperou para falar.

‘Não acredito que tivemos um pequeno espetáculo aqui hoje e eu não estava presente!’ – Mayara disse se fazendo de indignada, ela adora fazer isso, mas logo voltou a rir com Tom que logo iria precisar de uma bombinha de ar.

‘Ah dude, a Gih é muito lerda, uma pena não ter conseguido filmá-la igual louca correndo atrás de mim pelos corredores, mas também foi a única parte que me escapou. ’ – Dani falou já recebendo um olhar fuzilador da Giane que logo veio novamente pra cima dela.

 ‘Você é muito chata sabia? Um saco. Eu fui cruelmente enganada, ninguém mexe com os meus sentimentos e depois sai por ai ileso, eu apenas sai um pouco do controle. ’ – Giane explicava pra Mah enquanto estapeava a Dani.

‘Gih eu prefiro nem comentar o seu maravilhoso desempenho da bolha... eu simplesmente me apaixonei por cada movimento! Mas não posso deixar passar você deslizando sobre o chão, foi sem dúvidas a menor e mais feia cobra que já vi na minha vida!’ – Tom não poderia deixar de zoar, né?!

‘Realmente Gih, já pensou em ser atriz?’ – Dani saiu de perto dela novamente e entrou no clima da brincadeira.

‘Olha, eu juro que tentaria te defender, mas desta vez eu tenho que me render... isso superou a minha histórica vitória com o Gustav, as compras com o livro de auto-ajuda da Paula porque realmente aqui entre nós você foi foda hoje.’ – Mayara filosofou.

‘Podem falar o que quiserem porque eu nem ao menos ligo... estou começando a sentir o poder do tratamento daquela bolha, nunca estive tão relaxada! E ainda sou obrigada a te agradecer Daninha, te amo. ’ – Giane a essa altura meditava no chão enquanto falava deixando todos sem entender NADA.

Imediatamente levantou-se e saiu tranquilamente do banheiro como se nada tivesse acontecido passando por todos em frente à porta e com um sorriso do tamanho do mundo se encaminhando pro camarote. E só depois de algum tempo processando aquilo os três levantaram do chão se juntaram aos outro e também voltaram aproveitando para fofocar sobre a situação. Mas ficou combinado, o que aconteceu ali era pra ser deixado somente lá pelo menos por enquanto até porque ela estava transtornada.

‘Georg, com toda esta confusão eu me esqueci de lhe entregar isto. ’ – Dani disse entregando-o um embrulinho.

‘Não acredito que você fez isso Dani!’ – Georg terminou de abrir o pacote confirmando sua suspeita. – ‘Sua loca não precisava, eu te disse. ’

‘Magina, é só um agrado, é desse mesmo que você usa?’ – Dani perguntou.

‘É sim, muito obrigada! Amanhã já vou usar, a Ash vai adorar!’ – Georg finalizou, pois logo depois foi interrompido.

‘Puta vida, não acredito que perdemos tudo isso de jogo... quanto é que ta no placar?’ – Renan disse inconformado.

‘Eu não faço à menor ideia! Mesmo com os meus óculos eu não enxergaria tamanha quantidade de pessoas que insistem em passar na frente do telão. ’ – Gustav reclamou.

‘Eu já me enjoei fácil com as coisas, ainda mais quando ao menos sei o que está acontecendo. O que acham de fazermos algo produtivo?’ – Bill propôs.

‘Também acho, mas o que poderia ser?’ – Paula perguntou.

‘Que tal se nós contarmos a eles algumas das melhores fanfics que lemos até hoje no Brasil?’ – Mayara disse as meninas.

‘Eu adoraria, sem contar que assim eles também ficam sabendo do quanto é importante para as pessoas que lêem e escrevem esse tipo de coisa. ’ – Dani continuou.

‘Exatamente! Eu começo explicando o que é e todas as etapas. Então é mais ou menos assim [...]’ – Paula os explicou o que é e como funciona essas histórias alternativas.

