Dia 4 de Janeiro, 2011.

Tá, eu sei que eu disse que só ia escrever nas voltas aulas mas a rejeição do Lysandre acabou gerando uma grande confusão e eu tinha que desabafar com alguém mas eu não posso contar pra ninguém então vou contar pra você pois não posso contar pra outra pessoa. (Sou uma garota muito confusa, eu sei.).

Eu estava me sentindo mal por ter deixado a Rosalya sozinha e gritando desesperadamente no Mc Donalds então resolvi me desculpar e ‘explicar’ o que tinha acontecido.

– Alô Rosa?

– O que é traidora.

– Rosa eu admito estava com ciúmes...

– REBECA POR-...

– CIÚMES DE VOCÊ NÃO DO LEIGH.

– Ah...

– Nós somos amigas desde o maternal e da última vez que você começou a namorar você simplesmente me esqueceu, eu te chamava pro shopping e você me trocava, te chamava para comer pizza, para passear, para fazer qualquer coisa e você sempre estava sempre com seu namorado... Eu estava com medo de te perder pro Leigh... Você é a única amiga que eu confio...

– Reb-...

– OU SEJA, VOCÊ QUE É A TRAIDORA AQUI.

– AI MEU DEUS QUE SUSTO ACHEI QUE TINHAM TE SEQUESTRADO NÃO FAZ MAIS ISSO COMIGO. – Começamos a rir. – Você estava muito gentil pra ser a Rebeca já estava estranhando, que tal a gente ir tomar um sorvete hoje no parque?

– Claro, te encontro lá as 15 horas, não vai se atrasar. – E então desliguei o telefone.

Sei que eu não devia ter mentido pra ela mas não podia simplesmente pegar e dizer ‘O LYSANDRE GOSTA DE VOCÊ E VOCÊ SIMPLESMENTE GOSTA DO IRMÃO DELE’, seria muito cruel e eu não posso falar como se fosse ‘best’ do Lysandre, que provavelmente morreria se eu falasse isso.

Chegando no parque vi Rosalya sentada em um banco me esperando, eu estava caminhando quando percebi que tinha uma garotinha me seguindo, ela estava com vestidinha rosa e tinha cabelos loiros e olhos azuis, era um pequeno projeto de Barbie.

– ... – Ela veio andando até mim, talvez tenha percebido que eu vi ela me seguindo.

– Oi oi fofinha, qual seu nome? – Comecei a fazer carinho no cabelo dela.

– Oi... meu nome... – Ela agarrou meu pulso e começou a apertar com força.

– AII ME LARGA! – Tentei puxar meu braço mas ela não soltava.

– Meu nome não importa, eu quero saber o que você estava gritando no seu quarto hoje de manhã. – Ela tinha uma voz fria que me dava medo.

– Não faço a mínima ideia do que você está falando... AI! – Ela começou a apertar com mais força.

– NINA! – A mãe da garotinha chegou e puxou a garota pelo braço.

– Oi mamãe. – Ela fez cara de paisagem e largou meu pulso.

– Me desculpe. – A mãe dela lhe reprimiu com o olhar.

– Não foi nada. – E elas foram embora enquanto Nina chorava.

– De nada. – Rosa veio até mim.

– Foi você que falou com a mãe dela?

– Sim... O que é isso no seu pulso?

– Foi aquela garota...

– É melhor a gente colocar alguma coisa gelada em cima.

Rosalya comprou um picolé colocou no meu pulso, nós aproveitamos para botar a conversa em dia e ouvir sobre o amor de Rosalya por Leigh... Ela era realmente muito apaixonada por ele, eu comecei a me sentir mal por Lysandre.

– O que foi? – Rosalya percebeu que eu estava meio mal.

– Nada...

– Eu sou uma péssima amiga...

– Não é isso Rosa é que...

– Eu fico falando de amor e essas coisas e eu acabei esquecendo que o Kentin foi pra escola militar e que você está muito mal por isso... Eu... Me desculpe. – Rosa me deu um forte abraço e eu comecei a chorar.

Acho que esqueci de escrever que eu sou apaixonada por Ken, toda vez que penso nele começo a chorar, uma vez eu desmaiei quando pensei nele atirando com uma pistola, ele foi parar em uma escola militar por culpa de Ambre, a pior garota do mundo. Ela fazia bullying com o Ken e quando o pai dele descobriu o mandou pra escola militar e eu fiquei apenas com um urso de pelúcia dado de presente por ele antes de partir. Também foi nesse dia que Castiel começou a falar comigo, ele me consolava, me ajudava e estava ali sempre ao meu lado, por isso eu gosto do sorriso de Castiel, ele sempre sorria quando me acalmava. MAS PORQUE EU ESTOU FALANDO DE MIM? LYSANDRE NÃO É CORRESPONDIDO E EU SIM E ISSO TUDO ME FAZ ME SENTIR TÃO MAL.

– Rosa acho que vou pra casa, muito obrigada.

– Vai ficar tudo bem. – Ela me deu um último abraço e eu fui embora.

Eu não ia para casa agora, eu ia pra casa do Lysandre falar com ele sobre Rosalya. Chegando lá tentei tocar a campainha mas ninguém abria a porta, ele devia estar ensaiando com Castiel no porão, então simplesmente pulei a janela da sala, não tinha ninguém no porão então resolvi ir embora, talvez ele tivesse saído e esquecido a janela aberta.

Estava andando pela sala quando ouvi vozes no segundo andar e fui até lá, era Lysandre e Leigh falando sobre a ROSALYA.

– Lysandre olha o que você fez, agora Rosalya acha que eu gosto dela.

– Eu não queria magoar ela...

– VOCÊ NÃO ENTENDE? – Ouvi algo sendo jogado no chão. – O que eu faço agora? Eu gosto de outra garota... O que ela vai achar de mim agora? Eu planejava me declarar a ela logo logo...

– VOCÊ DIZ ISSO FAZ ANOS. – Eles ficaram em silêncio. – Leigh... me desculpa... Eu prometo que não vai se arrepender... Rosalya é uma ótima garota...

– Não é esse o maior problema... Você vai mesmo aguentar seu irmão com a garota que você gosta?

– Desde que ela esteja feliz...

Eu estava muito chocada, não consegui entender o que estava acontecendo, na verdade Leigh não gosta de Rosalya e Lysandre não está nem ai pro fato dele estar sendo trocado pelo irmão e a Rosa está sendo iludida... MEU DEUS O QUE É ISSO? Resolvi sair de fininho, uma hora iam sair do quarto e acho que eles não iriam gostar de alguém ficar sabendo a verdade. Comecei a andar devagar para que ninguém me escutasse mas acabei tropeçando em uma mesa de madeira e eu cai.

– QUEM ESTÁ AI? – Leigh saiu com um taco de beisebol na mão.

– NÃO ME MATEM!

– Rebeca? O que está fazendo aqui? – Lysandre saiu do quarto corado.

– Eu ia vir para te consolar, tentei tocar a campainha mas ninguém atendeu a porta, achei que estava com o Castiel no porão ensaiando, já estava de saída...

– Tem certeza? – Leigh chegou perto me encarando.

– Deixe ela em paz Leigh. – Ele veio até mim com uma cara de ‘vou te matar’ – Espero que não esteja mentindo. – Ele sussurrou.

E então me levantei e sai andando sem dizer mais nenhuma palavra. Sei que ando mentindo até demais mas... É pelo bem dos meus amigos...

Estava no caminho de casa quando ouvi gritos vindo de uma joalheria, um tiro saiu pelo vidro.

E então tudo ficou escuro.