‘Nossa, adorei isso! E como as pessoas nos descrevem por lá?’ – Tom quis saber.

‘Você vai se achar um pouquinho, mas querendo ou não deve saber. Como as pessoas não sabem muita coisa sobre a personalidade de cada um a não ser pelo fato de analisarem tudo o que podem pelos meios de contato com vocês é mais ou menos assim: o Tom é o pegador metido a garanhão que todas babão e querem pra elas, já o Bill é mais assediado pelo seu jeito profundo e incrível de ser, o Gustav é visto como extremamente fofo e o Georg como o cara mais velho do sonho das meninas. Mas obviamente esse é o meu ponto de vista, cada um tem o seu não é mesmo?!’ – Renan os explicou detalhadamente.

‘Então quer dizer que as pessoas escrevem histórias com a gente como personagem principal e fazem disso uma mega produção?’ – Bill parecia se interessar.

‘Sim, quem escreve tenta passar todas as emoções durante essa história para que ela se torne o mais parecido com a realidade de cada um, para que todos possam se identificar com um personagem e fugir um pouquinho da dura realidade e sonhar. As autoras passam de uma maneira incrível um sentimento que sempre se quis mesmo que seja por algum tempo, e essa gratidão e gosto são o que as motivam a continuar cultivando um talento. ’ – Mayara continuava a explicação.

‘E é como se fosse uma história de amor e tudo mais?’ – Gustav perguntou curioso.

‘Depende muito do gênero da história, hoje elas existem de todas as formas possíveis e é exatamente ai que entram as leitoras. Elas escolhem primeiro um gênero que gostem mais ou que combinem com seu humor e depois entram em um mundo totalmente distante onde vivem junto com seus personagens preferidos suas melhores histórias sejam elas de romance, comédia, terror, aventura, suspense, drama, tudo o que importa é estar ao lado da pessoa amada. E de uma maneira ou outra fazem parte da vida da autora. ’ – Dani também dava sequência.

‘É tudo muito parecido com um conto de fadas não acha?’ – Georg comentou.

‘Olha se alguma coisa eu aprendi com os livros de auto-ajuda da Paula foi dar importância até mesmo a isso, uma vez em umas das melhores histórias que li uma menina que era drogada e não ligava pra nada, mas frequentava somente as aulas de literatura, pois acreditava no “era uma vez”. Foi assim que contou uma história a professora: Godofreda sabia que por mais bobo que pareça o era uma vez é apenas uma maneira de não viver em um mundo de sonhos destruídos com a mente acabada onde a única coisa que não se perde é o poder de acreditar em contos de fada, e a única forma de viver é em um mundo mágico. Mas parou assim que a professora a advertiu que estava muito velha pra esse tipo de coisa e foi depois que essa menina havia perdido a memória ela só teria como se refugiar em um mundo onde só ela conhecia o mundo que a pouca parte da mente dela deixava pensar, sonhar e acreditar que um dia tudo ia mudar. ’ – Giane que ainda meditava começou a contar a história, mas Paula teve de continuar, essa história mexia com todas ali.

‘Até que seus amigos de antigamente tentaram fazer com que ela saísse do mau caminho e voltasse a ter uma vida normal, sem a menos revelar tudo a ela, pois eles podiam ajudar, mas não viver a vida dela e a modificá-la. Foi então que ela aceitou tentar e foi até um acampamento com a turma, quando estava sozinha com seu único amor ele resolveu lhe contar sobre o passado, mas na hora ela não acreditou e voltou a se drogar. Porém quando ficou sozinha começou a ter flashes do passado e ao levantar para tentar ir ao encontro de todos, por estar sobre o efeito da droga escorregou e bateu fortemente a cabeça na pedra que beirava o lago e logo depois caindo sobre ele. ’ – Paula também não aguentou terminar e todos a olharam apreensivos.

‘Sim, a menina não aguentou aos ferimentos e morreu, para uma interminável dor daqueles que amavam e por pouco não puderam evitar o pior. Já algum tempo depois na escola resolveram terminar a história da menina, ela merecia ser contada até o final. E beirando o choro seus amigos começaram. ’ – Mayara disse e esperou alguém continuar.

‘Era uma vez uma menina chamada Godofreda... ’ – Renan começou.

‘Vária vez nada dava certo para ela... ’ – Dani continuou.

‘E quando finalmente achou que tinha encontrado o seu final feliz... ’ – Depois veio a Gih.

‘Vem a vida e lhe deu essa facada... ’ – Mayara disse com emoção.

‘Godofreda partiu para um mundo que só ela ia conhecer... ’ – Foi à vez da Paula.

‘O mundo dela, o mundo dos seus sonhos... ’ – Dani disse, ela que sabia a história de cor.

‘Deixando para trás, seus amigos, sua família e ele... ’ – Renan.

‘O seu príncipe encantado do cavalo branco... ’ – Giane.

‘Para poder o esperar em algum lugar... ’ – Mayara.

‘Uma vida curta... ’ – Paula.

‘Mas cheia de aventuras... ’ – Renan.

‘E um coração tão doce como a nuvem... ’ – Mayara.

‘E seus amigos realmente esperam que nesse mundo ela simplesmente possa viver o seu feliz para sempre... ’ – Dani.

‘As saudades serão enormes cada vez que uma estrela no céu brilhar, cada vez que um sorriso abrir, um conto de fadas existir. ’ – Giane terminou.

‘Esse foi o melhor livro que já li! Pois não importa no que ninguém acredita, nas milhares de crenças, só o que vale é as tuas virtudes e os seus sonhos. Porque por mais impossível que ele seja a esperança sempre vai prevalecer e como todo bom conto de fadas o fim ainda não acabou. ’ – Paula terminou arrancando lágrimas de todos.

‘Acho que nós pudemos entender o sentido de tudo isso, obrigada por nos contarem essa história, eu pude sentir exatamente tudo o que disseram. ’ – Bill se pronunciou, ele por ser o gênio das composições sabia como ninguém tudo isso.

‘E viva as fanfics não é mesmo?!’ – Tom disse arrancando sorrisos e um “VIVA” bem forte.

E assim ficaram conversando sobre diversas coisas, inclusive contaram mais histórias que os meninos quiseram saber e combinaram de ler uma assim que possível até que ouviram algum barulho vindo lá do campo.

NÃO ACREDITO QUE FINALMENTE ACABOU ESSE JOGO!’ – Bill comentava entre pulinhos observando o mascote do time invadir o campo. – AAAAAH, PAULAA! LIGA PRO MEU PRODUTOR, ACABEI DE ME INSPIRAR NA MINHA PRÓXIMA FANTASIA DE SHOW, A-G-O-R-A!’

‘É pra já Bilzim, mas que mal lhe pergunte como você pode ter se inspirado em uma fantasia do Hitler?’ – Paula disse enquanto procurava desesperadamente seu celular.

‘Fantasia o caramba! Mais respeito com meu ídolo ein?’ – Mayara disse indignada sobre olhares de medo.

‘Isso mesmo Mah, o Hitler é minha inspiração!’ – Bill gesticulava enquanto puxava Paula pro canto e lhe explicava muitas coisas as mesmo tempo, disse por fim já saindo do camarote. – ‘Olha pessoal a gente vai indo na frente, eu preciso resolver isso... ’

‘É tão bom quando as pessoas se entendem... ’ – Renan disse por fim. – ‘Não é Tom?’

‘Cri, cri, cri...’ – Grilos.

‘Tom?... Cadê o Tom?’ – Renan se desesperava.

‘Ué ele não tava aqui agora mesmo?’ – Giane disse intrigada.

‘Já experimentaram olhar pra tal moça lá em baixo?’ – Georg disse ajeitando seu cabelo.

‘Não acredito o Rafinha tirou a camisa Dani! Olha lá!’ – Mayara se desesperou.

‘AAAAAAAH!’ *----* - Só o que ela conseguiu dizer antes de entrar num transe.

‘Mulheres!’ ¬¬ - Gustav disse simplesmente.

‘NÃO ACREDITO QUE O DESGRAÇADO DO TOM KAULITZ JÁ TA LÁ COM AQUELA BARANGA DE AZUL!’ – Giane gritava enquanto estava grudada ao vidro. – ‘EU DISSE QUE QUERIA MINHA CAMISA ANTES PORRA! ESPERA SÓ UM MINUTO... ’ – Agora ela caminhava desesperadamente em busca da sua bolsa do sapinho, e quando finalmente a achou saiu batendo os pés.

‘Senhor, daí-me paciência! Não acredito que vamos ter de ir atrás dos dois agora!’ – Georg reclamou.

‘Claro que vamos você vai pedir a minha camisa agora também!’ – Dani disse já o arrastando.

‘E você a minha Gustav! E sim, eu tenho chocolates especiais!’ – Mayara também foi saindo em disparada levando Gustav com ela.

‘Não acredito que me deixaram aqui!’ – Renan falou sozinho, todo manhoso. – ‘O único com juízo nesse lugar... Vejamos... O que pessoas normais fazem depois de um jogo? Claro! Elas comem pipoca enquanto assistem a um barraco ao vivo! ’ – Terminou pegando a bacia de pipoca, tentando achar a Gih no meio da multidão.

E no meio da multidão estava a Gih, tentando não ser pisoteada e ao mesmo tempo pisando duro dando diversos pulinhos pra certificar sobre sua direção.

Até que a avistou a tal coisa azul.

‘Cruzes, isso ai é o tal avião? Só se for aqueles de papel reciclado!’ ¬¬ - Ela dizia enquanto se aproximava cada vez mais.

Quando estava muito próxima, percebeu que a tal siliconada estava falando coisas muito descaradas próxima demais do Tom, e ele pra variar tava se derretendo pronto pra agarrar. Foi ai que ela não se agüentou de raiva.

Foi em direção a Tom, o agarrou e simplesmente o lascou um super beijo. Daqueles de cinema, entende? Um beijo cheio de desejo, o deixando completamente sem reação apenas deu um sorrisinho fraco e continuou.

‘Tom! O que ta fazendo perto dessa vadia?’ – Giane começou separando ainda mais o ‘casal’ e logo agarrando a cintura do Tom, entrelaçando suas mãos.

‘Hey, quem é a vadia aqui ein? Pelo que sei a única oferecida intrometida aqui é você queridinha! Dá pra sair de perto da minha delicinha?’ – A vadia disse ajeitando os silicones.

‘Ah amor, você não contou a ela? Já te disse que não gosto de vir a esses lugares, você sempre fica tímido. ’ – Gih terminou olhando fixamente aos olhos de Tom que ainda estavam confusos. Mas quando ambos se encontraram um brilho especial brotou, fazendo Tom ficar com um sorriso de canto bobo e a Gih com uma cara super fofa.

Foi nessa hora que ninguém mais parecia existir para os dois, Giane virou-se por completo sendo envolvida por Tom. Ele carinhoso, passou a mão sobre o rosto dela que em reação fechou os olhos toda arrepiada...

‘TOM! O QUE ESSA TAMPINHA PENSA QUE É?’ – A tal mulher disse indignada.

A Gih tentou imediatamente virar-se para encarar a vadiazinha, mas foi impedida por Tom que virou seu rosto novamente voltando a encarar seus olhos. E sussurrando logo depois.

‘Eu realmente não sei o que você pensa só o que sei, é que gosto disso. ’– Ele deu uma pausa erguendo a mão dela levando ao seu coração. – ‘Pode sentir isso? Acho que você é minha tampinha, não?!’

Sem esperar por respostas, venceu novamente a distância entre os dois. Desta vez foi um beijo doce, calmo, onde cada momento descobria-se sensações novas... Um beijo com amor! UM BEIJO COM AMOR? Bom, talvez só o tempo diga, mas pelo menos convenceu a tal siliconada que saiu soltando fumaça e também ao Renan que lá de cima nunca deve ter visto um filme tão bom!

Não muito longe dali, Dani e Mah disparavam na frente como loucas em transe enquanto Gustav e Georg se arrastavam atrás tentando não perde-las de vista totalmente. Só pararam quando se depararam com a ‘barreira’.

‘Não acredito Mah, eles tão indo embora! A gente precisa fazer alguma coisa, e precisa ser urgente. ’ – Dani se desesperava vendo do outro lado os jogadores se encaminhando pros vestiários com suas camisas penduradas.

‘Dude! Tive uma ideia, mas não sei se pode funcionar! O que me diz?’ – Mah se desesperava ainda mais.

‘A gente faz funcionar, agora fala!’ – Dani quase pulava a essa altura. Enquanto finalmente os meninos se juntavam a elas.

‘Olha meninos a gente precisa de vocês agora, mais do que nunca! As nossas camisas dependem disso ein, por favor. ’ – Ela parou colocando o dedo na boca, fazendo cara de dó sendo seguida pela Dani.

‘Tudo bem, mas depois vai ter troco! Faz logo, pelo amor vai. ’ – Georg se pronunciou.

‘Me pega no colo Gust, de cavalinho vai! E faz o mesmo com ela, Georg. ’ – Mayara dava as ordens e eles só obedeciam.

Depois de algumas tentativas frustradas, e vários tombos, finalmente conseguiram se firmar em cima dos meninos.

‘Vai Dani, agora a gente pula isso aqui... Não deve ser tão difícil... ’ – Ela tentava convencer a si mesma disso, detalhe que depois que passassem pelas placas de proteção ainda tinha a barreira dos seguranças, ali não tinha alambrados como no Brasil, mas não era assim tão fácil fazer a festa.

‘Vamos Mah, no três a gente corre e finge que isso depende da nossa vida. Enquanto isso os meninos distraem um pouco aqueles dois seguranças ali, até lá a gente já conquistou os nossos ídolos!’ – Dani disse confiante.

‘Não bóia Dani, já não basta tudo isso por uma coisa suja e fedida?’ – Gustav disse indignado.

‘Você nunca entenderia!’ u.u – Mayara disse descendo e arrastando Dani junto. – ‘Eu confio na gente!’ – Pegou metade de um coração de dentro do bolso que dizia ‘BEST’ enquanto Dani logo depois tirou a sua de dentro do seu bolso com um sorriso ‘FRIEND’. – ‘Lembra, até o fim?’

‘Sempre! Um, dois, três... ’ – E lá foram elas, ‘plano’ em ação.

Bom, está tudo dando certo. Os meninos distraíram o máximo que puderam os seguranças com um papo furado sobre informações para um show ali, mas tempo suficiente para as duas loucas correrem em direção a seus alvos gritando como nunca.

‘Podolski!’ – Mah finalmente tinha conseguido ser ouvida e agora enrolaria com seu alemão para um autógrafo... – ‘NA CAMISA DELE! SÓ PRA MIM!’ *------* - Agora ela dizia tudo em português enquanto era arrastada pelos gandulas.

Dani também estava sendo arrastada só que pelo carrinho médico, não conseguira chegar perto do Rafinha e então desabara no chão... Até que lembrou-se que aquele homem a arrastava era o tal que a Paula tinha subornado.

‘Ei moço, eu sei que você ta recebendo uma grana ai pra agradar o Bill! Mas até agora não vi resultados, da pra dar um autografo pra ele?’ – Dani interpretava muito bem, enquanto era solta pelo homem que agora rabiscava seu colete sentado na grama.

‘MAH, EU JÁ VOLTO! PRECISO FALAR COM O RAFINHA!’ – Disse já em cima do carrinho, saindo em disparada logo depois.

Depois de alguns segundos dirigindo como uma bêbada, finalmente chegou ao vestiário. Parada na porta teve uma ideia pra atrair atenção lá de dentro. Começou...

Tokio Hotel - Attention

[...]

‘Oh no

Oh não

I'll never let you go

Eu nunca vou deixar você ir

Oh no

Oh não

I hate that i need you so

Eu odeio precisar tanto de você’

Quando já estava embalada pro refrão, e cada vez chamando mais a atenção das pessoas eis que surge a Mah junto dos meninos.

‘Serenata?’ – Mah perguntou com um sorriso imenso nos lábios, sim ela já usava a camisa.

‘Ah, nem sei! Mas ele tem que ouvir. Ainda mais sendo brasileiro. ’ – Dani se confundiu.

‘Estamos aqui pra isso!’ – Georg se prontificou.

‘Mas porque essa música?’ – Gustav quis saber.

‘Brasileiro gosta de drama, entende?! Ai eu pensei que não tinha como não se comover com essa letra e vir até aqui. Já não devo mais nada pro Bill! A propósito, pegaram o autógrafo?’ – Dani continuava dizendo tudo muito rápido.

‘Peguei sim... Mas vamos logo terminar isso.’ – Mah finalizou.

E agora todos juntos:

‘It's not what you said

Não é o que você diz

It's the way you say it

É o jeito que você diz 

It's not what you did

Não é o que você faz

It's the way you do it

É o jeito que você faz

Sick and tired of needing your affection

Doente e cansado de precisar de sua afeição

I chose to be lonely

Eu escolho ficar sozinho

Than live without your... attention

A viver sem sua… atenção’

[...]

Quando terminaram, haviam várias pessoas se aglomerando pra aplaudir e ver qual era o motivo da maluquice. Até que vários jogadores começaram a sair dos vestiários, todos muito assustados com tudo aquilo. Dentre eles...

‘RAFINHAA’ *---------* - Dani agora cumprimentou os meninos e a Mah e foi direto ao encontro dele.

‘Você é brasileira?’ – Ele parecia confuso.

‘Sou sim, a minha amiga ali também! E desculpa pelo mau jeito ai em chamar sua atenção, mas é que sabe como é precisei de bastante esforço pra chegar até aqui e não queria ir embora sem conseguir meu autógrafo!’ – Terminou sem jeito.

‘Nossa vocês fizeram todo esse escândalo só pra conseguir meu autógrafo?! Bem que nós brasileiros somos foda pra isso né!’ – Rafinha afirmou.

‘Sem dúvidas! Mas até com o Podolski foi mais fácil. ’ – Mah acrescentou.

‘Ah, então é por isso que ele não saiu aqui fora, ainda está em estado de choque com vocês!’ – Rafinha disse provocando risos, logo depois tirou sua camisa. – ‘E a quem eu devo o ar da graça da minha mais ilustre assinatura?’

‘Ah Dani!’

‘Mas pode por nossos nomes na dedicatória, deu trabalho isso, sabia?!’ – Gustav disse do nada.

‘Claro que sim... ’ – Disse entregando a camiseta com um recado super fofo. – ‘Agora se me dão licença eu preciso ir, mas foi um prazer conhecer a todos. ’ – Assim ele saiu dando beijinhos na Dani e na Mah e cumprimentando os garotos.

‘Aii, o Rafinha é tão fofo. ’ – Dani comentava enquanto todos eram arrastados pra fora, agora por seguranças.

‘É mesmo, mas o Podolski é ainda mais lindo de perto. ’ – Mah também suspirava.

‘E as duas estão cada dia mais loucas!’ – Gustav comentou já irritado sem seus chocolates.